Disclaimer: Nada é meu. Tudo é meu. Ninguém é meu. Todos são meus.

nota¹: Projeto Just James

Criança Confiante

James era o retrato da criança confiante. Beijou os pais antes de entrar no trem, sorriu enquanto acenava para eles e olhou cada um dos novos colegas no olhos. Porque era assim que deveria agir.

Não podia simplesmente contar que a perspectiva de entrar em um lugar completamente novo, repleto de pessoas que não conhecia e coisas das quais não sabia, o aterrorizava. Fazia duas semanas que estava tento pesadelos sobre Hogwarts.

Enquanto passava pelos corredores apinhados de alunos procurando uma cabine não deixou de sorrir sequer por um segundo, sempre cumprimentando os mais velhos que respondiam rindo, ou o ignoravam com as sobrancelhas arqueadas.

Se sentia perdido. Sozinho. E honestamente? Aquilo não parecia tão divertido quanto seu pai havia descrito. E para completar, não conseguia encontrar uma única cabine que já não estivesse lotada.

A não ser por aquela com o garoto antipático.

— Com licença? — Chamou e o rapaz nem se deu ao trabalho de olhá-lo. Grande imbecil cheio de sim, isso sim. — Essa cabine está ocupada?

Quando o outro garoto o fitou, preferia que não tivesse feito. Parecia desprezá-lo ainda mais do que os colegas mais velhos. Quem aquele moleque pensava que era? Merlin ou algo do tipo?

— Bem, eu estou aqui. Então, sim, tecnicamente ela está ocupada. — Ele respondeu com claro desinteresse e uma confiança que James invejou – e invejaria por muitos anos.

Por um momento pensou em voltar para o corredor e deixar aquele esnobe ficar com a cabine toda para ele. Afinal, era só uma cabine! Mas não fez isso, provavelmente aquele garoto iria espantar todos que quisessem sentar-se ali e iria sozinho para a escola. E ele ia acabar se achando mais especial ainda.

James não podia deixar isso acontecer. Não aquele... Esnobe.

— Ótimo. — Declarou e foi levando a mala para dentro, e foi a primeira vez que captou o olhar de espanto no rosto de seu companheiro de cabine, provavelmente ele não estava acostumado a ser contrariado.

Mas então veio o silêncio. Constrangedor e curioso. O garoto o olhava com aqueles olhos longos de quem gostaria de começar uma conversa e não faz a mínima idéia do que falar. Bem, James tinha os mesmos olhos e aquela mania de desalinhar os cabelos.

Eram três na cabine. James, o esnobe e o silêncio.

Até que eles entrassem e James percebesse que preferia o esnobe ao idiota.

— FIM —