Nossa! Faz uns 15 anos que não escrevo fanfics. Acabei parando de ter idéias quando o Relíquias da Morte saiu e deixei essa vida de escritora de lado. Esse mês, porém, li o Cursed Child e nãp consegui parar de pensar numa continuação para a história! Parece que nós vamos ter que ajeitar esse fim tão ruim deixado pelo script. Essa vai ser a minha tentativa, mas afirmo logo que sou uma péssima escritora de aventuras. Minha onda é romance.

Embora eu seja louca por HP, não resisti e usei o título de Star Wars. Era forte demais para não usar e sou muito ruim pra títulos.

Se vcs gostarem, postem reviews! Beijos :*

Cap 1. Envelhecer é normal

Harry Potter estava assustado neste 31 de julho, um belo dia de verão. Não que houvesse um motivo tão traumático, como a volta de Voldemort (que aparentemente se fora de vez) ou de algum outro bruxo das trevas tão forte quanto ele. Não, em questão de segurança, o mundo bruxo estava muito bem, obrigada. O que realmente assustava Harry Potter era a idade. Hoje, o antigo pequeno bruxo, agora chefe do Quartel General de Aurores, iria completar 40 anos. 40 ANOS! Nossa, como ele estava velho.

Parecia que ultimamente tudo já lhe havia dado prazer não fazia mais sentido. Ele amava seu trabalho como Auror, mas odiava as horas tediosas em que tinha que preencher formulários, assinar documentos… Argh! Ele sempre havia sido um homem de ação. A estratégia ficava a cargo de pessoas com a cabeça mais centrada, como Hermione.

Até Gina, com quem ele havia tido um relacionamento tão bonito e três lindos, porém estressantes filhos… até ela não o deixava mais feliz. Não que estivessem tendo problemas no quarto, mas… HÁ! Quem ele queria enganar?! Eles estavam sim tendo problemas no quarto, problemas que Harry não via como solucionar. Já fazia quase um ano que parecia que os dois não eram mais que amigos que dividiam uma cama. Desde toda a confusão com Albus Severus, desde antes disso, parecia que o relacionamento dos Potter não tinha mais nada de romântico. Harry honestamente não ligava se a sua esposa estivesse tendo um caso ou não.

Como Harry queria uma mudança na sua vida… estava se sentindo estagnado, parecia que já tinha atingido o seu máximo e agora só lhe faltava a morte. Enquanto soprava as velas de seu bolo de aniversário na Toca, cercado por seus amigos e família, Harry desejou que algo de novo acontecesse em sua vida.

Ah, Harry, você já não percebeu que devemos ter cuidado com nossos desejos?

Annie Bones suava de nervoso. Fazia alguns meses que não vinha a Londres e o motivo que a fizera regressar a deixava inquieta. Ela não acreditava que seu cunhado finalmente lhe daria a guarda de Charlie tão fácil assim, sem pedir nada em troca. Como ela ansiava por conseguir que Charlie ficasse sob a sua proteção! Ela sabia que, da mesma forma que Zabini havia enganado a sua irmã e a si, também fazia com o menino. E ela não podia suportar ver o seu sobrinho sofrer.

Se dirigiu ao ponto de encontro. O Caldeirão Furado, no Beco Diagonal, parecia o local perfeito tanto para conversar com Blás quanto para matar as saudades da torta de tripas que só encontrava na Inglaterra. Passar tantas temporadas entre as montanhas e lugares ermos com os gigantes e duendes, apesar de ser extremamente satisfatório e útil para o seu trabalho no Ministério, acabava a deixando com uma enorme saudade da sua terra natal. Annie tentava passar o mínimo de tempo possível na Grã Bretanha, vindo somente para passar parte das férias e das festas com seu sobrinho e visitar sua irmã Susan, permanentemente internada no St. Mungus. De resto, o melhor é que passasse o máximo de tempo longe dele. Apesar de saber que parte da culpa por toda essa confusão fosse sua, não deixava de sentir raiva e medo do marido de sua irmã.

Quando Blás chegou, ela já estava terminando o prato.

"Oras, querida cunhada, você não esperou por mim para jantar!"

"Imaginei", disse Annie, "que o melhor seria nós termos uma conversa rápida. Onde está o Charlie?"

"Charles está com a elfa doméstica em casa, é claro. Ainda não discuti a minha viagem com ele e queria ter um momento a sós com você", disse o homem, dando uma tentativa de sorriso sedutor. Ele nunca chamava o filho pelo apelido. Formal como era, chamava todos pelo nome de batismo. Exceto por Annie. Aparentemente, Blás não via a mulher como uma Annette, mas como uma Annie, uma mulher fácil de enganar, ainda que esta tivesse mais de 30 anos. Aparentemente algumas coisas nunca mudam…

Annie se levantou, olhos brilhando de ódio. "Eu já falei que não temos motivo algum para ter momentos à sós. Eu só vim falar com você por causa do Charlie. A carta dizia que você iria me passar a guarda do seu filho, sem nada em troca, porque recebeu uma oportunidade de emprego fora"

"Na Eslovênia", ele interrompeu.

"QUE SEJA. Recebeu essa oportunidade de emprego e não pode responder pelo seu filho. Pois eu posso e quero, quis desde o momento que Susan ficou incapacitada. Acho até que já demoramos demais. Amanhã irei pegar as informações no Ministério e lhe informo os próximos passos". Annie não deixou de fazer uma anotação mental: não iria mais participar de missões na Eslovênia. Isto era o quanto ela temia e odiava o homem a sua frente. Se levantou. "Acho que não temos mais nada a dizer".

"Espere", ele fez menção de segurar a sua mão, mas ela recuou. "Você não quer nem ao menos tomar uma cerveja amanteigada? Pelos velhos tempos? Não posso dizer que não tive saudades de você…"

Annie olhou enojada. "Eu acredito que deixei bem claro, da última vez que te vi, que não queria nada com você, Zabini. Apesar de também ter minha cota da culpa, tenho nojo do tipo de pessoa que você é. O que aconteceu, aconteceu e não posso mais fazer nada sobre isso. Posso, porém, sair daqui sem te dever nada. Boa noite. "

Ela mal tinha dado 5 passos, quando Blás Zabini falou. "Boa noite, docinho. Mas lembre… eu ainda não assinei nada. Num piscar de olhos posso levar meu filho daqui e você nunca mais verá seu sobrinho…".

Annie gelou. Ela sabia que essa ameaça era muito verdadeira. Também sabia como essa atitude influenciaria no menino que estava no 5º ano de Hogwarts. Abaixou a cabeça, pesarosa, e disse: "Perdão. Hoje estou cansada, mas tomarei algo com você amanhã, quando falarmos dos documentos. Por favor, pense no melhor para o Charlie". Com isso, virou a cabeça e partiu, com nem um pouco mais calma do que quando chegara.

As coisas estavam animadas no Ministério. Harry e Hermione, tecnicamente na hora do almoço, conversavam sobre uma pequena crise com os gigantes, sendo ouvidos por Rony, quando a secretária da Ministra da Magia bateu à porta. "Perdão, Ministra, mas a informante já chegou para reunião das 14h. A senhora quer que eu peça para ela esperar?"

"Não!", respondeu Hermione. "Que bom que ela veio cedo. Pode mandá-la entrar". Para Harry e Rony, disse "Acho que vocês nunca conheceram a bruxa que anda fazendo a mediação com os gigantes, não é? Ela pode nos ajudar com esse problema que os Aurores andam tendo, Harry".

Os três olharam para a porta quanto uma moça bonita, de cabelos negros pela cintura e franja, no início dos 30 anos, entrou. Sorridente, ela deu dois passos em direção a Hermione antes de olhar para os lados. Quando o fez, soltou uma exclamação alta. "HARRY POTTER! Minha nossa, que honra! Tantos anos trabalhando no Ministério e nunca tive um vislumbre seu. É claro que iria acabar o conhecendo algum dia, mas…", se dirigiu a Harry e ofereceu a sua mão, a qual Harry apertou, "parece a realização de um sonho, todos falam tanto de você…". Deu uma pausa. "Desculpe, eu não sou maluca, mas é que saber que você é real, não só uma lenda nos jornais… desculpe. Acho que me excedi. É que a sua reputação…"

Rony a interrompeu: "Ei, acho que também conheço a sua reputação. Você não é a moça pela qual o gigante Houp se apaixonou? Aquela com quem ele teve um relacionamento, que o fez parar a guerra de uns dois anos atrás? Você é bem pequena, mas acho que já ouvi falar de você…"

A moça respondeu com uma risada calorosa. "Toda vez que volto a Londres, essa história fica um pouco mais mirabolante. Algumas pessoas falaram que tenho filhos dele, outras que nós já tivemos um relacionamento… posso assegurar que minha mediação pelo fim da guerra dos gigantes foi somente verbal. Houp e eu somos bons amigos, assim como Kassan, o gigante que agora vive do outro lado das montanhas naquele trecho dos Alpes. Meu nome é Annette Bones, mas pode me chamar de Annie. É uma honra também conhecer o senhor, Mestre Weasley".

Rony deu um sorriso. "Você acabou com um ótimo rumor, na minha opinião. Pelo menos você é simpática. Tem um cara do seu setor que é um saco, não lembro agora o nome dele…"

"Você por acaso é parente da Amelia Bones? Ela faleceu há alguns anos…" Harry não conseguiu terminar. Annie o cortou com um olhar pesaroso. "Antes do fim da guerra. Sim, eu sou sobrinha dela. Infelizmente a guerra levou muito da minha família. Minha irmã, Susan Bones, do ano de vocês, também sofreu um feitiço na ocasião e, após o nascimento do meu sobrinho a situação se deteriorou. É também por esse motivo que vim falar com a senhora, Ministra".

"Você quer falar em privado? Eu posso pedir…", começou Hermione, mas Annie a interrompeu: "Não, não é nada secreto. Bom, a Susan casou com Blás Zabini no fim da guerra, um dos vários casamentos estranhos que aconteceram. Nem sabia que lufanos e sonserinos conseguiam manter amizades, quanto mais casamentos. Quando meu sobrinho Charlie nasceu, minha irmã acabou perdendo a noção de realidade. Ela não lembrava nem o próprio nome quando Charlie completou sete anos. Na época, eu já havia saído do Departamento de Cooperação Internacional e já estava no Departamento de Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas. Eu fazia algumas missões aqui na Grã-Bretanha mesmo, então conseguia ajudar Zabini a cuidar do meu sobrinho. Acabei me tornando uma mãe para o Charlie. Este ano, Zabini me mandou uma carta com a decisão de se mudar daqui da Inglaterra, pois recebeu uma boa oportunidade de emprego na Eslovênia. Ele queria saber se eu queria a guarda total do meu sobrinho, pois o trabalho seria muito pesado e ele não iria conseguir educar um adolescente. Eu quero a guarda do meu sobrinho mais do que tudo. Sei que Zabini vai tentar me extorquir de alguma forma por esse ato, ele sabe o quanto eu quero ficar com Charlie. Por isso, quero saber a forma mais rápida de me tornar responsável legal pelo meu sobrinho".

Rony e Harry estavam boquiabertos. Blás Zabini e Susan Bones eram casados? Que tipo de namoro havia sido aquele? Pelo que lembravam, Bones tinham sangue trouxa na família e Zabini, como todo bom Sonserino, se vangloriava de seu sangue bruxo. Hermione, por outro lado, parecia já saber dessa informação. Calmamente, passou a explicar a Annie Bones o que fazer a respeito da questão da guarda. Assim que teve todas as respostas e indicações, a bruxa fez menção de sair, mas Hermione a chamou.

"Annie, não se esqueça de fazer os relatórios sobre as últimas missões dos gigantes, além das dos duendes. O Harry aqui está precisando de algumas pistas em um caso dos Aurores e um pouco de informação in loco seria útil".

"Ah, Ministra, a senhora sabe como acabar com o astral. A pior parte do trabalho são esses malditos relatórios. Preferia utilizar uma penseira", reclamou Annie.

"Ei", Harry disse, "eu sempre digo a mesma coisa! O trabalho é ótimo, mas os relatórios…"

Annie deu um sorriso. "Afinal o grande Harry Potter é só um ser humano normal. Me sinto bem melhor agora", e saiu fechando a porta atrás de si. Harry pensou, ao vê-la saindo, que queria conhecer mais dessa Annie Bones…