Posse
Disclaimer: Furuba não me pertence, tudo bem, eu só quero o Kyo mesmo!
"Mais uma noite ao lado daquela que dominava seus pensamentos era suficiente para refletir em tudo o que acontecia à volta deles."
o.o.o
Os dias passavam, seguidos e monótonos, como se aquele inferno nunca fosse acabar. Para Hatsuharu era normal, talvez incerto, pois o rapaz, apesar de viver um amor arrebatador e intenso, ter amigos e não mais ser preso por uma imponente maldição, seu interior continuava quase o mesmo. O misterioso buraco continuava lá, suas emoções continuavam trancadas, dificilmente expressadas.
Ele não era mais uma piada por ser o boi, era tratado como um igual e podia tocar naquela pele macia todos os dias, o quanto quisesse. Não sentia mais a emoção de ter Rin abraçada consigo, com a respiração acelerada, em um aviso mental de que o que ambos viviam não passava de mera ilusão. A emoção se fora, com o tempo.
Porém, seu amor, ainda estava lá, ele ainda a amava com todas as forças. Rin era dele, unicamente dele e nunca seria capaz de dividi-la. Muitas vezes seu lado black acabava por despertar somente por rapazes mais velhos, da idade dela ou mais, fitarem-na com sorrisos maliciosos... Ele admitia que a morena possuía um corpo incrivelmente sensual e os cabelos agora curtos não atrapalhavam em nada com aquela imagem, só ajudavam. Rin parecia mais adulta, mais inalcançável...
Quase todas as noites não conseguia dormir direito, pois seus pais conversavam até tarde da noite para no dia seguinte, simplesmente reclamarem de dor de cabeça e o acusarem de várias inverdades. Eram naqueles momentos que Haru pulava a janela de seu quarto e se dirigia até os fundos da casa do Mestre, onde sabia que iria encontrar conforto.
Rin sempre o esperava de braços abertos, se permitia ser beijada e abraçada possessivamente pelo amado. Ela, por mais que houvesse tentado acabar com aquele romance, era dependente, sentia-se solitária e morta longe do Souma. Sempre tinha bons sonhos quando era amada, quando sentia seu quimono deslizar pelo chão e ele confirmar simplesmente de que nenhum homem jamais ousaria tocar nela além dele.
"Haru..."
Ele simplesmente ia a loucura quando seu nome era sussurrado, junto com a respiração ofegante dela, proporcionados pelos beijos que ele distribuía pelo corpo dela. Não demorava em senti-la, queria sempre se sentir unido a ela e adormecer com o rosto escondido na curva de seu pescoço ou no vale entre os seios.
Talvez ele não merecesse aquele amor tão puro. Talvez ela se achasse indigna de tê-lo ao seu lado. Mas um fato que ninguém, nem mesmo Akito poderia contestar era que um pertencia ao outro, desde o momento em que nasceram.
