Eu andava de um lado para o outro dentro do quarto enquanto esperava o resultado daquele teste de gravidez. Há muito tempo eu não me sentia tão ansiosa e nem com tanto medo. O que seria de minha vida se eu tivesse realmente grávida? Deixei algumas lágrimas escorrer por meu rosto. Isto não poderia estar acontecendo. Não comigo. Poderia ser com outra pessoa, por que logo a mim? Afinal, eu teria que dar explicações que eu estaria a fim de dar. Mas, se eu estivesse esperando um filho, logo não daria para esconder de ninguém, pois minha barriga começaria a crescer. E só de pensar ter que encarar todos dessa cidade que me odiavam, o meu corpo estremecia. Em minha cabeça eu tentava tirar aquela ideia absurda. Eu não poderia estar grávida. Talvez tudo fosse um devaneio de minha cabeça ou estresse por passar tanto tempo trabalhando.

– Por que quando eu realmente preciso três minutos demoram tanto para passar! – esbravejei comigo mesma.

Quando já estava tonta de tanto andar em círculos pelo meu quarto, eu escuto o temporizador do teste de gravidez. Era a hora da verdade. Eu tentei me acalmar, mas nada do que eu fizesse trazia a calma que eu clamava ao meu coração. Caminhei até o banheiro e com minhas mãos trêmulas vi o resultado. Eu não poderia acreditar no que estava acontecendo.

Havia saído da prefeitura, mas não tinha a menor vontade de ir para casa encarar mais uma noite solitária naquela mansão que só me lembrava todos os dias como era a sina de se viver só. Não queria isso para hoje, por isso passei por um bar que fica distante da cidade e fui beber um pouco. Queria colocar meus pensamentos em ordem. Queria me divertir um pouco, mas quem gostaria de passar algum tempo comigo?

Fiz muitas coisas erradas em minha vida, das quais me arrependo profundamente. Tentei consertar os meus erros, mas parecia que nada do que eu fazia era o suficiente. Tudo o que eu fazia para tentar mostrar minha redenção era vista de maneira deturpada. Nunca enxergavam o que eu fazia de bom. Queria apenas que não me vissem como uma vilã, mas era assim que todos me viam.

Tentei afastar meus pensamentos tristes, afinal hoje eu não queria arranjar motivos para me entristecer. Queria beber, talvez até dançar um pouco. Fazia um tempo que eu não saía para espairecer minha mente. Cheguei ao bar e me sentei afastava de todos. Apenas com um copo de bebida em minhas mãos eu acompanhava o movimento do bar: o casal que comemorava aniversário de casamento, os namorados que saíam para namorarem, e os solteiros para conhecer gente nova. E eu ali sozinha, longe de tudo e de todos.

– Regina? – eu escutei uma voz familiar me chamar. Seria mesmo quem eu estava pensando que fosse. Eu me virei para o lado e vi Emma em minha frente.

– Miss Swan, o que você está fazendo aqui? – perguntei.

– Ora Regina! Estou aqui pelo mesmo motivo que você. Quero me divertir um pouco. – escutei a explicação da xerife da cidade.

– E Henry, você o deixou sozinho em casa? Não me diga que fez uma coisa dessas. – perguntei na defensiva.

– Eu não deixaria meu filho sozinho em casa. Eles estão com meus pais, se isso a tranquiliza prefeita. – ouvi sua explicação atentamente. – Posso me sentar aqui Regina?

– Bem, se é assim que prefere, pode se sentar. – respondi fingindo indiferença, quando na verdade meu coração se acelerou do nada. Eu não conseguia me explicar o porquê de me sentir assim.

...

– Regina... – disse Emma perto ao meu ouvido. – Eu não sei por que insiste sempre em ficar sozinha? Você é uma mulher tão atraente. – falou Emma com a voz já embriagada.

– Do que você está falando Miss Swan? – tentei me esquivar, mas ela parecia cada vez mais se aproximar de mim. – Você não acha que já bebeu demais por hoje xerife?

– Eu tenho certeza do que eu estou fazendo Regina. E tenho certeza de que é isso que você quer também. – Emma se aproximou de mim, e juntou os seus lábios aos meus me dando um beijo. Eu tentei me esquivar, mas ela aprofundava cada vez mais a intensidade.

– O que você pensa que está fazendo Miss Swan? – me afastei dela ofegante, mas não poderia negar que aquele beijo havia despertado algo novo em mim.

– Nada disso do que estou fazendo é novidade para você prefeita. – disse Emma provocantemente passando suas mãos pelo meu corpo.

– Mas, eu nunca beijei uma mulher antes. – consegui responder com um gemido. Aquela mulher sabia mexer com minhas estruturas.

– Para tudo tem uma primeira vez. – diz ela me puxando para me dar mais um beijo, o qual eu não relutei mais para aceitar. Não sei se era pela bebida, mas não senti nenhum medo de me entregar a Emma naquele momento, parecia ser o certo a se fazer.

...

– Você tem certeza do quer fazer? – Emma me perguntou, mas preferi não responder, ao invés disso, eu agi, e comecei a distribuir beijos pelo seu corpo. Senti que ela foi à loucura quando eu passei minha língua pelos seus seios com chupadas urgentes.

Emma me puxou para junto dela, e me empurrou vorazmente para a cama. Há muito tempo eu não sabia como era ter uma pegada firme em uma cama, para falar a verdade eu acho que eu nunca me senti desse jeito tão entregue. Tinha sido pouco tempo, mas gemidos já saíam de sua boca. Nossos sexos se roçavam e me levaram a loucura. Já o podia sentir totalmente umedecido. – Por favor, eu te quero dentro de mim. – falei ofegante.

– Calma prefeita, você acha que será assim tão fácil. Eu irei te dar uma noite que você jamais se esquecerá. – respondeu provocante.

– Eu não irei aguentar por muito tempo, por favor. – disse suplicando, necessitava cada vez mais do contato de Emma.

Senti suas mãos passando pelo meu corpo e descendo até minhas intimidades onde seus dedos passavam por meu clitóris, onde eu sentia uma sensação cada vez crescente de prazer. Eu nunca pensaria que ficaria tão excitada estando junto de uma mulher, mas com Emma era diferente, ela despertava sensações em mim que eu não pensava que seriam possíveis. Ela me provocava ao penetrar dois dedos em meu centro e logo o tirava, apenas para me excitar cada vez mais. Tentava amenizar todo o meu tesão traçando círculos suaves com minhas unhas sobre suas costas.

– Emma, por favor, eu te quero dentro de mim. – eu implorava, mas ela sorria para mim maliciosamente, como que se degustasse do meu corpo que clamava por ela. Ela penetrou três dedos dentro de mim alternando estocadas fortes com fracas, e meu corpo cada vez mais se amolecia, quando o orgasmo passou por meu corpo me deixando sem estruturas. Meus gemidos preenchiam o quarto, e me aconcheguei cada vez mais ao seu corpo, enquanto ela me provocava com chupadas por meu corpo.

Nunca havia me sentido dessa forma. O que seria isso? Sempre que quis sexo eu procurava me satisfazer com Graham, mas com Emma tinha sido diferente, não eram como minhas experiências anteriores, eu não sabia como explicar, mas sabia que tinha amado essa nova sensação em meu corpo.

– Agora é minha vez. – respondi com a voz tomada por todo o desejo que sentia em meu corpo. Mordisquei seus seios enquanto reparava o corpo dela cada vez mais querendo contato com o meu. Desci e penetrei minha língua dentro do sexo de Emma, que deu um gemido em aprovação ao meu ato. Ela não aguentou e gozou dentro de minha boca. Eu aproveitei para provar o gosto de Emma. Logo ela atingiu seu ápice e o orgasmo também a atingiu. Seu corpo desabou sobre o meu e ficamos apenas em silêncio até que adormecemos.

...

Quando eu despertei eu senti braços firmes ao redor do meu corpo. Minha cabeça estava tão dolorida, e minha visão um pouco turva. Sabia que não devia ter bebido tanto. Pisquei algumas vezes para focar minha visão. Eu me virei para o lado e tomei um susto ao ver Emma dormindo ao meu lado. Eu havia passado a noite com Emma Swan. Eu não sabia o que fazer e nem como reagir. Eu sabia que não devia ter bebido tanto, e muito menos em companhia da xerife. Agora eu estava nua a seu lado e sem saber o que fazer. Tentei levantar sem acordá-la, mas foi em vão. Pude sentir que Emma despertava também.

– Regina, o que está fazendo? – perguntou grogue de sono para mim.

– O que você acha Miss Swan? Eu estou indo embora nesse exato momento. A propósito, sobre esta noite... – eu ia continuar a falar, mas ela me interrompeu.

– Foi esta noite tão maravilhosa para você quanto foi para mim? – ela me perguntou.

– Esta noite foi um erro que nem deveria ter acontecido. – respondi tentando soar fria. – Acho melhor eu ir agora Miss Swan. Tenho muito trabalho hoje.

– Regina... – ela hesitou. – Eu acho que precisamos conversar.

– Eu não preciso conversar sobre algo que nunca aconteceu. Bom dia Miss Swan. A propósito o prazo para seus relatórios da delegacia está chegando ao fim. – eu disse e desapareci do quarto. Esperava nunca mais ter que conversar sobre essa noite com Emma.

Como eu estava enganada. Pensei que nunca mais precisaria revisitar esta noite, mas agora com essa gravidez tudo muda. Eu estou grávida de Emma e magicamente acima de tudo. Eu não sabia o que fazer e nem como reagir. Ela nunca acreditaria em mim. O melhor jeito era deixar as coisas como estão e não contar para ninguém ainda sobre minha gestação. Minha barriga ainda não aparecia e creio que ficaria assim por algum tempo. Não precisaria ter que contar para ninguém sobre isso.

Nessas horas eu sinto falta de ter uma amiga. Eu não tinha uma pessoa que eu pudesse sentar e conversar sobre os meus problemas. Uma noite mal pensada, e tinha me resultado uma gravidez. Bem que ela me disse que me daria uma noite eu jamais esqueceria. Realmente não teria como me esquecer sobre essa noite. Eu disse passando minha mão inconscientemente por meu ventre.

Um sorriso despontou em meu rosto. Eu estava grávida. Havia tantos anos tentando ficar grávida e quando eu menos imaginava eu poderia realizar o meu sonho. Mesmo que eu passe por toda essa experiência sozinha.