Twilight não me pertence.



Capítulo 1

POV Isabella

Minha "pequena" briga com Jude no primeiro dia de aula do colégio tinha me rendido uma bela detenção. Ótimo. Meus pais podiam nem mesmo morar comigo (pelo menos não sempre), mas iam me matar.

Não que eu ligasse. Provavelmente a matança seria via linha telefônica e eu só teria que ouvir calada até que eles acalmassem os ânimos. Mas mesmo assim.

Eu tinha que arrumar um jeito de, no mínimo, melhorar minhas notas. Desde o ano anterior, minhas notas não eram as melhores. A começar por matemática. Perdi a conta de quantos "F"s eu tinha tirado no ano passado. E a detenção já era de praxe. Dos cinco dias de aula, eu ficava em detenção em quatro, no mínimo.

Mas eu simplesmente não podia levar desaforos daquelazinha pra casa. Quem ela pensava que era? Ela não era ninguém, só mais uma patricinha que acha que o dinheiro compra tudo. Mas eu queria ver ela com aquele belo nariz empinado todo quebrado e cheio de sangue escorrendo, e tinha conseguido meu objetivo. Pelo menos essa detenção me traria algum prazer pessoal.

Saí da aula de matemática (a última do dia) e fui direto para a sala de detenção que eu já conhecia tão bem. Entrei e dei um sorriso amigável à Srta Mansoni, entregando o meu papel de detenção.

- Boa tarde, Srta Mansoni – cumprimentei.

Ela estranhou meu comportamento gentil, então se limitou a sorrir e acenar com a cabeça.

Me sentei na última cadeira, peguei meu mp3 player e liguei. U2 começou a tocar bem alto nos meus ouvidos, mas antes que eu pudesse identificar a música, meus fones foram tirados de lá.

- Hey, Swan! – Steve Goyle me cumprimentou.

- Hey, Steve! O que aprontou? – perguntei.

- Briguei com o Paul Striker na Educação Física. Me custou uma hora. E você?

- Quebrei o nariz da Jude Springles. Uma hora também. Mas não me arrependo.

- Nem eu.

Nós rimos e a Srta Mansoni reclamou. Steve se virou pra frente e eu recoloquei meus fones. Steve era meu "amigo de detenção". Ele já estava no 4º ano, enquanto eu ainda era do 3º. Nos conhecemos em uma detenção meses atrás e ficamos amigos. Quase nunca nos víamos fora dessas quatro paredes silenciosas, mas ele era um cara legal.

Assim como eu, ele não seguia regras, e nem levava desaforo pra casa. Admito que tinha uma pequena – minúscula – queda por ele. Mas só por ele ser tão parecido comigo e tudo o mais.

Balancei a cabeça afastando meus pensamentos sobre Steve e voltei a ouvir a música que tocava. Nunca me permiti ter sentimentos fortes por ninguém. Isso só me trouxe experiências desagradáveis quando era menor e eu prometi a mim mesma que nunca mais choraria por ninguém. E pra não chorar por alguém, a melhor receita era não criar laços ou vínculos fortes com quem quer que fosse. E eu não ia quebrar minha promessa.

Passei a hora de detenção ouvindo música e rabiscando formas desconexas no caderno. Quando a hora finalmente passou, me despedi de Steve e fui embora pra casa, me preparando pro sermão que eu sabia que estava prestes a ouvir.

Entrei na minha picape velha que eu adorava e fui pra casa. Meus pais nunca foram pobres, mas eu odiava que eles gastassem dinheiro comprando carros ou coisas chiques pra mim. Me contentava com minha mesada e o resto eu fazia. E foi com isso que eu comprei minha Chevy 1984. Minha mãe ficou horrorizada, mas não pôde fazer nada. Ponto pra mim.

Cheguei na minha casa – uma quase mansão, pro meu azar – e entrei marchando direto pro meu quarto.

- Srta Swan, já estamos sabendo do que aconteceu – meu mordomo e tutor, Peter, me avisou assim que passei por ele na escadaria que me levaria ao meu mundo.

Bufei e o olhei com impaciência.

- E? – perguntei com desdém.

- Seus pais já foram avisados. Vão falar com você a noite. – ele disse.

- Que seja. Posso subir agora? – perguntei impaciente.

- Claro Srta. – ele disse e com uma reverência ridícula e desnecessária se retirou.

Revirei os olhos e subi as escadas, quase desesperada pra chegar no meu santuário.

Abri a porta do meu quarto, joguei minha mochila no divã de couro preto que tinha na ponta do quarto e me joguei de costas na cama. Comecei a olhar a pintura do teto e pensar em como diabos eu ia converter um F em um A. Eu definitivamente não era uma gênia da matemática. E isso não iria acontecer. Talvez eu precisasse socar algum nerd pra conseguir cola no dia da prova.

Me levantei me arrastando e fui tomar um banho. O sol em Phoenix devia estar nos seus 40º C e eu estava derretendo. Liguei o chuveiro e tirei minha roupa. Fiquei embaixo d'água por mais ou menos uns cinco minutos, apenas sentindo o frescor da água gelada na minha pele branca e levemente vermelha nos lugares onde deveria estar bronzeada. Depois lavei meus cabelos com xampu e me ensaboei. Quando acabei e estava seca, peguei um short jeans curto e uma camiseta regata branca. Me vesti e fui até a varanda do meu quarto, observando o pôr-do-sol já no fim e suspirando de pesar.

Balancei a cabeça para espantar os pensamentos desagradáveis e fui tentar estudar. Se eu queria melhorar minhas notas, eu tinha que pelo menos me esforçar. Abri o livro de história primeiro e li todos os capítulos que o professor carrasco tinha mandado. Terminei história satisfeita que tinha conseguido entender pelo menos 1/3 daquela baboseira toda.

Mas sem um pingo de saco pra estudar mais nada. Em compensação, minha barriga roncava com vontade e eu olhei o relógio. Ainda eram 18h, e o jantar aqui em casa saía impreterivelmente às 19h. Nada de exceções. Bufei. De todo jeito, fechei os livros e me deitei na cama, ligando a enorme TV de plasma que tinha no meu quarto.

Alguns minutos depois, uma batida na porta.

- Entra. – falei sem um pingo de ânimo na voz.

- Srta Swan, seus pais querem lhe falar. – Peter anunciou, abrindo a porta só o suficiente pra que eu visse seu rosto.

Revirei os olhos e desliguei a TV. Desci as escadas e comecei a me dirigir para a sala de TV, onde tinha um telefone, mas Peter me parou.

- Eles estão na sala de visitas, Srta. – ele disse.

Olhei pra ele piscando várias vezes tentando digerir a notícia.

Que eu soubesse, meus pais estavam numa viagem de negócios de um mês na Europa. E ainda não tinha passado um mês. Apenas quinze dias. O que eles estavam fazendo aqui?
Ainda surpresa, obriguei meus pés a me levarem até a sala de visitas e quando cheguei perto, estanquei, ouvindo a conversa dos dois.

- Vamos tentar querido. Apenas mais uma vez. Se não funcionar, nós já temos o plano B. – minha mãe dizia.

Plano B? Que plano B? Do quê eles falavam?

- Tudo bem Renée. Mas só mais uma vez. – meu pai disse.

Respirei fundo e entrei na sala com a maior cara de quem não fazia idéia do que estava acontecendo. De certa forma, era até verdade.

- Isabella. – minha mãe falou e veio me abraçar.

Não recuei com o abraço dela, como geralmente fazia, mas também não a abracei.

- Oi mãe. Oi pai. – falei.

- Isabella, como está? – meu pai me perguntou, sorrindo.

O sorriso não chegava nos seus olhos e eu sabia que aquilo era apenas mais uma tentativa de aproximação deles comigo. Mas não ia funcionar. Eu agora era fria como uma pedra, não me deixava envolver por emoção de nenhum tipo. Nem mesmo pelos meus pais. E isso era culpa total deles dois.

- Estou ótima pai. – respondi simplesmente, me sentando numa poltrona.

- Isabella, já soubemos o que aconteceu na escola hoje. – minha mãe começou.

Revirei os olhos e esperei.

- Querida, já perdemos a conta de quantas reclamações ouvimos de você nesses quinze dias que passamos fora. Peter tem que nos ligar praticamente todo dia com alguma coisa que você aprontou. E hoje foi o que? Ele disse que o diretor da sua escola falou que você quebrou o nariz de uma menina! – minha mãe repreendeu.

- Não foi qualquer uma ta mãe? Foi a Jude. E ela mereceu. Ela é uma idiota – falei.

- Querida não fale assim. – minha mãe me repreendeu.

- Tudo bem. Aquela criatura desprezível mereceu uns tabefes, querida mamãe. Ta melhor? – bufei.

- Isabella Marie Swan, não fale assim com sua mãe. – meu pai ralhou.

Fechei os olhos e respirei fundo. Meu temperamento esquentado não ajudava em nada essas situações.

- Isabella, vamos lhe dar mais uma chance. Qualquer novo deslize, você terá que arcar com as conseqüências. – meu pai falou.

- Sem castigo? – eu não estava acreditando na minha sorte.

- Sem castigo. Por enquanto. – ele disse – Agora suba e se vista pro jantar.

- Como assim? Já estou vestida! – eu reclamei.

- Nós teremos visita, querida. Agora vá. Fique apresentável. – minha mãe falou.

Suspirei e voltei pro meu quarto. Abri meu closet e fui até a ala que eu recusava a olhar veementemente.

Estar "apresentável" para minha mãe era estar arrumadinha demais. Coisa que eu odiava.

Peguei um vestido de seda preto e um par de sapatilhas e vesti. Deixei meus cabelos soltos e coloquei um lápis de olho. Um gloss brilhante e transparente e um par de brincos com a letra "I". Argh. Eu estava definitivamente apresentável.

Desci as escadas e meus pais já conversavam alegremente com as "visitas".

- Isabella, junte-se a nós querida. – minha mãe falou com um sorriso e um olhar de aviso.

Logo entendi que teria que aparentar uma coisa que eu não era. Sorri como uma menininha boba enquanto meus pais me olhavam e me apresentavam a um casal que estava ali.

- Querida estes são Carlisle e Esme Masen. São amigos de longa data. – meu pai apresentou – Esta é nossa filha, Isabella Marie.

Argh. Meu pai adorava me apresentar pelo nome inteiro. Só Isabella tava bom, pelo amor de Deus.

- Muito prazer, Carlisle e Esme. – estendi a mão e eles me cumprimentaram.

- Que linda filha que vocês tem! – disse Esme.

Sorri apesar de saber que ela só estava tentando me agradar e ser educada. Tinha "pinta" de gente finíssima. Minha mãe agradeceu e nós nos sentamos. Fiquei lá sentada enquanto eles discutiam alguma coisa que eu não entendia. Negócios. Após algum tempo, o jantar finalmente foi servido e nos sentamos à mesa.

Comi o mais decentemente que pude, devido a minha fome avassaladora. Eu estava literalmente faminta e não conseguia de jeito nenhum ser tão educada quanto à etiqueta pedia. Aliás, já falei que odeio regras de etiqueta? Ugh, nada me faz tão infeliz.

O jantar terminou e após mais alguns minutos agüentando o lenga-lenga dos meus pais com o Sr e Sra Masen, eles se despediram e foram embora. Suspirei aliviada, dei boa noite aos meus pais e subi de volta ao meu quarto.

Assim que cheguei, tirei o vestido e as sapatilhas e enfiei de volta no closet. Vesti meu baby doll favorito, um preto com desenhos de ursinhos roxos, e me enfiei na cama.

Queria dormir e esquecer todo o dia de hoje, pra ver se eu pelo menos teria um pouquinho de paciência pra enfrentar aquele mar de alunos e professores amanhã de novo.

Pra falar a verdade, ser Isabella Marie Swan era bem irritante.


Olá pessoas :D

Bom, essa fic é nova aqui no FF mas eu já ando postando ela no Orkut há algum tempo. Decidi postar aqui também pra ver como será a recepção. hihi~

Espero que gostem.

Pra quem não sabe quem eu sou, prazer, meu nome é Raquel \õ

Mas podem chamar de Kessy :)

Escrevo mais duas fics pra Twilight, os links estão no meu profile :D

Espero que gostem da Secrets and Lies.

Não esqueçam de deixar reviews! Só assim eu sei se a fic está sendo lida e continuo! :D

Beijinhos, até o próximo capítulo!