Por Acaso: Escrava.
Poor: Zoey Hyuuga.
Sinopse: Hermione Granger enfim havia decidido, por livre e espontânea pressão, se declarar para aquele que ela acreditava ser o amor de sua vida. E existia melhor forma do que por uma carta?
Não, claro que não.
Era seguro, ninguém iria ficar sabendo e caso algo não saísse do jeito que ela queria, não teria que ficar preocupada com piadinhas estúpidas de como ela havia levado um fora.
Ah claro!
Seria tudo perfeito, se ela não tivesse sido tão idiota a ponto de ter entregado a carta para o cara errado. E não qualquer um cara e sim o mais popular, bonito e idiota do colégio: Draco Malfoy.
Agora Hermione será obrigada a fazer tudo que o "demônio loiro" quiser, se não...
CAPITULO 01: A carta.
Bem, ela achava tudo aquilo idiota demais; patético demais. Céus, o que é que ela estava prestes a fazer?
- Vamos Hermione - Gina puxava uma inconstante Hermione – Harry está bem ali. Essa é a sua chance.
- E-eu não sei Gina. – Hermione falou nervosa – Acho que isso não é uma boa idéia.
- É claro que isso é uma boa idéia – Disse Gina irritada – Ande, deixe de ser covarde. Vamos...
O corpo de Hermione pareceu travar, ela parecia não ter controle sobre o mesmo. As pernas bambas e tremulas pareciam não ser fortes o suficiente para agüentar o peso de seu corpo, sentiu que iria cair a qualquer momento, porém Gina segurava-a pelos pulsos, firme. A ruiva poderia até ser mais baixa que ela, mas possuía uma força anormal. Puxava-a e empurrava-a em direção ao corredor, na direção dele, de Harry.
- Eu não posso fazer tudo por você Hermione – Gina falou enquanto pegava uma carta e entregava-a a castanha. – Você tem que confiar mais em si mesma, vai da tudo certo.
A carta em questão teria sido escrita supostamente por Hermione Granger para Harry Potter. Certamente era uma daquelas cartas de amor em que os apaixonados utilizavam uma quantidade exageradamente grande de mel e açúcar que chegaria a matar até uma pessoa não-diabética. E por isso mesmo que não foi ela, Hermione Granger, que a escreveu. Hermione nunca fora boa com palavras românticas. Geralmente diziam que ela não possuía sentimentos.
Ora bolas.
Se ela não possuísse sentimentos não estaria nessa situação agora. Nesse momento tão constrangedor que ela tinha certeza que nunca mais iria esquecer.
Hermione pegou a carta, não estava a fim de fazer nada daquilo. Algo lhe dizia de que nada sairia bem, que nada daria certo, entretanto não queria desapontar Gina, muito menos estressá-la. A ruiva não ficava nem um pouco legal irritada e ela tivera tanto trabalho para com ela que ela se sentia envergonhada de sequer cogitar a idéia de desistir e jogar fora todo o esforço que a amiga tinha feito para ajudá-la.
- Olhe, ele está vindo – Luna se manifestou pela primeira vez desde que elas se esconderam ali, embaixo da arquibancada.
As mãos de Hermione tremiam e suavam de uma maneira impulsiva, ainda assim ela deu passos vacilantes em direção ao capitão do time de basquete. Um sorrisinho apreensivo estampado no rosto, bem, pelo menos ela esperava que fosse parecido com um sorriso e não com uma careta. A medida que ia se aproximando seu nervosismo parecia aumentar, sentiu seu estômago embrulhar como se tivesse milhares de borboletas voando dentro dele. O rosto começou a esquentar quase que imediatamente e quando seu olhar cruzou com o dele, sentiu como se fosse desmaiar. De repente o chão parecia bem mais interessante.
Prontamente Hermione abaixou a cabeça, fitou por alguns segundos o chão. Viu quando os pés de Harry foram se aproximando lentamente, esperou até que ele estivesse perto o suficiente dela. Fechou os olhos e estendeu o braço na direção dele. Sentiu quando ele pegou a carta de suas mãos e um silêncio sepulcral se instalou. Ela não se atrevia em abrir os olhos, tinha medo do que poderia acontecer caso o fizesse. Sabia muito bem que estava parecendo uma idiota naquela posição, mas bem... Era melhor assim. Estava envergonhada demais. Não queria ter uma síncope bem ali na frente de Harry e muito menos gaguejar feito uma estúpida.
Uma risada baixa, porém fria e cruel cortou o silêncio que ali reinava. Cortou também, de forma atroz, o coração de Hermione. Não era a risada dele, não era. Lentamente ela levantou sua cabeça para olhar diretamente para ele. Inevitavelmente seus olhos arregalaram-se.
De fato, não era Harry que estava ali na sua frente rindo sarcasticamente com a sua carta de amor nas mãos e sim Draco Malfoy um playboyzinho ignorante que tinha como hobby atormentar os outros. Deus... O que ela faria?
- Interessante, Granger.
- Oh meu Deus - Os lábios de Hermione moveram-se, mas nenhum som saiu. Entretanto Draco entendera perfeitamente o que ela dissera. O que só fez com que seu sorriso se alargasse.
Ela virou sua cabeça para a esquerda, viu Harry ao fundo do corredor. Ele havia dobrado constatou horrorizada. Não passara direto por ela, nem sequer havia passado por ela. Hermione pensou que não poderia se sentir mais estúpida do que aquilo, até se dar conta da situação em que se encontrava. Corou feito um pimentão. Estática, ela olhou para o loiro que ainda a fitava com um sorriso presunçoso estampado no rosto.
- Mione! Hermione! – Ouviu Gina, que ainda estava escondida debaixo da arquibancada, chamando-a aos sussurros, olhou para trás e a viu acenando freneticamente para ela – Saia já daí, o que é que você pensa que está fazendo?
Falou baixo demais, mas não o suficiente para que Draco não escutasse; este apenas riu novamente, fazendo com que Hermione acordasse de seu transe e se dirigisse em passos rápidos, largos e desajeitados até Gina e Luna. Enquanto que Draco Malfoy analisava não só a ela, mas também olhava com curiosidade a carta amassada e perfumada que a Granger havia entregado para ele.
De: Hermione Granger.
Para: S2 Harry Potter S2
Leu para si mesmo e revirou os olhos, irritado. Então a carta era mesmo para o Potter... "Interessante, muito interessante" Repetiu em pensamento. Ele estava entediado e a sua diversão foi parar em suas mãos assim, do nada. Ele não poderia ser mais sortudo.
oOoOoOo
- O que foi aquilo? – Hermione perguntou.
- Eu é que pergunto. – Uma Gina furiosa andava para lá e para cá com as mãos na cintura. – Enlouqueceu foi? Por que entregou a carta para aquele cara?
- Draco Malfoy – Luna falou.
Hermione e Gina olharam para ela.
- Quê? –Perguntou Gina com sua típica educação.
- O nome dele é Draco Malfoy. – Explicou.
- Que seja. – respondeu Gina – Por que fez isso?
- E-eu não sei... Eu não imaginei q-que o Harry fosse, sei lá, dobrar. Quando eu percebi já era tarde demais. Eu não acredito que fui tão burra.
- Ah – Gina riu sem humor – ainda bem que você sabe.
- Gina! – Exclamou Luna.
- O que é?
- Para com isso. – Gina revirou os olhos, ainda andando inquieta pelo quarto.
- O que é que eu vou fazer? Estou perdida...
- Não. Não está. É só uma carta, não é? – Luna falou tentado animar Hermione.
- Uma carta que foi parar nas mãos erradas – Completou Gina.
- Não acho que Malfoy dará tanta importância a ela, acho que ele tem coisas mais importantes para se preocupar – Luna ignorou completamente Gina – não que você não seja importante, mas... Bem, você entendeu. Então não pira, ok?
- Eu não sei... – Hermione disse insegura – Será?
- Claro que sim.
- Eu acho que não, se eu fosse você não ficaria tão calma assim. Sabe-se lá o que ele pode fazer com aquela carta.
- Gina, você não ta ajudando.
- I-di-o-ta. Burra, burra, burra, mil vezes burra. Eu me odeio. – Hermione afundou o rosto entre as mãos e começou a chorar – me odeio.
Alguns minutos se passaram até que Gina decidiu interferir.
- Para com isso – Gina segurou o rosto de Hermione e respirou fundo – Não foi porque você quis certo? Foi um acidente. Eu exagerei. Nós iremos recuperar a carta e ai você entregará para o verdadeiro dono e...
- Não, não, não. Isso não, por favor, chega de cartas. Acho que falar pessoalmente é melhor, menos constrangedor.
- Ela tem razão. – Luna concordou.
- Está certo, você é que decide. Mas você quer a carta de volta?
- Bem, eu não sei... O que foi que você escreveu nela?
Gina corou envergonhada.
- E-eu, bem, eu escrevi umas coisas.
- Que coisas? – Hermione perguntou nervosa. – Que coisas Gina? Anda, responde.
- Umas coisas.
- Oh Deus – Hermione olhava horrorizada para Gina –Nós temos que recuperá-la, temos que pegar a carta de volta. Conhecendo você, Gina, eu posso até imaginar o que você escreveu. Onde eu estava com a cabeça quando deixei você me ajudar?
- Estava pensando no Harry – Luna respondeu.
- Não foi tão ruim assim, Hermione, eu só escrevi que...
- Não. Eu não quero saber. Imaginar já é torturador, não quero cometer um suicídio.
- Talvez ele tenha jogado fora, Mione – Opinou Luna – Porque ele guardaria uma carta que não é dele?
- É. Você esta certa Luna, não vou ficar me preocupando com isso. – Hermione sorriu tentando parecer mais calma.
- Mas quem é ele afinal? – Gina perguntou a Luna – me pareceu muito bonito.
- Ele é do segundo C. Parece que é muito popular entre o público feminino.
- Eu nunca havia reparado nele. – Gina falou – e olha que eu reparo em tudo quanto é homem bonito, mesmo que seja um idiota.
- É claro que não, ele dificilmente aparece por aqui. Fica quase o tempo todo nas masmorras.
- E como é que você sabe tanto dele? – Hermione perguntou curiosa.
- Minha colega de quarto. Acho que ela é a fã número um dele, não fala de outra coisa. Até quando está dormindo.
- Falar em dormir, já passou do meu horário. – Hermione espreguiçou-se – Tenho que acordar cedo amanhã. O primeiro ano é mais puxado do que parece.
Gina e Luna concordaram e também foram se agasalhar para dormir.
oOoOoOo
Hermione. PoV's(on)
Acordei bem mais cedo do que de costume, tomei banho, me arrumei e desci para o salão principal para tomar café. No meio do caminho vi uma pequena aglomeração que ia aumentando mais e mais à medida que eu ia me aproximando. Andando lentamente percebi que elas liam alguma coisa. Uma coisa muito engraçado por sinal, pois elas não paravam de rir.
Meu estômago embrulhou, algo não estava cheirando bem.
Logo que perceberam a minha presença, as pessoas riram mais ainda. Apontavam e riam pelo nariz, como se quisessem abafar a risada. Ignorei e empurrei alguns idiotas do terceiro ano que estava no meio do meu caminho e de longe eu vi a minha carta. A carta que Gina escrevera.
Senti-me tonta, todos os rostos presentes viraram apenas um borrão e eu só conseguia enxergar uma pessoa, um rosto. No canto do corredor estava Draco Malfoy, bem longe, mas ainda sim eu podia ver o sorriso de escárnio que enfeitava o seu rosto.
O demônio loiro parecia bem satisfeito e seus olhos brilhavam com malícia, enquanto eu sentia todo o sangue do meu rosto se esvair.
De repente comecei a gritar feito uma histérica.
- N-NÃO FUI EU QUE ESCREVI. NÃO, NÃO FOI... SEU DESGRAÇADO, EU VOU TE MATAR, EU VOU...
E fui em direção a ele, segurando-o forte pelo pescoço. Apertei como se a minha vida dependesse disso. Pensando bem, a minha vida dependia disso.
- P-para. –Ele pediu e eu me vi rindo diabolicamente diante do desespero dele. – Para com isso, Mione.
A voz dele pareceu fina de mais e logo um Draco Malfoy que estava ficando roxo foi sumindo, afastando-se de mim, mesmo que minhas mãos estivessem firmes em seu pescoço.
- PARA HERMIONE, ASSIM VOCÊ VAI MATAR A GINA.
Abri os olhos e percebi que não era Malfoy que eu estava esganando e sim a minha melhor amiga, Gina Weasley. Soltei-a assustada.
- Gina! M-me desculpa, e-eu...
- N-não. – Gina afastou-se de mim – Não chega perto, de manhã nós... Nós conversamos. – Disse com certa dificuldade e saindo indo em direção ao banheiro.
Padma Patil me olhava preocupada e com pena.
- O que é? – Perguntei grosseiramente e me arrependendo depois. Se Padma não estivesse ali, talvez Gina estivesse... Morta. Exagero? Acho que não!
Padma fez um sinal negativo com a cabeça e foi atrás de Gina. A culpa começou a me corroer.
Já havia se passado um mês desde o incidente com a carta de amor que eu iria entregar a Harry. Nada tinha acontecido, mas desde aí eu tinha pesadelos e só conseguia pensar no garoto loiro que pegara a carta. Fazia tempo que não via Harry e meus deveres escolares estavam todos acumulados, além de que já era a terceira vez que eu acordava gritando e enforcando algo, ou melhor, alguém.
Eu sabia que era loucura ir atrás do tal garoto, mas eu tinha que saber que fim havia levado aquela maldita carta. E eu iria descobri, pois logo quando amanhecesse eu iria atrás dela. Eu iria às masmorras atrás de Draco Malfoy.
Deus me ajude...!
Continua...
