Título: Angel
Author: MaxG2005
Casal: Jensen/Jared (AU)
Disclaimer: Nenhuma dessas pessoas me pertence. Elas não sabem sequer que eu existo. Isso é pura história saída da minha doente imaginação. Nada é real. E nem ganho dinheiro com isso. E como o nome diz é fanfiction. Uma ficção feita por fã, para fã. Não tenho a mínima pretensão de ser profissional.
Aviso: Fic Slash (pra quem não sabe relacionamento entre pessoas do mesmo sexo). MPREG (Gravidez masculina), MORTE (não dos J2). Sim, no meu mundo homens podem ter filhos. Não acho justo que apenas mulheres tem esse poder, então se fanfic é imaginação porquê não imaginar que homens podem também gerar crianças? Se você não gosta nada disso, procure algo que gosta.
Sumário: Um anjo é sempre um anjo. E ele vem quando a gente menos espera e mais precisa dele.
NOTA DA AUTORA: Esta fanfic está toda escrita. Mas eu preciso saber se alguém está lendo para que eu possa postar o restante. A fic não tem beta, porque eu não achei nenhuma. Todo e qualquer erro é somente meu.
Capítulo 1
Ele ficou de pé olhando árvore de Natal. As malditas luzes brilhantes supostamente deveriam fazê-lo se sentir melhor. Às 4 da manhã, parecia uma boa ideia tirar as coisas para fora do sótão. É véspera de Natal e ele tinha bebido muito. Ele deveria comer algo. Jared deixou alguns waffles na geladeira. Tá certo, sem nenhum xarope para colocar em cima. Parece melhor ter outra cerveja.
A campainha tocou e Jensen, cerveja na mão, atendeu. Ele abriu a porta para ver Jared. Ele sempre toca a campainha ao invés de usar sua chave. Tecnicamente a casa é dele também.
Jensen se virou e caminhou pra dentro da casa. Jared fechou a porta e entrou na sala de estar. Talvez é um bom sinal que a árvore esteja montada. Ele olhou para árvore. O enfeite não estava lá.
Jared se virou enquanto Jensen retornava à sala de estar com uma garrafa de água fresca.
- Você montou a árvore.
- Sim – Jensen sentou no sofá – O que você quer Jared?
- Quanto você bebeu?
- Não é da sua maldita conta. O QUE VOCÊ QUER?
Jared suspirou e colocou as mãos nos bolsos.
- O enfeite.
Jensen sabia onde o enfeite está.
- Eu não sei onde está. Mudei algumas coisas por aí... Você não levou?
- Não, eu esqueci. Eu quero isso agora.
- Então procure.
Jared sentiu as lágrimas ameaçarem a cair.
- Eu também sinto falta dele. Estou apenas tentando passar pelos próximos dois dias o melhor que eu posso.
Jensen colocou a garrafa de cerveja em cima da mesa de centro e colocou seu rosto em suas mãos.
- Eu sei.
- Porque você não foi pra Dallas? – Jared disse enquanto ele sentava na mesinha de centro – Você pode vir comigo essa noite para casa dos meus pais – Jensen não olhou pra ele – Eu não gosto de você estando aqui sozinho.
Melhor estar aqui sozinho do que sofrer diante de todos os olhares de pena. Jensen andou até a porta e a abriu.
- Eu tenho algumas coisas para fazer hoje. Se eu encontrar o enfeite, eu te ligo.
Jared se aproximou de Jensen, o olhou carinhosamente, o beijou na testa e saiu da casa.
ANTES:
Supernatural tinha sido encerrado e eles estavam circulando entre Vancouver e Los Angeles, onde o trabalho deles se concentrava. Jared estava tentando entrar num projeto de um filme independente e Jensen estava doente. Ele tinha estado vomitando todos os dias, estava sonolento e com uma dor irritante em sua barriga e costas. Ele pensou que ele estava com uma indisposição estomacal aliada a uma gripe e finalmente ele foi à um médico.
Jared estava no escritório trabalhando em um roteiro quando Jensen chegou em casa. Ele desligou o laptop e caminhou pelo corredor descendo as escadas quando Jensen surgiu no pé da mesma com um sorriso de orelha a orelha.
- Eu estou esperando um bebê.
Jared parou no meio da escada e encarou Jensen. "Jensen estava grávido? Porra, Jensen estava grávido!". Jared desceu o resto das escadas correndo.
- Você está de verdade esperando um bebê?
- Um mês – Jensen disse acenando e sorrindo.
Jared se ajoelhou e puxou a camiseta de Jensen pra cima. Passou gentilmente a mão por todo abdômen plano de Jensen.
- Tem de verdade um bebê ai dentro? – Jared perguntou solenemente olhando a barriga de Jensen com adoração.
- Tem de verdade um bebê aí dentro – Jensen disse sorrindo acariciando os cabelos de Jared.
Eles conversaram um bocado sobre isso e decidiram criar o bebê no Texas. Vancouver era muito frio, e LA era, bem, LA. Então eles compraram um pequeno rancho com uma casa espaçosa nos arredores de San Antonio e embalaram suas coisas.
O Texas tinha uma lei em que homens que eram capazes de engravidar e que estavam gerando uma criança tinham que ter encontros com uma assistente social para confirmar se eles estavam cientes do que estavam fazendo e do que esperar com a gravidez, parto e os cuidados que uma criança exigia. Jensen e Jared tiveram sorte quando Harriette Griffin foi designada a assistente social deles.
A senhora Griffin era uma mulher na casa dos 50 anos, com um coque e óculos de armação grossa que dava um ar de tranquilidade e experiência. Ela lembrava a Jensen aqueles tipos nos filmes dos anos 40 que ajudaria sem nem piscar qualquer casal a adotar um bebê. Ambos, Jensen e Jared, gostaram dela imediatamente e ela também gostou deles.
Eles tinham descoberto via ultrassonografia que estavam tendo um menino e escolheram o nome Bradford. Se isso não gritasse "Texas", então nenhum outro o faria. As famílias de ambos estavam igualmente animadas.
A gravidez de Jensen correu sem nenhum evento até o final do oitavo mês.
Jared estava no escritório, terminando de dar uns retoques na proposta financeira para o filme dele. Jensen tinha dormido e resolveu ir pra cozinha preparar um lanche rápido pra eles. O médico tinha dito a ele que era bom evitar o café, mas que ele estava liberado para beber uma caneca por dia. Ele estava bebericando seu café e preparando sanduíches de presunto e queijo para eles, enquanto relanceava o olhar na TV e via uma reprise de Supernatural. Jensen fez uma leve careta, ele sempre era um crítico feroz de si mesmo quando o assunto era trabalho, e se Jared estivesse ali com ele assistindo isso, ele estaria sorrindo e dizendo que Bradford estava contente por ver onde seu Papai e seu Papa se apaixonaram. Jensen sacudiu levemente a cabeça e sorriu.
A contração literalmente o pegou de surpresa e o assustou. Era muito cedo para ter o bebê. A segunda contração foi extremamente dolorosa e ele estava em lágrimas. Jensen mal conseguiu se manter de pé e gritou por Jared.
Jared chegou à cozinha e encontrou Jensen, curvado com a mão segurando protetoramente a barriga e chorando dolorosamente. Sem nenhuma palavra, ele pegou Jensen nos braços, o colocou no carro e correu para o hospital.
No caminho Jensen não disse uma palavra, apenas chorava e enrijecia a cada contração e acariciava sua barriga. Jared ligou para o obstetra dele, Doutora Stevens, e ela os encontrou na emergência do hospital.
Jensen foi colocado em uma maca e um monitor para bebê foi colocado em volta de sua barriga.
Nenhum batimento cardíaco.
Ele começou a tremer violentamente.
- Por que não há batimentos cardíacos? O que está errado? – ele olhava em pânico para Jared que estava pálido de medo.
A médica estava gritando algo urgente sobre precisarem de uma cesariana de emergência e os enfermeiros ficaram frenéticos – eles precisavam tirar o bebê imediatamente, sem nenhuma perda de tempo.
Depois disso tudo ficou escuro.
Sua boca estava muito seca. Ele não tinha certeza se ele estava acordado ou ainda dormindo. Jensen abriu seus olhos. Olhou em volta, Jared estava sentado do lado dele, segurando sua mão e a acariciando. Com a outra mão, Jensen tocou sua barriga.
- Onde está Bradford? – ele perguntou com a voz rouca.
Jared pegou pedaços de gelo e deu a ele em silêncio. Algo estava errado. Jensen podia ver pelos movimentos de Jared que algo estava errado. Jared sentou na beirada da cama. Os olhos deles estavam úmidos, inchados e vermelhos. Ele pegou a mão de Jensen, acariciou de novo.
- Bradford nasceu morto – o tom de voz era trêmulo.
Jensen empurrou a mão de Jared pra longe e olhou incrédulo pra ele.
- Por que você diria algo assim? Onde ele está?
Jared tentou envolver Jensen nos seus braços. Jensen o empurrou violentamente e gritou em desespero.
- EU QUERO VER O MEU BEBÊ AGORA!
Jared tentou abraçá-lo de novo e dessa vez ele foi capaz de conter Jensen e colocar seus braços em torno dele.
- Ele se foi. Ele se foi Jen.
Jensen lutou um pouco mais, e de repente ele amoleceu e se agarrou desesperado em Jared, soluçando e chamando pelo seu bebê, enquanto Jared o abraçava de volta e eles choraram a dor e a perda deles.
Doutora Stevens veio para ver Jensen uma hora depois. Ela explicou que o cordão umbilical tinha enrolado de um jeito fatal no pescoço do bebê. As contrações vieram porque o bebê tinha morrido. Ela estava solidária a dor deles.
Jensen insistiu em ver Bradford. Ele não poderia processar e entender a perda do seu bebê. Jared tinha trazido Bradford para o quarto, então Jensen poderia vê-lo. Jared pediu a enfermeira pra sair do quarto e então ele colocou o bebê, envolto numa das mantas que Donna tinha feito pra ele, nos braços de Jensen.
Bradford era tão pequeno e pálido com um leve tom azulado de pele. Ele tinha o nariz pontudo de Jared, alguns fios dourados de cabelo na cabeça, e Jensen poderia sentir as perninhas arqueadas através da manta. Jensen o trouxe pra junto de si, esfregou seu nariz pela bochecha gelada do seu filho, o beijou na testa e o agasalhou melhor na manta. "Eu daria qualquer coisa pra ver os seus olhos, Brad". Jensen sussurrou enquanto olhava pro seu pequeno filho. Jared abraçou os dois enquanto as lágrimas de Jensen e Jared caíam pelo rosto sem vida do pequeno Bradford.
Era tão estranho chegar em casa sem o bebê deles. Desde que Bradford nasceu morto, eles tinham que enterrá-lo. A casa estava cheia com seus familiares. Eles tinham esperado isso, mas era pra dar as boas-vindas a Bradford e não pra dizer adeus.
Jensen estava sedado durante o funeral. Ele não podia enfrentar o pensamento do seu pequeno filho em um caixão. Jared ficou sozinho para lidar com tudo, lidar com a família e com os amigos.
A cada vez que Jared tentava tocá-lo, Jensen o afastava timidamente. Jensen se lembrava de como Jared não poderia manter as mãos fora dele quando ele estava grávido e Bradford. Jared acariciava sua barriga e falava com Bradford o tempo todo. A vida amorosa deles se tornou mais gentil e carinhosa.
Duas semanas depois do funeral, houve uma entrega dos correios.
- Você tem uma encomenda – Jensen disse enquanto ele entrava na cozinha onde Jared estava fazendo almoço.
- Eu abrirei mais tarde – Jared disse e colocou a encomenda de lado.
- O que é?
- Algo que eu encomendei pa... para Bradford.
Jensen abriu o pacote em silêncio de forma furiosa. Dentro da caixa havia um enfeite feito sob encomenda de um garotinho com enormes olhos verdes, cabelos bagunçados e nariz pontudo usando roupas de Natal e onde se lia embaixo: "Primeiro Natal de Bradford".
Foi a única briga deles desde que eles perderam o filho e foi uma briga cheia de raiva, acusações, , culpa e vergonha. Só terminou quando Jared fez uma mochila e saiu com os cachorros. Jensen colocou o enfeite de volta na caixa e o atirou na prateleira de cima do armário do quarto de hóspedes.
