Como conheci a sua mãe?
Estava sentado no sofá da sala vendo um programa qualquer que passava na televisão. Ouvi passos em minha direção. Deduzi que era Nessie, já que Bella estava dormindo.
-Sem sono, Renesmee?
-Como você
sabia que era eu?! – ela tinha surpresa na sua voz. Eu ri.
-Sua
mãe está dormindo, então só poderia ser você.
Ela soltou um risinho e se sentou ao meu lado. Ficamos cinco minutos calados, apenas assistindo o programa. Então ela começou a ficar inquieta e eu percebi que ela queria alguma coisa.
-Anda, manda a bomba.
-Bomba? Que
bomba? Tenho cara de terrorista, pai? – Eu ri.
-Quando você não
para as mãos desse jeito – apontei suas mãos – é porque você
quer alguma coisa.
-Não, não é não. – Ri de novo.
-Você
não me engana, Nessie. É igualzinha a sua mãe!
-Ok... – Ela
rolou os olhos pelo chão e me encarou – Como você e a mamãe se
conheceram? – Não pude deixar de sorrir.
-Bem...
Flashback
Andava depressa em direção a casa de Alice. Há cinco minutos ela me ligara mandando ir urgentemente encontrá-la. Estava com tanta pressa e distração que tropecei em alguém que estava abaixado no chão.
-Me desculpe, você está bem? –
Perguntei e ela levantou o rosto vermelho, molhado e inchado de
choro. – Oh, me desculpe mesmo, eu não a vi. Eu te machuquei? Me
perdoe, por favor.
-Não, não, tudo bem. – Ela levantou-se
lentamente, fungando, e coçou o nariz. Demonstrou-me um pequeno e o
mais maravilhoso sorriso que já vira na vida – Não foi você quem
me machucou.
Eu não sabia o que fazer, ela era realmente linda. Não um linda extravagante, um linda normal, comum. A pele branca indicava o pouco sol ou talvez simplesmente não conseguisse pegar cor; os olhos cor de chocolate brilhavam de uma forma triste e os cabelos no meio das costas balançavam lindamente. Eu ficara fascinado de tal forma, que não ouvira o que ela me disse e só consegui voltar ao mundo real quando a vi se virar e sair. Não podia deixá-la ir daquela forma.
-Ei, espera! – Ela parou e se
virou para mim, receosa – Você... Não quer tomar um café comigo?
Desabafar? - Ela me olhou desconfiada – Eh.... A propósito, me
chamo Edward Cullen – lhe estendi a minha mão.
-Isabella Swan.
Bella. – Bella me estendeu a mão, apertando a minha e eu a
beijei. Ela corou quando eu a olhei e sorri.
Andamos em silêncio até o Starbucks e pedimos dois cafés e biscoitos. Sentamos em uma mesa no canto e eu comecei uma conversa:
-Então, se não fui eu quem te
machucou, quem foi? – Ela me olhou receosa. Aquele receio estava
começando a me incomodar.
-Jacob. Meu namorado. – Ela olhou
para baixo – Ex.
-Ex? Quando terminaram?
-Hoje – Ela
desviou o olhar – Era por isso que eu estava chorando.
-Porque
ele terminou com você?
-Não exatamente. – Ela olhou para o
chão – Se fosse só isso, eu suportaria sem chorar, mas...
-Ele
te agrediu? Te xingou? – Ela balançou a cabeça
negativamente.
-Hoje eu descobri que estava grávida. Ia contar
para ele quando nos encontrássemos hoje, mas antes que eu pudesse
contar, ele terminou. E eu não pude fazer nada, porque ele me disse
que não tinha mais volta. – Ela deu de ombros. Uma lágrima desceu
do seu olho direito e ela logo a secou.
-Mas você não disse que
estava grávida? – Ela negou com a cabeça. – E por que
não?!
-Não ia adiantar nada – Ela deu um risinho irônico –
Você acha que se eu dissesse que estava grávida, ele iria voltar
para mim, dizendo que me ama?
-Não, mas iria cuidar do filho de
vocês. Afinal, você não o fez sozinha, não é?
Passamos horas conversando. Bella era, além de linda, inteligente e interessante. Tudo nela me fascinava. Perguntei sobre o seu ex-namorado, sobre a sua família, suas amizades e sua vida. No fim da tarde, parecíamos amigos de infância. Trocamos telefones e passamos a nos encontrar diariamente. Bella se tornou uma pessoa essencial na minha vida.
O acidente de carro me fez perder o chão. Quando recebi o telefonema do hospital, já que era o último número discado no seu celular, fiquei em choque. Bella estava com quatro meses de gravidez e um acidente desses poderia matar o bebê.
Dirigi em velocidade até o hospital e a encontrei no quarto com os olhos opacos. Aqueles chocolates, sempre brilhantes, não demonstravam nada. Eu me aproximei e me sentei ao lado da cama, segurando sua mão. Bella me olhou e começou a chorar. Eu me levantei e a abracei com cuidado, mas ela retribuiu o abraço com toda a força que tinha.
-O meu bebê, Edward, eu perdi o meu bebê.
Ela enterrou o rosto no meu ombro e eu senti suas lágrimas molharem a minha camisa. Tudo o que podia dizer é "calma, Bella, calma" e sentir aquele aperto insuportável no peito. Era a segunda vez que eu via Bella chorar.
A partir daquele dia, nos tornamos ainda mais próximos. Enquanto antes nos víamos duas horas por dia, passamos a estar sempre juntos, menos quando estávamos dormindo. Ainda tinha dias, quando Alice inventava de nos arrastar para festas, que dormíamos juntos.
A medida que passávamos mais tempo juntos, eu sentia algo diferente em relação a Bella. Não era algo como eu sentia por Alice, Rosalie ou qualquer outra mulher. Era algo diferente, estranho. Que chegava a machucar quando não estava com ela ou vendo-a com outro.
Levei dois meses para descobri que estava apaixonado. Completamente apaixonado, na verdade. Bella se tornou o motivo da minha dos meus sorrisos, a minha felicidade, a minha razão, a minha vida.
Pedi-a em casamento em um dia que a
chamei para ir ao Starbucks tomar café. Escolhi aquele locar por ter
sido onde tivemos a nossa primeira conversa. Não a pedi em namoro
pois achava algo muito vago e incerto. E eu tinha certeza dos meus
sentimentos e que a queria ao meu lado pelo resto da
vida.
Surpreendi-me quando ela me disse que era apaixonada por mim
desde que perdera fizera dois meses de gravidez.
Bella me abraçou chorando e disse sim ao meu pedido de casamento. Nos casamos seis meses depois. Tivemos uma longa lua-de-mel na Europa e dois anos depois Renesmee nasceu. Minha segunda razão de viver.
/Flackback
Nessie me olhava com os olhos brilhando e um sorriso bobo nos lábios. Deu um riso e desliguei a televisão que fora esquecida ligada enquanto eu viajava nas minhas lembranças.
-Nossa, pai, que... COMO VOCÊ É
FOFO! – Ela pulou no meu pescoço e roçou a bochecha na
minha.
-Poxa, filha, chamar um cara de fofo não contribui muito
com a masculinidade ele.
-Ah, é que foi tão lindo te ver falando
de como era apaixonado pela mamãe e que ela se tornou a razão da
sua vida!
-Ei, você ouviu o resto da história? Tenho duas razões
para viver, ok?
-Ah, sim, claro. Eu sou muito importante. –
Soltou um risinho – Então, bonitão, a sua linda história de amor
me encantou, mas eu tenho aula amanhã. Vou dormir, pai.
Não consegui segurar a gargalhada. Nessie me deu um beijo na bochecha e foi para o quarto. Soltei um suspiro exausto e me encostei desleixadamente no sofá, fechando os olhos. Senti um par de mão pequenas e delicadas nos meus ombros e sorri.
-Contado essa história de novo,
bonitão? – Sorri mais ainda.
-Você sabe que é a minha
preferida. – A senti sentando-se no meu colo e dando um risinho.
-A
nossa. – Me beijou.
I want to give you
everything I'll give you my all
Because you gave me, you gave me
your lips a gentle kiss
The medicine to cure my pain
