Escrito para o Projeto Cigarettes and Valentines, da seção Blackamoor do 6V.
Born to live Separated
Quando os lábios vermelhos de Bellatrix tocaram os pálidos e ressecados de Sirius, por segundos fez com que ele se esquece da aliança prateada de noivado que sua prima usava naquele longo e delicado dedo.
Ele não vencera a discussão que tiveram no grito, nem nos argumentos de que ela não deveria se casar com um Lestrange – ela já havia tomado sua decisão, e aquela era a despedida deles. E por mais que Sirius tivesse tentado afastá-la, o cheiro de Bella inebriava seus sentidos, assim como as mãos habilidosas que tocavam seu dorso desnudado.
O simples pensamento de que talvez nunca mais fosse tê-la em seus braços, sentindo a típica ânsia de Bellatrix em tomar seus lábios, fez com que seus movimentos se tornassem desesperados, quase brutos. Ela parecia sentir o mesmo, pois sequer se importou quando Sirius rasgou a seda caríssima do vestido dela.
Mas o brilho da aliança estava ali, e cada vez que Sirius abria os olhos se deparava com aquela joia que parecia tornar a mão de Bella mais feia. Sem conter o impulso, segurou com força a fina mão dela e arrancou brutamente aquela peça maldita. Arremessou longe, e antes que Bellatrix pudesse reclamar, já havia tomado seus lábios novamente.
E quando Sirius saiu de Bella depois de tomá-la por inteira, apoiou-se nas mãos para não deixar que seu peso caísse sobre ela, sentindo que nunca mais poderia tocar aquelas poucas curvas daquele corpo magro, ou sequer aproveitar esse momento que vinha após o sexo – era calmo e tranquilo, como um mundo só deles, onde nada poderia interferir.
Mas esse mundo já não existia mais, e Sirius teve essa certeza quando ela beijou seus lábios em uma despedida muda. E quando ela arrumou o vestido, conjurou sua aliança de volta ao seu dedo anelar e olhou para ele da porta do quarto, Sirius sentiu seu coração em pedaços. Não houve palavras de adeus, não houve nenhuma esperança de que isso voltaria a acontecer – aquele tinha sido o fim, e fins não devem ser contrariados, nunca.
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