Os dias eram um tormento… Bom, essa é a única palavra que lhe podia vir á mente. Um ano. Um ano sem a ver, sem a ouvir, sem ela. Inuyasha olhou para o céu estrelado e suspirou. Qual era a importância de o Mundo estar em paz se ele estava a viver num inferno? Sim, ele era um estúpido, um anormal… Chamem-lhe o quiserem, ele sabe que é qualquer coisa e depois egoísta. Ou também podem dizer que sente saudades…

Há uma voz de sempre

Que chama por mim

Para que eu lembre

Que a noite tem fim

As noites parecem ser sempre longas demais. Ele não sabia explicar, mas talvez fosse por ninguém estar acordado na aldeia. A Lua e as estrelas pareciam gostar de o ver perdido e sem dormir, ou talvez o estivessem a tentar confortar, ele não sabia dizer. Ele não dormia. Não porque não tivesse sono, mas porque, sempre que fechava os olhos, sonhos de uma época feliz da vida dele e de uma certa rapariga de cabelos negros, o assombravam. Ele gostava dos sonhos, mas uma onda de saudades apoderava-se dele todas as noites.

Ainda procuro

Por quem não esqueci

Em nome de um sonho

Em nome de ti

Todas as noites ele ia até ao poço, e todas as noites a esperança e a vontade de viver recebiam mais um golpe. De dia, ele vinha até ao poço de três em três dias. Mas de noite, ele ia lá todos os dias, na esperança de a encontrar a sair de lá com o sorriso que era a sua salvação. O seu sonho fora tornar-se num demónio completo, mas, desde aquela noite, o seu sonho começou a desaparecer até que o deixou completamente confuso. Não sabia o que era o seu sonho, perdeu-se completamente. Até que ele entendeu que o sonho dele já existia. E estava tão perto, mas ao mesmo tempo tão longe.

Procuro á noite

Um sinal de ti

Eu espero á noite

Por quem não esqueci

Eu peço á noite

Um sinal de ti

Por quem não esqueci

Ele acordava muitas vezes com a impressão de que ela voltara, mas descobria logo que eram apenas os seus sentidos a pregarem-lhe uma partida. Ele via as estrelas brilharem e pedia-lhes que lhe dessem um sinal. Qualquer coisa…

Ainda procuro

Por quem não esqueci

Por quem já não volta

Por quem eu perdi

Mesmo sabendo que ela não pertencia ali, mesmo sabendo que era mais provável ela nunca mais voltar, ele queria vê-la. Durante o tempo em que ela esteve na época antiga, ele foi um parvo. Sim, ele sabia que tinha sido. Mas ela estava sempre lá, mesmo quando ele punha a perna inteira na poça. Ela tratava dele, ela aceitava-o por quem ele era. Ela era a sua casa, o único lugar para onde ele podia voltar e ser aceite de braços abertos. Claro que ele não estava sozinho, tinha o monge, a Sango, a Kaede, e até o piolho de cabelo ruivo. Mas faltava-lhe o mais importante…

Procuro á noite

Um sinal de ti

Eu espero á noite

Por quem não esqueci

Eu peço á noite

Um sinal de ti

Por quem eu não esqueci

Mesmo que ela não voltasse nunca mais, mesmo que ele tivesse quinhentos anos pela frente. Ele ia arranjar maneira de a voltar a ver, nem que fossem só uns segundos… Ele ia esperar, o tempo que fosse necessário. Raios, ele até iria correr meio Mundo, se isso a fizesse voltar. Inuyasha parou de caminhar e olhou em volta. Ele nem precisava de olhar, já sabia onde estava. Ele podia caminhar de uma ponta á outra do Japão, mas ele vinha sempre parar aqui. Ali estava ele, o poço que os ligara em tempo antigos.

Procuro á noite

Um sinal de ti

Eu espero á noite

Por quem não esqueci

Eu peço á noite

Um sinal de ti

Por quem eu não esqueci

- Eu vou esperar o tempo que for necessário… Mas eu juro, que te vou ver outra vez… Kagome.