Como poderia esquecê-lo se vivia com ele? Juntos, o tempo todo. Ligações, mensagens, o contato interminável. Queria esquecê-lo antes que algo pior - e nesse caso, eu quero dizer mais profundo - aconteça. Já namoravam havia algum tempo, o sentimento de amor já dominava. Não queria perdê-lo. Mas também não queria perder-se nele. Aqueles malditos olhos claros e o sorriso perfeitinho. O jeito como a tratava era divino. Como cristal. Digno de uma princesa.

Agora a questão: Se é tratada assim, como pode não querê-lo? Simples: O medo de perder.

Afinal, ter algo, para perder depois é triste, e devo mencionar aqui, que nada serve de consolação no momento. Ter a perfeição e perdê-la é nada mais que inútil e decepcionante. Controlar os ciúmes, deveria ser algo mais fácil. Algo que não precisasse de tanto esforço, porém, não é nada assim. É justamente o contrário. Ela insiste que não são ciúmes. É só o medo de perder. E sim, tem diferença. Ciúmes, são ciúmes. Medo de perder, é possessividade. Coisa que ninguém deveria ter, já que ninguém possui ninguém. E o que ela faz para amenizar isso? Sorri.

Ele a está esperando no portão da casa dela. Ela está descendo pelo elevador, se olhando no espelho e esperando que esteja bonita o suficiente para não ser trocada por outra. Pelo menos não hoje. Ela se encaminha para o portão e estampa um sorriso cheio de segredos - medos - ao vê-lo.

- Oi amor - ela diz enquanto descia as escadas do hall do apartamento onde morava. Ele segurava o portão aberto para que ela pudesse passar.

- Oi lindo, tudo bem? - ela o abraça, esperando que nunca perca isso.

- Tudo e com você? - ele a abraça de volta, nunca sabendo o quão longe a mente de Tenten está.