Sinopse: Após "Homem de Ferro 1", Tony Stark resolve dar o ar de sua graça em terras tupiniquins. Tendo em mente um projeto obscuro, utilizando a armadura de seu alter ego, o bilionário acaba por envolver-se com a assistente brasileira, Alicia. Amiga da Pepper, Alicia – ou Lily – enfrentará a personalidade recheada de problemas psicológicos do chefe, mas acabará encontrando nele algo que nunca imaginou, tendo que combater seus próprios conflitos internos construídos no passado. Atravessando, inusitadamente, os nove círculos do Inferno de Dante, monitorados por uma força tarefa espiã e vilões imprevisíveis, em algum ponto, a questão inevitável aparecerá: Será possível manter a sanidade mental?

Classificação Etária: 18 anos.

Aviso: Infelizmente – ou felizmente -, a maioria dos personagens que você lerá nesta fanfic não me pertencem. Cenas de sexo, palavrões e tortura.

Créditos: Marvel, Black Sabbath, "A Divina Comédia" de Dante Alighieri, a quantidade massiva de músicas embutidas no decorrer dos capítulos e aos que me encorajaram a escrever esta fanfic.

Ah, antes que esqueça, comentários são sempre bem-vindos =)

Sem mais delongas, vamos ao que interessa:


HAS HE LOST HIS MIND?

by **Sue**

"Ele enlouqueceu?

Ele pode ver ou ele é cego?

Ele pode andar direito,

Ou se ele se mover ele cairá?

Ele está vivo ou morto?

Tem pensamentos em sua cabeça?

Apenas larguem ele ali,

Por que deveríamos nos importar?"

Tony Stark. Bilionário da indústria armamentista. Somente a pronúncia de seu nome emanava poder. Famoso também pela denominação Homem de Ferro. Apesar de ''lutar contra o mal'' em suas horas vagas ou quando seu ego estava necessitando de uma reparação, ele continuava o mesmo. Bem, pelo menos grande parte do mesmo. Jogava, transava, bebia, arquitetava, criava, flertava; não exatamente nessa ordem.

Pepper Potts, depois da revelação de seu chefe, perdeu o pouco sossego que lhe restava. As conferências de imprensa dispararam e os paparazzi estavam mais ensandecidos do que nunca. Ela estava estressada por tudo. Compreensível. Até um romance secreto com Tony foi cogitado e que ambos estariam escondendo um casamento secreto e dois filhos que estudariam na Suíça. Óbvio que as indiretas do chefe aumentaram com um tom sarcástico e genuinamente sexy. Pepper quase sempre fingia que não escutava ou então apelava para o bom e velho senso de humor.

Uma das salas de reuniões da mansão Stark reproduzia notas musicais não tão harmônicas. '' Smoke on the water '' do Deep Purple, vibrava com discrição as paredes parcialmente revestidas de titânio e ouro. Um gosto peculiar do dono, que após a fabricação de sua armadura, decidiu criar uma sala que refletisse seu estado atual. Uma breve conversa de negócios e alguns contratos a assinar despertaram a atenção de Tony. Um país que ele ouvira falar poucas vezes o estava requisitando. O cachê era alto e prometia total segurança em sua estadia.

- Brasil? - ele inquiriu, com uma de suas sobrancelhas levantadas. Ainda com os olhos presos na proposta, remexeu com suavidade o copo de uísque pousado em seu colo. O dia anterior fora estafante e ele relaxava em uma de suas poltronas de couro.
- Sim. Achei que seria uma boa opção visitar alguns países da América do Sul. - Pepper respondeu naturalmente, ainda entretida na organização de um arquivo pertencente a uma das Empresas Stark.
- Eu já visitei Pepper. Lembra daquela vez em que fui para a Venezuela e...
- ...Quase foi abatido por desconfiarem que você era um caça americano? - cortou qualquer provável monólogo, fechando o laptop com sutileza sobre a mesa. Respirou fundo e viu Tony ainda lendo o contrato. Algo que não lhe era muito comum. - Lembro sim. E você só foi uma vez. Seria interessante fazer mais alianças por lá.

- É, seria interessante conhecer as latinas em seu habitat natural. - lançou, em um tom malicioso, após um generoso gole do uísque que já estava quase no fundo do copo.
- Se é o tipo de alianças que lhe agrada... - rebateu, murmurando, tratando a frase como algo normal.

Ela conhecia o chefe e a vital atração por mulheres. Poderia até arriscar que ele provou gostos femininos por todos os lugares onde esteve, seja por diversão, convenção ou até mesmo como Homem de Ferro. Pensou em como aquela armadura poderia se tornar um incômodo em momentos mais íntimos. Algo estava diferente e seu corpo começou a timidamente suar.

Então, notou que Tony a encarava sério, com os traços do rosto comprimidos, tentando desvendá-la; restando o contrato pendendo entre seus dedos. Repreendeu a si mesma, porém pôde perceber que o calor não era da típica situação e sim do verão californiano. Logo tirou os pensamentos da cabeça ao ver Tony terminar o uísque e se direcionar para a porta.

- ... a única regra não estabelecida é o tempo de permanência. Irei conversar com eles sobre isso. - ela terminou a frase rapidamente.
- Perfeito. - afirmou em tom limpo, andando lentamente até a porta, de costas para ela. Ele estava cansado e até sua vestimenta o denunciava. - Jarvis?
- Sim, Mr. Stark? - o A.I. de repente ecoou pela sala, com sua voz britânica sempre dócil.
- Adeque o termostato. Estamos no verão e não quero ver a Pepper com calor a não ser pela minha presença. - disse, com um ar pervertido, prestes a cruzar a linha divisória entre a sala e o corredor.
- Sim, senhor. Adaptando para o nível verão.
- Isto é tudo, Mr. Stark? - Pepper perguntou alto o suficiente para se sobrepor à voz de Ozzy, que começava a grunhir algo inteligível na época gloriosa do Black Sabbath.
- É tudo, Miss Potts. - respondeu, com a voz cordial de sempre no cumprimento. Não resistiu e voltou, colocando somente metade do corpo para dentro do local. - Estarei na cama, se precisar de mim. Ou se quiser se juntar a mim. - um sorriso malicioso surgiu em seus lábios, contrastando com o rosto cansado.
- Oh! Daria-me um dia de descanso? - celebrou com dissimulação.
- Se o descanso for na minha cama e não precisamente um descanso. - atiçou, piscando de forma convidativa.

Pepper odiava quando Tony piscava. Aquilo era sexy, sem sombra de dúvidas. O problema era que a tal 'piscada' ele usava com todas e isso incomodava por tratá-la às vezes como uma delas. Contendo o resquício de constrangimento, ajeitou o tronco e suspirou, repetindo:

- Isto é tudo, Mr. Stark?
- É tudo, Miss Potts. - e ele finalmente saiu, deixando-a sozinha.