- Olha, eu sei o jeito que você me olha, Dean. (...) Posso ser uma aberração, mas não é o mesmo que ser perigoso. Passei a maioria da minha vida tentando ser normal. Mas qual é. Não sou normal. Mas estou me esforçando, assim como a Amy.
...
- Mas as pessoas são o que elas são... Não importa o quanto tente, você é o que você é. Irá matar novamente.
- Não vou, eu juro.
E de repente, um gemido.
Dean enfiara uma faca no peito da garota a sua frente. Ela o encarou, tremia, seus olhos estavam marejados. E antes que Dean pudesse discernir o que acontecia, o rosto da mulher começou a se contorcer. Assustado. Dean deu um passo para trás. Não esperava por aquilo. Amy Pond parecia um metamorfo se transformando, só que sem a retirada da pele. Apenas estava ali, se modificando. No lugar de cabelos loiros, castanhos. Os olhos foram para verdes escuros. Ombros fartos e largos surgiram. A altura do ser também se modificou. Agora era visivelmente mais alto.
A nova criatura fez Dean estremecer. Ele conhecia exatamente o dono daquela feição.
- Por que Dean? – perguntou o garoto recém-chegado.
- S... Sam? - Dean estava perplexo. Começou a ficar nervoso. Seu peito subia e descia de forma frenética, demonstrando uma respiração instável.
- Uma vez aberração, sempre aberração, não é mesmo? – Sam Winchester dizia enquanto uma fileira de um líquido vermelho saia do canto direito da sua boca e chegava ao queixo. A faca que anteriormente Dean usara em Amy agora estava gravada em Sam. Ele continuou:
- Como é que você disse? Ah sim! "As pessoas são o que são." Talvez tenha razão. Mas se sempre teve certeza disso, por que não me matou antes?
- Sam.. – Dean tremia.
- Você nunca vai me ver diferente, não é mesmo? Serei sempre a aberração que você nunca teve coragem de matar. – o sangue continuava a escorrer da boa de Sam. - Então por que Dean? Por que esperar todo esse tempo? Por que não o fez antes? Por que deixou tudo acontecer?
Dean sentiu-se tonto. Aquilo não estava acontecendo. Provavelmente estava sonhando. Mas era real demais. Ele olhou para os lados, em busca de respostas. Achou que ia desmaiar, tamanha náusea que sentia.
- Olhe pra mim enquanto falo com você, Dean. – Agora Sam gritou, cuspindo sangue no rosto do irmão imóvel a sua frente.
- DEAN! Olhe pra mim. – ele repetiu - DEAN!
- DEAN!
- O quê? O quê? – Dean estava ofegante. Olhou ao redor, sentou-se rapidamente e viu que estava na cama do quarto do motel em que ele e o irmão alugaram na noite anterior. Sam estava sentado na cama ao lado. Olhava preocupado para Dean.
- Tudo bem? – perguntou Sam terminando de colocar o tênis – Você estava tendo um pesadelo.
- Pesadelo? – Dean engoliu a seco, tentou rir com o comentário do irmão. Passou a mão no rosto para tirar o suor que era visível. – Não foi pesadelo. O problemático aqui é você.
- Sonhava com o que então? – Sam insistiu
- Agora tenho que contar meus sonhos eróticos para você Sam? Chegamos a esse ponto? – Dean lançou uma expressão de indignação para o rapaz a frente.
Sam sorriu de lado.
- Ok. Então guarde seus sonhos "eróticos" só para você, Dean. Levante-se. Bobby ligou. Aconteceu algo estranho perto daqui. O policial no radio parecia bem assustado. Temos que ir.
- Leviatãs? – Dean perguntou sentindo uma repentina dor de cabeça.
- Não sei, talvez, mas acho que não. – Sam respondeu
- Então quê? Emprego comum?
– Se você chama de comum, ótimo pra você. Anda. Levante-se.
Sam pegou uma pequena toalha que estava jogada em cima da mesa e caminhou até o banheiro. Dean o acompanhou com os olhos. De repente a imagem de Amy voltou a sua cabeça.
Ele não sabia, mas ela o atormentaria nas horas seguintes.
N/A: Gostei tanto de "The Girl Next Door" que fiquei com vontade de explorá-lo um pouco mais. Espero que gostem. Beijos! Fê :)
