Cap. 1

Akatsuki

-

- Atrás deles!

Os militares começaram a atirar, fazendo os fugitivos mudarem a rota e virarem à direita tão rápido que os perseguidores continuaram correndo em linha reta enquanto eles se escondiam na fenda. Uma criança dormia profundamente nos braços de um deles: Uma mulher ruiva com cabelos arrepiados.

- E então, Minato?

- Já coloquei tudo no lugar. - Falou um homem com cabelos loiros e olhos azuis. - Fuja daqui com Naruto.

- E você, baka? Não vai ficar aqui pra morrer, vai?

- Eu me viro. E se eu morrer pelo menos vocês estarão a salvo.

- O que?! Negativo! Eu vou levar o nosso filho para um lugar seguro e se você não voltar em cinco minutos é porque se meteu em problemas!

O rosto da mulher ficou vermelho de raiva e imediatamente Minato a puxou para beijá-la. Por um momento esqueceram que o alarme ainda soava em plena madrugada.

- Minato, por favor... ARH!

O casal correu para longe dali antes que uma bomba desmoronasse a fenda com eles nela. Minato tirou duas kemuridamas do bolso e fez uma núvem de poeira se formar.

- Agora, Kushina!

- Eu não vou te perdoar se você morrer, ouviu bem? - Gritou e saiu correndo com a criança.

- Atrás dela! - Gritou o líder, mas antes que os outros obedecessem uma bala lhe feriu a mão. - Aaah! Namikaze!

- Ele é meu filho, Danzou-sama, e não vou deixá-lo viver como uma arma de guerra sua. Não é assim que uma criança deve crescer!

- Todos aceitaram as condições, Namikaze! É pelo bem do país do fogo!

- São crianças e são seres humanos! Já planejava acabar com essas experiências doentias de uma vez por todas e agora que colocou meu filho nessa preciso agir rápido!

- Do que está falando, imbecil?

- Vocês tem trinta segundos para fugirem.

- Como!?

Cinco dos guardas apontaram as armas para Minato.

- O lugar vai explodir.

-...!

Os guardas se entreolharam com desespero no olhar e foi só um deles largar a arma e sair correndo que todos os outros o seguiram, restando apenas Danzou.

- Está blefando!

- Sua série de bijuus acaba aqui.

-

Kushina mal saiu do lugar quando se viu obrigada a se jogar com a criança no chão.

"BOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOU"

-...!!!

A explosão chamou a atenção de toda a rua enquanto lágrimas escorregaram teimosas pelo rosto da mulher. Não queria acreditar no que via. Esperava que fosse como nos filmes, em que aparece o mocinho vivo entre as chamas. Esperava que o marido estivesse vivo, tivesse escapado de alguma forma, mas Namikaze não apareceu e talvez nunca mais aparecesse.

A mulher sentiu o coração apertar e um grito lhe sufocar a garganta. Uma sensação que não queria reprimir e queria que todos ficassem sabendo. Sem poder controlar seu ódio gritou com todas as suas forças:

- MINATOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!

A voz aguda e sofrida saiu da garganta enquanto a mulher caía de joelhos e seu choro se tornava compulsivo. Apertou mais o bebê para perto de si e curvou-se.

A base militar estava destruída e seu filho dormia sem perceber o que se passava. Havia sido sedado desde o começo da fuga. Kushina limpou as lágrimas com as mãos e tirou o pano da cabeça do bebê. Era loirinho como o pai e possuía três marquinhas em cada bochecha, resultado da transformação.

- Tudo vai acabar bem, Naruto.

-

-

-

-

Vinte anos se passaram...

Era tarde na cidade de Konoha e o sol escaldante tornava a situração ainda pior. Gritarias tumultos e tiros. Os militares costumavam atirar em sua sombra sem se importar quantos civis seriam baleados. Fazia parte de um código de ética talvez. "A paz exigia sacrifícios".

- Pra onde ele foi?

- Ali em cima! - Gritou uma mulher horrorizada ao ver um vulto com nove caudas saltando pelos prédios. Os outros militares seguiram a criatura.

Alguns ficavam apreensivos, outros preocupados, mas a maioria queria estar lá para assistir à captura daquela aberração apenas para poderem chegar em casa e dizerem à família: "Eu vi quando os caras prenderam aquele bicho". Naruto os odiava por isso. Ninguém ali se importava se ele era a vítima, só queriam ver os guardas o pegarem. Corria e saltava como uma raposa, todos diziam, e se jogou na primeira janela que encontrou.

Por sorte era a de um apartamento abandonado.

- Ar... Ar... Ar...

Namikaze Naruto. Cabelos loiros incrivelmente bagunçados, pele bronzeada e com três tracinhos em cada maçã do rosto. Seus olhos estavam da cor do sangue e não possuía orelhas humanas, mas sim, orelhas de raposa. Vinte anos.

Naruto ouviu os chamados dos militares e se aproximou da janela cauteloso até escutar eles se afastando.

- Pra que eu fui entrar naquela briga?

O rapaz se aproximou de um espelho minúsculo e maltratado jogado no chão do apartamento e se olhou nele. Aos poucos seus olhos ganharam um tom azul vivo e suas orelhas de raposa sumiram, dando margem a um par de orelhas humanas.

- Como se adiantasse alguma coisa. Todo mundo decorou a minha cara agora. ú.ù

-

"E a criatura saiu saltando pelos prédios da região. A polícia não sabe dizer o que é aquilo e os militares se recusaram a dar entrevista. A vítima diz que a criatura tentou matá-la e através de um retrato falado conseguimos identificar o sujeito"

Um desenho mostrava claramente a foto de Naruto na televisão, assistida por um grupo de pessoas trajando kimonos pretos com nuvens vermelhas.

- É um deles? Finalmente... - Kakuzu sorriu de canto.

- É o que parece. Já temos os oito, só falta ele. - Pain se debruçou sobre o painel de controles.

- Hm... Naruto? - Sibilou um homem de cabelos brancos com três quartos do rosto cobertos por uma máscara e uma bandana preta.

- O que disse, Kakashi?

- Eu o conheço. É meu aluno na universidade de Konoha. Só não entendo como ele conseguiu se esconder por tanto tempo.

- Isso não interessa. Melhor pegarmos antes que o matem. Deidara, Sasori, vocês podem fazer isso.

- Huh? Nós? - Deidara apenas moveu os olhos em direção a Pain.

- A menos que você tenha mudado de nome, sim.

- Que falta de humor, heim!

- Levem Kiba e... Deidara, nada de dinamites ou bombas. Tente não assustá-lo. Ele tem as nove caudas então é a experiência mais evoluída.

- Ah... Assim você acaba com toda a graça do trabalho.

- Vamos, Deidara. - Ralhou Sasori.

- Hnf. O que eu não faço pela arte.

A dupla saiu da grande sala e se dirigiu ao corredor, passando por um rapaz ruivo de olhos azuis com contornos pretos. Gaara. Não possuia sobracelhas, além de ter orelhas de texugo ao invés das humanas. O ruivo parou e olhou friamanete para os dois.

- Melhor aproveitar que Pain está de bom humor, Gaara-kun. - Falava Deidara enquanto ía embora. - Ele aumentou a mesada o suficiente pra você comprar uma televisão nova.

- Só quando chover canivetes. - Gaara murmurou e continuou seu caminho.


Algumas horas depois a novela local tomou o espaço da reportagem sobre a criatura estranha.

Naruto entrou numa lanchonete despercebido e se dirigiu até uma das mesas. Trajava casaco laranja, calça jeans e boné azul.

- No que posso ajudá-lo? - Perguntou a garçonete.

- Aqui vende ramen? O Ichiru está fechado.

- O dono daquela barraca viajou. Vende sim.

- Ah, então me veja uma tigela bem cheia de ramen de porco.

A moça anotou o pedido e se afastou do balcão na mesma hora em que três figuras entraram: Sasori, Deidara e um rapaz de cabelos castanhos com duas marcas vermelhas no rosto. Usava uma blusa cinza com capuz e calça preta.

- Então, Kiba? É daqui que vem o cheiro? - Indagou Sasori olhando com certo desprezo para o local.

- Se as roupas que encontramos naquele apartamento forem as dele, está aqui sim.

- Continue até encontrá-lo. Un. Já que estamos aqui vamos pedir alguma coisa.

- Ah! Eu quero onigiri de passas, Sasori-danna. - Deidara levantou o indicador como se estivesse falando com o garçom.

- Eu quero teriyaki. - Pediu Kiba. - E não se esqueçam do sake.

- Não. Sem sake.

- Com sake, e bastante. Não vamos comer aqui mesmo.

- Vamos perdir seu teriyaki com bastante sake, mas identifique logo o rapaz. - Sibilou Sasori impaciente.

- Certo, certo. Mas eu vou saber se tem sake pelo cheiro.

- É só pedirmos com pimenta. - Deidara implicou.

- Sem pimenta!

- Deidara, pare de implicar, e Kiba, vá logo achar a experiência número nove.

Como a percepção de Naruto era a mesma de uma abóbora madura todos olharam para o trio cochichando no meio da lanchonete, menos ele, que permaneceu distraído olhando a janela e mergulhado em seus pensamentos.

- Huh? - Quando Naruto se deu conta Kiba estava perto dele. - Que foi?

- Como!? Você... Está vestindo laranja?!

- Qual é o problema? ò.ô

- Essa cor é a mais chamativa que existe, baka!

- Baka é mãe! Mais chamativa que essas tatuagens horríveis que você tem no rosto é impossível! Tava bêbado quando fez isso, é?

-...! Ora, seu... - Fechou os punhos enquanto uma veia saltava da sua testa.

- Desculpa.

- Huh!? o.õ

A garçonete colocou o ramen na mesa do loiro e ele começou a comer sem dar atenção a Kiba.

- Laranja é minha cor favorita. Eu não quero brigar.

"Mas se eu quisesse você já era" ¬¬

- Só achei estranho usar uma roupa tão espalhafatosa. Deve ser alguém que gosta de aparecer. Bem, não importa. Sasori-danna! - Acenou. - Já pediu meu teriyaki?

- Estamos levando para viagem. - Foi Deidara que respondeu.

- Então tudo pronto. - Kiba se virou para Naruto e estendeu a mão. - Até mais.

- Huh? Ah. Até.

Quando o loiro apertou a mão do desconhecido, Kiba rapidamente puxou seu braço e injetou com força algo nele. Naruto sentiu uma dor aguda, mas antes que seu reflexo permitisse gritar sua mente apagou.

Somente sua mente, porque seu corpo continuou acordado.

- Você vai me seguir, Naruto. Pague a conta e saia.

-...

- Vejo você lá fora.

Kiba saiu da loja e tirou o capuz. Além dos seus dentes terem se trasformado em caninos afiados havia um par de orelhas brancas de cachorro em sua cabeça. O rapaz logo tomou a forma humana sem que, contudo, as marcas vermelhas desaparecessem do seu rosto.

- Toma, rapaz chato. - Deidara estendeu uma das quentinhas para Kiba. - Por que seus dentes mudaram?

- Fiquei nervoso, mas deu tudo certo.

-...!

- O que foi?

- Militares.

- Epa.

Sasori permaneceu calado, olhando para os homens de uniforme e Kiba se escondeu atrás de Deidara, fingindo abrir a quentinha. Foi nessa hora que Naruto saiu e se juntou a eles.

- ...! Laranja!? Ótimo, por que não viemos de amarelo-vivo, verde-abacate e rosa choque pra chamarmos mais atenção? - Bufou Deidara.

- Hm... Tão chamativo e ao mesmo tempo tão discreto. - Murmurou Sasori. - Os militares jamais desconfiariam que um fugitivo vestisse cores tão vivas. Podemos ir sem problemas.

- Venha, Naruto. - Falou Kiba.

O hipnotizado assentiu com a cabeça e seguiu o trio.

-


Algumas horas depois...

- Hmm...

Naruto sentiu sua cabeça zunir quando acordou. Abriu os olhos mesmo sentindo que eles pesavam toneladas, e se sentou. Não estava numa cela, numa construção nem em sua casa, mas sim em cima de uma mesa de pesquisa, no centro de uma grande sala metálica cheia de máquinas e computadores.

A sua frente havia um espelho e a imagem mostrada por ele era a de um rapaz loiro, com olhos vermelho-sangue, orelhas de raposa, caninos afiados e nove caudas se movimentando lentamente em suas costas.

Tudo parecia normal exceto por um kimono preto com nuvens vermelhas que estava vestindo.

- Mas que roupa ridícula é essa?

- Vejo que acordou, Naruto-kun.

- Huh?

Pain se aproximou acompanhado de Deidara e Sasori, ambos com uma prancheta na mão.

- Ora, o que eu tô fazendo aqui? Se planejam me prender...

- Não tem porque nos atacar. Nós não somos seus inimigos, mas você não pode ignorar o fato de que é interessante.

-...!

- Venha.

Naruto se pôs de pé e seguiu Pain sem saber o porquê. Ao menos parecia mais produtivo do que ficar naquela mesa olhando para aquela luz anil ofuscante oriunda da sala. Fugir também não parecia uma boa alternativa naquela ocasião.

Nessa mesma hora uma garota de cabelos azuis, compridos, e olhos brancos colocou timidamente a cara para dentro da sala, grudando os olhos em Naruto. O loiro não pôde deixar de notá-la.

- A proprósito meu nome é Pain e o nome dessa organização é Akatsuki. Você é um bijuu. Você e mais oito experiências criadas há vinte e três anos atrás.

- Hum? Peraí, eu sou o quê?

- Um bijuu.

- E o que é isso já?

- Bijuu é uma criatura como você. Uma experiência científica voltada para o combate. Você é a experiência número nove e todas as que vieram antes de você deram certo.

-...!

- Diga-me, Naruto. Você é virgem?

- Arh?! Não. - Respondeu indignado pela inconveniência.

- Sua primeira vez foi interessante, não?

-...!

O loiro abaixou a cabeça e contraiu o punho, mas continuou andando. Atravessaram um corredor metálico, cruzando o caminho com outros de mesmo kimono.

- Você tem nove caudas, por isso aqui o chamamos de Kyuubi, e seu projeto teve como fonte o símbolo do yokai raposa que muitas vezes serviu de guardião contra os maus espíritos, então é o Kitsune. A inteligência dos países do fogo e do vento criaram nove bijuus, cada com um número de caudas. Ichibi, Nibi, Sanbi, Yonbi, Gobi, Rokubi, Shichibi, Hachibi e você, Kyuubi.

- Sacangem, eu sou o último!?

- É incrível como você se importa com isso. ù.ú Sim, você é o último porque depois de você seu pai explodiu a base militar e o projeto foi perdido. Sua mãe nunca lhe contou?

- Minha mãe morreu quando eu tinha seis anos.

- Quantas vezes mudou de país, Naruto-kun?

- Sete.

- Por vontade sua?

- Eu já estou acostumado.

- Desacostume-se. Não vou dizer que será uma pessoa normal, mas aqui não vai haver necessidade de passar por isso. Fora desse lugar tem um grupo militar organizado esperando para matar você. Na verdade os bijjus são uma criação que eles pretendem destruir. O que me diz?

O mais jovem virou o rosto mal humorado.

- Eu prefiro morrer do que viver nesse casulo ensebado.

- Você tem o mesmo temperamento de sua mãe. - Falou uma voz mais velha.

- ...! Kakashi-sensei!?

- Yo, Naruto-kun. - Sorriu.

- Você... Você também está metido nessa?

- Há algum tempo.

- Foi Kakashi que nos contou sobre você quando o viu atacando aquele aluno.

- Eu não ataquei ninguém. Ele que desmaiou de susto.

- De qualquer forma se não o tivéssemos trazido para cá certamente teria morrido. Ou pior, teria matado as pessoas que ama.

- Eu nunca matei ninguém nessa forma.

- Não. Mas sua mãe morreu tentando protegê-lo.

-...

- É sempre assim, não é? Você procura refúgio, mas acaba tendo que ir embora pra não complicar a vida das pessoas que o acolhem. Aqui você está protegido, Naruto, e não precisa colocar a vida de ninguém em risco porque é nosso papel protegê-los e estudá-los.

Pain mirou o bijuu mais fixamente.

- Ninguém o proíbe de ir embora... Mas aqui existem regras... Como em qualquer outro lugar que estiver.

- ...

---

Enquanto isso, num dos quartos do alojamento, Hinata e um rapaz andrógino de olhos e cabelos castanhos, conversavam.

- Deve ser ele mesmo. - Haku se sentou na cama e sorriu. - Se tem nove caudas então é mesmo o Kitsune.

- Ele é curioso... - As orelhas de tejón de Hinata abaixaram timidamente. - ...E fala como se esse lugar... Fosse como qualquer dormitório.

- Então ele é muito diferente para um bijuu, não?

- Sim. Mas talvez porque não cresceu aqui conosco.

A marçaneta girou e quem abriu foi Kiba, dessa vez com um cachorro em seu ombro direito.

- Yo, Hinata-chan. Haku. Já deram uma olhada nele?

- Sim. - A moça respondeu.

- Finalmente alguém pra encarar o Orochimaru, não? - O rapaz expulsou Haku da cama e se jogou nela. - O único com quem ele não implica é o Sasuke... Mas ninguém implica com o Sasuke.

- Todos são afim do Sasuke. - Confessou Haku com um sorriso gentil.

- Realmente Sasuke-kun é muito bonito... - A Shichibi corou. - Mas aquele rapaz parece cheio de vida.

- Tá falando sozinha, Hinata-chan?

- Hn!!

- Bem, eu já vou. Vou contar pro Gaara sobre nosso primo.

Haku abriu a porta e se retirou, deixando o casal a sós.

---

Naruto subiu as escadas e andou pelo corredor de madeira ornamentado com quadros, cujos pintores ele desconhecia, procurando seu quarto. 001, 002, 003... Ali. 004. Mas antes que abrisse ouviu vozes e achou melhor colar seu ouvido na porta para não ser inconveniente.

"Venha logo..."

"Ksc!"

Um suspiro de indignação. Aquilo não era um bom sinal.

"Hm... Você acha que seu poder felino pode deixar todos na sua mão, mas eu o quero. Sou a serpente e aceito fazer esse sacrifício. Kukuku!"

TCHINC!

"AAAAAAAAAARH!"

Barulho de lâminas e grito estridente. Aquilo não era normal. Naruto tocou na marçaneta, mas alguém abriu a porta antes dele e empurrou o loiro no chão.

- Ai!

Quem o empurrara foi um homem de cabelos negros, compridos, e pele cinzenta, cujo estado era o de quem havia sido vítima de um grupo de homens-vulcões nervosos. Ele olhou com deboche para Naruto enquanto sua língua maior que o normal caminhava para fora da boca, limpando um pouco das queimaduras.

Foi a cena mais horrenda que já viu em toda a sua vida. O kyuubi engoliu seco e abriu a porta cauteloso.

De pé e com um olhar frio havia um rapaz segurando uma katana, perto da cama. Cabelos escuros, pele pálida, traços muito delicados e ao mesmo tempo masculinos. Havia um par de orelhas de gato em sua cabeça e sangue nas vestes, um sangue que não era dele.

- Foi você que feriu aquele homem?

- Quem é você? - Inquiriu friamente.

- Namikaze Naruto. Ahn... Eu devo ter errado o quarto.

- Não errou. É meu colega de quarto. Fui avisado.

-...

- Me chamo Uchiha Sasuke. Essa é minha cama, pode ficar com aquela. Onde estão suas coisas?

- Eu... Não trouxe.

- Hm...

Sasuke chegou perto do Kitsune com uma morbidez que despertava um leve temor no loiro.

- Você é um pouco mais baixo, mas não tanto. Posso lhe emprestar algumas roupas minhas até que providencie umas para você.

- Obrigado. - Tirou o kimono e sentou-se na cama enquanto Sasuke se dirigia à gaveta - Ahn... Aquele cara. O que ele queria com você? Quem era ele?

- Orochimaru. Ele gosta de mim.

- Hm!

- Só que hoje ele decidiu que não queria ficar só na vontade e veio para cá. Eu então o expulsei. Ele é repulsivo.

- Como...! Senpai, por que não falou isso pra alguém?

Sasuke olhou com Naruto por cima do ombro com um certo desprezo, o que deixou o loiro puto.

- No dia que eu realmente precisar de ajuda eu falo com um deles. Vamos. Vista isso.

- Não me diga o que vestir.

- As roupas são minhas, eu decido o que emprestar.

Sasuke jogou uma blusa azul escura e uma calça jeans para Naruto e escolheu suas roupas.

- Você vai ter que lavá-las assim que terminar de usar.

- Mania de perfeição?

- Não. Essas roupas são especiais e se ajustam a sua transformação. Estou falando das caudas.

- Ah, é. Hehe! Se soubesse quantas calças eu já perdi...

- Como nós crescemos só recebemos dezoito peças de roupa por ano, sem contar com as roupas íntimas. Em geral seis blusas, três calças, dois shorts, duas bermudas, dois casacos, dois pijamas e um traje de banho. Pelo menos os modelos são bons.

- Dezoito peças... Acho que eu me acostumo.

- As vezes saímos em grupo nos finais de semana, o que não o impede de ficar sozinho.

- Ah, é? E o que fazemos durante a semana?

- Estudamos, claro. Por isso Kakashi é professor da Universidade de Konoha. Precisamos completar nossos estudos para não nos sentirmos animais enjaulados, que é o que somos.

- Não sou um animal enjaulado! Só planejo ficar aqui até ter forças pra lutar contra aqueles militares.

- Todo mundo que entra sonha que um dia vai sair, mas quando se dá conta está preso.

- Hnf. - Fez uma careta. - Eu não vou ficar preso.

- Idiota.

O novato suprimiu uma vontade de degolar o tal senpai.

Sasuke tirou sua camisa e pegou outra da gaveta para se trocar. Um momento para os olhos de Naruto correrem em suas costas brancas e lisas. A pele de Sasuke parecia macia ao toque da mesma forma que os cabelos. O loiro tinha que admitir que seu companheiro de quarto era lindo, apesar de extremamente irritante.

- Comece a se vestir.

- Quantos olhos você tem?

- Na minha forma completa três. Mas meus sentidos são aguçados. Sei quando está parado, se aproximando ou se afastando. Isso impede que eu seja pego de surpresa.

- Hnf.

- Mais alguma pergunta?

- Sim. Todos os bijuus tem orelhas de animais? Que bijuu você é, heim?

Sasuke parou de se vestir e pareceu prestar mais a atenção no loiro.

- Bem... Nem todos os bijuus tem orelhas como as nossas. E eu sou Nibi. Nekomata. Você é Kyuubi, fui avisado.

- Isso mesmo.

- Vamos. Vista-se. - Se dirigiu à porta.

- Por que? Não vamos sair daqui.

- Primeiro porque eu suponho que você não queira ficar vestindo esse kimono pra sempre. Segundo porque é hora do jantar e eu quero lhe apresentar aos outros. Os pesquisadores você conhecerá com o tempo.

- Hm, então você vai me apresentar? Pelo menos isso.

- Ainda por cima é mal agradecido.

- Como se você aguentasse vinte e quatro horas a sua companhia.

Sasuke cruzou os braços indiferente e continuou andando.

-

Continua


Quando eu penso que vou dar um tempo nas fics me surge essa idéia. Ja viram o rank dela, não? Pois é, eu pensei em colocar "M", mas até agora não vi necessidade.

Primeira fic que eu escrevo (Séria) estrelando SasoDei. n.nb

"E então, Hamiko, quem são os bijuus?"

Ichibi: Gaara (Sem comentários ¬¬)

Nibi: Sasuke (Não é só por causa da beleza. O clã Uchiha tem como guardião gatinhos kawais de extrema sabedoria. O Nekomata foi perfeito. Quem não se lembra da Kirara de Inuyasha?)

Sanbi: Suigetsu (Manipula o elemento água).

Yonbi: Haku (A yonbi é um basilisco. Um animal com corpo de águia e cauda de serpente. Exótico como o Haku).

Gobi: Kiba (É um cão. E sim. As orelhas do Kiba são iguais a do Inyuasha n.nx)

Rokubi: Sai (É um dragão com seis caudas e seis cabeças. Complexo feito o Sai. û.u)

Shichibi: Hinata (Ooooxi! As orelhas de téjon nela ficam tãããão kawais! 8D)

Hachibi: Orochimaru (Serpente)

Kyuubi: Naruto (Sem comentários 2)

Reviews! Ajude uma fic a andar! XD