Nossas velhas lembranças
- Papai!! Roy-san!! Socorro!!!
- Ah! – Roy acorda assustado com o pesadelo, suspira e diz "Foi apenas um pesadelo...", enxuga o suor com as mãos e olha para o relógio e vê que está na hora do trabalho.
Roy estava a trabalho em outra cidade com Tenente Hawkeye, a cidade aonde Roy treinou com o falecido pai de Riza, e onde a Tenente nasceu. Quando Roy saiu de se quarto, encontrou a tenente, os dois dividiam uma casa que o exército alugou, e ao lado havia mais algumas casas com outras pessoas do exército.
- Coronel, o senhor me parece pálido, aconteceu algo?
- Não Hawkeye, não se preocupe, foi apenas um pesadelo, nada de mais.
Os dois tomaram café juntos e saíram a procura de pistas de Scar, andaram de carro por algum tempo.
- Vire a esquerda Hawkeye.
Sem reclamar ela virou, ela olhava a paisagem e se lembrava da infância. Olhava os lugares que passava para ir a escola, os lugares aonde brincava com seu pai, até que avistou uma casa, um sobrado, de madeira, simples e abandonado.
- Pare aqui. – Disse Roy.
- Sim senhor. – Respondeu a Tenente e parou o carro.
Roy desceu, deu a volta no carro e abriu a porta para Tenente e ficou admirando a casa.
- Tenho boas lembranças desse lugar.
- Senhor, estamos aqui a trabalho e não pra lembrar do passado. – Dizia a Tenente ainda dentro do carro.
- Vamos Riza, ninguém está aqui, ninguém está vendo, desça desse caro, eu ordeno.
- Riza desceu, Roy abriu a porteira e foi entrando no terreno, olhando tudo, dês da grama até a janela. Ele olhou as madeiras queimadas, que quase já não existiam mais, olhou a parede cheia de tiros. Ele abriu a porta e entrou na casa, olhou o velho sofá que ele se sentava pra conversar após um cansativo dia de treino, a mesa de jantar, as marcas de sangue do seu velho treinador, subiu a escada, e entrou em seu velho quarto, e como se o tempo não passasse, suas coisas estavam iguais, no mesmo lugar. Roy fechou os olhos e se viu naquele quarto a 8 anos atrás.
"- É aqui que você vai ficar, era o velho quarto da minha irmã, eu tirei todas as coisas dela e limpei pra você.
- Muito obrigada senhorita Hawkeye.
- De nada, mas pode me chamar apenas de Riza, e, eu posso te chamar de Roy?
- Mas é claro, Riza."
Abriu os olhos e sorriu.
Hawkeye estava fora da casa, encostada no carro, sentia seu coração apertado, queria entrar mas ao mesmo tempo sentia medo, tinha medo de se emocionar na frente do Coronel.
- Hawkeye! Venha aqui, por favor. – Roy gritou da janela do segundo andar.
A Tenente não se mexeu, ficou encostada no carro de cabeça baixa, Roy gritou novamente:
- Vou ter que ir ai te buscar?
A Tenente o olhou, com uma cara de "sim" a sua resposta. Roy saiu da janela, e Riza passou pela porteira e foi até a porta, seu coração batia forte, se lembrava de como foi sua infância naquela casa.
- Vamos Hawkeye. – Roy estende mão para a Tenente.
De cabeça baixa a Tenente segura a mão do Coronel e é puxada pelo mesmo pra dentro da casa. A primeira coisa que a moça olhou foi a marca de sangue no chão, segurava para não chorar, não queria se mostrar fraca para o Coronel. Rapidamente desviou o olhar para a sala, depois para a cozinha.
- Não se sente bem aqui, Riza?
- Não. Estou bem...Roy-kun.
Roy sorri, quando era mais jovem, em seus 17 anos, treinou ali com o pai de Riza, para entrar no exército.
" – Você é bom com fogo, domina bem.
- Se dominar bem é ficar com as mãos queimadas, então acho que sim.
- Calma, você se acostuma moleque, e o exército sempre dá um jeito nisso. Mas por enquanto a minha filha cuidará disso.
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- Está melhor agora?
- Bem melhor Riza, suas mãos curam qualquer coisa é?
- Eu faço oque posso. "
Roy olha pra suas mãos, se lembrou de quando treinava até anoitecer, quando suas mãos ficavam queimadas, ou quando as vezes queimava até seu mestre e Riza.
Puxou Riza até a escada e subiu com ela, passaram o quarto de seu velho mestre e entrou no quarto que antes era seu.
" – Esse era o quarto de sua irmã?
- Sim.
- E onde ela está.
- Ela se foi...
- Sinto muito.
- Não...Ela mora em Paris, ela se casou com um homem muito rico lá, e não irá voltar mais, ela tem uma filha de 2 anos, que eu não conheço.
- Não conhece sua própria sobrinha?
- Minha irmã não gosta de mim, ela me culpa pela morte da mamãe, então, acho que eu nunca vou conhecer a minha sobrinha.
- Mas como você sabe que tem uma sobrinha então?
- Sai nos jornais, minha irmã é uma bailarina muito famosa em Paris, e o marido dela é um empresário velho e Rico. O nome da minha irmã é Liza, e a minha sobrinha se chama Mariah. É o nome de nossa falecida mãe.
- Porque ela te culpa pela morte da sua mãe?
- Ela... Morreu no meu parto...- Abaixa a cabeça e uma lágrima escorre de seus olhos."
- Podemos ir Coronel?
- Fique calma Tenente, não vimos nem metade do que temos que ver. – Saiu de seu quarto e foi para antigo quarto de Riza, as coisas estavam muito arrumadas. Riza olha o antigo retrato em preto e branco de sua mãe, passou a mão pra tirar o pó pra ver direito. Roy se aproximou de Riza pra olhar a foto.
- Você tem a beleza da sua mãe.
" –Olhe, esse é um retrato da minha mãe. – dá com muito cuidado para Roy.
- Você tem a beleza dela.
- Papai diz que eu sou muito parecida com ela, ele diz que eu faço uma comida muito boa como ela, costuro, cuido, falo como ela.
- Sua mãe devia ser perfeita então."
Roy sentou-se na cama, não se importou com o pó, ou oque tinha naquela cama, mas sentou, olhou para Riza com um sorriso no rosto.
- Foi aqui... O nosso primeiro beijo...
"- Perfeita?
- Sim, se você é como sua mãe ela era perfeita.
- Ah... Pare com isso Roy.
- É verdade Riza, você, é perfeita, pra mim. – Roy se aproxima.
- Pare, assim eu fico envergonhada.
Roy põe a mão no rosto de Riza e aproxima o seu da mesma, e lhe dá um beijo cheio de amor e carinho."
- Como eu poderia esquecer... Foi o meu primeiro. – Riza se senta do lado do Coronel, no mesmo lugar aonde estava sentada quando foi beijada por ele.
Roy se aproxima dela, assim como aconteceu a 8 anos atrás, põe a mão no rosto de Riza, virando para ele, e aproxima o seu rosto do dela, e a da um beijo carinhoso.
- Coronel. - Riza se vira a põe a mão na boca.- Sou sua subordinada.
- Esqueça disso Riza...- Se levanta.- Até agora pouco estava me chamando de Roy, trate-me assim daqui por diante quando estivermos a sós.
- Mas...
- Sem mas... – Roy sai do quarto e se dirige para o quarto de seu velho mestre.
Olhou as antigas luvas do exército, sua velha farda esticada na cadeira, e olhou para cama. Riza estava atrás do Coronel.
- Foi aqui nesse quarto, que nossos beijos começaram a ficar mais quentes. Eu já tinha 18, e você 16 anos.
- Eu me lembro.
- Éramos crianças, não levamos muito a sério.
" Roy puxava Riza pela cintura enquanto a beijava, se deitaram na cama e Roy parou o beijo.
- Vamos aproveitar que o seu pai não está aqui.
- Mas Roy... Eu tenho medo.
- Não vai doer, serei carinhoso, não vou de machucar..
- Não é isso.
- Se você tiver um filho vai ser melhor, poderemos nos casar e viver felizes para sempre. – Roy a beijava intensamente.
Riza retribuiu o beijo e os carinhos de Roy, que tirava a roupa da moça lentamente..."
Riza se vira pra sair do quarto e depara-se com a escada, e fica olhando para o andar de baixo, sente seu coração apertar, segurando-se para não chorar, lembra-se do corpo ensangüentado caído lá em baixo.
- Papai. – Sussurra.
- Riza? Você está bem?
Uma lágrima escorre do seu rosto, sua franja cobria seus olhos para que Roy não percebesse que estava chorando.
- Sim, estou... – Mas que depressa limpou suas lágrimas e sorriu para o Coronel, desceu as escadas e olhou as marcas de sangue no chão e no corrimão da escada.
" – Essa casa ficou tão chata sem o Roy, depois que ele foi visitar a familia dele eu fiquei tão sozinha...Falta pouco pra ele terminar o treinamento, e ele vai embora...Não queria ficar longe dele...- Riza falava com sigo mesma.- Ah... Preciso fazer o jantar...- Sai de seu quarto e vai descer as escadas. – Papai...
Riza paralisa, seu pai estava caido no andar de baixo todo ensangüentado.
- Papai!!! – Riza desce a escada e para ao lado do corpo de seu pai, se abaixa.- Papai! Fale comigo papai!
Riza chorava sem parar sobre o corpo do falecido Coronel, ele tinha caído da escada e batido fortemente a cabeça na beira da escada, que acabou machucando-o e fazendo sangrar e morrer. "
- Pode chorar. Quem não chora é fraco.
Riza voltou a abaixar a cabeça e esconder seus olhos com a franja, Roy a abraçou tentando conforta-la, e ela retribuiu.
- Alguns dias antes de seu pai morrer ele teve uma conversa comigo.
"- Como você sabe Roy, eu não estou muito bem de saúde... E acho que logo morrerei.
- Não fale isso mestre.
- Mas é verdade, eu não queria deixar Riza sozinha, temo que algo aconteça a minha filha, a única que me restou... Eu quero que você me prometa uma coisa...
- Fale senhor...
- Cuide de minha filha... .Eu sei que vocês se gostam muito, da pra ver, no olhar de vocês, então, por favor, cuide dela, não deixe que nada aconteça a ela. Por favor.
- Eu prometo senhor.- Roy fala depois de um longo suspiro."
- Ele me fez prometer que ia cuidar de você...Foi por isso que fiz de tudo para que você fosse a primeira Tenente... Depois que se pai faleceu, a chama do nosso amor se apagou, e ficamos apenas como Coronel e Subordinado.
- Fiquei muito abalada com a morte de meu pai que acabei me esquecendo de você, só me dei conta disso algum tempo depois, mais, já era tarde, você já era galinha.
- Eu não sou galinha...
- Sim senhor.
- Quando eu voltei me assustei muito com aquela cena.
"- Voltei, desculpa ir entrando, é que a porta tava aberta e ninguém abriu...RIZA!- Roy corre até Riza, que estava deitada no chão toda suja de sangue.
Roy a segura firme, e chama o nome da moça sem parar.
- Roy. – Riza sussura ao abrir os olhos.
- Oque aconteceu aqui?!
- Papai morreu...- Dizia baixo, as lágrimas começavam a escorrer de seus olhos.
Roy a abraçou, e o silencio tomou conta da casa."
- Eu desmaiei antes de pegar a faca, eu estava pensando em me matar, eu não imaginava a minha vida sem o meu pai.
Roy acariciava Riza, que já não chorava mais.
" –Amém. – Todos diziam juntos no enterro do Coronel Hawkeye.
Riza chorava nos braços de Roy que olhava para o túmulo do velho mestre.
- Parabéns Riza, conseguiu matar o papai também. – Dizia uma linda mulher alta, magra, de longos cabelos loiros jogados de lado, e ao seu lado uma menininha que aparentava ter 4 anos, logo a mulher se virou e foi embora, levando a garotinha loirinha, com os cabelos longos e jogados para o lado com uma pequena franja igual a de Riza.
- Roy! O que eu faço? Minha irmã nunca vai me perdoar, nunca.
- Você não precisa dela...Você tem a mim."
- Depois daquele dia eu nunca mais a vi, nem nos jornais.- Riza sai da casa, acompanhada de Roy.
- E nem queira ver. Você não tem que se preocupar com ela.
- Eu só queria conhecer minha sobrinha.
- Ela se parecia muito com você, então, ela deve ser perfeita...
Riza sorri e entra no carro, no banco no passageiro e Roy dirige.
- Já está quase anoitecendo, acho melhor voltarmos para casa...
Roy dirigiu até a casa que estavam hospedados, o caminho todo ficaram em silêncio, chegaram na casa, tomaram seu banho e Riza foi para seu quarto. Algum tempo depois Roy foi para seu quarto.
- Boa noite Coronel.
- Já disse pra me chamar de Roy quando estivermos a sós. – Roy senta-se na cama de casal aonde Riza dormia.
- Me desculpe. Boa noite Roy.
- Tenha um boa noite Riza...Eu posso beija-la?
Riza cora o olha para o lado.
- Por quê?
- Por que eu queria que nós ficássemos mais juntos a partir de hoje, ou quem sabe, construir uma vida junto de você.
- Não é uma má idéia.
- Então eu posso beijá-la?
- Pode.
Roy aproxima-se seus rostos e a beija com carinho e amor.
- Agora, eu posso dormir com você também?
Riza sorri, e da um espaço para que Roy deite-se a seu lado, os dois se abraçam e continuam o beijo. A chama do amor dos dois jovens a anos atrás voltou a se acender naquela noite, e passou a ficar acessa para sempre.