CASAMENTO SURPRESA DO ANO
Opiniões divergentes em torno do romance explosivo entre astros de "Renmin Dahuitagn": casamento dos atores Rock Lee e Haruno Sakura provoca a mídia...
Tudo começou no set de "Renmin Dahuitagn", mega-lançamento do ano passado que bateu recordes e conquistou sete estatuetas do Oscar, incluindo as de melhor filme e melhor roteiro. Apesar do romance ocorrer entre os personagens principais na tela, o público não esperava que a relação fosse influenciar a vida real. Agora, os dois astros de Hollywood deixam os fãs surpresos ao transformar a fantasia em realidade.
— Opa.
O oficial de polícia Kiba Inuzuka estava magnetizado pela capa do New York Journal. O Journal, cara. A história tinha chegado ao Journal. E para piorar tudo, à primeira página do jornal.
— Opa, uma mãozinha aqui, por favor?
Kiba olhou os outros jornais em destaque na banca. O Daily News tinha a mesma notícia na primeira página. O Newsday. Até o USA Today tinha uma referência à história numa parte da manchete.
— Ei, Inuzuka! — repetiu o policial Shikamaru Nara, enquanto tentava colocar algemas em um drogado que não ficava quieto — Você vai ficar lendo a seção de fofocas do jornal ou vai me ajudar com esse aqui?
Kiba pegou um exemplar e caminhou até o amigo, estendendo o jornal e mostrando a manchete da primeira página, para que Shikamaru e o drogado pudessem ver.
— Olha só isso. — disse ele. — Está vendo essa garota? A de vestido rosa? É a namorada de um dos meus melhores amigos. Ou pelo menos, era.
Sem que o drogado notasse, Nara aproveitou a distração dele com a foto da notícia e travou as algemas.
— Ah, fala sério — respondeu o algemado.
— É sério. — disse Kiba.
Shikamaru, segurando o preso firmemente pelo braço, olhava incrédulo para o jornal.
— Essa aí não é a namorada do Naruto? Sakura alguma-coisa? — perguntou ele, pegando o exemplar da mão de Kiba.
— Essa mesma, Sakura Haruno. Você está sabendo de alguma coisa?
— Não. Mas se Naruto estivesse com problemas, você sabe que ele ligaria. — Shikamaru ponderou, empurrando o drogado para dentro da viatura. O preso caiu molemente no banco e se encolheu bem a tempo de impedir que as pernas fossem prensadas pela porta. O moreno preguiçoso devolveu o jornal a Inuzuka, antes de começar a dar a volta no carro para poder entrar pela porta do motorista.
— Agora, vamos andando. Você sabe que eles param de servir aquela batata rostie às 22h30 lá no D-Bar.
Mas Kiba não estava ouvindo o outro homem. Em vez disso, se aproximou de novo do jornaleiro para devolver o jornal, já que não tinha intenção de comprá-lo.
— É a namorada ou a ex de um dos meus melhores amigos. Estavam morando juntos até alguns meses, e a cachorra casou com outro sem avisar. Dá pra acreditar nisso?
— Não, senhor, não acredito. — respondeu o jornaleiro. Ele tinha um sotaque coreano tão forte que mal dava para entender o que ele dizia.
— Ele escreveu aquele filme… — contou Inuzuka ao homem — Aquele que deu fama a esses dois. Ele escreveu o roteiro todo sozinho.
— Está de sacanagem comigo, senhor? — indagou o surpreso jornaleiro, educadamente.
— Não estou, não — disse Kiba — Juro. O Naruto escreveu o roteiro para... Como se diz...? Para dar uma mãozinha. Para a Harumino.
— Quem é Harumino? — indagou o jornaleiro.
— Esta garota. — Kiba apontou a manchete. — Sakura Haruno. Esse não é o nome verdadeiro dela. É o nome artístico. O nome dela é Sakura Harumino. Cresceu aqui no interior com a gente. A molecada costumava tirar sarro do testão dela. — Kiba percebeu o olhar suspeito do jornaleiro e completou inocentemente: — Cara, a gente era criança.
Shikamaru apenas resmungou:
— Ah, sim. Harumino. Lembro da menina. Uma pena para o Naruto. Mas agora anda, vamos perder a hora.
Kiba deixou o jornal aonde tinha pegado, acenou para o jornaleiro e entrou no carro, ao lado de Shikamaru.
— É sério mesmo? — perguntou o preso do banco de trás — O seu amigo pegou de verdade a moça de "Renmin Dahuitagn"?
— Cuidado com a língua — retrucou Kiba — Naruto nunca pegou ninguém, 'tá entendendo?
— De qualquer forma — comentou Shikamaru — não tem mais pegação nenhuma, né? Não agora, que a garota se casou com esse tal de Rock Lee.
— Pois é... Mas ainda não consigo acreditar. Sakura trocou o Naruto por outro. Coitado. — Kiba balançou a cabeça, um pouco exaltado.
— Por favor — o drogado falou, chamando a atenção de ambos os policiais — diga ao seu amigo que adorei o filme. Minha namorada também. É como dizem nas críticas: Um magnífico triunfo do espírito do teatro.
...
— Não temos nada a declarar! — Tsunade Senju berrou ao telefone, antes de batê-lo com força na base. Pegou o Journal e amassou-o, para depois jogar na lixeira do escritório. — Shizune — chamou ela — Shizune!
Uma mulher mais jovem entrou rapidamente no escritório. Não tinha uma expressão muito boa no rosto. Ela obviamente acabara de chegar: ainda estava usando o protetor de orelhas contra o frio lá de fora, o sobretudo encontrava-se todo fechado, e trazia dois copos de chá preto nas mãos.
— Para mim? — perguntou Tsunade ao ver os copos fumegantes.
Shizune acenou que sim com a cabeça, enquanto tentava recuperar o fôlego.
— Eu... vi... — disse, respirando de modo instável — as manchetes... no caminho para cá. Achei... que você fosse querer um.
— Salvou minha vida. — confirmou Tsunade, pegando um dos copos. Ela batucou com as unhas bem feitas na madeira da mesa. — Bloqueie as minhas ligações. Vou tentar encontrá-lo.
Shizune se dirigiu com rapidez para sua própria mesa, arrancando os protetores e jogando-os sem muito cuidado numa das gavetas.
— Mande um oi para o Naruto por mim? E diga que sinto muito. E caso sirva de consolo, fale que aqui na agência ninguém acha Sakura Haruno tão maravilhosa quanto falam por aí. Nem fazemos mais a assessoria dela.
Com o celular já em mãos, Tsunade lançou um olhar quase assassino na direção da secretária.
— Não fazemos, mesmo. — retrucou ela. — A garota nos dispensou depois de ganhar um Oscar pela atuação dela em "Renmin Dahuitagn". Mas pode deixar, eu dou seu recado. Tenho certeza de que vai ajudar muito.
Sentindo-se um pouco envergonhada, Shizune saiu da sala depois de se despir do sobretudo e fechou a porta com cuidado.
Assim que a mais nova saiu, Tsunade tirou seus sapatos e colocou os pés sobre sua mesa. Removeu a tampa de seu chá e ligou para seu cliente.
— Atenda — resmungou ao ouvir o som da chamada — Atenda, atenda, atenda...
A caixa postal de Naruto respondeu: "Oi. Não estamos no momento, mas deixe sua mensagem após o sinal, e retornaremos assim que possível..."
Tsunade lamentou a palavra "nós", mas fez questão de manter a voz leve ao deixar a mensagem:
— Naruto, querido, é a Tsunade. Se você estiver em casa, atenda. Eu sei que são — a loira olhou o relógio de pulso — 6 horas da manhã aí. Meu Deus, como você aguenta esse fuso horário? Escuta, garoto, acredite em mim: o que aconteceu foi o melhor que poderia ter ocorrido. Eu sei do que estou falando, ok? A garota não prestava. Pior que isso. Era uma idiota completa. E ele também não é lá essas coisas. Os dois se merecem. Onde você está? Não venha me dizer que resolveu aderir à nova moda de fazer meditações, caminhadas e essas coisas horrorosas...
Tsunade voltou a colocar os pés no chão e empertigou-se na cadeira, como se uma idéia brilhante a tivesse atingido.
— Lembrei! Você foi até o estúdio de filmagens para convencer o diretor a não fazer a cena da explosão nas montanhas porque os ambientalistas vão reclamar. Como fui esquecer disso? Eu aqui conversando com a caixa postal e você no meio do Alasca. Que pena. Me dá frio só de pensar.
Tsunade balançou a cabeça, como se quisesse mudar seus pensamentos.
— Não, esquece. Isso é bom. Pra você, Naruto, o Alasca é a oportunidade de afastar seus pensamentos da... Bom, talvez não. Afinal, Hatake Kakashi vai estar lá, não vai? Bem, enfim, querido, me ligue. E assim que você estiver de volta, nós vamos conversar direitinho.
Tsunade desligou e olhou para seu chá com um ar aborrecido.
— Coitado do Naruto. Nesse momento, aposto que ele gostaria de nunca ter pensado em escrever aquilo.
