Aviso: Esse primeiro capítulo contém hentai. O início do hentai está sinalizado por esse símbolo (*) e as cenas não são essenciais para o entendimento da história

Boa leitura!


Capítulo 1- A new sunshine

As paredes brancas do hospital pareciam mais pálidas ainda, e o vazio que a preenchia parecia tornar-se um abismo. Juntava as mãos num movimento nervoso, enquanto pedia em silêncio para que estivesse errada. Em toda sua vida teve conclusões erradas, mas dessa vez o sentimento dentro do seu peito a fazia estar certa. E por Deus, como isso a angustiava! Os olhos castanhos perceberam a chegada da enfermeira com seus exames, entregando, então, os envelopes nas vacilantes mãos.

- Por favor, por favor. Que eu esteja errada...- Pedia desesperadamente, juntando as duas trêmulas palmas entre o envelope, amassando o papel. Respirou fundo mais uma vez, tentando se acalmar. Encarou o extenso exame diante de si e resolveu abri-lo.

A folha tremulava dentro do envelope conforme ela o puxava, embaralhando as pequenas letras. Quando o exame estava livre de seu invólucro, ela tentou concentrar-se em ler o que estava escrito. Sentiu então o baque quando distinguiu as letrinhas de uma única palavra.

Positivo.

Começou a chorar. Sentia seu peito explodir de felicidade, até a agonia subir pela garganta, fazendo-a soluçar; desesperada. Não podia estar grávida. Não agora.

Levantou-se, sentindo as pernas mais moles que gelatina. Quase não pôde manter-se de pé e antes que caísse, colocou-se a andar pra fora do hospital, sentindo-se sufocada naquele ambiente. Chorava copiosamente, alcançando finalmente os portões que davam no estacionamento. Viu então um mar de repórteres gritando e se inclinando na direção dela, fazendo com que sua cabeça zunisse. Sango saiu do meio da multidão, abraçando a cunhada e mandando que a imprensa se afastasse, vendo Rin chorar mais ainda diante daquela terrível situação.

Empurrou os repórteres até chegar ao carro, colocando a morena dentro dele e dando a volta em seguida, esquivando-se dos fotógrafos. Entrou no carro e virou-se para a Rin, que estava no banco do passageiro.

- E então? Como foi, Rin-chan?- Perguntou, segurando as trêmulas mãos dela.

- Vamos embora, Sango, por favor.- Rin pediu entre um soluço e outro, respirando fundo. Colocou o cinto de segurança, levando o lenço até o rosto, recostando-se ao vidro.

Deveria estar tão feliz. Sempre quisera um filho de Sesshoumaru, sempre quisera ter uma família com ele; fazê-lo feliz. Por que agora? Por que tudo acontecia ao mesmo tempo?

Assim que estacionaram à porta da casa do casal, as duas foram recebidas por mais repórteres. Sango travou os dentes, irritada com toda aquela corja de imbecis que acampavam ali por causa de seu irmão. Sesshoumaru não era culpado, qual era o problema daquela gente? Saiu novamente, trazendo Rin consigo até que entrassem pelo portão, subindo as escadas até a porta. Entraram na sala de estar e então todo aquele som irritante da gritaria cessou, mergulhando num profundo silêncio.

Rin recostou-se à parede, apertando o papel do exame contra seu peito. Escorregou pela pintura amarela até o carpete escuro do chão, preenchendo a sala com seus soluços.

- Eu não agüento mais, Sango, eu não posso...- Repetia, sentada agora ao chão.

- Shh, está tudo bem, Rin.- Agachou-se frente à cunhada, abraçando-a.- Quer me contar agora?

- Eu estou grávida.- Anunciou, recostando o rosto contra o ombro da outra morena, soluçando.

- Isso é maravilhoso! Sesshoumaru vai ficar tão feliz! Quer dizer, você conhece a forma dele de estar contente...

- Não, Sango. Pode imaginar o quanto vai ser difícil? Sesshoumaru já está se desdobrando para não deixar que me envolvam nisso, com nosso bebê será pior.- Rin balançou a cabeça negativamente, irritada.

- Não importa.- Sango segurou o rosto da cunhada, fazendo-a olhar pra si.- Esse bebê nos vai dar força para provar a inocência de Sesshoumaru, vai nos dar força para lutar.- Passou os delicados dedos pelos olhos dela, sorrindo em seguida.- Eu estou tão feliz! Vamos ter um pequeno milagre correndo por esta casa.

- Eu preciso de toda força do mundo agora, está ficando cada vez mais difícil. Imagine para Sesshoumaru...- Suspirou, umedecendo os lábios.- Quero que isso acabe logo.

- Essa criança foi concedida pra nos ajudar nessa fase difícil de nossas vidas, Rin.- Afagou os cabelos da cunhada, sem deixar de sorrir.- Tudo dará certo.

- Espero que Sesshoumaru fique tão feliz quanto eu.- Rin esboçou uma linha de sorriso.

- Está brincando! Ele vai surtar! Da maneira dele, é claro...- Sango revirou os olhos, fazendo a outra rir.- Levante-se daí, vamos comer algo e começar a planejar o quarto do bebê.- Levantou-se, puxando Rin consigo. As duas foram até a cozinha e diante de inúmeras recomendações vindas de Sango, fizeram uma refeição cheia de vitaminas, proteínas e tudo que uma grávida precisaria.


Sesshoumaru encostou a BMW no portão, esperando que ele abrisse. De um instante para o outro, seu carro estava lotado de jornalistas batendo nos vidros e gritando, fazendo mil perguntas sobre o caso de Sarah Brandford. Massageou a área entre os olhos, respirando fundo. Aqueles idiotas não sairiam mesmo da frente da sua casa? Ele não tinha nada a dizer pra aquele bando de oportunistas desgraçados.

Respirou fundo e engatou a primeira, entrando pela garagem. Estacionou o carro e saiu deste, ativando o alarme de segurança, subindo as escadas de acesso à cozinha. Encontrou sua irmã terminando de secar alguns pratos e arrumando-os dentro do armário de canto. Sango abriu um enorme sorriso quando o viu e ele correspondeu com uma linha curvada pra cima no canto do lábio. Sesshoumaru aproximou-se e beijou a têmpora de sua irmã, caminhando então até a sala. Depositou o paletó cinza na cadeira, desatou a gravata azul marinho e recostou a maleta preta na mesa, voltando para a cozinha enquanto dobrava as mangas da camisa social.

- Não achei que ia te encontrar aqui, aconteceu alguma coisa?- Perguntou, no mesmo tom impassível de sempre.

- Aconteceu.- Ela respondeu simplesmente, vendo os olhos dourados procurarem os dela.

- Onde está Rin?- Ele imediatamente perguntou, procurando algum sinal da sua mulher pela casa.- Foi algum repórter novamente?

Sango suspirou profundamente, sorrindo mais uma vez. A expressão de Sesshoumaru pareceu relaxar, apesar dos olhos âmbares exigirem uma resposta mais concreta à sua pergunta. Lembrou-se do lamentável episódio quando um repórter perguntou a Rin se ela teve alguma participação no homicídio de Sarah e se a causa de tudo foi a herança. Sua mulher teve um acesso de raiva e gritou que ninguém era culpado e que eles os deixassem em paz.

Tudo virou motivo de tablóide no dia seguinte...

- Ela está dormindo, lá em cima.- Sango explicou e ele foi até a escada, tendo sua irmã em seus calcanhares. Parou assim que percebeu que ela ainda tinha algo a dizer, virando-se então para encará-la mais uma vez.- Ela tem uma notícia a te dar. Fiquei apenas esperando que você chegasse, preciso ir agora...

- Sango.- Chamou, quando a morena já estava recolhendo sua bolsa e casaco.- Eu tenho que...- Respirou fundo, massageando o ponto baixo da testa.- me preparar pro que vou ouvir?

- Oh sim, se tem.- Riu, pegando as chaves do carro em cima da mesa.- Mas você ainda tem alguns meses pra isso.- Parou à porta, vendo a expressão confusa do irmão. Riu mais uma vez, mantendo um sorriso divertido no rosto.- Se até Miroku conseguiu ficar pronto, acho que vai ser moleza pra você.- Deu uma piscadela e mandou um último beijo, saindo.

Ele tomou um fôlego longo e abriu a boca pra perguntar, mas sua irmã já tinha ido. Só encontrou a porta da entrada fechada e ouviu o motor do carro de Sango pela garagem. Sesshoumaru virou-se e começou a subir as escadas, ficando irritado por toda aquela anunciação. Se fosse algo ruim, sua irmã contaria imediatamente, então...

Alguma notícia boa após todos esses meses de má notícia após outra má notícia?

Estava ansioso após muitos e muitos anos sem se sentir assim. Chegou à porta do quarto e um frio subiu pela espinha, deixando-o com outro sentimento que também não tinha há anos.

Medo.

Abriu a porta com cautela e encontrou Rin dormindo entre os lençóis brancos, ressonando tranquilamente. O peito dela se estendia e voltava em longos fôlegos e as pálpebras estavam um pouco inchadas, provando que ela havia recentemente chorado. Franziu as sobrancelhas, confuso novamente.

Puxou o tecido fino da calça do terno e sentou-se na beirada da cama, retirando os sapatos e as meias, calmamente. Sentiu duas mãos subindo pelo seu peito até envolvê-lo completamente e respirou fundo, aliviado. Segurou os finos dedos entre as mãos fortes dele, sentindo a respiração quente de Rin em seu pescoço.

Ela pendeu pra trás e deitou-se, trazendo-o consigo. Sesshoumaru recostou o rosto contra o peito dela, virando-se para abraçar fina cintura com firmeza contra si. Aspirou o perfume doce do colo dela e sentiu a alegria subir pelo seu rosto, permitindo que ele abrisse mais que uma linha de sorriso no rosto.

Rin passou os finos dedos pelo cabelo prateado dele, apertando-o com toda força contra si. O rastro de agonia em seu peito se acendeu e seus dedos relaxaram, escorregando das mechas lisas. Percebendo isso, Sesshoumaru sentou-se recostado à cabeceira da cama e puxou Rin consigo, envolvendo-a entre seus braços e pernas.

Ela suspirou um tanto aliviada. As palmas das mãos foram até o peito dele e a morena fechou os olhos por um instante, passando o rosto pelo ombro musculoso. Sentiu o perfume do marido e sorriu, suspirando novamente.

- O que você tem a me contar?- Perguntou diretamente. Sesshoumaru não era o tipo de pessoa que reprimia perguntas como esta, principalmente com Rin.

- Be-bem, e-eu não sei s-se...- As palavras se enrolavam ao sair dos finos lábios e ela parou, respirando fundo. Ele ficou calmo, olhando-a por baixo do próprio queixo, esperando que ela tivesse o próprio tempo para responder.- Ah, Kami! Eu queria ser boa nisso também.- Murmurou baixinho, fazendo-o erguer uma sobrancelha.

- Nisso?

- É, você sabe...- Rin enrolou uma própria mecha do cabelo liso castanho nos dedos, encarando como os fios deslizavam pela pele.- Conseguir dizer as coisas de uma vez, assim.- Explicou de modo infantil e ele quase cedeu a uma expressão divertida, mas continuou impassível.- Não sei se vou conseguir contar.

- Você precisa me contar, Rin.- Disse, pegando a mecha dos dedos dela para enrolar entre os próprios dedos.- Eu estou ficando um pouco impaciente...

- Oh, sim.- Concordou, respirando fundo. Tomou um longo fôlego e abriu a boca pra dizer algo, parando no meio do caminho. Sesshoumaru lembrou-se que fez a mesma coisa há alguns minutos, quando Sango saiu sem explicar. Às vezes seu cunhado comentava que Rin estava ganhando os mesmos jeitos dele, principalmente quando ela surrava Miroku por algum comentário maldoso.

Os dedos largaram a mecha que se enrolava em sua mão e ele virou-se, olhando apenas Rin. Ela estava com a mesma expressão congelada, a boca entreaberta e os olhos castanhos arregalados. Se a situação não fosse tão apreensiva, seria cômica.

- Estou esperando.- Comentou, com um tom de voz um pouco mais exigente.

- Me ajude, Sess.- Ela pediu numa voz chorosa, chamando-o pelo apelido. E ela sabia que quando fazia isso para convencê-lo sempre conseguia.

- Tudo bem.- Ele concordou, massageando as têmporas. Sesshoumaru odiava joguinhos de adivinhar. Nunca foi muito fã de surpresas em sua vida.- Algo de errado com você?- Perguntou, achando aquilo um tanto irritante. Apesar disso, sabia que Rin não falaria tão cedo o que tinha para falar.

- Bem, não é errado...- Ela começou, voltando a olhar os dedos enrolando as mechas morenas. Sentiu a mão dele puxar seu queixo novamente para que se olhassem. E ele sabia que quando a olhava daquela forma, sempre conseguia a verdade dela.- É diferente.

- Diferente como?- Os olhos âmbares a encaravam como se pudessem ver através de seu rosto. Ela estremeceu, tentando desviar o olhar e não tendo muito sucesso nisso.

- N-não ente-enda como algo-o ruim.- Explicou vagamente, vendo-o estreitar os olhos.- É algo muito bom, na verdade. Só n-não era a ho-hora...

- Você está grávida.- Sesshoumaru concluiu repentinamente, voltando à expressão impassível. Ela empalideceu de um segundo ao outro, seus olhos dilataram e sua boca entreabriu, procurando por mais oxigênio.

- Sesshou...- Após longos instantes de silêncio, ela tentou chamá-lo. A voz falhou e ele estreitou um pouco os olhos, fazendo outro frio subir pela espinha dela.

- Não foi uma pergunta.

- Não era pra ter acontecido, não agora! Eu sei que a sua vida está muito complicada e que você tem que se preocupar apenas em provar a sua inocência. Eu poderia esperar até que tudo acabasse...- De repente Rin começou a despejar uma palavra emendada na outra rapidamente, fazendo Sesshoumaru torcer as sobrancelhas. Se antes ela não conseguia dizer nada, agora a barreira se rompeu.- Me desculpe por isso, me desc...

- Você está se desculpando por ter engravidado?- Ele levantou uma sobrancelha, vendo-a parar de falar. O peito da morena estava ofegando rapidamente e ele esperou um instante até continuar.- Não tente ficar com todo crédito, você não o fez sozinha.- Um brilho diferente passou pelos olhos de Sesshoumaru e Rin quase caiu para trás, confusa.

- Como é?- Perguntou. Ele não podia estar tendo senso de humor agora, podia?

- Já parou pra reparar no quanto você se desculpa excessivamente?- Mudou de assunto repentinamente, tendo uma expressão calma no rosto.

- Eu sei, me descul...- Rin começou, tapando a própria boca no meio do caminho. Ela se sentia tão boba quando fazia isso...

- Que tipo de bobagem levou você a acreditar que tinha que se desculpar por levar um filho meu aí dentro?- Os lábios dele se curvaram finalmente num meio sorriso e o coração dela pareceu parar, pulando uma ou duas batidas. Ela abraçou-o com força, pressionando a bochecha direita contra o peito esquerdo dele, sentindo que a pulsação de Sesshoumaru estava acelerada. Sesshoumaru com o coração acelerado? Isso era totalmente inesperado.

- Está tudo uma confusão, agora não era hora pra termos um filho.- Rin disse. A voz embargada de emoção se abafava contra o peito forte dele, fazendo um diferente tipo de calor passar pela pele de Sesshoumaru.- Ele vai nascer no meio de tudo isso...

- Absolutamente não.- Negou calmamente, afagando os cabelos dela.- Eu agilizarei o processo, de forma que a minha inocência já tenha sido provada em, no máximo, seis meses.

- Sério?- Ela perguntou, levantando o queixo para olhá-lo.

- Este Sesshoumaru já fez alguma piada do tipo?- Respondeu com outra pergunta, estreitando os olhos.

- Fora quando você quase me matou do coração há alguns minutos? Não.- Ela foi retórica, vendo um brilho divertido passar pelos olhos âmbares.- Por um instante eu pensei que você não ficaria feliz e...- Rin começou a enrolar uns dedos nos outros, nervosamente.

- Ouça a si mesma...- Ele suspirou profundamente, segurando as mãos dela.- Você sabe que eu sempre quis que me desse um filho.- Explicou calmamente, vendo-a abrir a boca para contestar. Estreitou os olhos por um instante, fazendo-a parar, com a boca entreaberta.- Não importa se agora é a hora certa ou não. Essas coisas não têm tempo para acontecer; elas simplesmente acontecem, minha Rin.

A morena abriu o maior de seus sorrisos, apertando os olhos castanhos de modo que quase desaparecessem. Ela jogou os braços em volta do pescoço dele e o abraçou com força novamente, descansando o rosto na curva do pescoço másculo. Sesshoumaru trouxe-a pra mais perto, enrolando a cintura fina de Rin com apenas um braço e o outro afagando os cabelos dela.


As pontadas na base das suas costas estavam o enlouquecendo e ele tentava lembrar o que havia feito para que isso acontecesse. Finalmente seu consciente despertou e ele abriu um dos olhos, percebendo que o quarto estava mergulhado em escuridão. Mexeu as mãos, percebendo uma textura macia por baixo de suas palmas, olhando para então ver que Rin dormira abraçada nele.

Sesshoumaru se remexeu, tentando endireitar sua coluna recostada à cabeceira. Um forte incômodo o assolou e ele suspirou fundo, mexendo-se mais uma vez, sentindo seus ossos estralarem. A morena em seus braços gemeu, provando que também estava desconfortável naquela posição. Haviam adormecido recostados à cabeceira e apenas no meio da madrugada despertaram para esse fato.

Ele se moveu para o centro da cama e a trouxe consigo. Esperou alguns instantes até soltar-se de Rin e levantar, olhando em volta. Sua camisa social estava totalmente desalinhada e a calça amassada. Respirou fundo e passou a mão pelos olhos, tentando adaptar sua visão. Rin dormia de bruços agora entre o lençol amassado, ressonando tranquilamente. Ela ainda vestia a calça jeans e a blusa que usara para ir até o hospital mais cedo.

Sesshoumaru se aproximou, puxando-a gentilmente. As ágeis mãos foram até a calça da morena, desabotoando-a rapidamente e deslizando o tecido pelas belas pernas bronzeadas. Rin murmurou algo incompreensível e ele riu entre o nariz, vendo as mãos dela passarem pela, agora, pele descoberta. Ele virou-a e puxou a blusa – que já estava enrolada na altura do busto –, deixando-a apenas de lingerie.

Era quase imperceptível, mas ele já via alguma mudança na perfeita barriga de sua mulher. Abriu um meio sorriso, pensando que a tendência agora era só a melhorar...

Abriu seu armário e buscou alguma camisa de algodão confortável. Nem cogitou abrir o armário de sua mulher para procurar algo no escuro; aquilo seria uma missão realmente impossível, algo como procurar uma agulha num palheiro. Ou nesse caso, procurar um pijama no meio das tantas roupas dela. Vestiu Rin com sua camisa e a pegou nos braços, ajeitando-a por baixo dos lençóis. Buscou um edredom na ponta da cama e a cobriu, seguindo para o banheiro da suíte.

Fechou a porta e acendeu a luz, recebendo um golpe drástico de mudança de claridade. Seus olhos arderam e ele praguejou, passando novamente os longos dedos pelos orbes dourados, procurando que eles se adaptassem agora à claridade. Apagou a luz do teto e ligou somente a que iluminava o espelho da pia, deixando o ambiente à meia luz.

Ligou a enorme banheira de mármore, deixando que a água quente subisse rapidamente. Enquanto esperava que ficasse cheia, ele despiu-se lentamente, colocando a camisa preta e a calça cinza sobre um pequeno móvel próximo a si.

Passou os dedos pelos cabelos prateados, tentando desfazer a confusão que estavam. Um baixo rosnado subiu por sua garganta quando ele percebeu que não havia tido sucesso; o gel que usara para arrumá-los de manhã havia grudado em seu cabelo.

A cueca boxer preta foi ao chão quando ele percebeu que a banheira já estava cheia e quente o suficiente. Entrou na água morna e sentou-se, esperando até que seus músculos, enrijecidos pelo mau jeito em que dormira, relaxassem. Fechou os olhos dourados, aspirando o úmido quente ar vindo da água.

Ele havia usado palavras tranqüilas com Rin quando falara do filho, mas não estava totalmente certo sobre isso. O julgamento não estava no melhor dos caminhos e ele começava a cogitar o que aconteceria caso fosse realmente condenado. Condenado por algo que não fez. A imagem de Sarah morta na cama deles passou por sua mente e ele abriu os olhos novamente, tentando eliminar aquilo de sua cabeça. Tentara por anos e anos simplesmente apagar aquela memória, mas era impossível. Sua doce ex-mulher foi morta a facadas em sua própria casa, enquanto ele trabalhava.

E foi ele quem achou o corpo, foi ele quem viu como ela estava. As pernas torcidas entre os lençóis, os braços abertos e o rosto caído pra trás. Sangue, muito sangue. Sarah estava envolta numa poça do próprio sangue, que trilhava um caminho até a porta do quarto, passando entre as frestas do piso claro.

Rangeu os dentes e rosnou, sentindo os músculos enrijecerem novamente. Estava sendo acusado pelo ex-sogro, que sabia perfeitamente o que havia acontecido com sua filha. Prefeito de uma cidadezinha ao sul dos Estados Unidos, William Brandford envolveu-se com a máfia mexicana, entrando no negócio de tráfico de armas, drogas e pessoas. E aquele porco provavelmente pisou feio na bola para ter sua filha assassinada do outro lado do mundo.

Sesshoumaru realmente amava Sarah e jamais seria capaz de fazê-la mal. O jeito doce com que ela se comportava, a inocência e bondade com qual encarava o mundo. Casaram-se em Nagoya, quando terminaram a faculdade. Sesshoumaru rapidamente entrou nos negócios de InuTaisho e cresceu no ramo, fazendo uma considerável fortuna. Não conseguia compreender por que estava sendo acusado de matar sua ex-mulher pelo dinheiro, quando, na verdade, não precisava de um centavo a mais sequer.

Rin era amiga de sua irmã e vivia entre os pequenos momentos de sua vida. Quando Sarah se foi, ele se fechou de uma forma colérica. Não fazia nada além de trabalhar, afastou-se de sua família e amigos e não conseguia enxergar além da sua própria arrogância.

No fundo, Rin e Sarah tinham muito em comum. O que as diferenciava era no quanto a sua atual esposa era decidida e disposta a impor sua opinião diante do mundo, fazendo isso de forma muito diplomática e doce. E apesar da aparência forte de Rin, sabia que ela tinha um poço de insegurança dentro de si que às vezes transbordava; como havia acontecido hoje.

Sesshoumaru entendia a confusão dela quanto ser perigosa e conturbada essa gravidez agora, mas não conseguia compreender o porquê dela acreditar que ele não ficaria feliz com isso. Seria um filho dele, independente do que acontecesse daqui em diante, teria que pensar no futuro daquela nova vida. Suspirou fundo e percebeu que aqueles pensamentos estavam deixando-o cada vez mais tenso. Recostou a cabeça na borda da banheira e respirou fundo, sabendo o quão cansado estava. Queria um pouco de paz na sua vida, queria dar um pouco de paz à cabeça de Rin, agora que ela precisava – mais do que nunca – estar bem.

Ouviu um 'click' atrás de si e olhou por cima dos ombros Rin recostada à porta fechada. O cabelo moreno estava desalinhado de forma que emoldurasse o rosto dela de um jeito sexy, os olhos estavam semi cerrados pela claridade e ela esfregava uma perna na outra, tentando afastar a sensação tímida que tinha quando ficava assim com ele.

Aproximou-se com passos lentos até a banheira, vendo-o acompanhá-la com o olhar sereno. Os finos pés alcançaram os degraus que davam acesso ao fino marfim da borda e ele ficou imóvel, apenas olhando-a por cima dos ombros.

- Você não me acordou.- Ela comentou, parada de pé logo atrás dele.- Achei que fosse ficar comigo quando me vestiu...

Ah, aquela timidez. Ele era absolutamente apaixonado por tudo em Rin, até esses pequenos "defeitos" a deixavam mais e mais irresistível. Sesshoumaru continuou imóvel e ela mordeu o lábio, nervosa.

Ele levantou-se da água repentinamente, exibindo o másculo corpo nu. As gotas de água escorriam por trilhas entre os músculos e pêlos dele, caindo na banheira após terem tido seu curso pelo paraíso.

'Céus, como ele é perfeito.' Rin pensou, mordendo o lábio com mais força. Os olhos dela não podiam desgrudar dos músculos perfeitamente construídos pelas costas, pernas e...

Sesshoumaru virou-se lentamente para ela, curvando-se até alcançar o ouvido dela com sua sedutora boca.

- Então se eu te vesti, suponho que seja meu trabalho despir.

(*)

Ela teve tempo apenas de soltar uma exclamação de surpresa antes de os braços fortes a envolverem com firmeza. Os lábios dele encontraram os dela com paixão, estendendo-se num beijo caloroso e gentil ao mesmo tempo. As mãos dela enterraram-se nos cabelos úmidos da nuca dele e ela pressionou-se contra seu corpo, ficando nas pontas dos pés.

Os braços dele puxaram-na para cima e a água do corpo dele molhou a camiseta e as pernas dela, causando um fio de arrepio pelo corpo de Rin. Sesshoumaru trilhou os lábios pela bochecha até a orelha dela, alcançando finalmente seu pescoço. A morena gemeu satisfatoriamente, fechando os olhos para aproveitar aquela carícia.

Rapidamente as mãos de Sesshoumaru infiltraram-se por baixo do tecido da camiseta, levantando a peça no caminho. Assim que a pele morna da barriga dela encontrou a pele quente do youkai, um calor subiu pelo rosto e desceu pelas pernas, deixando-a desequilibrada.

Ele jogou a peça de algodão num canto do banheiro, direcionando agora os lábios para os ombros nus dela. A boca quente dele desceu pelo perfeito osso da clavícula até alcançar a altura do colo, fazendo-a gemer mais uma vez.

As mãos de Rin procuraram os fechos do sutiã e ele a censurou, segurando seus pulsos. Ela olhou-o confusa e viu um brilho divertido em seu olhar.

- Pensei que tivesse dito que era meu trabalho te despir.- Os lábios dele voltaram pela trilha do pescoço, queixo, rosto até a orelha dela novamente, mordendo o lóbulo antes de falar.

- Mas não foi você quem vestiu essa peça...- Questionou numa voz fraca, fechando os olhos novamente.

- E desde quando isso é negociável?- Ele respondeu com outra pergunta, soltando um baixo riso. As mãos de Sesshoumaru foram até o fecho do sutiã rosa que ela usava e o desatou, deixando que a peça se soltasse de suas costas.

- Quando você me beija assim, nada é negociável.- Admitiu, perdida entre os lábios dele correndo por sua pele.

- Bom saber.- Um brilho de satisfação passou pelo olhar dele assim que ela abriu os olhos, encontrando os orbes dourados.

Sesshoumaru separou-se de Rin apenas para que o sutiã caísse entre eles, no chão. Os fortes braços a envolveram mais uma vez, levantando-a do piso e trazendo seu belo corpo pra si. Ele entrou novamente na banheira, deixando que a água alcançasse apenas seus joelhos e as coxas de Rin.

A sensação do peito musculoso contra os seios dela e o membro dele pressionado contra o tecido da calcinha rosa claro bordada a deixavam já completamente entregue a Sesshoumaru.

Uma das mãos dele envolveu o cabelo da nuca dela, puxando-a sutilmente para outro beijo apaixonado, enquanto a outra mão buscou a base das costas dela, descendo pela carne do quadril de Rin. Ela gemeu contra os lábios dele quando os dedos firmes dele envolveram sua pele, fazendo-a sentir outro choque. As mãos de Rin travaram-se contra os músculos da lateral do tórax dele, trazendo-o pra muito perto. Um rosnado de prazer subiu pelo fundo da garganta dele quando as unhas dela se afundaram em sua pele e seu membro foi pressionado com mais força contra ela, mesmo que por cima da última peça entre eles.

Oh sim, isso o lembrava que ele precisava urgentemente se livrar daquilo. Sem muitas delongas, ele desceu as duas mãos até as bordas da calcinha e a retirou pelas pernas de Rin, considerando que aquela peça rosa era bonita e sua mulher ficaria aborrecida se ele simplesmente rasgasse o tecido, como queria fazer.

Jogou a peça em qualquer outro lugar e voltou-se para a morena, tomando seus lábios novamente. Num rápido movimento ele envolveu as pernas dela por sua cintura, ainda não chegando a penetrá-la. Sesshoumaru era uma pessoa muito calma, e agora ele não tinha nenhum tipo de pressa para amar Rin.

Sentou-se na banheira, sentindo a água mais fria que seus corpos juntos, dando um arrepio pela pele do casal. Ele recostou Rin à outra borda, levantando-a até que ficasse quase completamente emersa na água, revelando seu corpo curvilíneo. Ele pendeu sobre ela, beijando o queixo, pescoço e descendo para o colo outra vez, encontrando agora os perfeitos seios arrepiados pelo choque da temperatura entre a água e o corpo dele.

Ele lambeu e mordiscou a pele rosada do bico do seio, ouvindo-a gemer e enrolar os dedos entre os cabelos dele. As mãos que seguravam sua cintura se apertaram contra a pele de Rin, fazendo-a resfolegar. Sesshoumaru colocou o braço direito como apoio por baixo do corpo dela, para que ela continuasse na mesma posição e a outra mão procurou as coxas de Rin. Assim que ela sentiu as mãos dele ali, as pernas se entreabriram quase inconscientemente e ele sorriu, voltando a beijar o colo dela.

Um dos ágeis dedos dele massageou a entrada dela e Rin gritou, fazendo-o se arrepiar e respirar fundo, controlando seu desejo de tomá-la rapidamente. Infernos! Ela conseguia o enlouquecer em gestos tão pequenos.

Ele continuou a massageá-la por baixo da água, lambendo e mordiscando agora a pele do pescoço dela. Uma das mãos de Rin procurou a nuca dele e a outra foi até as costas largas do youkai, puxando-o pra mais perto, cravando as unhas na pele dele nesse processo. Um dos dedos deslizou finalmente pra dentro dela e ela suspirou no ouvido dele, ficando com os sentidos totalmente nublados. Ele repetiu o movimento algumas vezes, vendo-a ficar muito ofegante e percebendo que rapidamente ela chegaria ao seu ápice.

Os braços de Sesshoumaru a levantaram, sentando a morena na borda da banheira. Antes que ela pudesse questionar, os lábios dele chegaram na parte interna da sua coxa e ela gemeu mais uma vez, segurando-se no mármore da banheira.

Os gentis lábios dele beijaram seu sexo e ela fechou os olhos, deixando os lábios entreabertos para respirar. As mãos dele alcançaram as dela sobre o mármore frio e ela envolveu seus dedos pelos dele, umedecendo os lábios ressecados pela velocidade com a qual resfolegava.

A língua moveu-se por ela, e ele satisfatoriamente percebeu que ela estava muito perto de chegar . Mas antes que ela o fizesse, Rin empurrou Sesshoumaru até a outra borda, fazendo menção que ele se sentasse ali. Ele atendeu ao pedido dela e ela continuou dentro da água, posicionando-se entre as pernas dele.

Rin emergiu parte do corpo para beijar o peitoral dele, descendo pelos músculos da perfeita talhada barriga. Ele fechou os olhos e rugiu assim que ela segurou seu membro, movimentando as finas mãos por ele enquanto beijava a parte baixa do peitoral dele.

Sentiu a quente boca dela envolvê-lo e ele arqueou, travando o maxilar e torcendo as sobrancelhas. Rin mexia graciosamente os lábios e a língua por seu membro, enlouquecendo Sesshoumaru de uma forma absurdamente sensual.

Quando ele soltou um rosnado mais forte e apertou a banheira entre as mãos, os orbes dourados se abriram e a encararam com muito desejo. Ele desceu da borda e reclinou-a sobre o outro lado da banheira, puxando seus quadris.

- Eu preciso te fazer minha agora, Rin.- A voz rouca dele avisou e ela sorriu docemente, segurando-se nos braços dele.

- Mas eu já sou sua.- Disse no ouvido dele, fazendo-o respirar fundo.- Sempre serei.

Sesshoumaru puxou-a para mais um beijo e então a penetrou, fazendo um uníssono gemido entre as bocas juntas. Ele começou a movimentar-se, fazendo a água tremular em pequenas ondas em volta deles e resvalar entre os corpos unidos.

Separaram os lábios, procurando ar. Ele encaixou o rosto por cima do ombro dela, sentindo o cheiro delicioso do cabelo dela, fazendo-o fechar os olhos. Rin passou uma das mãos pelas costas dele e a outra alcançou a nuca novamente. Ela ofegava com os lábios mais entreabertos, deixando que os gemidos escapassem entre seus lábios. Em poucos instantes ele já se movia rapidamente, ouvindo o eco dos gemidos de Rin pelo banheiro. Ela prendeu as pernas em volta dele para facilitar seu caminho e Sesshoumaru apertou os olhos, sentindo choques por todo seu corpo.

Quando o corpo dela chacoalhou de cima abaixo e o nome dele fugiu pelos lábios femininos, o seu controle se foi. Sesshoumaru apertou os dedos pela borda da banheira e estocou três ou quatro vezes com força antes de soltar um último rugido entre os dentes e derramar-se dentro de Rin.

Os dois ofegavam severamente, olhando-se com intensidade. Ela sorriu e levou uma das mãos ao cabelo dele, afastando os fios colados pelo suor no rosto viril. Sesshoumaru retirou-se de dentro dela e a puxou para si, fazendo com que ela sentasse em seu colo, enquanto ele se recostava à borda.

Rin aproximou os lábios rosados da boca dele e deu um suave beijo, sorrindo mais uma vez em seguida. Ele olhou-a e esboçou um belo sorriso, fazendo com que os orbes castanhos dela brilhassem.

- Eu amo você tanto!- Exclamou, apoiando o rosto no ombro dele e abraçando suas costas.

- Eu também...- Sussurrou, fechando os olhos e pendendo o rosto sob a cabeça dela.- Você é o mundo deste Sesshoumaru.

A doce risada dela preencheu o banheiro e ele suspirou, satisfeito. Amava aquela mulher com todas as forças e a protegeria, acima de tudo. Queria sempre estar com ela, olhar por ela, falar com ela, olhá-la...

Não podia acreditar em como conseguiu amar Rin com tanta força depois de ter perdido Sarah. Seu coração acometeu-se em uma escuridão surreal até o dia em que Rin entrou em sua vida. No fundo, sabia que se alguém conseguisse reverter a dor de seu peito, esse alguém seria definitivamente a mulher de sua vida.

Sem dúvidas, não conseguiria viver sem aquele par de olhos castanhos.

Quero apenas cinco coisas...
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando.


Oi gente! Fanfic nova pintando por aqui =) O que acharam desse primeiro Capítulo? A fic não terá muuitos capítulos e nem será muito longa, mas espero que vocês gostem.

Estou meio atolada nos trabalhos da faculdade e por isso a postagem pode demorar um pouco mais, mas não desistam de mim HAHA

Bom fim de semana pra vocês, até a próxima postagem =D

Beijos =*


Nina.


(Clicar nesse botãozinho aqui de reviews não dói, e ainda faz uma ficwritter feliz =D)