Disclaimer: Fate/ é uma franquia da Type-Moon, sendo que essa história não possui fins lucrativos (mas se a Type-Moon quiser me contratar para adaptar essa história aceitarei de bom grado ^^). Embora a maioria dos personagens tenham sido criados para essa história, a universo onde ela se passa, bem como vários outros elementos, são originados do universo Fate/, que não é minha criação. Permito que utilizem meus personagens em outras histórias, apenas me avisem antes.

Notas iniciais:

1)Essa fanfic é uma versão da segunda guerra pelo cálice sagrado, sobre a qual a Type-Moon revelou pouquíssimos detalhes (mas que foram o bastante para me dar bastante dor de cabeça). Observe que como ela ocorreu antes do cálice ser corrompido, entre outras coisas, algumas características da guerra podem ser um pouco diferentes daquelas narradas nas novels.

2)As opiniões expressas e linhas de pensamento não refletem as do autor, sendo em sua maioria somente características dos personagens criados.

3)Não sei ao certo com que periodicidade que publicarei essa história, mas estarei me esforçando para não demorar muito entre os capítulos, como já ocorreu com o primeiro . (mas já estejam cientes que terei períodos de prova ou épocas que poderão me levar a demorar mais, mas nada muito grande tbm).

4)Comentem, deixem suas opiniões, critiquem, mostrem que encontraram alguma eventual referência, xinguem, perguntem e mostrem alguma eventual contradição na história (embora alguma pseudo-contradição que deva ocorrer já esteja nos planos e será eventualmente explicada, não deixem de mostrá-las pois pode ser que não esteja nos planos). Apenas não abaixem o nível no que forem dizer XD.

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Capítulo 1 – Pacto

"Por que existem tantas dúvidas em nossas vidas?

Por que algumas escolhas são tão difíceis?

Porque as dúvidas nos fortalecem e as escolhas guiam a vida.

Se você realmente procura as respostas, levante-se e lute com as trevas em seu coração,

erga sua espada e sua lança contra seu própria ser"

Fate/Inner Paths

– Tem certeza que isto é o melhor a ser feito? Quero dizer... – dizia uma mulher loira e alta, aparentando pouco mais de quarenta anos, sua voz tornando-se cada vez mais baixa – depois disso ela não poderá mais ficar aqui, pelo menos até o final da guerra... A Associação com certeza irá atrás dela...

– Não acredito que tenhamos outra escolha, querida – falava um homem também loiro com um volumoso bigode – a associação irá persegui-la logo, até mesmo alguns de nossa família o farão... Essa é a única esperança para nossa filha. Mesmo sendo triste, o desaparecimento de Kresnik se mostrou útil para nosso plano. Você está pronta, Celes?

– Com certeza sentirei a falta de vocês nesses dias – dizia uma garota por volta de seus 17 anos, de estatura um pouco menor do que o esperado para sua idade, de pele clara e cabelos castanhos que segurava um livro, sem conseguir disfarçar totalmente o nervosismo em sua fala – e durante esse tempo procurarei também por meu irmão, vocês não estarão mentindo, apenas não deixem que descubram seu envolvimento com isso. Eu, Celes von Einzbern, sobreviverei à Guerra pelo Cálice sagrado. Acho que já devia ter dito isso bem antes... Obrigado por tudo, mamãe e papai, realmente agradeço por ter vivido nessa casa – e enquanto falava recebia um pedaço de madeira das mãos de seu pai, que murmurava "Não faça um discurso de despedida desses após dizer que sobreviverá".

E então, naquele fim de tarde em um quarto isolado na mansão dos Einzbern, com o livro aberto em mãos, tal encantamento foi lido pela jovem:

"Ye first, O silver, O iron
O stone of the foundation, O Archduke of the Contract
Hear me in the name of our great teacher, the Archmagus Schweinorg
Let the descending winds be as a wall
Let the gates in all directions be shut, rising above the crown, and let the three-forked roads to the Kingdom revolve.
Shut. Shut. Shut. Shut. Shut.
Five perfections for each repetition.
And now, let the filled sigils be annihilated in my stead!
Set.
Let thy body rest under my dominion, let my fate rest in thy blade.
If thou submitted to the call of the Holy Grail and if thou wilt obey this mind, this reason, then thou shalt respond.
I make my oath here.
I am that person who is to become the virtue of all Heavens.
I am that person who is covered with the evil of all Hades.
Thou seven heavens, clad in a trinity of words,
come past thy restraining rings, and be thou the hands that protect the balance!"

Um círculo luminoso surgiu sob os pés da garota e quando ela se deu conta à sua frente estava sentada uma mulher de longos cabelos loiros e pouco mais velha que a jovem mestra, mas de maior estatura, trajando uma armadura com várias placas, aparentemente leve, possuindo alguns poucos detalhes facilmente perceptíveis somente nas regiões dos ombros e das pernas, mas, apesar de sua aparência simples, parecia proteger as regiões mais visadas por um inimigo durante as batalhas, revelando o acolchoamento em parte dos braços e próximo aos pés. Em suas mãos, apoiada sobre uma de suas espáduas, estava uma longa lança avermelhada. O casal que apenas assistia a cena não conseguiu conter o espanto:

– Mas o que é isso? – questionava a mulher – Um servo da classe Lancer era esperado pelo catalisador que utilizamos, porém essa serva claramente não é o que queríamos... Olhem para sua arma, olhem para ela, não deve ter nem vinte anos, sem falar que há algo estranho em seu olhar. Não posso aceitar que a vida de nossa filha seja confiada a uma pessoa tão suspeita! – sua voz carregava grande insatisfação – E porque os selos de comando têm o formato de um escudo?

– Não dê atenção a ela, – dizia Celes ignorando sua mãe – ela somente está preocupada comigo. Agora diga-me, quem é você?

– Não tenho porque revelar detalhes sobre minha identidade para outras pessoas que não sejam meu mestre... E como posso saber que você não irá me trair como eles fizeram? Mas me aliarei contigo por hora, já que temos um objetivo comum – respondeu a lanceira.

– É... Acho que trouxemos um servo problemático e bem diferente do esperado – dizia o único homem no local – mas as suas chances serão maiores, corrijo, você somente terá chances de sobreviver lá fora. Agora saia antes que percebam o que você fez – e dizendo isso se despediu de sua filha com um beijo em seu rosto, sendo seguido por sua esposa. Esta já havia perdido toda a cor que poderia haver em sua pele devido a angustia, mas sabia que isso tinha que ser feito.

– Agora será melhor até mesmo para vocês que eu não esteja mais por aqui... Por favor, não sejam descobertos. Vamos, Lancer? Parece que você prefere conversar a sós.

Imediatamente a serva tornou-se invisível para os demais e ambos saíram sorrateiramente da mansão, sem perceber que tudo que ocorrera havia sido testemunhado por um silencioso morcego nas proximidades.

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As ruas de Fuyuki estavam praticamente desertas naquele momento, uma ironia tendo em vista o caos que tomaria a cidade em poucos dias. "Preferia que a cidade estivesse realmente abandonada, tantos serão envolvidos desnecessariamente...", perdia-se Celes em seus pensamentos enquanto caminhavam silenciosamente até chegarem ao meio de algumas árvores, quando abrindo o livro e elevando sua mão direita bradou "Präsenz vor Ort", gerando uma esfera brilhante que pouco depois desapareceu. Virando-se para sua serva explicou:

– Terei ciência de toda presença existente nos arredores durante os próximos vinte minutos, então posso garantir que estaremos a sós. Agora me fale sobre você, mesmo que ainda não confie to... Ouch, o que é isso Lancer? – berrou a maga ao recuar desviando de uma investida de sua serva.

– Não baixe sua guarda tão facilmente, eu me segurei nessa estocada. Vamos, lute comigo, quero ver do que você é capaz, mestra.

Abrindo o livro enquanto a outra girava sua lança no ar e em seguida a segurava em posição de ataque, respondia a menor delas com um sorriso que não disfarçava seu nervosismo:

– Tudo bem, eu planejava perguntar sobre suas habilidades, mas vê-las na prática será muito mais divertido.

Celes começou a estalar continuamente seus dedos enquanto tentava se afastar, gerando velozes raios que iam em direção da lanceira, mas esta parecia conseguir esquivar-se facilmente de todos eles, se escondendo atrás de uma árvore.

"Te peguei", murmurou a primeira abrindo sua mão direita, saindo agora os mesmos clarões de cada um se seus dedos, que convergiram na árvore onde estava a serva, esta, por sua vez, já havia pulado por cima da planta em direção daquela que a atacava, girando sua arma e produzindo uma espiral de chamas durante a queda, caindo com suas pernas afastadas e, em um rápido giro, produziu uma circunferência de fogo por onde a ponta de sua lança havia passado. Enquanto a espiral se dividia em pequenas brasas que se espalhavam pelo campo de batalha e se aproximavam de sua oponente, o círculo de fogo crescia, obrigando Celes a quase atirar-se ao chão, e quando pode se recuperar da manobra gritou: "Você quer causar um incêndio aqui?", mas, para sua surpresa, as chamas simplesmente atravessavam os troncos. "Estou certa que esse fogo é real, posso sentir seu calor", pensou rapidamente a garota, mas já não tinha muito mais tempo por ter sido cercada pelas diversas brasas enquanto o anel flamejante começava a recuar.

"Eye of the Storm", foi o que pode ser lido no livro, gerando uma ventania e originando diversos raios próximos, afastando de si aquilo que a ameaçava. Fechando o livro clamou "Aufrufen: Ad...", mas foi interrompida por sua serva:

– Já chega, não queremos nos desgastar desnecessariamente. Pude perceber em sua casa que você se interessa mais em sobreviver do que em obter o cálice, mas eu sou um pouco diferente: desejo viver para me livrar da traição que sofri, eu, que fiz tanto por meu povo, fui abandonada por ele... Mas para conseguir isso tenho que vencer essa guerra. Acho que ambas estamos nisso somente para podermos continuar nossas vidas... Ao menos você parece não ser uma maga ruim e como já disse aceitarei lutar ao seu lado. Vejo também que utiliza um livro em suas magias, vamos, fale-me sobre você.

– Me chamo Celes von Einzbern, – dizia enquanto perguntava a si mesma se sua serva depositava alguma confiança nela, já que fazia tais questões sem se apresentar, embora entendesse que ela devia carregar um grande fardo – como ocorre geralmente com os magos, assumirei função de suporte durante as lutas, ainda que esteja pronta para entrar nas lutas se necessário. Sou melhor invocando alguns animais e gerando raios. Esse livro, Magecraft's Melody, que contém vários feitiços e encantamentos escritos em suas páginas, e cujo dono pode mudar apenas com a morte do anterior, me permite melhorar de alguma maneira as magias, seja reduzindo o tamanho das frases que necessitem ser pronunciadas ou produzindo maior poder, entre outros benefícios, variando conforme o que conjurarei. Porém algumas de suas desvantagens me fazem muitas vezes questionar se em uma luta real, especialmente se ela se prolongar, ele não iria somente dificultar minha vida. A maioria das páginas está em branco, e para se escrever algo novo deve-se utilizar uma quantidade enorme de prana, deixando geralmente quem o faz inconsciente por um tempo considerável.

– Minha vez, então. Essa minha lança, Flamme du Procès, – dizia Lancer mostrando sua arma, agora sendo visíveis os vários entalhes semelhantes a uma espiral ao longo de sua vara vermelha, possuindo três pontas, uma para cada lado, além da frontal, todas de formato losangular com os lados concavamente ovalados – que é meu fantasma nobre, como o nome sugere me permite utilizar as mesmas chamas que me condenaram, ou melhor, deveria... Mas tinha algo diferente naquele. Ela produz labaredas em suas pontas enquanto eu as controlo, permitindo-me utilizá-la de várias maneiras. Minha identidade é Jeanne D'Arc – ao dizer isso os olhos da garota começaram a brilhar:

– A donzela de Orléans! – já não conseguia conter a surpresa – Embora seja bem diferente do que esperávamos, com certeza é muito melhor! – dizia euforicamente, aquele nome parecia fazer todo o nervosismo de até então desaparecer – Me dá um autógrafo, me dá um autógrafo!

– Ficarei feliz em lutar ao seu lado, mas se você me permite continuar – disse um pouco constrangida a heroína – as chamas produzidas não somente queimam como qualquer brasa, elas também afetam a alma e os circuitos mágicos daqueles atingidos, sendo seu dano influenciado pela personalidade do alvo. Basicamente queima e gera um impacto proporcional ao número de faltas que a consciência da pessoa encontrar para si. Além disso, posso...

"Alguém se aproxima rapidamente!", exclamou a maga, e em seguida escutaram a frase: "Inpu blessing: Shadow Plume"

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Portal do Akasha: no final de cada capítulo haverá essa seção onde fornecerei alguns detalhes sobre os servos e suas armas, darei algum detalhe adicional e responderei os comentários, se quiserem mais alguma coisa nessa aqui me avisem. Espero que tenham gostado do início da história e vamos lá ^^

Jeanne D'arc (original em Francês) /Joana D'arc (versão em português): nascida em uma família de camponeses na cidade de Domrémy, que depois teve seu nome modificado para Domrémy-la-Pucelle em sua homenagem, foi heroína na Guerra dos Cem anos e é a padroeira da França. A donzela de Orléans desde os treze anos de idade dizia escutar vozes, que entre outras coisas falavam que ela deveria livrar Orléans do domínio existente, fazendo com que aos dezesseis anos ela se encontrasse com o futuro rei Carlos VII na cidade de Chinon, onde conseguiu convencê-lo, após varias provações, a deixá-la no comando das tropas francesas. Obteve diversas vitórias na guerra, libertando a cidade e possibilitando a coroação de Carlos VII, porém foi capturada e após ser julgada pela Inquisição, que a via uma bruxa e considerava inaceitável que ela trajasse roupas masculinas (imagina se descobrissem Arturia...) foi queimada na cidade de Ruão (ou Rouen, e meu nome não vem daí .). Após sua morte o processo que a condenou foi considerado inválido e ela foi canonizada, sendo considerada mártir.

Eu sei que ela é uma personagem de Fate/Apocrypha, mas como esse projeto foi cancelado (e minha idéia dela como serva veio antes de eu saber sobre isso), desconsiderarei a existência dessa versão, que é bem diferente da que utilizarei.

Flamme du Procès (Chama do Julgamento): a arma de Lancer, baseada nos momentos finais e na causa da morte de Jeanne, é capaz de gerar chamas controláveis que podem se tornar inofensivas se for a vontade do usuário (como ocorreu quando simplesmente atravessaram as árvores), mas quando se deseja que queimem seu dano físico é um pouco menor que chamas normais, afetando muito mais os circuitos mágicos da vítima. Gasta continuamente prana enquanto produz labaredas e mais um pouco para controlá-las e impedir que sejam extintas (mas se fizerem contato com algo que apagaria o fogo elas desaparecem), ainda assim tal custo não é muito grande e Jeanne parece preferir utilizá-la para encurralar seus inimigos. Obviamente também pode ser utilizada como qualquer lança.

Curiosidade: essa históra iria se chamar Fate/Aetherium Paths antes de eu escolher o título atual.