Disclaimer: Naruto e seus personagens não me pertencem. As músicas de tema para a fic também não me pertencem. Provavelmente não serei a primeira (ou a última) a falar sobre esse tema... MAS A HISTÓRIA EU JURO QUE É MINHA! XD

Notas: Gentes, antes que comecem a achar que sai da aposentadoria, não se enganem. Estou apenas cumprindo com algumas promessas, promessas antigas já.

Essa promessa, em especial, é pra linda da minha xará! A xará (Sensei Ale para os não íntimos) me pediu de presente de natal do ano passado (olha só a Tifa e seus atrasos eternos para entrega...) uma GaaHina. Passei muito tempo encucada com o que escrever, não porque não curta o ship (afinal existe uma outra GaaHina sendo escrita, mas isso não vem ao caso agora), mas porque eu queria fazer algo deveras especial pra dona xará.

E, depois de muito quebrar a cabeça e fritar os miolos, me lembrei de uma temática que vi no tumblr (RIP – o meu pelo menos): timer soul mate. Em resumo: cada pessoa tem um timer no pulso e ele zera quando você conhece sua alma xêmea! Olha que chique!

Outra novidade: essa será uma não-tão-long-fic. Terá por volta d capítulos give or take.

E chega de notas que eu já estou falando merda.

Xará, de coração, espero que esta fic te deixe feliz e supra – ao menos um pouquinho – da sua necessidade de GaaHina. ;)

Te amo.

-x-

Oração ao Tempo

Todos os dias quando acordo

Não tenho mais o tempo que passou

Mas temos muito tempo

Temos todo o tempo do mundo

Tempo Perdido – Legião Urbana

It's times like these you give and give again

Os avanços tecnológicos do mundo serviram para diversas coisas, controle de natalidade, controle populacional, o fim das guerras químicas, físicas e biológicas. A tecnologia permeava a vida dos humanos de tal forma que tudo havia se tornado zeros e uns. Tudo. Inclusive o que tantos chamam de amor.

Através de análises feitas pelo Computador, assim que um novo ser humano nascia, seu relógio apontava quanto tempo faltava para encontrar o seu par perfeito, sua cara metade, sua alma gêmea. O Computador poupou cada homem e cada mulher de sofrer nas mãos das pessoas erradas.

Tudo era zero. Tudo era um.

Tudo era calculado com precisão, sem possibilidades de erros, sem infelicidade.

Hyuuga Hinata tinha apenas quatro anos quando percebeu, tristemente, que o seu relógio continuava piscando, enquanto o relógio de seu primo não indicava número algum.

Perguntou, primeiro para Neji, porque o relógio dele não tinha números. Não conseguiu entender o olhar triste do primo, que a deixou sozinha no jardim. Mais tarde, quando contou para a mãe, aprendeu duas coisas.

Perguntar sobre o relógio das pessoas era quase um tabu, sendo considerado o auge do desrespeito nas normas da sociedade. E não conseguiu segurar as lágrimas, pensando se poderia ter magoado para sempre seu primo ao perguntar do relógio, se teria perdido seu único amigo por uma pergunta tão inocente, tão infantil.

Porque aprendera que Hyuuga Neji nascera com o seu relógio zerado.

Ninguém sabia exatamente como os relógios, aqueles números verdes que piscavam de forma decrescente no punho direito de cada pessoa surgiu, ou como eles funcionavam, mas existiam pessoas que nasciam com os números zerados. Alguns tinham uma vida curta, outros viviam sozinhos. Sua vida, porém, era permeada pela certeza de não terem um par, de serem incompletos.

Hinata chorou até dormir naquele dia aos quatro anos de idade. Ela era uma pessoa extremamente sensível, passional. Não podia acreditar que o primo, a única pessoa no mundo que gostava e cuidava dela com carinho além dos pais, viveria sozinho.

E o amou com todo o coração de uma garotinha.