Desejo (substantivo masculino). o desejo é a ação e o efeito de desejar (aspirar a, sentir apetência, ter vontade de querer). O conceito permite fazer referência ao movimento afetivo ou ao impulso para com algo, ou alguém que se queira muito.

Sinopse: Esses dois, não se entendiam, tão pouco nem mesmo pareciam ser amigos. No entanto, um inesperado convite do passado faz com que um deles tenha uma ideia, que poderia ajudar com que sua família não pensasse coisas ruins ao seu respeito. E ela? Apenas por meio de uma proposta acaba aceitando, mal sabendo que seu passado também surgiria para causar-lhe o mal.

No entanto, perto de pessoas eles descordavam um do outro, mas sozinhos desejavam-se mais que tu

(...)

Capítulo I.

Ira.

246 Greenwich St, Nova York.

Outono, Suna.

Rapidamente — e por puro reflexo — tapou seus ouvidos e fechou as pálpebras fortemente. Ah, suspirou ela, já era a décima vez naquela tarde e isso com certeza era um péssimo sinal.

Foi quando ouviu novamente algum vaso indo de encontro ao chão feito de madeira da outra sala, claro, espalhando cacos para todos os lados.

Teria que chamar as arrumadeiras e o decorador imediatamente.

Era visível que a movimentação de pessoas por todos os lados naquele corredor diminuíra bastante após tantos barulhos — ou melhor dizendo, destruição — terem começado. Droga, hoje não era mesmo um bom dia para trocar nem mesmo uma palavra com seu chefe.

Quando ouviu mais alguma coisa sendo quebrada, Matsuri fez uma careta. É... Absolutamente não é mesmo um bom dia, pensou.

Meio a seu reflexo, sua mão direita carregava um telefone branco que estava transmitindo os gritos raivosos de uma mulher loira; tal mulher não se encontrava com alguma paciência para sair de casa, tampouco para ver seu patrão.

— Desculpe, Ino. — A morena logo se adiantou, com o telefone sobre a orelha. — Ele está muito nervoso hoje. — Explicou, sabendo que Ino com certeza ouvira o som vindo da outra sala.

— Não acredito que aquele idiota esteja causando à essa hora, Matsuri. — Disse zangada. Só aquele homem mesmo para arrancar o juízo dos outros. — E você aí, tendo que aguentá-lo.

— Realmente. — Concordou ela — Eu não sei o que houve com ele, disse que não queria ser incomodado. Não acho que o almoço dele tenha feito algum mal.

— Talvez a companhia tenha feito... — Ino riu. — Me dê apenas uma hora, ou alguns minutos, e logo chegarei até aí.

— Obrigada. — Ela agradeceu do fundo de seu coração, desligando o telefone enquanto jogava-se sobre sua cadeira estofada, sentindo todo o corpo relaxar.

Graças a Deus, Ino está vindo, pensou, ou ela poderia morrer tentado ajudar o chefe.

Matsuri apreciava bastante o chefe que tinha, no entanto quando ele se estressava por algo sem dar qualquer explicação, poderia se tornar um perigo.

Perigo esse que poderia se tornar até pior, se ele tivesse com quem descontar toda essa raiva. Provavelmente mandaria a vítima para o hospital mais próximo, e ela com certeza faria o possível e o impossível para arranjar outro emprego. Gaara sabia ser muito perverso às vezes. E, com certeza, Matsuri não seria seu saco de pancadas.

Depois de muito pensar, após minutos de ataques do ruivo, ela decidiu chamar Ino. Mesmo sabendo que a amiga poderia ouvir muitos desaforos, ela também sabia que a loira revidaria cada um.

Ino fora sua melhor escolha naquele momento, mesmo sendo uma das piores também. Pois ambos — Gaara e Ino — não tinham lá algo que poderia ser chamado de amizade, eram mais como cão e gato.

Ela sempre o confrontava sobre algo que ele estava discordando, e ele fazia o mesmo, causando assim uma briga sobre quem estava certo e quem estava errado. Eram pouquíssimas as vezes em que concordavam com algo, sem reclamações. Matsuri chamava esses dias de milagrosos, pois só mesmo Deus para lhe dar um descanso sobre tantas reclamações.

No entanto, eles sempre encontravam outro caminho para uma briga acontecer novamente.

Matsuri suspirou, relaxando, apesar dos barulhos incessantes da sala atrás de si. Só esperava que Ino chegasse antes que senhor Hashirama resolvesse aparecer de supetão e visse o estado de Gaara.

Arg... Isso não acabaria nada bem.

(...)

Seus passos sobre os saltos altos e pretos eram curtos e rápidos enquanto seus olhos circulavam toda extensão da rua e se esquivava das pessoas, para que não causasse um pequeno acidente. Rolou os olhos, suspirando e já sem paciência quando Matsuri desligou.

"Por que todo mundo tem medo daquela tocha humana?", indagou impaciente.

Ino puxou o ar fortemente, parando no meio da calçada sem se importar com algumas pessoas que andavam apressadas atrás de si, ignorando as caretas que fizeram ao vê-la parar, mas ela pouco se importou.

A loira pensava em como aquele povo realmente sentia medo daquele homem. Será que ela era a única pessoa que entrava naquela sala, conseguia falar e até mesmo gritar com aquele homem arrogante?

Infelizmente, ela sabia que essa resposta merecia um imenso "sim".

Todos os empregados, acionistas, representantes, sócios, até mesmo visitantes, se derretiam de medo com aquele olhar gélido das esmeraldas verdes do homem. Sua postura com o peito estufado em orgulho, seus ombros grandes e largos. Sem contar, os cabelos rebeldes de um tom vermelho único.

O que chamava a atenção era que, apesar de ser um homem de um metro e oitenta de pura gostosura, seu rosto e mãos eram marcados por algumas cicatrizes que pareciam adquiridas em brigas; era o que julgava Ino, mesmo que não tenha sabido de nenhuma delas. Afinal, do que seriam aquelas cicatrizes? Policial ele não era, nem mesmo agente ou aventureiro. Só podiam ser de brigas.

Ino trabalhava com ele há mais de um ano, como sua assistente. A loira tinha os cabelos longos e lisos, como cascatas douradas. Seu corpo não era nada de se jogar fora: seios fartos, cintura fina, pele branca e macia. As pernas longas, com as coxas grossas, os lábios eram carnudos e vermelhos, seus olhos eram como safiras azuis e brilhantes. Era uma mulher de, como alguns homens diriam, parar o trânsito.

Por ser sua assistente, tanto na empresa quanto em sua vida pessoal, sabia exatamente qualquer paradeiro do ruivo, ao menos a maioria. Para algum desconhecido que os observasse, o relacionamento de ambos era profissional e ótimo. Só que a verdade era que não gostavam nem um pouco um do outro.

Suas amigas lhe perguntaram o porquê de trabalhar para alguém que não gostava nem um pouco. Trabalhar para alguém de quem não gostava era ruim, mas ficar sem emprego era pior ainda. Como o ruivo não a demitia, apesar das brigas que tinham, era ótimo para ela.

E também — como resposta para as amigas, sendo essa a mais pura verdade — Ino sempre recorria a responder que o avô do chefe foi quem a mandou tomar o lugar como assistente do neto, para cuidar dele.

O que estressava Gaara, qualidade ótima na opinião de seu avô, era que a loira era diferente das mulheres com quem o ruivo trabalhara. Ino tinha mais garra para lidar com ele, sem apresentar qualquer interesse pessoal.

Ino apressadamente voltou a caminhar; ficar no meio da rua pensando no que poderia ter acontecido com aquele homem era idiotice. Por fim, deu um sinal para um táxi qualquer, que se aproximava na rua, adentrou dizendo o endereço que precisava chegar e se foi.

Porém, ela nem ao menos pensou em dizer ao motorista que precisava chegar urgentemente ao local, para que pudesse ajudar os outros funcionários da empresa com aquela criatura de cabelos vermelhos. Na verdade, estava mais do que feliz por ele não estar de bom humor. Considerando o fato que era seu dia de folga, e que estava tentando dormir até tarde, ele bem que merecia estar tão nervoso assim.

Mas, quando ficava assim, era ela quem tinha de colocar juízo em sua cabeça.

E, como alegria não durava para sempre, após o almoço — já que conseguira sim dormir apenas um pouco até tarde — foi acordada pela ligação de Matsuri.

Na hora sua raiva fora tanta que poderia ir andando até a empresa, só para demorar a chegar até lá. A ideia de pegar um táxi era somente por que ficaria com bolhas enormes se andasse até lá.

O que não era uma boa ideia.

Relaxou sua cabeça sobre o banco do passageiro, sem deixar o sorriso sumir de seus lábios. Tinha de admitir, estava curiosa demais para ver o que deu naquele homem para ter dado um show naquela hora.