Disclaimer: Angel Sanctuary pertence à malvada da Kaori Yuki que sempre mata os personagens que eu amo ;-; [tudo bem, Kaori, eu te perdôo!]
Fic de presente de niver pra minha mana Kei-chan.
Even the angels have nightmares
Deitado no majestoso sofá azul-marinho, o querubim repousava sua cabeça no braço do móvel, os olhos fechados, a expressão serena e os cabelos prateados se destacando sobre o forro escuro do sofá.
Era uma tarde anormalmente quente e, ajoelhado numa almofada, no chão, diante do sofá, ele abanava um leque grande com algumas plumas nas pontas, refrescando o descanso do jovem. Era como se assistisse a um filme e, inconformado com sua submissão, ele exclamou mentalmente: "Por que não me movo? Por que não saio desta posição vergonhosa e o faço pagar por me submeter a isto?!" Mas, apesar de sua indignação, ele permanecia ali, o próprio rosto banhado de suor, os cabelos longos úmidos, ainda que presos em uma fita lilás. Continuava abanando o leque e observando a expressão tranquila a sua frente. "Que diabos está acontecendo comigo?!"
Lentamente, o querubim abriu os olhos. Parecia voltar aos poucos de um longo sonho.
― Ah, já acordou, Catan-sama. ― ele ouviu as palavras saírem de seus lábios e ficou assustado. "Não é possível!"
― Obrigado por zelar meu sono, Rosiel. ― respondeu Catan, com um sorriso amável.
Com a mesma amabilidade, pegou o leque das mãos de Rosiel e depositou-o em uma mesinha ao lado do sofá. Uma brisa deliciosa adentrava a janela. Em movimentos preguiçosamente lerdos, Catan sentou-se e lançou um olhar perdido à janela entreaberta.
Rosiel agora sentara-se sobre a almofada, ainda aos pés do querubim. "Mova-se, Rosiel! O que pensa que está fazendo?".
― Em breve, eu darei mais um passo acima na hierarquia celestial. ― começou Catan, com o olhar ainda fixo na janela. ― Graças a você, Rosiel, eu me tornei o que sou. E quando alcançar o trono, você estará ao meu lado.
"Alcançar o trono? O que está dizendo? E desde quando me chama apenas de Rosiel? Eu preciso... ensinar boas maneiras a você, Catan!", pensou, enfurecido, mas sua expressão continuava suave e calma, enquanto fitava a meia face de Catan.
Por fim, Catan voltou-se para ele.
― Eu apenas não consigo entender como Alexiel pôde ser perdoada e você, a quem todos amavam, condenado a ser... pouco mais que um mortal.
Tais palavras atingiram Rosiel como um soco no estômago.
"Rebaixado... a pouco mais que um mortal?"
No entanto, tudo o que disse foi:
― Ao menos posso estar ao seu lado apoiando-o, Catan-sama.
Catan inclinou-se em sua direção e segurou-lhe o queixo, os olhos claros penetrando nos seus com um brilho que ele jamais sequer imaginara ver ali. Sentiu os lábios tocarem os seus de leve, os olhares ainda fixos um no outro.
O beijo não passou de um roçar de pétalas.
No momento seguinte, Rosiel estava com a cabeça apoiada no colo do querubim, os olhos fechados, sentindo os dedos longos percorrerem sua face até que o sono o invadisse por completo.
E então, ele adormeceu, com as palavras ainda ecoando em sua mente.
"Alexiel foi perdoada...".
Assustado, levantou-se de um salto, percebendo que havia adormecido no divã.
Perscrutou o ambiente com o olhar; estava sozinho.
Respirando ainda um pouco ofegante, tentou recuperar a calma. Passou a mão pelos cabelos e recostou-se ao divã, sentindo-se pouco a pouco mais tranquilo.
Entretanto, havia algo que não fora esclarecido.
― Catan! ― chamou a plenos pulmões, a voz trovejando pela casa.
No cômodo ao lado, Catan sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha. O que fizera seu mestre acordar tão sobressaltado? Rapidamente, seguiu para o quarto de Rosiel. Abriu a porta devagar, deparando-se com o olhar levemente transtornado do anjo inorgânico.
― Sim, Rosiel-sama. ― disse, inclinando a cabeça em uma reverência submissa.
Aliviado, Rosiel esboçou um leve sorriso.
― Não foi nada, Catan. ― respondeu, altivo.
Tão logo o querubim retirou-se, Rosiel suspirou.
― Apenas um pesadelo.
Disse para si mesmo, com um brilho cruel no olhar.
N/A: Feliz aniversário maninha! Muitos j-rockers, doces e Akiras na sua vida hausasahusuahusahussa
Beijinhos e brigadeiros!
