Erik entrou na saleta e logo divisou o corpo magro e compacto de Charles; este lia de pé, distraído, com uma das mãos sobre o livro grosso, o dedo acompanhando o texto. Aproximou-se em silêncio e abraçou-o por trás, carinhosamente, sentindo de pronto o cheiro gostoso que emanava do colarinho do professor. Uma das mãos venosas e bonitas de Erik subiram pelo peitoral de Charles, alisando o colete de lã escura.
"Ah, olá, Magnus...", murmurou Charles, ainda focado em sua leitura, tocando de leve a mão de seu amante. "Estou...", continuou, sem tirar os olhos do texto. "...ahn..."
Lehnsherr percebeu que o professor não estava interessado em seu toque; aliás, torcia para que o que ele estivesse lendo fosse de fato intrigante - não seria trocado por uma teoria científica qualquer. Murmurou e beijou-lhe o pescoço, afastando-se em seguida.
Alguns segundos depois, já tendo deixado o cômodo, Erik ouviu a voz de Charles o chamando. Virou-se mas não voltou para a sala, como se o orgulho fosse maior.
"Eu...", falou o telepata, ainda incrivelmente distraído. O alemão o fitou com descrença e franziu a testa. Charles franzia as sobrancelhas como se estivesse fazendo uma conta complicada; pareceu notar o desconforto de Erik e finalmente olhou em seus olhos. "Sabe que o cérebro dos homens tem dificuldade em realizar diversas atividades... o das mulheres costuma ser multifuncional graças a um..." Notou que sua explicação não agradava nem um pouco.
"Charles, depois nos falamos.", sentenciou o alemão, virando as costas.
"Não!", exclamou Charles, aproximando-se do outro com pressa, abraçando-lhe pela cintura e deitando sua cabeça no peito forte. "Me perdoe, Erik!", pediu, em seguida o encarando com aqueles olhos ridiculamente bonitos; Lehnsherr por um momento perdeu-se na profundidade serena e azul que eram.
"Está bem...", começou o alemão, abraçando os ombros de Charles. "Você não estava interessado."
"Não é nada disso, Erik!", disse o telepata, a voz melodiosa ecoando de maneira deliciosa nos ouvidos de Magnus. "Eu estava lendo sobre o magnetismo concentrado contido em alguns tipos de células e...", lambeu os lábios, trazendo toda atenção para eles. "Eu estava pensando em você, e nos seus genes, nas suas células, na produção do seu magnetismo, a conexão entre a sua capacidade de manipular metal e ondas magnéticas e...", as bochechas pálidas tornaram-se vermelhas, como se ele tivesse feito dezenas de flexões. Lehnsherr sorriu e deixou que o outro terminasse. "Então eu... eu estava interessado em você."
Charles sorriu ao sentir o abraço de Erik ficar mais apertado. Olhou-o novamente e Erik derreteu-se de imediato nas duas safiras redondas.
"Como eu poderia ficar bravo com você?", brincou Erik, acarinhando a bochecha rosada de Charles, que riu, envergonhado. "Agora você pode ficar fisicamente interessado em mim também?", e sorriu daquela maneira sensual e deveras predadora.
"Sempre. Quer dizer, na maioria das vezes.", brincou Charles, abraçando Erik com mais força, recebendo um beijo no topo de sua cabeça.
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N/A: Na minha cabeça ficou melhor, he. Pros que ficaram desesperados no capítulo 8 de "Encontros": CALMA, não é o fim da fic. Eu quis dizer que o fim do capítulo havia ficado fraco a meu ver!
Sim, eu amo os olhos do McAvoy. E olhos claros em geral.
Obrigada a todos pelo carinho!
