Algo chamado amor.
Capt 1. Uma estranha no ninho.
A chuva caia fortemente fora de seu apartamento, à luz acabou e ele acompanhado a uma vela, um lápis e um papel, ficavam desenhando coisas que surgiam em sua mente, coisas sem importância, apenas pequenos rascunhos.
O sono não chegava, e ele, como os relógios, perdeu a noção do tempo, e sua mente ficou fechada e o mundo fora dela pareceu desaparecer. Como ele adorava se sentir assim, fechado em sua mente, sem interrupção alguma.
E assim foi até ele acordar em sua escrivaninha, a luz já havia voltado, junto ao sol, porém a vela se foi. O sinal tocou, podiam-se ouvir os alunos saindo do quarto com pressa, porém ele não estava com pressa alguma, muito pelo ao contrário, queria voltar a se sentir como ontem à noite.
Arrumou-se e saiu do seu quarto, o corredor já estava vazio, dirigiu-se a lanchonete, bem devagar, ainda com sono. Ao chegar, as mesas já estavam lotadas, pegou um suco e saiu. Ainda se sentia um pouco zonzo e confuso, andava com o suporte das paredes. Os barulhos da lanchonete haviam se cessado, estava um gostoso e pacifico silencio acompanhado apenas de uma leve brisa que se arrastava pelos gramados altos ainda molhados pela chuva que provavelmente irá cair novamente. Sentou-se em um banco a espera do começar da aula.
Alguns minutos se passaram e o sinal tocou, levantou-se com dificuldade, era ruim deixar aquele silencio. Com a pequena "ajuda" de um irritante inspetor, ele acelerou o passo e chegou à sala antes da porta ser fechada.
Por sorte, a aula era de biologia e com aquela professora, os alunos ficavam quietos. As mesas eram de duplas, porém, graças a sua sorte, ele sentava sozinho.
Não era uma pessoa que gostava de se socializar, estava a três anos nessa escola e nunca fez um amigo, não sabe nem ao mesmo o nome de seus colegas, mas para ele estava ótimo, desde que não o incomodassem.
Começou a ouvir uns murmúrios da professora, mas não se importou em prestar a atenção, mas parecia que ela estava falando algo com flores de cerejeiras. De repente algo o chamou atenção, os alunos o encaravam com pequenos risos, ao notar isso acordou de seu transe.
-Syaoran, acorde. – Disse a professora. – É aquele ali, sente-se junto com ele.
Ao lado da professora havia uma garota, que ele achava que nunca tinha visto em sua turma, era linda, com um rosto angelical e olhos verdes cativantes. Sentou-se ao seu lado e deu um sorriso simpático enquanto abria o livro. Ao notar que tudo estava seguro, ele voltou ao seu transe.
Algo o incomodava, algo parecia ter se infiltrado em sua mente e o incomodava, sentiu-se assim a aula inteira e foi acordado pelo sinal. Notou que a garota estava com um olhar estranho.
-Você está bem? – Ela perguntou gentilmente.
-Sim, estou... – Ele arrumou seu material com pressa, algo naquela garota o fazia sentir diferente, algo nela o impedia de se exilar em sua mente.
Chegou a seu quarto para pegar o livro da próxima aula, tentava não olhar para sua cama, pois ela o enfeitiçava, entrando em seu subconsciente e o chamando. Era horrível, mas tinha que suportar esse chamado.
Chegou cedo à sala, e a viu sentada no mesmo lugar da ultima aula, ao seu lado. Sentou-se e tentou não prestar atenção na garota que agora conversava com o professor de literatura. Arrumou-se e preparou para entrar em transe, era difícil nessa aula, pois o professor não sabia como controlar a turma. Mais para longe, a turma começava a chegar e o professor se lamentava.
Acordou no meio da aula com o barulho de uma mesa ao ser jogada junto com um aluno enquanto o professor "gritava" por atenção. Olhou para o lado e viu que a garota estava junto com um grupinho mais ao fundo da sala. Decidiu então começar a desenhar, e pelo resto das duas horas inúteis de aula de literatura, quando o sinal tocou.
Finalmente intervalo, a melhor coisa de uma manhã de segunda, foi ao seu quarto e apagou na cama, que como um imã o impedia de sair. Mas como tudo que é bom acaba assim foi o intervalo e o grito do maldito sinal o acordou. Como isso era difícil, pisar fora de sua preciosa cama era algo que Syaoran sempre foi contra e nunca se acostumou.
Pensou em matar a aula, mas devido aos acontecimentos passados, os professores davam "atenção especial" quando ele faltava. E isso resultava em perder horas de sono, algo que faria sua a complexa mente entrar em colapso.
O jovem Lee adotou um conhecimento essencial para sua sobrevivência, algo que ele se orgulhava de ter. Conseguia fingir perfeitamente que prestava a atenção na aula, enquanto sua mente estava pensando em coisas mais necessárias, como sua cama, sua obsessão por almofadas ou em sua teoria de conspiração, coisas excêntricas que ele adorava. Suas notas também o ajudavam a cultivar essa mentira.
-Hey, ta acordado? – A garota começou a o cutucar, de novo. – Me empresta o apontador?
Dessa vez, passou o estojo inteiro para a garota que o agradeceu. O mundo conspirava sobre ele, agora, além do professor que adora o perturbar para ver se esta prestando atenção havia essa garota, que além de violar seu espaço pessoal o cutucando toda hora, fazia-o se sentir estranho, ou melhor, diferente.
Depois de mais duas horas de física, ele saiu, totalmente acabado, para seu azar, haveria aulas a mais a tarde. Era meio dia e o almoço foi servido, ele ouvia o chamado de sua cama, mas seu estomago roncava mais alto, ele o respeitou e foi ao refeitório, ainda não estava cheio, aproveitando a pequena fila, conseguiu almoçar de forma rápida e saudável, com seu estomago satisfeito, deitou-se mais uma vez em sua cama e deleitou-se por ter sobrevivido a mais uma manhã.
Mas algo de estranho estava acontecendo, ao invés de sonhar que voava em porcos alados, algo que costumava fazer, ele se via em uma rua rodeada por arvores de cerejeiras e, ao fim dela, havia uma garota, a garota nova.
O que estava acontecendo? Por que sua mente o traia? Ele não queria estar lá, não deveria. Ela se aproximava cada vez mais e ele tentava se distanciar em vão, pois mesmo assim ela chegava mais perto e ele parecia não sair do lugar.
Acordou nervoso com o sinal, pela primeira vez na vida, ele agradeceu ao sinal. Não era sua hora ainda, o sinal era apenas das crianças menores. Ele decidiu então ficar mais na cama, se esforçando para não cair no sono.
Por que sonhou com aquela garota tão irritante? Por que ele se sentia estranho, e imponente de entrar em transe quando ela estava por perto? E principalmente, por que ele estava pensando nisso, se tudo que queria era se livrar dela dentro de sua mente?
Algo que Syaoran pensou que nunca ia acontecer aconteceu. Sua mente entrou em conflito e o sistema perfeito, que levou muitos anos para construir, desmoronou.
Ele decidiu então, se aproximar da garota, e descobrir seu plano, para então a derrotar, e voltar com sua harmonia.
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Um capitulo pequeno, achei que ai seria um bom lugar para parar. Só esta mostrando como era a vida de Syaoran antes de Sakura entrar nela, o próximo ja vai estar mais engraçado.
Vou continuar se tiver alguns reviews o.O ja estou com quase todo o capt 2 pronto.
entao clica ai embaixo e faça uma pessoa feliz D
