Nunca gostei daquele OVA... Para mim, o verdadeiro Kenshin é o do mangá e do anime, pois várias vezes ele demonstra o que sente por Kaoru; e para ficar daquele jeito na Saga Enishi, só AMANDO MUITO a nossa querida shihandai... Quando releio essa saga, sempre me parece que, mesmo que Tomoe seja o primeiro amor de Kenshin, é Kaoru que inspira um amor mais inocente, mais puro, no coração do nosso rurouni. Mas é claro que chega um momento em que a luxúria toma conta, hehehe...
DISCLAIMER: Rurouni Kenshin é de propriedade de Nobuhiro Watsuki.
O texto a seguir não tem pretensão alguma além do mais puro entretenimento. Boa Leitura.
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PARA SEMPRE
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"Eu não sabia buscar...
Foi quando apareceu
O que eu quis inventar
Para preencher o meu
Mundo particular
No peito que era seu...
No seu mundo não há
Mais nada que não eu!
Já sei dizer que o Amor
Pode acordar..."
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("Quando Assim" – Núria Mallena)
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A lua reinava plenamente no céu daquela noite. A noite que se seguiu ao casamento de Kenshin e Kaoru. Na mente de ambos, as memórias das horas passadas...
Foi emocionante; estavam todos lá, Yahiko, sensei Maekawa, Tae, Tsubame, os amigos do Aoi-ya, menos Sanosuke, que havia fugido do país há alguns meses. Apesar da ausência sentida, todo o resto foi coberto de alegria. Kenshin estava muito bonito num quimono especial, emprestado de Maekawa, enquanto que Kaoru...
Não havia palavras para o espadachim descrever o que viu: Kaoru, no quimono de casamento que havia sido de sua mãe, se assemelhava a uma princesa, do tipo das histórias que ouvia quando criança. Seu coração batia forte; ele a amava tanto, que sentia que uma vida não seria suficiente. Parecia que ele havia nascido para encontrá-la... Ela era a sua casa, seu porto seguro, e em seus braços ele queria para sempre ficar.
Para Kaoru era a realização de um sonho: um sonho que começou há quase um ano, quando numa noite de inverno encontrou um certo rurouni, vagando a esmo pela cidade. Jamais imaginaria que aquele rapaz franzino, sorridente e de olhar gentil e triste se tornaria a pessoa que preencheria seu coração a ponto de desejar ficar ao lado dele para sempre. O seu primeiro amor... E ali estava ele, prometendo fidelidade para o resto de sua vida.
Aquela noite ela deixaria de ser a jovem shihandai do Estilo Kamiya Kasshin e se tornaria a senhora Himura.
Quando pensava nisso, um receio teimava em invadir-lhe o espírito. Tinha medo; não sabia direito o que fazer. Sentia as mãos geladas de nervosismo. Megumi havia lhe dito que deixasse tudo por conta de Kenshin, e que não se preocupasse – afinal, ele era incapaz de machucá-la...
Foi até o espelho e passou a pentear os cabelos com os dedos; talvez isso a acalmasse. Já estava vestida com uma "yukata nupcial", como Misao chamava a peça (seu presente de casamento), que mais mostrava que escondia. Pensou em despi-la e vestir uma comum, quando notou a presença de mais alguém no quarto.
– Kaoru-dono...
Kenshin encontrou os olhos dela através do espelho; eles brilhavam. Era incrível como às vezes pareciam estrelas de tanto que cintilavam. Era um dos aspectos que mais gostava em Kaoru; ela iluminava o ambiente apenas com o olhar. Foi até ela, que se virou para encarar aqueles olhos violetas que tanto a fascinavam desde o primeiro momento em que o viu.
– Está tremendo... – observou o espadachim.
– É... é impressão! – retrucou a moça.
Kenshin sorriu; ela realmente não queria admitir que estava nervosa, apesar do rubor que lhe subia à face.
– Como está? – perguntou.
– Ah... bem, eu acho.
– Então...
Ele a conduziu até o quarto preparado para a noite de núpcias. Sentiu os dedos gelados da moça e o quanto ela tremia, além de observar o sangue subir-lhe ainda mais ao rosto. O ex-andarilho parou diante do funton, mas não se deitou; permaneceu de pé, assim como sua esposa.
– Hoje – disse ele – fizemos um juramento diante de Deus, Kaoru-dono. E aqui, sozinhos, este servo novamente promete lhe ser fiel, e amá-la para sempre, como você disse um dia.
– Kenshin... – murmurou a moça, com lágrimas nos olhos.
O espadachim tomou o rosto de sua amada entre as mãos e aproximou-se devagar, até seus lábios encontrarem os dela, num suave beijo. Sentiu o Amor que ela lhe devotava, assim como a inocência daquela boca, que nunca havia se unido a alguma outra. Quando se afastou, viu que Kaoru mantinha os olhos fechados, levando os dedos aos lábios, como se quisesse reter a sensação do beijo, o primeiro de sua vida. Kenshin sorriu, e repetiu novamente o gesto, demorando um pouco mais, agora acariciando aquele corpo meio menina, meio mulher.
Kaoru sentia seu corpo vibrar intimamente – parecia que cada toque de Kenshin lhe causava uma sensação diferente. Sua mente se esvaziara, de tão concentrada que estava em sentir. Seu marido por fim afastou os lábios, e uma de suas mãos desatou o nó da yukata que ela vestia.
Um misto de vergonha e expectativa tomou conta da noiva. Kenshin abriu a yukata dela e a observou, fascinado. Um corpo perfeito, intocado, ainda naquela fase de transição para a vida adulta.
Parecia um crime tocá-lo...
Puxou-a contra seu corpo e beijou-a novamente; lançou a yukata ao chão. Acariciou suavemente aquele corpo, perdeu-se naquelas curvas. Sentiu Kaoru cada vez mais entregue em seus braços, as mãos dela acariciando-lhe o peito coberto de cicatrizes, e pôde deliciar-se com o toque de sua amada. Ela desatou o laço que prendia aqueles cabelos ruivos, enquanto ele lhe desfazia a trança.
Kaoru sentiu o desejo de Kenshin se revelando, e esperou. Ele a pôs no futon, despiu-se completamente e, nu, deitou-se sobre ela, que estava quase pronta.
– Kenshin...
– Kaoru... – murmurou o espadachim, não mais mencionando o "-dono" e nem a si mesmo na terceira pessoa – Amo você.
– Eu também... amo você...
Kenshin continuou a sessão se carícias, embalado pelos suspiros e gemidos de sua esposa. Beijava-lhe o corpo, percorria as pernas dela com as mãos... E depois os seios, o pescoço... Até encontrar as mãos dela e entrelaçar-lhe os dedos, antecipando o que estava por vir.
– Olhe para mim, Kaoru.
– Sim...
– Prometo que não irei machucá-la.
– Eu sei... Você sempre cumpre o que promete, Kenshin.
E finalmente, consumou o fato. Kenshin, com cuidado, mas firme, invadiu a virgindade de Kaoru, que, num primeiro momento, sufocou uma exclamação de dor. Mas, olhando nos olhos do marido e vendo a segurança que eles transmitiam, não demorou a se entregar a sensação que aquilo lhe causava. Naquele momento, soube que nascera para ser dele, somente dele, e de ninguém mais. Gemia de dor e felicidade por aquele encontro tão íntimo, e instintivamente acompanhou os movimentos enquanto procurava a boca do homem que mais amava neste mundo. O que era aquilo que sentia? Era uma espécie de febre, o coração acelerado, como se fosse explodir a qualquer momento! Kenshin, percebendo o que se passava, gradualmente aumentou o ritmo, e entre gemidos e suspiros, marido e mulher declaravam seu Amor um ao outro aos sussurros, até ambos atingirem o êxtase.
Kenshin e Kaoru continuaram a se beijar e a trocar carinhos por algum tempo. Depois o espadachim deitou-se ao lado da esposa, abraçando-a, e ela aninhou a cabeça sobre seu peito, ainda segurando-lhe a mão. Kenshin pensou em como se sentia feliz, novamente feliz como nunca pensou que voltaria a ser um dia.
No passado, prometera a uma mulher, Tomoe, amá-la "até que a morte os separasse"... Agora aquele dia ficara para trás; seu presente e seu futuro estavam ali, dormindo com ele, segurando sua mão, jurando amá-lo "para sempre"...
Eu quero ficar ao seu lado para sempre, Kenshin...
– Eu também, Kaoru... – murmurou o ex-andarilho para a esposa, agora adormecida. E ainda a fitava quando compreendeu o real sentido daquelas palavras, vindas do coração... do coração de uma jovem que com ele descobrira o Amor.
Amar para sempre não é amar até a morte...
... é Amar além da Vida.
...
FIM.
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