N/A: De uns tempos pra cá peguei gosto por essa coisa de escrever a partir de momentos dos episódios que ficaram meio no ar ou aqueles em que palavras não foram ditas, mas havia muito o que se falar.

O pequeno texto que segue, é sobre a fração segundo em que Dean ficou congelado diante de um Sam totalmente desconhecido para ele.

Então, meu amores, não levem muito a sério e espero que aproveitem a leitura. Se der, deixem um comentariozinho só pra eu saber o que vocês acharam, ta?

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MONSTROS

Não sei o que realmente senti quando o vi sobre aquele demônio, com o rosto coberto de sangue.

Nojo.

Medo.

Ódio.

Ira.

As idéias não concatenavam de jeito nenhum dentro da minha cabeça.

Informação demais.

Não que eu não soubesse que algo de muito errado estava acontecendo com ele, mas isso? Transar com aquela vagabunda já não era o suficiente? Ser treinado por um demônio dissimulado, a despeito de todos os avisos que recebera, já não estava de bom tamanho?

Mas que merda!

Que merda!!!

O pior de tudo é que não consegui mover um músculo.

Minhas mãos estavam coçando para encher a cara dele de porrada até que todo aquele maldito sangue jorrasse para fora de seu corpo, até a última gota, mas quem disse que obedeciam ao meu cérebro?

Eu estava vendo. Estava assistindo aquela cena grotesca e, mesmo assim, custava a acreditar.

Naquele instante, a voz de meu pai ecoou por meus ouvidos: Se você não puder salvá-lo, Dean, terá que matá-lo.

Eu não quero matá-lo. Por Deus, não...

O ódio, a repulsa, o temor, a incredulidade, foram dando lugar à inércia.

Estava feito.

Não havia mais volta.

O que eu poderia fazer agora para impedir o que tanto temia?

Meu irmão estava encharcado de sangue de demônio, ensopado, babando... Como os malditos vampiros que tínhamos caçado juntos por tantas vezes.

Pisquei uma, duas, três vezes.

Alucinações vem e vão em situações de estresse. Ah, e como eu ando estressado!

Nada mudou. Ele ainda estava lá, me olhando, esperando que eu fizesse alguma coisa.

Eu não fiz nada.

As palavras estavam todas atravessadas na garganta, mas morreram ainda dentro da boca.

Nada do que eu pudesse dizer mudaria o que estava diante de meus olhos, em vermelho vivo.

Eu não disse nada.

Monstro: A palavra pulsava dentro do meu cérebro, mas não tinha coragem de proferi-la.

Meu irmão, meu irmãozinho ...

Deus me perdoe pelo que me passa pela cabeça agora.

Deus me perdoe pelo que cresce dentro do meu peito.

E que Sam me perdoe pelo que terei que fazer.

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