Sobre o Presente do Dia dos Namorados ll
Olhava embasbacado o presente que recebera no dia anterior. O pingente brilhava forte, atraindo Dean com a luz maravilhosa que emanava.
_Dean! Dean! – chamou o irmão, mas o loiro não parecia disposto a lhe dar atenção naquele momento. – Idiota. – sussurrou por fim.
Bufou e girou os olhos, vendo que o irmão nem ao menos retrucara o xingamento. Voltou os olhos para o computador, convencido de que Dean não estava interessado em lhe ajudar.
_Não é lindo, Sam? – perguntou, ainda sem olhar para o irmão.
_É, Dean, é lindo, mas será que agora você pode se concentrar?
_Tsc. – fez com a boca antes de levantar e ir até o espelho do banheiro. – Você acha que vai chamar muita atenção se eu usá-lo?
E sorriu para a própria imagem, o pingente no pescoço brilhava, iluminando o banheiro.
_Não, Dean. – disse o sarcasmo nítido na voz. – Imagina que alguém não vai reparar nessa lanterna que você está pensando em usar no pescoço.
_Nah. – fez o outro. – Eu não ligo mesmo! – e deu de ombros como se o irmão pudesse vê-lo. – E quer saber? – perguntou saindo do banheiro, o peito estufado, mostrando claramente o presente do namorado. – Acho que Castiel ficaria feliz se eu o usasse.
Sam levantou as sobrancelhas, olhando fixamente o objeto que o irmão exibia.
_Hum, não é tão mau, Dean. – disse por fim, atraindo a atenção do irmão. – Mas acho que poderia ser facilmente reconhecido pelos monstros que nós caçamos e... Bem, você sabe, almas são poderosas, ainda mais que a essência do Cas está aí dentro também, tudo misturado...
_Tem razão, acho melhor eu guardar mesmo. – e tirou-o do pescoço, tomando todo o cuidado do mundo ao colocá-lo de volta na caixa com entalhes enoquianos.
Dean passou o dia ajudando o irmão, não tão concentrado, mas o suficiente para descobrir com o que estavam lidando daquela vez.
_O que você deu pro Cas, Dean? – o mais alto perguntou enquanto escovava os dentes.
_Eu... Não dei nada. – disse envergonhado. – Eu simplesmente não consigo pensar em um presente a altura do Cas, sabe... Eu quero dizer... O que eu posso dar a um anjo?
Sam encolheu os ombros.
_É verdade, mas mesmo assim... – olhou bem fundo nos olhos do irmão. – Tente surpreendê-lo, assim como ele fez com você.
_Sam... Você é tão maricas às vezes. – e riu.
_Quem é que dorme com um anjo-homem mesmo? – perguntou-se o moreno, colocando um dedo no queixo como se estivesse pensando. – Ah, é... É você, Dean. – e riu faceiro deitando no colchão macio.
_Ah, Sam... Eu disse maricas, não gay. – disse o loiro.
_Como se tivesse alguma diferença. – retrucou o mais novo, cobrindo a cabeça com o cobertor enquanto fechava os olhos, afinal tinham trabalho no dia seguinte.
Dean fez uma careta, mas não se importou em retrucar, estava preocupado mesmo era em arranjar um presente para o anjo. Colocou a jaqueta inseparável e pegou as chaves do Impala.
Saiu batendo a porta devagar, não queria que o irmão resmungasse por ele estar saindo àquela hora da noite, afinal, Dean bem sabia que teriam muito trabalho no dia seguinte, perseguir um metamorfo não é uma tarefa fácil de fazer.
Chegou ao estacionamento e entrou no carro, encostou a cabeça no banco, pensando em que presente comprar, não sabia, não fazia idéia.
Não é que não soubesse dos gostos do namorado, mas o fato é que Castiel gostava de coisas românticas, era sentimental, não era materialista, então que presente ele poderia comprar?
_Hm. – e mordeu os lábios.
Ficou mais alguns minutos pensando até que finalmente seu olhar se iluminou e ele sorriu faceiro, Castiel teria uma grande surpresa.
Sam sentia alguma coisa lhe cutucar, mexeu-se, na esperança de que aquilo parasse, mas não, a coisa continuava lhe cutucando, apertando o dedo na carne de seu braço. Ainda sem abrir os olhos resmungou.
_Dean, saia daqui... Vá procurar outra pessoa pra encher! – cobriu a cabeça com o travesseiro, esperando que o irmão parasse.
Voltou a sonhar quando sentiu mais cutucadas.
_Dean, eu quero dormir! – e abriu bem os olhos encarando o outro. – C-Cas? – engasgou-se.
_O Dean sumiu, Sam. – disse ele, os olhos brilhavam por causa das pequenas lágrimas que se formaram no canto dos olhos.
Sam piscou algumas vezes, olhou a cama vazia do irmão e só então levantou desesperado, procurando pelo irmão em toda parte do pequeno quarto.
_Ele não está aqui, Sam. – disse o anjo, a expressão triste. – Eu preciso encontrar ele, você... Não sabe onde ele pode ter ido? Eu não consigo rastreá-lo por causa dos selos que entalhei nas costelas dele.
_Não faço idéia, Cas... Eu...
_Olá, amor da minha vida! – um loiro sorridente entrou pela porta, o olhar radiante se depositou no anjo e o sorriso cresceu.
_Dean! – o anjo jogou-se nos braços dele, apertando-o forte contra seu corpo.
_Hey, anjo! O que aconteceu? – perguntou, abraçando mais apertado, sentindo o anjo agarrar-se à si.
_Eu fiquei preocupado, não te encontrei aqui. – disse ele, ainda sem soltar o loiro.
_Ah, me desculpe. – disse meio sem jeito. – Eu precisei fazer uma coisa.
Sam olhava a cena como se não acreditasse, respirou fundo e arrumou a calça do pijama.
_Devia ter avisado que ia sair. – disse de cara feia.
_Você ia reclamar. – retrucou o loiro. – Como sempre, aliás. – e girou os olhos.
Sam fez um muxoxo e bocejou, o sono voltando com força. Passou a mão pelo cabelo desgrenhado e coçou o peito, voltando para a cama, jogando-se nela de qualquer jeito, enrolando-se na coberta e cobrindo a cabeça, já que nunca perdera esse hábito.
_Vem, Cas. – chamou o loiro. – Eu tenho uma coisa pra você. – e sorriu. – Eu espero que goste.
Castiel pegou na mão que o namorado lhe estendera e o acompanhou pelo corredor, até chegar ao lado de fora da pensão em que os irmãos estavam hospedados, seguiu o loiro até o estacionamento e pararam em frente ao Impala.
_Eu não sabia ao certo o que dar a você, mas aí... Eu lembrei que você disse uma vez que gostava de me ver cantar. – Dean abriu a porta do carro e tirou de lá um violão.
_Dean... Você...? – o anjo olhava admirado o loiro que tinha começado com os primeiros acordes.
A voz do loiro ecoou mansa pelo lugar vazio, o anjo tinha lágrimas nos olhos, a música tão bem escolhida, entrava por seus ouvidos e se gravava em seu coração.
_A love so beautiful, a love so free, a love so beautiful... – Dean via os olhos do anjo marejarem a cada palavra que ele dizia, e em cada dedilhada nas cordas do violão colocava seus sentimentos mais puros. – A love for you and me... And when I think of you I fall in love again...
_Dean... – disse o anjo, as lágrimas agora rolavam na face avermelhada, o coração no peito batia rápido, a felicidade estampada no sorriso do anjo, que olhava para o loiro com paixão.
_A love so beautiful in every way... A love so beautiful... – dizia mais manso, a voz rouca encantando Castiel. – And when I think of you... I fall in love again.
Castiel mordeu os lábios ao vê-lo dedilhar os últimos acordes da música.
_Isso foi tão lindo, Dean. – disse ele, olhando fundo nos olhos verdes do outro.
_Vem cá, vem. – chamou o loiro, colocando violão no banco do carro.
Castiel se achegou mais a ele, colando os lábios rachados nos macios de Dean, beijando-o com todo o amor e paixão que sentia e que nunca deixaria de sentir.
_Onde aprendeu a tocar violão tão bem? – perguntou curioso, olhando o objeto que repousava no estofado de couro.
_Eu tive umas aulas quando era mais novo, nunca pensei que seria útil. – e sorriu, satisfeito por ter presenteado o anjo com algo tão especial.
_Foi maravilhoso, o melhor presente que poderia me dar.
_E pensar que eu estava quase enfartando por não saber como te presentear. – disse o loiro.
Castiel sorriu beijando-lhe o pescoço.
_Tá um pouco frio aqui fora, não acha? – perguntou de repente.
_Você acha? – perguntou o moreno arqueando uma sobrancelha. – Eu não acho que esteja.
_Seria bom nesse frio ter alguém pra me esquentar... – e olhou o anjo sorrindo.
_Oh. – Castiel finalmente entendeu, sorrindo junto com o loiro. – É verdade, agora que você disse, está mesmo uma corrente fria.
Dean riu pegando na mão do anjo, fechou o carro e se encaminhou para dentro da pousada. Pediu outro quarto e se enroscou no anjo, enquanto o moreno tirava o sobretudo para poder deitar.
_Cas... Eu te amo tanto que nem sei dizer. – disse cheirando o pescoço do moreno.
_Eu também, Dean. – disse o anjo, risonho. – E tenho que confessar uma coisa...
_O quê? – perguntou, puxando o anjo para que deitasse ao seu lado.
_Mal posso esperar o próximo ano, para passar mais um dia dos namorados com você.
Dean sorriu pra ele e beijou-lhe os lábios.
_Eu também Cas. – retrucou. – O próximo e muitos outros. É melhor eu já ir pensando nos presentes. – brincou sentindo a mão do namorado desenhar em seu ombro.
_Deixe pra pensar nisso depois, Dean. – e beijou-lhe a boca, aconchegando-se mais no outro, sentindo os braços de Dean lhe acolher.
Castiel tinha razão, pensaria nos próximos presentes depois, por enquanto pensaria apenas em amá-lo, de todos os modos e formas conhecidas.
Tradução do trecho que o Dean cantou:
A love so beautiful
Um amor tão lindo
A love so free
Um amor tão livre
A love so beautiful
Um amor tão lindo
A love for you and me
Um amor pra você e pra mim
And when I think of you
E quando eu penso em você
I fall in love again
Eu apaixono-me novamente
A love so beautiful
Um amor tão lindo
In every way
Em todos os sentidos
A love so beautiful
Um amor tão lindo
And when I think of you
E quando eu penso em você
I fall in love again.
Eu apaixono-me novamente
N/a: Continuação de 'Sobre o Presente do Dia dos Namorados', leia a outra primeiro, ou não, né! Fiz essa porque a LiaCollins queria saber que presente o Cas tinha ganhado do Dean, então...
N/a2: A música, pra quem quiser conferir é 'A Love So Beautiful' do Michael Bolton, eu tirei apenas algumas partes, que se encaixavam melhor '-'
N/a3: Eu quero review, sou movida a comentários, sugestões e críticas, então já sabe né? Clica nesse botãozinho azul aí embaixo *-*
