-- Inconsolável ; por Belisa Vargas.
Lil' andava de um lado para o outro no quarto pequeno, pensando nos últimos anos. Nos últimos oito anos. Os passos largos e incessantes demonstravam a ansiedade, mas ainda mais o modo como ela roia as unhas e olhava para a porta.
O dia no balanço, quando havia mostrado para Petune o que conseguia fazer, e a forma com que Severus e seu jeito totalmente desleixado havia aparecido. As roupas largas e o jeito descuidado que lhe davam o aspecto de alguém que recebia pouco carinho haviam feito com que Lil' sentisse um afeto enorme por Sev.
Lil' queria que Severus ainda estivesse ali, no fundo. Ele havia sido um grande amigo, e de repente viram que a amizade não era exatamente uma coisa que seria possível entre os dois; Severus tinha uma pequena queda pelas artes das trevas.
Depois apareceu James, Sirius, Remus e Peter. Quanto era a aversão que ela sentia por eles? Remus e Peter, nem tanto, mas James e Sirius? Não estava escrito em lugar nenhum que por causa da aparência você sairia ficando com tudo que estivesse de saia e cabelo longo. Remus não era pouca coisa, e não saia fazendo isso por ai. Peter... Peter não era grande coisa então não teria problemas enquanto tivesse um pedaço de pão e uma manteiga.
Um barulho pequeno fez com que Lil' parece de pensar e encarasse a porta.
- Essa coisa não anda logo? – perguntou a ruiva para as paredes enquanto voltava a andar e pensar.
O tempo que Lil' havia passado a ser abordada por um insistente e apaixonado James nos corredores da escola, no Grande Salão e no Salão Comunal; até nos jogos de Quadribol o querido Apanhador do time dava um jeitinho de tentar impressionar a não impressionável Evans. Ah, como ela era boba de achar que não era impressionável.
Lil' riu por um momento e depois se sentou em uma poltrona no canto do quarto.
- Ferrugem, posso entrar? – uma voz rouca, que mais parecia uma espécie de latido reprimido trocado por letras, fez Lil' frear os pensamentos e olhar para a porta.
- Entre, Sirius.
Com uma camisa de botões branca amarrotada, uma grava solta no ombro e um smoking branco nos braços, Sirius deu uma risadinha que era como sua voz: rouca e mais parecia uma espécie de latido reprimido. Lil' riu também.
- Você não podia pelo menos passar a camisa? – Lil' se levantou e foi até o amigo, pegou a gravata em seu ombro e colocou envolta do próprio pescoço.
- Não sei nenhum feitiço que faça isso.
- Quando não sabemos feitiços, fazemos igual aos trouxas! Ou compramos um elfo doméstico.
Sirius meio que rosnou.
- Não adianta ficar nervoso...
- Ah, tudo bem, Ferrugem...
- Para de me chamar de Ferrugem, pelo menos por hoje, Sirius.
Latido reprimido em forma de risada.
- O que você estava fazendo?
- Esperando.
- Esperando o quê?
- Você que não era, Sirius.
- Nossa, desculpa. Vou retirar minha humilde forma humana daqui.
- A humana e a outra também.
Com cabelos desalinhados de um jeito teimoso, olhos castanhos escondidos por trás dos óculos míopes redondos, e com um smoking preto, James sorria para o amigo da porta.
- Quero falar com a Lil'. E não quero você no meio. Vá fazer novas amizades.
- Ninguém quer o Sirius no meio, jogue o Sirius no meio daquelas trouxas estranhas que estão espalhadas pelo jardim! – ele rosnou, enquanto saia do quarto.
James riu e olhou o amigo sair do quarto. Lil' adorava quando ele ria daquele jeito.
Ele se aproximou e sorriu para Lil'. Ela adorava mais ainda quando ele sorria tão próximo dela daquele jeito.
- Ansiosa?
- Um pouco.
Ah, quem você quer enganar, Lil'? Você está muito mais ansiosa do que já esteve na sua vida miserável.
- Toda a ordem já chegou.
- É, e eu nem comecei a me arrumar.
Também, NINGUÉM veio me ajudar a arrumar.
James tirou a gravata do pescoço de Lil' – com um nó perfeito feito – e colocou em cima de um criado mudo.
- Seus parentes estão lá.
- Minha ir—
- Petune não.
Lil suspirou e olhou para o chão.
O silencio dominou o pequeno quarto.
- Não esperava mesmo que ela viesse.
- Ninguém esperava, Lil'.
Os olhos da ruiva fuzilaram James, que riu e colocou as mãos nas dela.
- Eu te amo, Lil'.
- Talvez eu te ame um pouco, Potter.
- Talvez mais do que você saiba, Ruiva.
Lil' sorriu e seus olhos se encheram de lágrimas.
- Não chora, Lil'! Hoje é um dia pra você ficar feliz!
- Ficar presa a você pelo resto da minha vida? Eu devia estar inconsolável.
Lil' riu e se colocou na ponta dos pés para beijar James Potter. Logo ela seria Lil' Potter, sobrenome que ela falou com tanto ódio por anos.
n/a: nunca gostei da Evans. Sério, em sã consciência, não conheço ninguém que daria um fora no James, mesmo que ele fizesse o que fez com o melhor amigo da pessoa. Logo, eu acho a Lil' uma surtada mental total. Mas, eu andei lendo fics com ela, e... Ah, eu passei a detestar ela menos um pouco (mas pra mim ela ainda é louca).
Como eu estava pensando em escrever uma oneshot, e como andei conversando com minha queridinha amiga Samanta (beijo Maracujá, essa fanfic é pra você!), resolvi fazer uma LJ. Que ficou uma droga. SAIOSJAOSJAJIOSA'. Ah, btw... Eu sei que ficou podre, mas eu adoraria reviews *-*, só não me xinguem por eu odiar a Evans DD:
