Guardians of Destiny
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by: Angelique-Lilith
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Disclamer: Saint Seiya (ainda) não é nosso, mas se algum dia ele chegar a ser, estaremos dando o Seiya e a Saori de presente (alguém ai quer os dois ?)
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Créditos á: Pisces Luna
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Prólogo: The Sweet Melody of the Death
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Vários guardas fortemente armados haviam sido enviados a uma pequena ilha grega para que a vigiassem, mesmo sem nenhum motivo aparente para isso, já que não havia praticamente nada nela, apenas uma densa floresta com vários insetos, animais selvagens e uma pedra com escrituras em uma língua estranha, que provavelmente pertencera a um antigo templo.
Os guardas rondavam a ilha atentos a qualquer coisa ou barulho estranho, mesmo sem saberem o por quê de estarem lá, já que nenhum dos seus superiores havia explicado-lhes, talvez alguém quise-se invadi-la, por isso qualquer descuido poderia ser fatal, isso valia principalmente para os dois que haviam ficado encarregados de vigiar a pedra, o qual haviam recebido ordens diretas para que não saíssem do seu lado, não importando o que acontecesse, coisa que ambos não entendiam muito bem, o que alguém poderia fazer com aquela coisa inútil? Mesmo assim eles obedeciam fielmente à ordem.
Já havia se passado quase uma semana desde o dia que haviam chegado e tudo continuava normal, a cada dia que passava-se todos entendiam menos a razão de estarem lá, queriam poder ir embora logo para fazer missões de verdade, mas até que não fosse recebida a ordem para deixar a ilha teriam que ficar.
"Não sei por que nós temos que ficar aqui vigiando essa coisa." – Um dos guardas disse para o outro cruzando os braços atrás da nuca e bocejando, sua expressão era de cansaço misturado com tédio, como gostaria de estar agora em casa com a sua família em vez daquele fim de mundo quase dormindo em pé.
"Shii!." – O outro guarda fez-lhe sinal para que fizesse silencio pegando sua arma e dando alguns passos á sua frente.
"O que foi?." – Perguntou assustado também pegando sua arma.
"Você ouviu isso?." – Deu mais alguns passos para frente apontando a sua arma para a mata fechada, mas por mais que percorre-se seus olhos não conseguia ver nada anormal, somente sentia aquela estranha sensação de estar sendo observado.
"Isso o que? Não estou ouvindo nada." – Disse mais relaxado abaixando a sua arma, seu companheiro já devia estar começando a ouvir coisas, afinal estavam trabalhando á várias horas sem descanso, ele mesmo já estava começando a ficar paranóico, a pouco jurava ter visto vultos, mas nada que algumas horas de sono não resolvessem.
"Isso mesmo, não tem nenhum som, isso não é estranho?." – Após dizer isso foram escutados gritos seguidos por sons de disparos. – "Droga! O que está acontecendo?."
"Ah!." – O outro guarda gritou de dor chamando a sua atenção, quando virou-se seus olhos viram a cena mais terrível de toda a sua vida, o outro estava sendo enforcado por uma linha que parecia cortar mais do que vidro, pouco a pouco estava ficando mais pálido até deixar sua arma cair no chão, em menos de um minuto sua cabeça foi decapitada e seu corpo caiu sem vida no chão.
"..." – Seus olhos estavam arregalados e suas pernas petrificadas, não conseguia mais mexer-se, estava muito assustado com tudo aquilo, não podia ser verdade o que acabara de acontecer, não podia... Era um sonho, um terrível pesadelo!.
"Não, isso não é um sonho." – Disse uma melancólica voz feminina vindo da floresta entre as árvores, ele só não sabia direito de onde.
"Quem está ai?." – Perguntou saindo do choque tentando encontrar a origem da voz.
"Olhem como ele está assustando, que idiota!." – Disse outra voz também vindo da floresta, só que dessa vez masculina.
"Vamos matá-lo de uma vez." – Disse outra voz feminina, mas essa infantil.
"FIQUEM, FIQUEM LONGE DE MIM!." – Gritou entrando na floresta, corria o mais rápido que conseguia, na esperança de encontrar algum dos outros guardas na floresta, com a mão tremula pegou seu walk-talk para pedir ajuda. – "Aqui é do setor leste, estamos sendo atacados, repito, estamos, sendo atacados, pessoas desconhecidas invadiram a ilha, cambio." – Mas ele não obteve resposta, apenas um chiado. – "Alguém na escuta?." – Novamente sem resposta e o mesmo chiado.
Ainda corria quando ao longe conseguiu enxergar uma silhueta, finalmente havia achado alguém, correu ao seu encontro arrependendo-se em seguida, era um dos guardas preso a uma árvore com uma adaga em seu peito, era tarde demais, já estava morto, ao seu redor espalhados no chão havia mais cadáveres de guardas, ali havia acontecido uma chacina.
"Que diabos..." – Olhava impressionado para os cadáveres.
"Eu te disse que isso não era um sonho." – Aquela mesma melancólica voz feminina que havia escutado antes falou atrás dele, virou-se rapidamente, usava um capuz negro que cobria todo o seu corpo e rosto, mas o mais assustador era a enorme foice que segurava, o que era aquilo? Algum demônio ou a própria morte que havia vindo buscá-los pelos seus pecados? Ela (???), segurou mais firme sua foice deslizando em sua direção. – "Adeus..." – Com um único e rápido movimento cortou-o em dois facilmente, como se ele não fosse nada. Passaram-se alguns segundos e ela continuou lá, apenas observando os cadáveres sem sair do lugar com o vento que fazia com que seu capuz dançasse.
"Patético..." – Disse a voz femina e infantil vindo de cima de uma das árvores.
"Ahn?. Não sabia que estava ai." – A garotimha (???) pulou da árvore caindo ao seu lado, era bem mais baixa que ela e vestia o mesmo capuz nego, fitou os cadáveres mutilados no chão.
"Isso é patético, os humanos são tão fracos que nem há graça em matá-los." – Mesmo sendo uma voz infantil era carregada de frieza.
"Um? Vai começar a chover..." – Disse olhando para o céu quando finas gotas de chuva começaram a cair. – "Talvez Zeus tenha mandado essa chuva para purificar as almas perdidas desse lugar..."
"Pare de falar bobagens! Zeus não se importa com ninguém, e vamos logo porque se demorarmos mais aqui ele vai ficar zangado." – Como havia aparecido desapareceu dentro da floresta, movendo-se rapidamente, imperceptível para os olhos humanos, sendo seguida pela outra. Ao chegarem no local onde ficava a pedra outra pessoa encapuzada estava lá olhando-a, era o mais alto dos três.
"Demoraram." – Disse o que as esperava.
"E os outros guardas?." – Perguntou a garota aparentemente mais velha.
"Todos eliminados sem dificuldade." – Por debaixo do capuz parecia até sorrir, um sorriso malicioso e até meio maligno, como se adora-se tudo aquilo.
"Comece." – A garotinha disse cortando-o, aparentemente ele não havia gostado muito já que seu sorriso havia murchado, mesmo assim obedeceu sua ordem.
Ele aproximou-se da pedra e colocou sua mão sobre ela, enquanto tocava de leve nas letras gravadas proferia uma espécie de oração em uma língua antiga, quando a oração terminou as letras brilharam e o chão começou a tremer até que abriu-se, era uma passagem secreta para o subsolo.
Os três desceram e a passagem fechou-se, lá embaixo estava tudo escuro até que a garota mais velha acendeu uma das tochas que estava na parede, iluminando o caminho, nas paredes mais escrituras e desenhos de anjos, Deuses, demônios, a noite com várias estrelas e a lua em todas as suas fases.
Entraram em uma enorme sala aonde estava uma cripta de prata adornada com diamantes, nela haviam desenhos mais detalhados, como se estivessem contando uma história, mas a pintura mais fantástica com certeza era a que ficava no teto da sala, ela parecia retratar uma guerra, seus detalhes deixavam qualquer um impressionado. Aproximaram-se da cripta e a abriram, nesse momento uma parede desceu fechando a única saída da sala e vários monstros começaram a entrar como sombras.
"Está vazia." – A garotinha disse olhando para dentro da cripta.
"É uma armadilha." – A garota mais velha disse colocando-se em posição de ataque.
"Entendo, por isso colocaram humanos como guardas, eram apenas iscas, devo admitir que foi esperto, muito esperto." – O homem pulou na direção dos inimigos para atacar com sua lança. – "Mas não será o bastante para nos derrotar!. "
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Seus grandes olhos violetas abriram-se lentamente, fitava o teto branco sob si com sono ainda transparecendo em sua face, mas mesmo assim sentou-se em sua cama e passou suas pequenas mãos sobre os seus longos cabelos bagunçados da cor azul marinho que de tão escuros podiam ser facilmente confundidos com negro, depois de arrumá-los os prendeu em um longo rabo-de-cavalo com um elástico que estava em seu pulso.
Todas as luzes do quarto estavam apagadas, mas ele não estava escuro, pois a luz da lua entrava pela janela aberta (a qual ela jurava ter fechado) e o iluminava, era uma bela luz prateada que fazia com que sua pele ficasse mais pálida que o normal. Tremeu de frio quando encostou seus pés descalços no frio chão de mármore, ainda meio sonolenta levantou-se quase caindo quando deu o primeiro passo em direção da janela para fechá-la, sentia muito frio por estar usando apenas uma simples camisola azul enquanto um vento gelado entrava, fazendo com que as cortinas de cetim dançassem.
Antes de fechá-la olhou para fora, caia uma enorme tempestade mesmo com o céu estando limpo, no céu também havia uma majestosa lua cheia, ela parecia bem mais brilhante que nos outros dias, estava tão bela e ao mesmo tempo tão triste, com um ar melancólico envolvendo-a.
Depois de fechar a janela voltou a se deitar, mas não estava mais com sono, agora sentia uma enorme vontade de beber água, mas ela mesma queria ir à cozinha pegar, há alguns dias estava sentindo algumas tonturas, desde então os empregados começaram a mimá-la mais do que de costume, queriam fazer tudo para ela como se fosse algum tipo de invalida.
Abriu a porta do quarto cuidadosamente para não fazer barulho, colocou apenas sua cabeça para o lado de fora do quarto verificando se havia alguém nos corredores, eles estavam totalmente desertos, por enquanto tudo estava saindo perfeito (bem, por enquanto). Caminhava com passos leves, esgueirando-se para não quebrar nenhum dos vasos ou estatuas que ficavam no corredor, Keisuke adorava colecionar aquelas coisas ( para ela um hobbie muito chato, que graça ele via em colecionar aquelas velharias).
Todas as janelas do corredor haviam aberto-se graças ao forte vento da tempestade, agora a água da chuva estava entrando e molhando todo o chão do corredor, sem contar os amendontradores trovões que caiam. Um frio percorreu a sua espinha, tinha a forte sensação de que algo estava atrás dela, algo gelado e sombrio, virou-se rapidamente, mas não havia nada ali apenas um corredor vazio, suspirou aliviada e voltou a caminhar em direção da cozinha.
Tudo estava tão mórbido mesmo com a tempestade, sem contar os trovões não havia nenhum único som ou ruído, parecia até que a mansão havia sido tragada pelas sombras, mas todo aquele silencio quebrou-se quando um canto doce, mas triste invadiu os corredores, quem estaria cantando àquela hora? Sabia apenas que era uma voz feminina, será que era alguma das empregadas?.
Como se estive hipnotizada caminhou até uma das portas daquele corredor, era dali que vinha aquele canto, fitava a porta fixamente imaginando quem (ou o quê) estaria atrás dela, lentamente pôs sua mão na maçaneta, girou-a e a abriu. Quando entrou na sala a música parou, não podia ver nada pois a sala estava completamente escura. Foi tateando a parede até encontrar um interruptor acendendo a luz.
Agora com a sala iluminada podia enchergar, mas não havia ninguém lá dentro, apenas alguns moveis velhos cobertos com lençóis brancos que estavam empoeirados, com certeza a muito tempo ninguém entrava ali, caminhou até um dos moveis e o descobriu, era um espelho, um belo espelho moldado com prata, uma pequena luz brilhante chamou a sua atenção, uma pequena chave dourada estava pendurada em um dos cantos do espelho, nas pontas dos pés e com muito esforço conseguiu pegar a corrente com a chave.
Colocou-a em seu pescoço para dentro de sua roupa, quando levantou sua cabeça seus olhos arregalaram-se, o seu reflexo... o seu reflexo... Era ela, mas ao mesmo tempo não era ela. Vestia um longo vestido lilás com fitas, babados e mangas bufantes, os seus cabelos estavam iguais, iam até os quadris, mas eram ondulados e não lisos e seus olhos em vez de violetas eram... Vermelhos.
Em seus lábios rosados um sorriso maligno, aquele sorriso a fazia sentir-se tão mal, aonde já havia visto ele? Por mais que tentasse não conseguia se lembrar.
Seus lábios começaram a mexer-se, mesmo sem palavras conseguia entender o que o reflexo dizia.
"Eu vou te matar."
"..." – Queria dizer algo mas as palavras não saiam de sua boca, estava completamente paralisada, conseguia apenas mexer sua cabeça em sinal de não.
"Sim."
A porta do quarto abriu-se e o espelho se quebrou. Um homem alto, com cabelos negros que iam até os ombros, presos em um rabo-de-cavalo, pele branca, olhos azuis e vestido com um terno negro entrou no quarto, parecia meio confuso.
A garota continuava parada olhando fixamente para o espelho quebrado, aquilo não tinha sido um sonho, sabia que estava acordada e não era louca, realmente havia visto a garota de olhos vermelhos e sorriso diabólico.
"Yue o que faz aqui? Você está bem?." – Perguntou preocupado.
"..." – Não respondeu, continuava olhando o espelho.
"Yue..." – Aproximou-se e encostou sua mão em seu ombro.
"Ah!." – Assustada deu fortemente um tapa em seu rosto, deixando-o vermelho.
"Ai!." – Disse colocando sua mão em seu rosto.
"Keisuke é você! O que faz aqui?." – Perguntou voltando si.
"Eu é que pergunto! Vi a luz acessa e vim ver quem estava aqui, ah e obrigada pelo tapa!." – Essas últimas palavras vieram carregadas de ironia.
"Desculpa!." – Disse envergonhada tinha batido nele apenas por achar que era mais algum monstro, como o/a do espelho, fitou-o novamente.
"Tudo bem, só me avise antes da próxima vez que você tentar me matar, mas você ainda não me respondeu o que tá fazendo aqui há essa hora."
"Eu fiquei com sede e fui pegar um copo d'água, ai eu ouvi alguém cantando e vim ver quem era... E me desculpe pelo espelho..." – Seu olhar era triste e distante.
"Por que você não pediu a uma das empregadas pra pegar para você?."
"Porque eu mesma queria pegar ou por acaso eu sou algum tipo de inútil que nem isso consegue fazer?." – Suas palavras eram carregadas de sarcasmo.
"Tá bom, tá bom, não vamos discutir por causa disso, mas em relação a alguém cantando nessa sala cheirando a mofo eu acho bem impossível e o que têm o espelho? Ele está quebrado a anos."
"Ele já estava quebrado?." – Fitava-o espantada, concordou com a cabeça colocando a mão no bolso tirando um cigarro e o acedendo.
"Eu acho que você não tem dormido bem estes dias, deve estar cansada por isso está ouvindo coisas." – Deu uma tragada em seu cigarro soltando a fumaça no ar.
"Eu não estou ficando louca se é isso que está dizendo, tenho certeza que ouvi uma garota cantando e também vi..." – Parou antes de completar a frase, se disse-se o que havia visto no espelho, e que ainda por cima ele/ela havia dito que a mataria, sem duvidas Keisuke a internaria em um hospício.
"E também viu?."
"Ah esquece! Eu vou pro meu quarto." – Ele somente sacudiu os ombros em sinal de desdém. Yue iria sair da sala, mas parou quando ouviu Keisuke chamando-a com um tom de voz nojento.
"Boa noite e cuidado para não sonhar com 'A cantora fantasma'." – Disse as últimas palavras em um tom fantasmagórico.
"Idiota." – Keisuke tinha um largo sorriso em seus lábios – "Keisuke, você é realmente patético." – Ela saiu da sala batendo a porta com força, assim que seus paços não foram mais escutados o sorriso de Keisuke desmanchou-se, olhava muito sério para o espelho.
