Disclaimer: Os personagens, nomes e lugares citados não me pertencem. É óbvio.
Aviso: Menções de slash entre um homem e um menino. Se conteúdos desse tipo perturbam você, não leia.
O capitão observava um marujo por vez. Hook queria ter certeza que eles faziam juz a Jolly Roger, seu belo navio.
Então, ele viu o menino caminhar em direção ao leme. Bae acordou mais cedo do que de costume. A camisa grande demais para seu porte magricela permitia que a luz do sol lhe bronzeasse o peito. Ele vai até Hook, com aquele olhar de passarinho. Como se temesse e ao mesmo tempo esperasse por algo. O capitão conhecia aquele olhar. Era o olhar de Milah. Ele era parecido com ela nos detalhes. A protuberância dos cotovelos, a direção para que cresciam os cabelos, o cheiro, os suspiros. Os gemidos.
Os olhos, entretanto, eram de Rumplestiltskin. E ele fazia de tudo para odiá-los.
Mas, no final, Baelfire não se parecia com os pais. Ele era muito mais nobre. Hook não sabia gostar disso. Era como se o rapaz estivesse sempre lhe acusando de algo, mesmo quando não falava nada. Por que o pirata não o entregava para os meninos perdidos? Não o amava, apesar de Bae ser, agora, a pessoa a quem ele era mais apegado. Se o perdesse, perdia também as últimas migalhas de Milah, que o garoto carregava com certa displicência porque não sabia que era tudo dela e Hook jamais poderia lhe contar.
Enfim, Bae está perto o suficiente para tocar um dos nós do timão com os dedos e o faz. O capitão lhe dá algum espaço, mas fica perto o suficiente para se tocarem. Eles sorriem.
– Não quero ofendê-lo, mas você já está se parecendo com um pirata.
Bae respondeu com uma risada e recostou nele, a perna tocando a sua e era bom. O capitão gostava também de quando ele falava, mas não quando ria. Apesar de toda a sua dor, ele ainda parecia uma criança quando ria.
Killian daria metade dos seus saques para saber o que Bae sentia. As palavras ainda dentro de sua mente e o que desejava encontrar ali, apertado contra suas pernas, aprendendo a velejar um navio pirata.
O menino ainda era um pouco ressentido, ele podia sentir nos lábios dele. Nos risos curtos demais. No modo como ele desviava o olhar às vezes.
Mas ainda era cedo no dia e eles deslizavam por sobre o mar claro, evitando as baías, as sereias e os meninos de capuz. Bae não era um garoto perdido. Hook o havia encontrado.
