ETERNIDADE

Saboreio em minha mente as palavras do mestre, deleitando-me com o saber de que sua voz sempre proferiria palavras seguras e confiáveis. E bem-aventurado sou por sempre confiar. Albus certa vez me disse que se abateria sobre mim uma ameaça de morte certa e que ele faria o possivel pra que eu não perecesse tão prematuramente por um motivo que ele – bem ou mal – provocaria. Rechacei a início aquela ideia absurda, afinal eu não queria sobreviver àquela guerra que me tomaria tudo, mas de todos os modos, pela insistencia e pela urgencia em que ele se apegava a tal devaneio eu findei por concordar. E prometer.

– Você já terá que me matar, meu filho! Porque não aproveitar essa oportunidade para se proteger com o melhor escudo dessa guerra?

– Albus, uma horcrux...

– É a única defesa que eu tenho pra te oferecer.

Por fim, depois de semanas de estudos e preparações, eu já sabia o que fazer quando chegasse o momento. E ao matar meu mestre eu assinei minha sentença de morte, apoderando-me da varinha mestra, atual objeto de desejo do meu falso mestre. Então cumpri – é óbvio – com o prometido a Albus e depois de pronta a Horcrux só me restou ocultá-la. Mas mesmo protegido não pude esquivar-me o suficiente dos gélidos dedos da morte – e de fato morri – ainda que não definitivamente, como fiz parecer.

E fadado estou ao esquecimento ou a ser o eterno traidor, mesmo sendo eu o filho da mãe que salvou o traseiro gordo de todos os meus pertinentes e cruéis acusadores. Dumbledore me estimulou a tentar reconstruir meu caminho, mas assim como à Roma, todos os meus caminhos me trariam até aqui; E assim aqui estou segurando minha propria alma, protegida agora não por meu involtorio fragil e facilmente ceifável. Não... Meu pequeno eu agora repousa num grande diamente negro – que te desafio a destruir se puder.

Eu sei que comprei pra mim a imortalidade, mas estou firme na certeza de que uma eterna vida de solidão sempre será melhor que vida nenhuma – que foi o que sempre tive. Eu sei o homem que sou e lhes digo, caros amigos e estimados inimigos, que meu destino sempre foi ser eterno. Um homem eterno para uma glória sem fim. E já que me rendi à eternidade, decidi ser eterno em carne, bem mais divertido do que em lembranças, não é verdade?

Fim e meda

Drabble escrita para o Concursos de Fics.