Um pequeno texto em homenagem à minha diva número 1 de A:TLA, Azula - você pode até não amá-la, mas não há como negar que ela é uma grande personagem. É o primeiro que escrevo sobre ela, mas não o último; tenho pelo menos mais dois rascunhos, mas não sei quando serão finalizados.
Recomendo a leitura da comic A Busca/The Search simplesmente porque é incrível (e tem Azula), mas não é necessária para a compreensão do texto. Assim sendo, aproveitem a leitura... ( ^_^ )
Aulas chatas de faculdade deviam receber o crédito de serem minha fonte de inspiração para escrever...


Whenever did it all happen
That one color after another seems to fade
Now the sky is carved with a coalpen
It's all gray despite the effort you made

(Blindside - Painting)

O fogo é azul.
E sua primeira reação é um misto de choque e deslumbre.
Primeiro ela fica assustada, mas então a segurança volta e um sorriso ilumina seu rosto quando vê o rosto aprovador do pai. Um prodígio, de fato. A coloração azulada é o sinal de uma habilidade rara, única. Uma prova de seu talento natural, superior até mesmo aos grandes mestres.

O fogo é azul.
E a sua dona logo tem a fama espalhada por toda a nação.
A garota que nasceu sortuda e superou até mesmo o grande governante e todos os dobradores de fogo de sua geração. A princesa que se sobressaiu em habilidade e astúcia, ultrapassando até mesmo o Príncipe Herdeiro. O único motivo para não receber o título de Dragão é o fato de que todos já foram extintos.

O fogo é azul.
E ele garante o temor de todos que a cercam.
A garota que não hesita, que não aceita erros, que não tolera desobediências ou rebeldias. Apenas um olhar traz as lembranças das chamas coloridas e todos estão prontos para fazer o que for necessário para agradar a mais provável herdeira ao trono.

O fogo é azul.
E ele inspira terror quando descortina e queima alto, iluminando toda a Sala do Trono.
Lança sombras fantasmagóricas ao redor do salão e faz com que os súditos remanescentes tremam conforme se aproximam; eles já temiam-na o bastante antes, agora estão aterrorizados. E no fim, ninguém quer se aproximar de uma senhora tão impulsiva que pode transformá-los em cinzas em um piscar de olhos e um borrão azul. Mas ninguém ousa desafiar a menina paranoica que recebeu liberdade demais do pai.

O fogo é azul.
E as chamas brilham e voam altas na noite.
As grandes lufadas gritam, grunhem, choram, ganhando a força remanescente do Cometa e iluminam tudo ao redor antes de desaparecerem completamente. Colorem todo o cenário em tons de cobalto antes que tudo volte à escuridão. De novo de novo e de novo. Elas continuam assim, queimando e apagando, perdendo cada vez mais a estabilidade enquanto ficam à deriva em um mar de berros.

O fogo é azul.
E tudo ao redor dela também é.
Tenta apagá-las, tenta querer apagá-las em meio a rugidos, gritos, e unhas quebradas manchadas com sangue, mas não adianta. As chamas fogem do seu controle e queimam tudo em volta. Mais uma tentativa falha de se aquecer.

Porque o fogo é azul e queima, mas ela continua desbotada e fria. Não enxerga nada a frente e não sabe como voltar atrás. O fogo é azul e sua cor reflete em seus olhos, sua pele e suas lágrimas.

O fogo é azul e devora tudo por mais um instante, até que ela enxuga os olhos e logo o fogo é reduzido a nada.