Roommate


Notas da Autora:

Yo, people~~

Aqui está a cereja do bolo: ROOMMATE.

Essa é, provavelmente, a minha história mais adulta. Tanto no conteúdo qnt na abordagem. Já nem me lembro o que fez essa ideia maluca brotar na minha cabeça, mas espero que vcs possam viajar comigo e descobrirmos juntos o que vai acontecer.

Obviamente, mais uma vez uma fic SASUHINA, porém com alguns casais secundários que vcs poderão descobrir ao longo da história.

A maior novidade é que pela primeira vez estou trabalhando com YAOI/LEMON. Claro que, por não ser uma leitora desse estilo, eu nunca conseguiria escrever essa fic sozinha, então precisei de uma super heroína para me salvar do perigo! Na vdd, ao longo do processo foram 2: NI-HYUUGA e Gabby-Chan. Muito obrigada pelo que voc~es duas fizeram pela minha história 3

A pedido de alguns amigos, os lemons e hentais serão sublinhados. Assim as pessoas que não se sentem confortáveis poderão pular essas partes sem se perder na história^^

Bom, é isso. Espero que vcs gostem da história. Eu vou me esforçar para postar com frequência e concluir o mais rápido possível. No momento estou escrevendo o 12º capítulo vulgo capítulo final XD Então, podem confiar que o final já vai sair!

Enfim, beijos e boa leitura =*


"We're just two lost souls swimming in a fish bowl.

Year after year…"

Wish you were here – Pink Floyd

Hinata já cortava o mesmo pedaço de carne há quase 5 minutos enquanto olhava para o nada. Não estava pensando em nada específico. Era apenas a sua mente que havia decidido fugir daquele lugar, afinal, a música clássica e o ambiente requintado do restaurante francês nunca lhe pareceram tão sufocantemente entediantes.

"O fois gras não está do seu agrado, Hinata san?" A voz máscula e calma tirou a moça de seus pensamentos. O belo rapaz de terno, cabelos castanhos e pele alva que estava à sua frente perguntou-lhe sem tirar os olhos de seu smartphone.

"Não, Sai kun. Está delicioso..." A Hyuuga respondeu finalmente percebendo o quão distraída parecia estar. Olhou de relance para o prato de seu acompanhante e percebeu que ele também sequer havia tocado no jantar.

"Então, por que você parece mais desanimada que o normal hoje? Já se arrependeu de ter aceitado se tornar minha noiva?" Ele perguntou em tom de brincadeira desviando os olhos para os da moça e iniciando uma conversa pela primeira vez desde que o garçom os havia servido.

"D-de forma alguma, Sai kun. Só estou pensando se poderíamos evitar esse tipo de refeição depois que nos casarmos. Tenho pena desses animais..." Hinata respondeu sorrindo nervosamente e olhando novamente para seu prato.

Shimura Sai, o herdeiro de uma próspera rede de joalherias, e Hyuuga Hinata, a filha de um grande magnata do ramo de mineração, estavam de casamento marcado. Aquela era a noite em que comemorariam um ano de noivado. Porém, poderíamos colocar a palavra "comemorariam" entre várias aspas, pois com "comemoração" infere-se que as pessoas envolvidas estejam felizes e satisfeitas, o que não era o caso de nenhum dos dois.

Não, eles não se amavam. O casamento entre eles era apenas uma maneira que suas famílias encontraram de unir as riquezas e fortalecer os negócios. Mas, ainda assim, nenhum dos dois tinha forças para resistir ao destino que os entrelaçava. Logo que Hinata se formasse na faculdade de Letras, iriam passar o resto de suas vidas presos em um casamento sem amor ou qualquer forma de desejo. Teriam filhos frutos de uma obrigação, dançariam bodas de obrigação e seriam enterrados um ao lado do outro por obrigação.

"Por mim, tudo bem. Você será a esposa. É você quem vai decidir esse tipo de assunto." Ele respondeu com um sorriso simpático no rosto pouco antes de voltar para seu celular. Hinata sabia que aquele sorriso não era sincero, mas era sua forma de demonstrar que não a odiava.

Na noite em que Hyuuga Hiashi contou à filha mais velha que havia negociado sua mão como forma de garantir o futuro dos negócios da família, a bela jovem de longos cabelos azul índigo e exóticos olhos perolados, pensou em protestar. Pensou em recusar, em gritar, espernear, mas logo desistiu. Afinal, sabia muito bem que toda vez que Hiashi lhe mandava fazer algo, ela fazia. Era como uma reação involuntária: acontecia por si só. Acabou prometendo a si mesma que, independente de ser algo arranjado ou não, faria seu melhor para ser feliz. Afinal, no dia em que conheceu Sai, notou nos olhos do rapaz o mesmo olhar de pássaro engaiolado que havia em seus olhos. Sai também não havia escolhido aquilo, mas estava ali, aceitando tudo mansamente. Eram iguais. Igualmente conformados. Almas igualmente domadas.

Olhou para seu prato e percebeu que a comida já estava fria, indicando que ambos já estavam ali a mais tempo do que parecia. Não gostava de fois gras. Não pelo sabor, mas pela crueldade que faziam com os bichos para poder obter essa iguaria: Fois gras são fígados de gansos que foram submetidos a uma super dieta que os forçou a comer muito mais do que seus estômagos podiam aguentar. Todos os dias, uma máquina injetava comida por suas gargantas até não restar nenhum espaço vazio. Isso causou um inchaço anômalo nos fígados dos animais que morreram com dores indescritíveis. A Hyuuga levou uma garfada do jantar à boca. Sentiu o sabor suave e amanteigado invadir seu paladar. Realmente estava delicioso. O resultado das horas de tortura a que aqueles animais foram submetidos, realmente era delicioso. Talvez seu futuro fosse ser assim também. Quem sabe, toda essa apatia e desânimo que sentia se transformariam em um amor verdadeiro e felicidade construídos pelo tempo e pela convivência com Sai. Quem sabe...

~x*X* *X*x~

Era sempre assim. Sem motivo aparente, nenhuma provocação alheia... Geralmente, o mundo conspirava contra aqueles momentos que os envolviam de forma tão enlouquecedora, portanto não havia explicação, de fato, que esclarecesse como tudo se iniciava.

Por muitas vezes, Uzumaki Naruto ponderou ser a arrebatadora atração que sentiam mutuamente. Afinal, bastava um olhar, ou um pequeno, mas convidativo sorriso, até mesmo um franzir de sobrancelhas meio sugestivo, para que um avançasse no outro e se acabassem de tanto transar, independente das obrigações que tivessem, ou do lugar que residissem no momento inoportuno... Pois, como fora dito inicialmente, o mundo, simplesmente, parecia conspirar contra suas alucinadas e hormonais transas, portanto, quando juntos, nada mais importava, somente ambos e o prazer que sentiam.

Sempre assim.

Por isso, quando Sasuke arrancou o livro que lia de suas mãos e pulou sobre si, tomando sua boca com urgência e necessidade, simplesmente ignorou o ataque repentino e se deixou envolver pelo clima que o moreno instigava.

Um suspiro, quase ofegado, deixou os lábios finos do loiro ao sentir a língua quente do outro em contato com a sua pele. Arrepiou-se por inteiro, sentido os pelos eriçados e uma quentura preenche-lo quase por completo. Era inebriante e abrasador ter seu pescoço sendo chupado com tanta força e vontade pelo que estava sobre si... A pele do local já se encontrava vermelha e úmida, e os gemidos – inutilmente contidos – se resumiam a murmúrios desconexos, que instigavam o moreno, ao passo que eram simplesmente, uma válvula de escape para o loiro que já não se aguentava em tamanha excitação.

"Sasuke..." Murmurou roucamente. Levou uma das mãos aos fios negros que compunham o cabelo moreno, fechando-a em punho para que pudesse erguer a face do Uchiha para si, interrompendo o intento do outro. "Acabe logo com isso..." Em resposta, recebeu um sorriso sarcástico e prepotente do mesmo, que mantinha o olhar preso ao seu.

"Não..." O sussurro fora tão provocativo, que Naruto sentiu seus pelos eriçarem e a expectativa crescer, ainda mais, em si. "Quero senti-lo por completo..." Dito isso, Sasuke ergueu-se minimamente, ainda sendo limitado pela mão do loiro que se mantinha segurando firmemente seu cabelo, deixando as unhas roçarem o abdômen bronzeado abaixo de si, até chegarem ao cós da cueca que o mesmo usava. Sorria felinamente para o loiro, nunca deixando de olhá-lo nos olhos azulados, provocando-o e instigando cada vez mais sua libido.

"Pare de me provocar!" Avisou, puxando com ainda mais força o cabelo moreno. "E... Ah... Sasuke! S-seu... Ah..." Tão repentinamente, sentiu sua ereção ser pressionada fortemente pela mão matreira do Uchiha, enquanto este, de forma hábil, se desvencilhava de si, abaixando-se para, por fim, tomar um de seus mamilos com os lábios sôfregos, envolvendo-o com a quentura de sua boca, sugando o pequeno bico eriçado com vontade.

O riso rouco e provocador de Sasuke tomou o recinto, arrepiando todo o corpo bronzeado abaixo de si.

"Você tá tão excitado..." Disse, após tirar a calça do loiro e pegar em seu membro rijo, passando o polegar circularmente em sua glande, sentindo o liquido pré-seminal que o mesmo já expelia.

"S-seu bastardo... Não me provoque..." Ordenou com a voz entrecortada por ofegos e gemidos. "Seu filho da... Ah!"

E qualquer outro protesto que o loiro pretendia fazer tornou-se um gutural gemido ao ter Sasuke lhe masturbando com intensidade. A mão do Uchiha, em um ritmo frenético e intenso, envolvia toda a sua extensão rija, deslizando por ela em uma destreza tão conhecida por si. O calor parecia só aumentar, e o prazer que o tomava caminhava gradativamente para o seu ápice... Tão logo... Como sempre.

"Já vai gozar, Naruto dobe?" O tom sarcástico, juntamente com o sorriso sacana que este exibia deixou o loiro mais desnorteado do que nunca. Simplesmente venerava estas peculiaridades sádicas do Uchiha que, ele sabia, só eram demonstradas para e com ele.

"Teme..." Gemeu ao sentir seu corpo estremecer em antecipação pelo orgasmo que já estava por lhe arrebatar. Fechou os olhos com força, evitando olhar o moreno que ainda mantinha a expressão que lhe excitava com tanta intensidade, retardando, o quanto podia, o seu ápice. "Pa-are seu bastardo... N-não quero assim..."

Naruto sentia que a qualquer momento iria explodir. E se antes a situação já estava complicada para ele, o turbilhão de sensações que lhe tomaram ao sentir a boca do Uchiha rodear sua masculinidade o fizeram tremer da cabeça aos pés, enviando ondas e mais ondas elétricas por seu corpo.

Mesmo com as pupilas dilatadas tamanho prazer que sentia, sua visão estava nublada, como se seus outros sentidos houvessem se resumido, somente, ao tato. E, por ora, Naruto não se importava com isso... Muito pelo contrário!

Portanto, tateando às escuras, perdido em tantas sensações, puxou os fios negros de Sasuke, erguendo a cabeça do mesmo para si. Sua ereção tremeu em claro protesto à ausência da umidade morna da boca de Sasuke, contudo seu corpo retesou em alívio por, finalmente, ter parado o mesmo... Afinal, não queria chegar ao ápice daquela forma.

"Chega... Dessa... Tortura... Teme maldito." Disse em meio a arfadas sôfregas, olhando de forma desafiadora para o moreno de olhos ônix. "Agora..." Sorriu de lado ao puxar o outro sobre si, mantendo a cabeça do mesmo a poucos centímetros da sua, as respirações se encontrando pela pouca distância. "É a minha vez..." Sussurrou sensualmente, logo tomando os lábios dele com os seus em um beijo feroz e molhado. As línguas se encontravam com agressividade, uma buscando dominância sobre a outra; os lábios encaixavam-se difusamente, tamanha euforia nos toques.

Tão rapidamente, ainda em meio ao ósculo, Naruto inverteu a posição em que se encontravam, fazendo com que Sasuke se encostasse ao encosto da cama, enquanto ele sentava-se sobre as coxas do moreno.

Intercaladamente friccionava as excitações, ao passo que, agora, atacava o pescoço alvo, mordendo e chupando toda a extensão com verdadeira adoração. Sasuke arranhava as costas nuas do outro e, ora ou outra, levava as mãos às nádegas do mesmo, apertando-as com evidente ânsia pelo que estava por vir, tão logo.

Afastando-se um pouco do moreno, o loiro finalmente tirou sua blusa e, agora, distribuía beijos e chupões no peito pálido do mesmo, fazendo uma linha de saliva até o cós de sua calça onde, sem nem pensar duas vezes, abriu e tão logo adentrou com sua mão atrevida.

Sasuke gemeu roucamente ao ter sua excitação sendo estimulada tão provocadoramente pelo Uzumaki. Fechou os olhos com força e deixou a cabeça pender para trás, rendendo-se ao prazer que Naruto lhe proporcionava, este que foi multiplicado quando sentiu seu membro ser estimulado pela língua do jovem, que passeava por toda a extensão, da base até a glande, provocando cada vez mais o moreno.

"Uzumaki..." Murmurou em tom de aviso; os dentes cerrados em uma tentativa frustrada de conter a excitação que sentia com aquela provocação toda. "Quem... Ah..." Suspirou profundamente ao sentir uma leve mordida em sua coxa, enquanto Naruto mantinha-se a masturbá-lo com intensidade. "Quem você pensa... Que é... Para me provocar dessa... Forma?" Indagou com fúria entre arfadas, olhando com indignação o sorriso sarcástico que emoldurava os lábios vermelhos e inchados do loiro.

"Sou o único capaz de te fazer delirar somente com..." Alargando ainda mais o sorriso, e mantendo um brilho vingativo no olhar quase azulado de pupilas dilatadas pela excitação, assoprou a glande da virilidade de Sasuke, logo passando a língua no local, sentindo o gosto adocicado do moreno. "... Isso..." E, mesmo antes do Uchiha processar o que faria, abocanhou com vontade seu membro, chupando com maestria, fazendo, de fato, o mesmo delirar.

"Ah... N-naruto...!"

Antes que o loiro pudesse aprofundar o ato, viu-se bruscamente interrompido pelas mãos do moreno que, de forma veloz e praticamente imperceptível, puxou-o para si, invertendo, mais uma vez, a posição em que se encontravam: mantinha-se sobre e entre as pernas do mesmo, segurando seus pulsos sobre sua cabeça, encarando-o com a face corada de excitação.

"Preciso te ter... Agora..." Dito isso, levou a mão livre até o loiro, expondo seus dedos indicador e médio para que ele chupasse, algo que foi prontamente atendido pelo mesmo que, ao iniciar o ato, recebeu um rosnado excitado do moreno.

Quando achou seus dedos estarem suficientemente lubrificados, levou-os ao orifício do loiro, acariciando a entrada sem penetrar, apenas provocando. Lentamente, introduziu o dedo médio naquela região, iniciando um vai e vem calmo e lento. Tão logo, adicionou mais um dedo ao processo, enquanto se inclinava e tomava os lábios do rapaz, iniciando uma masturbação cadenciada em sua intimidade.

"Ah...! Teme!" Sasuke sorriu com o grito rouco do outro... Finalmente achara sua próstata. Aumentando a velocidade das investidas, acertando certeiramente o ponto G do outro, presenciava extasiado o revirar de olhos do loiro abaixo de si.

Sentindo-se especialmente excitado pela visão que tinha, rapidamente retirou seus dedos de dentro do jovem. E, antes mesmo que Naruto pudesse protestar por ter parado com a estimulação, posicionou seu membro onde, outrora, seus dedos estavam, forçando a entrada quente e apertada que lhe comprimia a cada centímetro adentrado.

"Ah... Naruto..." Arfou ao estar totalmente dentro do loiro, que mantinha os olhos fechados e o lábio inferior entre os dentes; a expressão em puro êxtase. Inclinando-se sobre o mesmo, tomou seus lábios com volúpia, ao passo que começava a se movimentar, saindo e entrando lentamente do mesmo, em clara provocação, por mais que, em seu íntimo, sua vontade fosse estocá-lo velozmente, até que não se aguentasse mais. No entanto, o prazer que sentia ao provocar o loiro era muito mais intenso e arrebatador, portanto, continuou no ritmo lento, mesmo com os constantes protestos do rapaz.

"Teme... Mais rápido..." Pedia dengosamente em meio aos beijos. Como que para reforçar o pedido, empurrou o quadril de encontro ao do outro, aumentando a intensidade da penetração. Sasuke urrou com a ação do loiro e, não conseguindo mais se conter, aumentou a velocidade das estocadas, em um ritmo gradativo.

"Hmm... Você é tão apertado..." Revirava os olhos em meio às estocadas, tamanho prazer que sentia. Sentindo que tão logo chegaria a seu ápice, iniciou uma intensa masturbação no membro de Naruto, na mesma velocidade em que o penetrava.

Naruto murmurava gemidos desconexos, sentindo sua próstata ser abusava repetidamente pelas estocadas certeiras do Uchiha, fazendo-o morder os lábios pelo êxtase da sensação prazerosa.

"Ahmm... E-eu vou..." O corpo bronzeado foi tomado por fortes espasmos, enquanto uma avalanche de sensações lhe tomou subitamente, quando, finalmente, o orgasmo lhe atingira.

Sasuke continuou as estocadas em um ritmo frenético, sentindo as contrações do canal de Naruto lhe comprimindo de forma quase dolorosa, fazendo com que seu ápice lhe arrebatasse prontamente. Deixou-se cair sobre o corpo do loiro, respirando com dificuldade, ainda sentindo as sensações do orgasmo em si.

Naruto, por sua vez, depositou um cálido beijo na pele exposta do pescoço alvo de Sasuke, normalizando a respiração e sentindo seu corpo totalmente relaxado pela sensação do pós-orgasmo. Sentiu o moreno sair de dentro de si e, em seguida, acomodar-se ao seu lado na cama, fazendo seu corpo protestar pela falta do calor do moreno sobre si.

"Sasuke..." Naruto começou enquanto abraçava as costas do moreno sentindo, sob a pele morna, o suor fino que cobria a pele dos dois. "Já consegui um lugar para morar?"

"Ainda não. O alojamento da faculdade já está lotado e conseguir um apartamento perto da faculdade no meio do semestre está quase impossível." Respondeu enquanto virava em direção ao loiro que deitou sobre seu peitoral forte.

Uzumaki Naruto, dono de uma personalidade radiante como seus olhos azuis, cursava Relações Internacionais na Hinokuni Daigaku, uma universidade muito prestigiada no Japão. Não era exatamente o tipo de aluno mais inteligente que já havia passado por aqueles corredores, mas com certeza era um dos mais esforçados e ativos. Durante uma das festas universitárias conheceu o misterioso Uchiha Sasuke. Um belo rapaz de olhos e cabelos negros como carvão. Sua pele clara e traços perfeitos capturavam os olhares, não só das alunas de seu curso, Artes Cênicas, mas de toda a universidade.

"Você sabe que pode vir morar aqui, não?" O loiro disse com o rosto levemente corado enquanto acariciava os músculos bem definidos do tórax do Uchiha.

"Já conversamos sobre isso, não? Para quê forçar as coisas se elas podem acontecer por si só?" Sasuke respondeu erguendo o rosto de Naruto pelo queixo e o beijando novamente. Um beijo que logo se encheu de desejo e fez o quarto novamente pegar fogo.

Tempos depois de se conhecerem, os dois rapazes engataram um relacionamento explosivo que quase sempre acabava na cama. Diferente do que de Naruto desejava, Sasuke sempre insistia em manterem a relação aberta e sem compromissos oficiais, argumentando que era uma alma livre e, naquele momento, não queria se prender a ninguém. O Uzumaki também sabia que as preferências sexuais do Uchiha eram variadas: As garotas bonitas que corriam atrás dele, raramente eram ignoradas e realmente odiava isso. Amava o moreno e queria ter para si muito mais do que seu corpo. Queria também seu coração.

~x*X* *X*x~

"Aff, Hinata! Por que você sempre faz isso comigo? Acho que te odeio!" A fotógrafa dizia à assistente voluntária sem tirar os olhos da câmera e dos modelos. Hinata riu e disse chorosa à amiga:

"Gomen, Sakura chan! Mas é que tudo foi decidido de última hora e eu não consegui negociar a data para outro dia."

Haruno Sakura era a melhor amiga de Hinata. Se conheciam desde a escola e eram a prova viva de que a expressão os opostos se atraem realmente era verdadeira. Sakura era uma jovem fotógrafa enérgica e extrovertida. Tinha belos cabelos rosados e um par de olhos cor de esmeralda que chamavam atenção por onde quer que passassem. Nos anos escolares havia trabalhado como modelo e, conseqüentemente, era uma rainhas da escola: super popular e cobiçada. Acabou ficando amiga de Hinata por acaso, em um dia após o recebimento de um boletim desastroso. Estava na biblioteca arruinando seu delineador quando Hinata se aproximou e ofereceu um lenço de papel e um ombro amigo. Com a ajuda da inteligente Hyuuga, após alguns meses, Sakura estava livre de uma reprovação iminente e eternamente grata à morena a quem passou a chamar de melhor amiga. Desde então, não se separaram mais.

"Mattaku mou, Hinata... E você nem se dá ao trabalho de inventar outra desculpa... Segure o rebatedor mais para a esquerda... Isso!" Sakura choramingava ao mesmo tempo que gritava as instruções para a amiga a fim de utilizar melhor a luz natural do ambiente.

Naquela manhã haviam se encontrado em um set preparado para um editorial que estava sendo produzido por Sakura para uma revista feminina. Hinata não conhecia a tal revista, mas adorava ajudar Sakura sempre que possível, pois dessa forma podiam colocar a conversa em dia. Estava muito cedo ainda, por volta das sete e meia da manhã, e o inverno começava a dar sinais de que seria bem rigoroso este ano. A rua onde acontecia a seção de fotos, de casas tradicionais com muros e chão de pedra cinza, estava coberta de névoa e banhada por um sol fraco. Sakura havia dito que tudo devia ser concluído dentro de uma hora, para aproveitar a paisagem natural. Os dois rapazes que estavam trabalhando como modelos eram muito bonitos. Altos e esguios, com um ar refinado. Vestiam roupas de frio estilosas e tinham olhares provocantes. Hinata tinha que esticar-se na ponta dos pés para posicionar corretamente o equipamento.

"Ok! Agora coloque a mão direita na nuca dele e a esquerda no quadril." Hinata surpreendeu-se com a orientação aos modelos que a cumpriram sem hesitação. "Mais uma vez... Isso. Agora fiquem mais próximos e se beijem... Mais uma vez... Ok! Acabamos." Sakura concluiu satisfeita.

"Ne, Sakura chan... Meio estranho o trabalho desses dois, não?" Hinata comentou em voz baixa enquanto guardava o enorme refletor branco em um case especial.

"Haha, Hina, você realmente me surpreende com o nível da sua inocência. Essas fotos farão a felicidade das fujoshi que acompanham a revista." A Hyuuga piscou algumas vezes olhando para a amiga. Estava claro que ela não fazia ideia do que a rosada estava falando.

"Deixa para lá! É melhor que você fique sem entender mesmo. Mas, então, jura que você vai me dar um bolo de novo?" Sakura ainda reclamava sobre o cancelamento repentino de uma festa do pijama que as duas haviam combinado. Passariam a noite na casa de Sakura vendo seriado, comendo besteira e bebendo refrigerante. Mas, como a Hyuuga tinha o costume feio de cancelar os encontros com a amiga na última hora, mais uma vez a rosada se viu sozinha em seus planos.

"Desculpe! Juro que é algo muito importante! Se eu não for o Sai kun vai..." A morena respondia em tom de lamento quando ouviu a amiga resmungar irritadiça:

"Ai! Nem completa essa frase que eu tenho vontade de te sequestrar só para sacanear com aquele cretino albino."

O noivo e a melhor amiga de Hinata, até se esforçavam, não conseguiam se dar exatamente bem. Sempre que a personalidade forte da Haruno entrava em conflito com a personalidade livre de bom senso de Sai, Hinata tinha que separá-los para evitar que a rosada socasse o moreno até a morte.

"Sakura chan, não fale assim dele. Ele até tenta se dar bem com você, mas não é muito bom em fazer amizades..." Hinata tentava defender o rapaz. Uma missão quase impossível, mas em que a Hyuuga sempre se esmerava. Sai era uma pessoa difícil de interpretar e conviver. Sempre falava coisas inconvenientes e sua expressão era sempre tão apática a tudo que ela nunca sabia quando ele estava gostando ou quando estava insatisfeito. Ele só esboçava duas expressões faciais: total tédio e total simpatia. Esta última, na maioria das vezes, falsa, mas, Hinata conseguia enxergar claramente o quanto ele se esforçava para agradá-la.

"Só você mesma para pensar isso daquela criatura. Mas, é bom que tente encontrar algo de positivo nele mesmo, afinal, vai passar o resto da vida com ele." Sakura nunca escondeu que achava um absurdo o noivado de Hinata. Para a rosada era como se o pai estivesse barganhando a Hyuuga em troca de um bom negócio para a família. O que não deixava de ser verdade.

"Otsukaresamadeshita!" Todos diziam uns aos outros no set, enquanto iam embora. Hinata e Sakura seguiram de carro até uma cafeteria próxima onde pediram cappuccino e chocolate quente para se aquecerem enquanto conversavam.

"Ah! Sabe quem eu vi em um editorial de uma revista francesa alguns dias atrás? Aquela ruiva insuportável que ficava me desafiando como se isso valesse algum prêmio... Como era o nome dela?" A Haruno forçava a memória enquanto misturava o chantili com o restante do conteúdo de sua xícara.

"Uzumaki Karin. Ela era p-prima do... " Corando levemente, Hinata respondia à amiga quando se viu interrompida:

"Ah, claro! Como eu pude esquecer?! Ainda mais sendo parente do seu grande amor." Sakura provocou a amiga.

"N-não, n-não é por isso que eu lembro dela." Hinata desconversou e Sakura riu divertidamente.

"Ah! É verdade! Você costumava gaguejar quando ele aparecia. Hahaha, como pude esquecer disso!"

"Mou... Sakura chan!" Hinata fingiu estar brava.

"Mas, como será que ele está, né? Era um garoto engraçado..." Sakura disse antes de ocupar seus lábios com o líquido quente. Hinata respirou fundo e sorriu mexendo o chocolate quente que fumegava a sua frente.

Os anos escolares haviam sido dias realmente divertidos. Uma sensação gostosa de nostalgia invadia a Hyuuga toda vez que se lembrava deles. Todo o esforço para manter as notas impecáveis, os poucos, porém preciosos, amigos, as aulas que mais gostava: culinária e literatura, e claro, a matéria que mais sofria: Educação física. Durante o segundo ano quase ficou de recuperação por ser uma total negação quando se tratava de esportes. Foi por precisar melhorar sua condição física que ela o conheceu... O garoto alegre e espontâneo que nunca a subestimou e sempre a incentivou a seguir em frente: Uzumaki Naruto.

"Hinata, vamos treinar juntos. Vou te ajudar a melhorar. Você é tão bonita é uma pena nunca conseguir participar das atividades na semana de esportes..."

Entre todas as pessoas de que se lembrava daquela época, Naruto era especial. A simplicidade, a alegria e o despojamento do garoto conquistaram o coração da Hinata de 15 anos que guardou seu amor em segredo por 3 anos e apenas o declarou no dia da formatura, logo após a cerimônia... Só para vê-lo ser rejeitado sem nenhuma hesitação.

"Desculpe Hinata, mas não posso aceitar seus sentimentos. Eu ainda estou procurando a minha verdade. Não posso segurar a sua mão se ainda estou perdido. Você é linda e gentil. Com certeza, se um dia eu entender que estou pronto, vou procurar por você..."

Claro que, como qualquer adolescente, Hinata chorou e achou que havia sido rejeitada por não ser bonita o suficiente ou gostosa o suficiente para atrair o loiro Uzumaki. Pensamentos que depois de alguns meses abandonaram sua mente. Naruto nunca seria tão superficial a ponto de só se preocupar com isso. Com o passar dos anos e a falta de contato, o amor se transformou em uma lembrança preciosa e carinho eterno pelo loiro.

'Ne... Como será que o Naruto kun está?' Pensou com um sorriso leve nos lábios enquanto sentia o sabor adocicado e morno invadir a sua boca.

~x*X* *X*x~

"Hoje, leitura cênica da peça MacBeth de Willian Shakespeare no teatro de arena da faculdade de artes. Por favor, compareçam!" Uma bela loira de olhos azuis distribuía panfletos em frente ao quadro de avisos do departamento de artes da Hinokuni Daigaku.

"Golpe baixo! Colocaram a loira mais gostosa das cênicas para chamar o público!" Sasuke disse aproximando-se.

"Haha, até parece! Aliás, você não deveria estar aqui me ajudando, senhor bonitão?" A garota perguntou cruzando os braços.

"Warui, Ino. Dormi na casa do Naruto e acabei perdendo a hora." Ele disse unindo as palmas das mão em um pedido de desculpas.

"De novo? Hum... Pelo visto a coisa é séria, então?" Ela disse com um sorriso malandro dando um leve tapa no ombro do rapaz.

"Não tire conclusões precipitadas, ok? Apenas aconteceu..."

"Claro. Sempre acontece." Ela retrucou com o mesmo sorriso debochado no rosto.

Yamanaka Ino era colega de turma de Sasuke e também sua melhor amiga, para não dizer a única. Haviam estudados juntos durante o ensino médio em uma escola de ensino médio particular de Tóquio feita para a elite onde Ino havia ingressado como aluna bolsista devido às suas notas excelentes.

Ser uma garota de classe média baixa em uma escola de ricos, não foi tarefa fácil. Os outros alunos a humilhavam e perturbavam constantemente até que Sasuke, o garoto mais popular e cobiçado, passou a defendê-la e a tratá-la como amiga. Aos poucos, os outros alunos foram deixando a loira em paz, mas a amizade com o Uchiha tornou-se cada vez mais verdadeira. Juntos descobriram um amor em comum: a arte de encenar. Ingressaram no clube de teatro da escola e, poucos anos mais tarde, prestaram o vestibular para Artes Cênicas na Hinokuni Daigaku.

"Conseguiu alguma coisa para mim no alojamento?" Sasuke perguntou entregando um copo de café para a amiga recostando-se em sua moto Harley-Davidson Fat Boy.

"Gomen. Tentei de tudo, mas é impossível. Além de o período de requerimento de vaga já ter passado, os quartos já estão todos cheios." A loira respondeu em tom de lamento.

Obviamente, a rica família Uchiha não simpatizava com a carreira escolhida por seu filho caçula. Na tentativa de obrigar Sasuke a desistir de atuar e seguir com os negócios, Uchiha Fugaku, pai de Sasuke, já o havia posto para fora de casa, bloqueado seus cartões e confiscado seu dinheiro tantas vezes que o moreno já havia perdido as contas. Tudo no intuito de dificultar ao máximo a vida do rapaz. Nessas situações, Ino sempre foi a sua salva-vidas, dando-lhe teto e comida até o rapaz conseguir voltar para casa. Porém, desta vez, devido aos grandes gastos com a faculdade, a loira estava vivendo com a família novamente e era impossível caber mais um em uma casa tão pequena e cheia de gente.

A testa do moreno se contraiu levemente. Não era o tipo que demonstra desespero em público, mas a verdade é que estava gritando por dentro. Bebeu um gole do seu café e olhou para o céu nublado acima de si. Se as coisas continuassem daquele jeito teria que se acostumar a ter esse céu sobre sua cabeça durante as noites também.

"Sasuke... Sei que você não quer, mas... Será que já não é hora de engolir o orgulho e voltar para casa?" Ino perguntou hesitante.

"Nunca. Posso morar embaixo de uma ponte, mas não vou virar moeda de troca." O Uchiha respondeu sem pestanejar e, pela firmeza em sua voz, não iria mudar de ideia tão fácil. Ino suspirou. Dentro de dois dias seu amigo seria despejado da república onde vivia e não teria nenhum lugar para ir.

"Sem chance de ir morar com o Naruto?" Perguntou tentando incentivar o moreno.

"Sem chance. Morar com ele é a mesma coisa de dizer Olha, nosso relacionamento é oficial agora, ok? E isso está longe de ser verdade. Não sou o tipo que se prende a ninguém. Mal dou conta de mim mesmo." Suspirou desviando olhar para algum ponto perdido no gramado em frente à faculdade. Sempre falou claramente com Naruto sobre o porquê de ter um relacionamento aberto, não poderia jogar tudo isso para o alto só por uma necessidade sua. Teria que lidar com isso sem envolvê-lo. Ino caminhou até uma lixeira próxima, jogou o copo de café fora e voltou abraçando o pescoço de Sasuke pelas costas. Deu lhe um beijo na bochecha e disse:

"Ok. Se você quer assim, então vou continuar tentando te ajudar. Mas tente não virar um mendigo, ok? Seria um desperdício essa carinha linda debaixo da ponte."

Sasuke afagou o dorso da mão da amiga e com um sorriso de lado viu a loira se despedindo. Talvez Ino estivesse certa. Seria essa a hora de pedir perdão e voltar para casa... Não! Mas no que estava pensando?! Isso era exatamente o que ele estava querendo. Fugaku, seu pai, havia passado de todos os limites dessa vez. Sasuke não aceitaria virar um fantoche como seu irmão mais velho, Itachi. Por mais que estivesse no limite, iria provar para todos que conseguia cuidar de si mesmo. Iria provar que não precisava do dinheiro dos Uchiha para nada.


Vocabulário:

"Nós somos apenas duas almas perdidas nadando em um aquário circular.

Ano após ano..."

Wish you were here – Pink Floyd

Teme/Dobe - Pronome de tratamento vulgar. Não existe uma tradução correta em português, mas poderíamos traduzir como "seu imbecil", "seu bastardo".

Gomen - Desculpe

Mattaku mou - Outra expressão sem tradução, mas assemelharia-se a "poxa vida", "caramba"

Otsukaresamadeshita - Frase dita no final do expediente de trabalho. Algo como "vc fez um bom trabalho hoje"

Warui - Ruim. Nesse caso "foi mal"

Notas finais:

Bom é isso. Vou tentar postar td dia um capítulo.

Deixem comentários para eu saber o que vcs acharam, ok?

Beijos e até o próximo capítulo.