Disclaimer: Quase tudo nessa fic não me pertence (e sim à Tia JK) e eu não terei fins lucrativos com ela.
N/A: Postei essa fic aqui no fanfiction há mais de dois anos com o nome de "Sua namorada por 10 dias". Por vários motivos, acabei me afastando e não consegui terminá-la. Mas nunca foi minha intenção abandoná-la e, agora, eu decidi de uma vez por todas: A FIC VAI CONTINUAR!
Mas não pode ser assim de uma hora pra outra. No meu último jogo de quadribol, levei um balaço super forte na cabeça e acabei meio desmemoriada. Por isso, ao invés de simplesmente escrever os próximos capítulos, eu optei por reler, arrumar uma ou outra coisinha e postar novamente.
Gostaria de agradecer a todos que acompanhavam a fic antes e pedir desculpas pela minha pequenina demora. Aos novos leitores, espero que se deliciem com as peripécias desses personagens lindos. *-*
Beijos e obrigada a todos!
Cristal Evans.
Prólogo
- Black, posso falar com você um instante?
Havíamos acabado de sair da aula de feitiços. Tirando coragem sei lá de onde, chamei pelo garoto ainda no corredor. Os outros marotos me olharam sem entender. Normal, uma vez que eu nunca falo com eles e quando falo é para brigar por causa das idiotices que eles fazem. Potter, meu carma, me olhou ainda mais assustado que os outros.
- Comigo? – Perguntou Sirius, com a testa enrugada. Como se houvesse outro Black por perto. Oras!
- Com a formiga que não vai ser!
Ele se aproximou de mim, relutante. Se fosse qualquer outra garota, ele estaria sorrindo convencidamente e jogando todo o seu charme, mas era apenas eu. Ok, eu não sou nenhum monstro ou coisa parecida, não tenho nada fora do lugar e não posso ser considerada a mais feia do castelo, mesmo estando entre elas, mas acho que o principal motivo de ele não estar agindo no seu jeito conquistador natural era que se qualquer um dos outros marotos se engraçasse comigo, apanharia do Potter. Aquele garoto é meu carma! Cismou comigo e eu já não sei mais o que fazer!
Exatamente por esse motivo que eu estava ali. Quem melhor para me explicar como me livrar do Potter do que o melhor amigo dele?
- O que você quer? – Perguntou ele, meio rude. Sirius Black nunca me tratou muito bem para falar a verdade. Acho que ele tem medo que eu roube o amigo dele ou algo assim.
- Preciso falar com você, mas... – Eu olhei em volta, não havia muita gente, mas as paredes têm ouvidos! E no caso de Hogwarts, elas realmente têm. São quadros espalhados por todo o castelo, todos com suas carinhas inocentes e ouvidos muito atentos, loucos para visitarem os quadros vizinhos e fofocarem. Eu não podia me arriscar – Tem que ser num lugar mais reservado.
Ele estava me olhando daquele jeito. Exatamente DAQUELE jeito. Do jeito que os garotos olham para as garotas quando acham que elas estão afim deles, mas não estão afim delas.
Ele olhou para trás. Potter ainda estava lá. Raios de garoto! Por que nunca vai embora?
- A sós. – Reforcei para não haver dúvida. Ele pareceu ponderar por algum tempo antes de sair andando para os jardins e eu precisei quase correr para acompanhar o passo comprido dele.
Sentamo-nos à sombra de uma árvore. Estava muito frio, por isso não havia ninguém lá fora. Estávamos completamente sozinhos.
Eu gaguejei um pouco e acho que isso reforçou um pouco a ideia dele de que eu estava afim dele. De qualquer forma, aquele garoto é tão convencido que mesmo que eu jamais tivesse olhado na cara dele, seria capaz de dizer que eu o amava. Só há um garoto nesse mundo que possa ser pior que Sirius Black. Sim, o Potter, meu carma.
- Black, eu preciso da sua ajuda. – Eu disse, enfim. É claro que ele me olhou como se eu estivesse fazendo uma piada. Ele até mesmo esboçou um sorriso. Como eu continuei séria, acho que ele se convenceu de que não era brincadeira.
- Minha ajuda? Pra quê?
Eu precisei de muita, muita coragem para formular a frase seguinte. Eu tenho plena consciência de que toda essa história tem mais chance de dar errado do que certo, mas eu já tentei de tudo e nada funcionou! Black é minha última esperança!
- Eu... bem, eu estava pensando... você é o melhor amigo do Potter... conhece ele melhor que qualquer outra pessoa... sabe que eu já tentei de tudo... mas ele não larga do meu pé... eu pensei que... talvez... você pudesse me ajudar a arrumar um jeito... de ele me esquecer...
Eu devia estar mais vermelha que um tomate naquela hora. Sendo ruiva, isso é muito comum. Minha capacidade de ficar corada é muito maior que minha capacidade de me expressar ao pedir a ajuda de um maroto.
Bom, eu já estava esperando aquilo, então, não fiquei surpresa quando ele começou a rir. Talvez eu tivesse feito melhor em pedir a ajuda de Remus, mas algo me dizia que o Black poderia formular um plano mais eficaz. Mero palpite.
Além disso, todos sabem que Potter e Black são muito mais do que amigos. São como irmãos. Sim, ele é a pessoa de quem eu preciso.
- Ora, ora... achei que nunca viveria para ver uma cena como essa. Lily Evans pedindo a ajuda de um maroto? – Ele sorriu daquele jeito irritante, debochado. Só há um sorriso nesse mundo que eu odeie mais que esse. O do Potter, é claro.
- Vai me ajudar ou não? – Perguntei, rude – Olha, eu sei que você não gosta de mim, muito menos dessa obsessão desmedida do Potter, então, por que não me ajuda? Nós dois sairemos ganhando dessa história. Você com seu melhor amigo de volta e eu sem ele. O que acha?
Ele parou e pensou por um momento, mas eu sabia que ele aceitaria. Há algum tempo Potter está querendo fazer média comigo, tentando provar que fala sério quando diz gostar de mim. É claro que aquilo tudo é uma pura palhaçada. Como se o Potter fosse capaz de gostar de alguém. Como eu disse, ele é apenas cismado comigo. Talvez porque eu tenha sido a garota que mais tenha dado foras nele, então ele decidiu que provaria pra todo mundo que eu também posso ser dele. Idiota. Mas para isso, teve que renegar as saídas dele e de Sirius com as garotas. Está sozinho há mais de um mês, pelo que eu sei, e Sirius não está gostando nada disso. Ele meio que perdeu o companheiro de aventuras, ou coisa parecida.
- Fechado. Pensarei em alguma coisa. Depois eu te procuro. – Ele disse, finalmente. Eu levantei, sorrindo satisfeita e voltei para o castelo. Não precisava nem mesmo pedir para ele ser rápido. Sabia que ele queria que aquilo se resolvesse o quanto antes tanto quanto eu.
Fui para a sala comunal e ali fiquei, fazendo tarefas e estudando para os NIEM'S. A noite caiu e muitos alunos foram para o dormitório, mas eu fiquei. Não estava com sono e tinha esperanças de que ainda essa noite Sirius aparecesse com o plano que salvaria minha vida.
E, obviamente, eu estava certa. Havia apenas dois sextanistas e eu na sala comunal quando Sirius desceu as escadas do dormitório masculino e sentou ao meu lado.
- Eu sei que eu sou um gênio, não precisa dizer. – Ele disse antes mesmo que eu pudesse pensar em formular uma frase – Na verdade, pode dizer sim, eu não me importo.
- Se eu soubesse o porquê eu até poderia te elogiar. – Não mesmo! Garotos convencidos como o Sirius não podem ser elogiados. Eles já são insuportáveis por si só, paparicados então...
- Ora, cabelinho de fogo, – Não preciso nem dizer que ele já começou com o pé esquerdo, não é? – Eu bolei o plano infalível! Perfeito! Assim como eu!
Revirei os olhos, mas me arrumei na poltrona. Pude sentir um jato de adrenalina nas minhas veias. Não por saber que Sirius Black é perfeito e se o plano é como ele, deve ser bom, apenas pelo fato de ter um plano e não ter precisado pensar nele. Meus neurônios foram completamente queimados enquanto eu bolava todos os outros milhares de planos, que não deram certo.
- Bom, não foi difícil. – Me preparei para ouvir uma série de qualidades que ele falaria sobre si mesmo antes de falar sobre o que eu realmente queria saber: o plano! – Afinal, com uma inteligência como a minha, não existem verdadeiros desafios. Como pode ver, demorei apenas algumas horas para pensar no plano perfeito.
- Isso! – Ele se assustou com a minha interrupção repentina – Chegamos ao ponto certo! O plano!
- Certo. – Ele fez uma careta, ressentido por ter sido interrompido durante a série de qualidades, e continuou – Por que o Pontas te persegue?
Franzi a testa. Achava que ele me diria qual era o plano e não que eu precisasse responder um questionário. Contudo, respondi.
- Porque eu sou a única garota desse castelo com quem ele nunca vai conseguir nada! Ele quer mostrar pra todo mundo que pode ficar com quem quiser!
- Exatamente.
Aquele sorriso estava começando a me aborrecer. Era como se algo estivesse bem na frente dos meus olhos e eu não conseguisse enxergar.
- Exatamente?
- Pense, Evans! Você quer se livrar do Pontas, não quer? Mas ele só te quer porque você não o quer! Você está agindo errado mandando-o para longe. Você precisa trazê-lo para perto – Ele fez um gesto com a mão, como se estivesse puxando algo. Era hilário, apesar de eu não conseguir achar graça alguma na hora. Ele estava dizendo o que eu achava que ele estava dizendo? – Se ele vir que você o quer, não vai mais te querer. Compreende?
Eu compreendi. E muito. O problema é que eu não gostei nem um pouco daquele plano.
- Você está dizendo que eu preciso... ceder? É isso?
- Exatamente. – Senti um frio na espinha ao ver o sorriso dele. O plano era pior do que eu pensava – Acho que em dez dias ele já enjoa de você.
- DEZ DIAS? – Por pouco a minha voz não acordou o castelo todo. E eu que pensei que precisasse apenas sair com ele – Você quer que eu fique com James Potter durante dez dias?
- Bom, conhecendo o Pontas como eu conheço, ele vai querer namorar com você. Vai querer ficar com você tempo suficiente pra que todo mundo saiba que você cedeu. – Acho que minha expressão devia ser de supremo terror porque ele logo completou – Você quer ou não quer que ele te deixe em paz?
- Claro que quero! – Minhas opções eram: aceitar o plano de Sirius e ter que aguentar Potter durante dez dias como meu namorado ou não aceitar e ter que aguentar a perseguição de Potter durante mais seis meses. Ó, dúvida cruel!
- Você pode aproveitar que amanhã tem passeio à Hogsmead. Ele sempre te convida, basta você aceitar.
Engoli em seco. Passear por Hogsmead com Potter não era o que eu chamava de um bom programa pra sábado. Suspirei. Sirius tinha razão, no fim das contas. Apesar de o plano ser horrível, tinha sua lógica. Era infalível, sim. Brilhante, para dizer a verdade. Exigia muito sacrifício, mas o que nessa vida não exige?
- Está bem – Disse por fim – Você tem razão. Pode dar certo.
- É claro que pode! Vai dar certo! É perfeito!
- Não exagera, Black – Revirei os olhos. Por mais que eu concordasse que o plano era bom, nunca admitiria isso. Ainda mais depois de ter me rebaixado ao ponto de pedir a ajuda dele.
- Não, não. Me chame de Sirius, tomatinho, Sirius. De agora em diante somos comparsas e a partir de amanhã você será a namorada do meu melhor amigo.
Escondi o rosto nas mãos e gemi, fazendo-o rir. Plano idiota.
Agora estou aqui, sentada em minha cama, escrevendo sobre tudo isso enquanto minhas colegas de quarto dormem sem nem desconfiarem que amanhã elas se surpreenderão com a nova namorada do Potter. Que Merlin me ajude!
