BPOV.

–Mike! Vem aqui – chamei, sentada na arquibancada, acenando.

Ele veio com seu andar supergay, rebolando mais do deveria.

–O que foi? – perguntou com voz mole.

–Nada, só o idiota do Edward me deixou aqui sozinha de novo! Tá pegando a Victória, sabe, a líder de torcida ruiva? Eu não sei porque saio com ele ainda. – reclamei, mexendo nas pontas do cabelo, procurando alguma ressecada ou dupla, mas felizmente não achei.

Ele riu. Sempre, que saio com Edward ele faz isso comigo. Eu me irritava profundamente com meu melhor-amigo toda vez que estupidamente acreditava em sua promessa de não me deixar sozinha de novo. Mas ele tem a irritante mania de me chamar para ele não ficar sozinho até arranjar a sua próxima "vítima". Mesmo achando que nem uma dessas "vítimas" tinha qualquer problema como qualquer coisa que ele pudesse fazer com elas. Na verdade, já estava acostumada com meninas me pedindo o celular dele ou para falar com Edward, para que ele fique com ela de novo, mais sério.

–De novo? – disse se sentando no meu colo. Eu sei que é estranho um garoto sentar no colo de uma garota (já é estranho uma garota fazer isso em público), mas Mike é bem magro e gay, neste caso ele vive sentando no meu colo, no de Rose, Alice, Ângela, Jessica e quase todas as outras garotas do campus. Passei o braço por sua cintura.

–Para variar! Ou melhor, se ele fosse variar não faria – ele riu de novo.

–Eu não sei porque ele faz isso, se quer pegar uma gostosa é mais fácil ficar com você – brincou e eu ri.

Edward e eu juntos? Falar isso já está virando clichê.

–Aff! Até parece que eu vou querer ficar com ele, baby! – me defendi parando de rir.

–De qualquer forma, ele ganharia muito mais gastando saliva contigo. Você é mil vezes mais bonita que qualquer garota do campus.

–Você tá brincando, né? – disse rindo.

–Diz uma? – desafiou.

–Rosalie? – sem chance de eu ser melhor que ela. Nenhuma!

–Bom, ela é linda mesmo. Mas acho que vocês estão no mesmo nivel.

Revirei os olhos, eu no nivel de beleza de Rosalie?

–Obrigada. Mas você é meio suspeito em dizer... gosta de homens! – nós rimos.

–Eu posso até não gostar da fruta, mas frequento o banheiro masculino e sei de todos os comentários e listas de belezas que ele fazem.

Revirei os olhos, ele era tão exagerado!

–Até parece, Mike! Vou fingir que acredito para não perder o amigo – brinquei.

Foi a vez dele revira os olhos e quicar no meu colo.

–Ah! Fica quieta, vai! Vem, vamos bisbilhotar o Edward! – arqueei uma sobrancelha, mas fui atras dele. Mike tinha uma queda por Edward, não era segredo nenhum.

Tivemos que entrar na sala de equipamentos do treinador Jeff, que ficava sob as arquibancadas , e era o lugar perfeito para ver Edward e Victória sem que eles nos vissem.

–Ai que nojo! – disse, em meio as teias de aranha. A quantos mil anos o treinador não limpava aquilo.

–Hey! O gay histérico aqui sou eu! – coloquei a mão na boca para não rir, já que aquela sala dava muito eco.

Fomos até a única e minuscula janela, espiando.

Edward estava com a Victória se agarrando contra a parede. Eu via Edward de costas com as pernas definidas de Victória enroscadas em seu quadril e cabelo ruivo dela bagunçado. Ela mantinha as mãos em seu pescoço.

–Cara, isso é nojento! – disse.

–Concordo! Seria melhor se fosse dois homens... – disse Mike e eu ri, e sem querer andei para trás derrubando uma pilha de tabuleiros de xadrez, que fez o maior barulho.

Xinguei baixinho e nós saímos correndo até a arquibancada, no mesmo lugar de antes.

Minutos depois Edward apareceu, e nós seguramos a risada.

–Tudo bem? – disse pressionando os lábios para não rir.

–Valeu Bella! E Mike, também! – nós caímos na risada – Ela não queria que ninguém descobrisse, e saiu quando ouviu vocês lá dentro.

–Como sabe que foi nós dois?

–Eu te conheço, Isabella Swan – disse simplesmente.

–Sabe, não entendo os homens... – murmurou Mike – você se esforça tanto para pegar todas as gostosas do compus e da cidade e do estado... bom, de qualquer forma a mais bonita você ainda não pegou, e nem vai tão cedo, imagino...

–O que quer dizer?

–Que tal Bella, nunca ficou... – disse.

–Hey! – reclamei.

–Bella? Bom, Bella... – começou Edward.

Eu odiava profundamente quando falavam de mim como se não estivesse presente.

–Nem vem! Vai dizer que ele não é gata? Fala sério! – disse Mike.

–Hã... bom, para começar ele é minha amiga e eu não pegaria ela e segundo desde quando eu não tenho chance com ela?

–Humm, que tal: desde sempre! – falei, brava. Mentira!

–Bom, vou indo... – disse Mike, mas ninguém deu tchau, estávamos ocupados demais brigando.

Edward era liiindo, posso ser amiga dele mas, sério, ele é muito gostoso, mesmo assim é irritante!

–Bella, você ficaria comigo! Admita! – falou em tom de deboche.

Eu ri sarcasticamente.

–Sonhe!

Deixei ele sozinho e andei em direção aos garotos, deixando-o sozinho.

–Ben? Onde está Ângela?

–Foi no shopping com Alice e Lauren. Estamos indo para lá... quer carona?

–Não, obrigado! Estou de carro... ai droga! Vou ter que dar carona a Edward! Ele vei comigo.

Eles riram.

–Vocês brigam, brigam; mas nunca vi um garota ser apenas amiga de um garoto do jeito de vocês. – disse insinuante.

Franzi o cenho.

–Obrigado, eu acho...

–Gostei da roupa – comentou Erik malicioso.

Revirei os olhos. Eu usava uma saia jeans curtíssima, salto alto vermelho (mais pelo fato de ser muito baixinha) e minha blusa preferida de renda beje com cetim preto.

Voltei até onde estava Edward, e esperei ele terminar de se "despedir" de Victória.

–Vamos, Edward! Não tenho o dia todo!

–Você ainda vai me dar carona? – disse – é por isso que eu te amo, Bella – acrescentou passando o braço por meus ombros.

Revirei os olhos.

Ele riu.

–Vamos para o shopping, vou encontrar Alice e Ângela, e você vai carregar minhas compras – dei um sorriso sapeca.

–Hey! Isso é exploração!

–Exploração do que? Nunca ouvi nenhuma lei contra a exploração do amigo infantil... Prometo que quando arranjar um namorado vou te deixar em paz.

–Não, quando você arranjar um namorado, primeiro eu vou ter que aprovar, depois ele vai poder te acompanhar ao shopping.

–Claro, e eu vou esperar você aprovar meu namorado? Sonha – disse lhe dando uns tapinhas de consolo no ombro.

–Ah! Você vai! – disse passando a mão por minha cintura.

–Não se atreva, Edward cullen! – antes mesmo que eu terminasse de dizer ele começou a me fazer cocegas. Eu ria descontroladamente, tentando me livrar dele. – Paraa! – gritei.

Ele parou, mas me agarrou e jogou para cima, apoiando meu quadril sobre seu ombro. Balancei as pernas tentando inutilmente me soltar.

–Edward! Me poe não chão! – disse enquanto batia minhas mãos em suas costas – estou de saia!

Ele riu de mim.

–Eu sei – disse ainda rindo, olhou paro o lado, fitando meu traseiro sobre seu ombro.

Minha calcinha, se bem me lembrava, era preta e de renda (nada, realmente, nada conservadora!). Minha saia curta havia se erguido, então tinha certeza que ela e meu bumbum estava completamente exposto par qualquer um que quisesse ver. Felizmente a única pessoa na escola era as lideres de torcida, que estavam ensaiando na quadra fechada.

–Seu tarado! Me coloca no chão! – reclamei.

Logo desisti de me me mexer, então fiquei esperando ele me soltar, olhando para o chão sem interesse, vendo ele passar enquanto andava.

Ele só me pois no chão ao lado de meu carro, uma Ferrari vermelha novinha em folha, que meu pai dera de presente de Natal, mas demorara um pouco para chegar.

Quando toquei o chão minha saia estava no meio de minha cintura. Tentei abaixar rápido, mas sem tempo, pois Edward já vira tudo e ria de mim.

–Não precisa esconder. Nada que eu já não tenha visto – ria Edward.

–Seu idiota! – bati em seu peito.

–Bella, somos amigos desde o maternal – disse gozador – lembra dos banhos juntos...?

–Prefiro esquecer. E já tem muito tempo desde aquilo! Eu mudei, e espero que você também. – disse petulante, tentando achar a chave do carro dentro da bolça.

–O que quer dizer? – disse me prensando contra meu carro. Pra onde foi o oxigênio?

–Que espero que tenha melhorado em certas partes... – disse e olhei para baixo, fitando seu ventre.

Estava tentando irritá-lo, pois desde criança ele era... digamos... "bem dotado". E continuava. Como sabia disso? Quando você é tão amiga de Alice, vive na casa dos Cullen, isso causou certos acidentes. Quero dizer que já acabara entrando no quarto dele em situações constrangedoras, e vendo o que não devia.

–O que está querendo dizer, Isabella?

Ergui o dedo mindinho e o balancei no ar, como se dissesse "é pequeno".

–Ecomo você poderia saber disso se faz no mínimo treze anos desde que tomávamos banho juntos, e você tem uma memória péssima, senhorita Swan? – estranhei ele continuar tão controlado, provavelmente porque notara meu blefe. As vezes era irritante ele me conhecer tao bem.

Quase deixei escapar a resposta que justificava eu saber que ele não era pequeno. Que entrara sem querer em seu quarto, mas mordi a língua antes que a resposta saísse. Acho que estar tão perto dele, me deixou meio lesada... Não! O que eu estava pensando?

Fui salva pelo gongo, quando meu celular tocou e eu não tive de responder a sua pergunta.

Tânia – 555-4345

–Alô, maninha? – atendi.

–Oi, Bella! – cantarolou minha irmã – ele está com você?

–Obrigada, estou bem, Tânia – brinquei rindo. Aproveitei isso para sair de perto de Edward, quase tive que o empurrar para poder sair, prensada como estava ao carro.

–Ah! Desculpa, tudo bem? – disse.

–Tô sim – respondi rindo – E quanto a outra resposta, também é sim.

–Aaah! – ela gritou, fiquei pensando em como as pessoas que estavam perto dela reagiram a isso – Vem me buscar, Bellinhaa? – implorou – e trás ele!

–Ta bom! – suspirei – E o que eu ganho? – falei brincando.

–Um beijo? E o telefone da casa da Leah?

–E por que eu ia querer o telefone dela? – disse enquanto abria o carro com a chave que encontrara dentro da bolsa. Fiz um gesto para Edward entrar, enquanto sentava dentro.

–Por que o irmão dela mora com ela, é lindo e um ano mais velho que você?

–Feito! – disse, mesmo já indo buscá-la antes disso. – Beijo, Tânia.

–Beijo – respondeu e desligou.

Edward já entrara no carro, então coloquei a chave na ignição.

–Vamos busca minha irmã – avisei.

–Por que seu motorista não vai buscar ela? – perguntou.

–Porque você está comigo.

–E que diferença faz?

–Você sabe que ela é gamada em você desde... desde sempre.

–sua irmã é mais nova. Sem chance.

–Ela tem dezesseis! E você já pegou de quinze! Isso que eu me lembre – critiquei.

Edward revirou os olhos e apertou o botão para abrir a capota eletrônica. Resisti a reclamar que meu cabelo ficaria bagunçado.

–Sabe, assim até parece que você quer que eu fiquei com sua irmãzinha. Bonita ela é...

–Quem disse que eu não quero que você fique com ela? E claro que ela é bonita! Ela é linda – eu sei, sou uma irmã-babona.

–Então, quer que eu fique com ela? – perguntou, e eu resisti a lhe perguntar se ele ficaria se eu pedisse.

-Não. Quer dizer, se você ficasse com ela ia ser legal por que ela te ama, mas eu te conheço, Edward Cullen! Depois de ficar com ela por menos de uma semana, vai fazer como com todas as outras, chutar. Dai ela ficaria, chateada, de coração partido, e deprimida. E se você magoasse minha irmã eu ficaria muito brava. E iria querer te machucar. Bastante – expliquei de forma sinistra – mas como ela é linda pode ficar com qualquer um, não sei porque quer você. E também, ela roubou meu cabelo loiro, por isso é mais linda ainda.

Enquanto eu tenho cabelos castanhos comuns, minha irmã tem um cabelo loiro arruivado (igual de mamãe) tão brilhante que parece irradiar luz própria. E o que mais me irrita é que ela faz de tudo com ele e suas ondas-meio-cacheadas continuam perfeitas, enquanto se eu passo uma escova ao invés de pente de madeira no meu ele vira uma completa catástrofe. Além de ter que fazer hidratações semanais, se não ele fica que nem uma palha (e ele nem é loiro!).

Fala sério! Eu sou a mais velha! O cabelo loiro-perfeito devia ser meu!

–Você nunca vai superar, não é? – disse passando a mão nas pontas de meu cabelo – eu gosto do seu cabelo.

Estávamos parado no sinal então me virei para ele, arqueando uma sobrancelha, mas por dentro reprimindo um sorrido, Ele gosta do meu cabelo...

–Gosto de morenas – comentou – e além de seu cabelo ser macio.

Retive mais um sorriso.

–Pensei que gostasse de ruivas, Sr. Estou-Pegando-Victória-Sparks! – comentei – sabe, eu, pelo menos, curto ruivos.

Ele passou a mão nos cabelos cor de bronze, brincando. Ele é ruivo. Quem diria que eu seria tão previsível?

–Sonha, Edward! Não estou falando de você, estou falando do meu Dr. Gostosão – disse me referindo ao um "paquera" meu, que é meu... Ginecologista – ele é lindo, inteligente, educado, sexy, tem olhos claros, um sotaque russo muito perfeito, e é ruivo!

–Você sabe o que um médico de vinte e seis anos quer com com uma garota do colegial de dezessete anos, não sabe? – disse como sempre um amigo super-protetor.

–Ele é meu ginecologista, Edward! Conhece, hã, minha intimidade melhor do que ninguém!

–Que tipo de medico começa a sair com uma paciente? – disse.

–Eu que chamei ele para sair! E quanto ao fato de eu ser virgem... ninguém melhor que ele para mudar isso.

Edward engasgou com saliva, mas não pude ajudá-lo pois o sinal abriu.

–O que? – quase gritou – A possibilidade de ele ser mais galinha que eu é bem grande, sabia? Um médico russo bonitão!

– Eu quero transar, não me casar com ele! E... acha ele bonito? – tentei mudar de assunto.

Edward não caiu. Se virou para mim de olhos praticamente arregalados, me fuzilando.

–Você não vai transar com aquele Médico tarado! – quase gritou.

–Edward, você não tem nada a ver com quem eu vou ou não transar! – reclamei.

Ele balançou a cabeça fazendo que não.

–Não tenho nada haver? Quer dizer que seu melhor amigo não tem nada haver com sua vida?

Revirei os olhos. Por que ele se importava? Era só ele que podia sair transando por aí e eu tinha que ficar na seca? Que coisa mais machista.

–Tem haver com minha vida, mas não quer quer dizer que pode dizer com que eu vou ou não ficar ou transar, Edward – disse tentando manter a calma – Se fosse assim eu também deveria escolher a dedo com qual das garotas deixo você ficar, não é?

–Não dá para conversar com você! – disse suspirando. Não insisti, se ele não queria falar comigo, que se dane!

Depois de mais alguns minutos de silencio cheguei a frente da escola de idiomas de minha irmã. Edward passou o caminho todo de cara fechada, olhando o caminho pela janela com o braço apoiado para fora do carro.

Ela já esperava na frente, quase quicando no lugar, provavelmente com o fato de Edward vir buscá-la.

Edward abriu a porta e saiu para ela entrar entre mim e ele.

–Oi maninha! – disse lhe dando um beijo na bochecha. – e como foi a aula?

–très drôle! – respondeu em francês. ( tradução: muito divertida)

–parlent déjà le français comme leur sœur aînée? – testei-a. (tradução: já está falando francês como sua irmã mais velha?)

–Bien sûr que vous faites! – respondeu a altura. (tradução: é claro que sim!)

Edward entrou e fechou a porta.

–Estava na aula de francês? – perguntou Edward para Tânia, ainda não falando comido.

–oui! – Edward riu de sua resposta e minha "irmãzinha" corou.

Já estávamos chegando quando Tânia resolveu romper o silêncio, que já estava ficando irritante.

–Vocês não estão se falando? – perguntou para qualquer um que se habilitasse a responder.

–Não, porque sua irmã ficou irritadinha.

Percebendo que ele não ia dizer mais nada insistiu.

–E por que ela ficou irritada?

–Porque ela quer dar para o Dr. Incrível, e eu disse que não. – disse Edward, quase revirei o olhos.

–Edward! – ralhei.

–O "Dr. Incrível" é o Alec, aquele cara que você estava saindo?

Merda! Por que ela foi falar do Alec? Com tantos caras na minha vida amorosa supercomplexa (para não dizer bagunçada e complicada), ela tinha que falar sobre o único que eu não contei para Edward!

–Não, é o médico. O Marcus Volture – disse antes que Edward pudesse dizer algo.

–Quem é Alec? – merda!

–Um amigo.

–Pensei que eu fosse seu amigo.

Ninguém mais falou nada. Deixei Edward em casa. E vi ele pegar seu carro e foi para Deus sabe onde. Desisti de ir ao shopping e liguei para Rose passar em casa e ela disse que demoraria uns dez minutos.

Me joguei na cama culpada.

Ah! Edward, você é um idiota!

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Espero que tenham gostado!

Mandem reviews para saber se continuo – quanto mais eu posto mais rápido .

Beeijos ;*

Espero que gostem, e deixem Reviews.