AmoRimaDor

Capítulo 1: Leite Derramado

Chi-Chi estava mais uma vez preparando a sua famosa canja de galinha para Goku, que só piorava. Já havia três meses que ele estava assim, e Chi-Chi cada vez mais preocupada. Gohan já havia ido para o colégio, o que lhe agradava. Assim ele não seria um vagabundo como seu marido. Ao menos podia reclamar disso junto a Bulma, as duas sempre eram deixadas de mão quando o assunto era escolher entre lutas e mulheres. Estava cansada de sempre estar fazendo tudo para o marido, e ele fazendo pouquíssimo por ela, embora sempre tivesse se mantido bem sexualmente, nunca se sentira realmente amada. Bom, ela se mantinha saciada até três meses atrás, quando Goku caíra de cama por causa de uma estranha doença.

Estava servindo a sopa no prato, quando um barulho ensurdecedor a fez deixar todas as louças caírem. Ouvia-o vindo do quarto onde descansava seu marido, e correu para lá, temendo pela vida de seu marido. Adentrando o quarto, via três figuras sobre pedaços de seu marido, metade do quarto destruído e se via completamente sozinha. O mais alto fora embora num piscar de olhos, e Chi-chi se perguntava se ele tinha mesmo estado ali. Discutiam:

- Vamos embora, 18! Não há mais o que fazer aqui. – Dizia o moreno, com cara de deboche. – O alien tá morto.

- Espere... Encontrei algo digno de um pouco de diversão... – A loira dirigia o olhar para Chi-Chi. A fiel mãe de família encontrava-se paralisada. A loira se insinuava na direção de Chi-Chi.

- Bom, se você acha... Divirta-se! Vou seguir o 16. – Assim foi-se o moreno, rindo-se da situação.

A loira dirigiu-se à Chi-Chi.

- Então... Qual seria seu nome? – Indefesa, a inabalável mãe não se absteve de responder.

- Chi-chi... Poderia perguntar o nome de tão poderosa dama? – A xingava por dentro, mas sabia que poderia ter chances de sobreviver se a tratasse bem.

A "Poderosa Dama" riu de maneira escarne.

- Então... A senhora LEITE poderia me fazer o favor de não me tratar tão formalmente? Acho que sei como posso acabar com esse clima tenso... – Aproximou-se então, e com um movimento tão rápido que Chi-Chi não conseguiu resistir, a beijou. A cuidadosa esposa, então, se viu beijada pela assassina de seu querido marido.

- Me chame de 18, somente de 18. – Disse a loira, contemplando o rosto chocado de Chi-Chi.

- Pervertida! O que pensa que está fazendo? – Disse a irritada dona-de-casa, corando bruscamente.

- Ora, nesse mundo tão cruel, creio que podemos nos divertir um pouco, não? – Disse a loira, rindo-se.

E os dois corpos se tocaram, e com movimentos rápidos o desejo de Chi-Chi cresceu de modo que se tornasse proporcional à dor da morte do marido, com os mesmos sentimentos se envolvendo, assim como os corpos das duas, se misturando de modo que quase não se entendia qual era qual, as salivas se misturando com os outros fluidos do corpo, e a dor da frágil e dominada morena existia, presente, na falta do marido.

Com a dor que se estendia, os dias se alongavam e a dolorosa espera por aquela que lhe dava prazer e dor, numa mistura agridoce que nem ela entendia. Os segundos viraram dias, as horas viraram semanas e os dias viraram meses. Fora tocada mais fundo do que pudera imaginar. Fora tocada mais dolorosamente do que podia suportar. Mas esperava. Esperava que um dia ela voltasse e cessasse a dor crescente no peito, a dor da perda, a dor da nova relação, a dor da traição ao morto.

A dor da espera...

FIM DO CAPÍTULO