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Sesshoumaru jogou a pasta nas costas, segurando-a com apenas uma mão. Em passos largos começou a andar, foi quando ouviu uma fina e doce voz, quase imperceptível, vindo em sua direção.
-Senhor Sesshoumaru...

Virou a ponte de ver a meiga e frágil Rin, correndo desajeitada em sua direção.
-Sim? – perguntou rudemente.

Viu a garota ficar vermelha e colocar as mãos sobre o peito, como se quisesse se proteger. Segurava nelas uma carta.
-Eu queria... Eu... – falava ela num tom quase inaudível.

Ela estendeu-lhe a carta, o rosto num forte tom de vermelho.
-Vo-Vo-Você pode-poderia ler isso quando chegar em casa?

O rapaz olhou-a por um momento, tentando decidir-se. Deveria? O que ela queria? Afinal, qual era seu nome mesmo? Pegou a carta das mãos da jovem, o que a fez soltar um belo sorriso. O mais belo que ele já vira.
-Você... – murmurou – Você é amiga do meu irmão?

A garota abriu mais um longo sorriso, feliz por ele lembrar dela. Um pensamento precipitado convenhamos, pois ele não lembrava. Perguntara por ser a opção mais obvia.
O rapaz deu meia volta e continuou seu caminho, deixando a sonhadora garota parada, apenas observando-o.

Sesshoumaru entrou em seu quarto, jogando sua pasta no chão e caindo na cama. Olhou atentamente para a pequena e delicada carta em suas mão, abriu-a. A delicada letra da garota – que ainda não conseguia lembrar o nome – formava um belo texto onde ela mostrava todos seus sentimentos, declarava-se de corpo e alma. Terminava com a pergunta simples e direta "Gostaria de namorar comigo"
E assinava no final: Rin Kuriama.
Rin Kuriama? Mas quem era Rin Kuriama?

Levantou-se indo ate a porta ao lado, onde podia ouvir uma musica alta, bateu na porta três vezes. Nada. Mais uma vez. Nada.
-Inuyasha, abre essa porta! – gritou, nada – Abra antes que dia a sua mãe que está ai com Kikyou!

Alguns segundos depois Inuyasha entreabriu a porta, vestia apenas uma calça, e suspeitava Sesshoumaru, nos últimos dois segundos.
-Quem é Rin Kuriama?

Inuyasha olhou para o irmão surpreso.
-Por que quer saber?
-Vai responder, sim ou não?

O mais novo suspirou e olhou para dentro do carro, onde Kikyou frustrada acendia um cigarro. Inuyasha saiu do quarto, fechando a porta e olhou para o irmão.
-Ela é prima de Kagome.

Sesshoumaru sorriu.
-Ainda escondendo?
-Ah, cala a boca! – gritou irritado, depois se acalmou - Afinal, por que está perguntando sobre Rin? – perguntou curioso.

O rapaz suspirou.
-Não é da sua conta – falou rudemente.

Virou-se e voltou a entrar no seu quarto, Inuyasha suspirou fundo, afinal, o que ele estava tramando? Seu irmão sempre tinha um motivo para tudo, todas suas ações tinham segundas intenções. O que ele pretendia com Rin?
A porta ao seu lado abriu-se, Kikyou vestindo sua camisa sorriu-lhe.
-Você não vem?

O rapaz sorriu para a namorada e entrou no quarto com ela.

Sesshoumaru sentou-se em baixo da arvore e esperou. Não demorou muito para poder ver a garota subindo com uma certa dificuldade o barrando, chegando ofegante ate ele.
-Desculpe... O atraso – murmurou ela.
-Não está atrasada, eu que cheguei cedo – falou o rapaz sem muita emoção.

A garota olhou-o apreensiva, qual seria sua resposta? Estaria ali para diz um sim ou um não? Teria achado sua carta ridícula? Infantil? Tentou falar, quebrar aquele insuportável silencio, mas toda vez que abria a boca não conseguia, as palavras sumiam de sua boca.
Sesshoumaru olhou-a, com aqueles belos e gelados olhos. Observou-a da cabeça aos pés, e Rin tremeu. Por um minuto parecia que ele lia a sua alma, que poderia ver cada um de seus defeitos e segredos. Que podia ler sua mente.
O rapaz sorriu, do que ria? Dela? Do que lera em sua mente? Do que?
Sesshoumaru levantou-se do chão e deu dois passos em direção a garota, ficando com seu corpo apenas alguns centímetros dos delas. Tocou seus cabelos e Rin sentiu sua face queimar. Estava vermelha, e sabia disso.
O rapaz inclinou-se em direção a garota, seu rosto roçou levemente com o dela, o que a fez tremer ainda mais. "Está com medo?" Sussurrou em seu ouvido "Eu não vou machuca-la.
Rin não entendeu, o que ele queria dizer com isso?
Sesshoumaru afastou-se um pouco, para que a garota pudesse ver seu rosto, sorriu, o mesmo sorriso de antes, aquele sorriso que Rin não entendia, que não conseguia decifrar. O que significava aquele sorriso?
O rapaz tocou-lhe o rosto e antes que a garota percebesse seus lábios se selaram. Era seu primeiro beijo, e foi tão incrível como ela imaginara. Suas pernas fraquejaram por um instante, mas com todas as forças ela manteve-se em pé. Não foi nem um pouco fácil. Sentiu um arrepio cruzar-lhe a espinha e um carrossel de sentimentos começar a girar cada vez mais rápido. Era uma sensação nunca presenciada antes, e que nunca iria se repetir. A deliciosa sensação do primeiro beijo.
E antes que Rin pudesse de recompor, o rapaz deu meia volta e foi embora, deixando-a sozinha e sonhadora, com aquele que deveria ser o começo de um grande caso de amor na mente de uma pobre garota de 15 anos.

Rin escorou-se no poste, esperando pacientemente. Sua prima havia lhe dito que ele passaria por ali, afinal, era onde ela encontrava-se com Inuyasha na época em que namoravam. Olhou no relógio, ainda tinha tempo, muito tempo, para bater o sinal, mas já estava ficando cansada de esperar.
-Tem certeza que não quer que eu lhe espere? – havia perguntado Kagome alguns minutos atrás.
-Não, ele já deve estar chegando. Não me disse que ele sempre chega cedo no colégio?
-Tem certeza?
-Claro Ka-chan.

Mesmo contrariada a prima partiu. Será que deveria ter pedido para que ela ficasse? Suspirou mais uma vez. Foi nesse momento que viu uma figura, andando despreocupada com seus longos cabelos andando de um lado para o outro. Rin sentiu seu coração acelerar ao ver o rapaz.
Sesshoumaru ao longe pode ver a pequena garota de apenas 15 anos escorada no poste. Rin lançou-lhe um belo e sincero sorriso e seu rosto ficou levemente vermelho. Sesshoumaru suspirou, o que ela fazia ali?
-Senhor Sesshoumaru – disse ela alegremente em seu fino tom de voz.

O rapaz não respondeu, apenas parou em frente a garota que continuava a sorri, mas ao ver a expressão do rapaz parou, olhando-o preocupada.
-O que houve? – perguntou ela.

O rapaz olhou-a por um momento e soltou mais um longo suspiro.
-O que está fazendo aqui?

A garota tremeu, e pela primeira vez no dia sentiu suas mão soarem frio e um pensamento de que havia entendido a tarde passada de forma errada veio-lhe a mente. Teria se precipitado? O beijo que para ela significara tanto, pra ele fora apenas um divertimento? Seu corpo começou a tremer involuntariamente e sua voz começou a fraquejar enquanto ainda caminhava em direção a sua boca.
- Ah... Eu... E... – ela começou a gaguejar nervosa – Eu... Pensei que... Bom... Achei que... Depois de ontem...

O rapaz suspirou e Rin calou-se, abaixando a cabeça envergonhada. Como poderia ter se precipitado tanto? Como pode ter sido tão besta? Nos dias de hoje, um beijo não significava compromisso, ele não havia lhe falado nada, apenas tinha ido embora depois do beijo.
Sesshoumaru começou a andar, deixando a garota para trás, cada vez mais envergonhada. As lagrimas já se formavam em seus olhos e um nó prendia-lhe a garganta. Ela sabia que iria chorar, mas não queria, não na frente dele. Ele iria lhe achar infantil.
O rapaz virou-se para fitá-la, ela permanecia no mesmo lugar, lutando contra suas lagrimas. O rapaz suspirou impaciente, sentiu uma leve pontada no peito, algo que nunca havia sentido antes.
-Eu não tenho o dia todo – disse impaciente.

Rin olhou-o curiosa, o que queria dizer? Seus olhos ainda permaneciam cheios de lagrimas.
-Você não estava me esperando para irmos juntos? – perguntou, ela apenas confirmou com a cabeça, sem conseguir proferir uma única palavra - Então vamos, não quero chegar atrasado!

Surpresa, Rin permaneceu parada, não conseguia se mover e seu cérebro ainda tentava decifrar as informações contidas naquela frase.
-Afinal – completou o rapaz ainda mais impaciente – você é o não é minha namorada?

Rin tentou acreditar no que ouvia? Era verdade? Ou escutara mal? Ele realmente havia dito sua namorada? Um vasto sorriso tomou conta de seu rosto, um brilho de seus olhos.
A garota aproximou-se correndo, ainda sorrindo, e Sesshoumaru não pode ficar imparcial na doce cena, seu coração de fato amoleceu, de fato ele achou adorável tal sorriso e seu rosto de fato corou, mesmo que por alguns poucos segundos.
Desconcertado por tal ato de fraqueza, o rapaz virou-se rapidamente e continuou a seguir seu caminho, andando rápido para que ela não pudesse ver seu rosto corado, Rin confusa, mas ainda sorridente segui-o, tentando acompanhar seus passos largos e rápidos.

Sesshoumaru deitou-se em sua cama aquela noite, e a primeira imagem que veio a sua mente foi o doce sorriso de Rin ao correr ate ele naquele primeiro encontro pela manhã. O que aquele sorriso tinha de tão especial que o fez fraquejar, nunca aquilo havia lhe acontecido. Não podia permitir que isso voltasse a acontecer. Ele não acreditava em amor.
Mas afinal, por que diabos havia aceitado namorá-la? Suspirou, às vezes nem ele entendia suas intenções. No começo pensara em apenas aparecer no local, e confundi-la. E fora o que fizera. Queria brincar, se divertir.
Após o encontro no parque, nem ao menos pensara no assunto. Não pensara na garota uma única vez. Mas ao vê-la no dia seguinte, em como havia ficado decepcionada ao perceber que tudo não passara de uma brincadeira, ele sentiu algo. E em um impulso decidiu namora-la.
Mas não gostava daquela jovem. Por Deus, não! Ele era pequena, magra e muito nova. Ainda não tinha um corpo totalmente formado e era muito inocente. Muito mesmo. Ingênua e inocente. Era como poderia descrevê-la.

-Você tem que escolher Inuyasha – ouviu a voz estridente de Kikyou ecoar pelo corredor.
-Não é justo que você me peça isso! – respondia o irmão igualmente irritado.

Sesshoumaru levantou-se de sua cama, olhando para porta fechada onde ele podia muito bem ver as sombras dos dois namorados que vinham do corredor.
-Ou você para de falar com ela, ou nós terminamos. Você escolhe. Agora!

Silencio.

-Você realmente está pensando? – gritou a garota nervosa – E eu pensei que você me amasse!
-Eu amo, eu... Eu escolho você Kikyou. Claro que escolho você. – disse o rapaz humildemente.
-Não foi o que pareceu! – gritou ela ainda irritada.

Sesshoumaru pode ver a duas sombras aproximarem-se ainda mais, e logo percebeu que os dois se abraçavam. Suspirou, como aqueles dois brigavam! Voltou a deitar-se em sua cama e novamente a imagem de Rin lhe veio a cabeça.

Estava decido, não iria mais fraquejar. Nunca mais.


Ola!

Bom, eu sou a DarlaD, se você não me conheçe, prazer! Se conheçe, deve ser da minha outra fanfic "A Pensão do Amor". Bom, essa fanfic "A Morte da Inocência" vai ser bem mais curta que a minha outra, de fato, eu ja terminei ela, mas vou coloca-la ao poucos aqui. Ela tem 8 ou 9 capitulos, não lembro agora.

Nesta finc o casal central e Rin e Sesshoumaru. Rin é uma doce garota de 15 anos, que apaixonada, declara-se para Sesshoumaru, um rapaz que não acredita no amor, e acha que este só torna as pessoa idiotas e submissas. Ele decide então brincar com os sentimentos da jovem, mas aos pouco o jeito doce de Rn vai encantando o rapaz. A finc vai mostrar o relacionamento dos dois, às vezes distante e frio, outras vezes carinhoso e gentil.

Mas será que Rin vai aguentar os maus tratos de Sesshoumaru e a forma fria que ele lhe trata?Ela podera ama-lo mesmo ele sendo na maioria das vezes insensivel? O relacionamento dos dois está destinado a fracasar?

Bom, para isso vocês vão precisar ler a finc.

Beijos DarlaD