Shadow ~
Horror Movie Shoes
Bem-vindos, queridos amigos/as, que amam fanfics desse casal.
Estou pensando em traduzir uma fanfic - já estou trabalhando nisso, na verdade - e gostaria muito de conseguir mais tempo pra isso.
Vou responder reviews? Sim, mas apenas os que possuem conteúdo crítico positivo/negativo.
Boa Leitura!
O barulho insuportável das pessoas gritando lá fora acordou ambos. Não eram só elas: passos, respirações, bater palmas, assovios... Isso tudo estava irritando Sakura. O dia amanheceu mais rápido do que a mamãe queria, já que passar 8 horas na cama pareciam, para ela, cinco minutos.
Sasuke não sabia se fechava as cortinas ou se levantava e tomava café. Ambos estavam esgotados. Nada sujo, mesmo. Queriam paz e silêncio que nunca tiveram nesses dias. Nessas semanas... Mais precisamente nesses meses. O que fez isso? Quem chegou? Que trabalho de cuidar e amar é esse? A amada filha ainda não nasceu e tudo o que recebem é dor de cabeça? Convenhamos, esse é o sonho de uma mulher, mas o pesadelo se torna os sacrifícios. Faz tudo direito: ama, se cuida, recebe conselhos e prepara sua rotina esperando o momento chegar. Mas só faz isso porque é mãe. Independentemente se vai ter cabelos rosa, azul, vermelho, preto, amarelo... Ama, e ama muito.
Os dois tentaram: cada médico dizia que era impossível continuarem aqui vendo um sonho se destruir. Da ultima vez que tentaram ter uma criança, Sakura perdeu-a. E agora? Sasuke escolheu a mulher errada? Amor pode encher tudo, menos barriga. Os dois não passavam fome! Seria o certo, então, modificar a frase: amor pode encher tudo, menos um clã.
Sakura desmaiava, dormia, comia mais que o habitual. Sinal de que estava tudo indo bem, mas com o outro bebê foi do mesmo jeito. Como poderiam impedir que uma tragédia acontecesse? Era quase loucura continuar, diziam. Alguns faziam apostas sobre o futuro do clã Uchiha: - isso enchia a paciência de Sasuke, mas ele nunca fez algo - ninguém iria sobreviver e "Uchiha" se tornaria um nome qualquer, já que a mulher que Sasuke "ama" não pode dar um herdeiro. Era isso e uma risada de deboche ao fundo.
Quando souberam da primeira gravidez pularam de alegria. Era tudo perfeito e nada parecia estar conspirando contra eles. No entanto, no nascimento, a criança não suportou e Sakura quase morreu. Restou então a culpa e um pesado clima entre o casal. Naruto não conseguia parar de perguntar sobre eles, pedindo a Hinata que fosse ver como estavam lidando com isso, mas... Se nenhum dos dois conseguiam ao menos olhar um para o outro, como poderiam dar atenção a Hinata? Esse tempo foi marcado por insatisfações. A vila não podia acreditar: o futuro Uchiha estava mesmo se perdendo! Tanto esforço, tanta vingança, tanto tudo para nada! A mais chocada com isso obviamente era Sakura, mas ambos compartilhavam uma dor tão intensa que era impossível medir.
Depois de tentarem, várias vezes, o surgimento de um herdeiro, levaram em conta mudanças em suas vidas para que tudo saísse bem. Sasuke queria continuar a linhagem Uchiha e constituir, por sí próprio, uma família feliz. Sakura gostaria de dar tanto para ele quanto para si mesma esse benefício, então sugeriu que fossem buscar um local novo para o nascimento do filho. Muito irritado com o assunto, Sasuke negou sair da vila, mas logo reconheceu que nem mesmo Tsunade poderia impedir que algo acontecesse. Algo precisava ser feito para salvar a vida do bebê.
Tiveram, na semana passada, uma conversa longa sobre quem poderia ajudar Sakura a dar à luz sem riscos. Pouquíssimos foram citados, mas eis que Sasuke surge com a ideia de irem falar com alguém que, por experiência própria, poderia fazer algo.
Expectativas aumentaram, mas o Uchiha não negou que poderia ser um fracasso, deixando Sakura triste ao lembrar do filho que perdeu, mas com uma pontada de esperança no peito. Passaram horas falando como iriam contar ao Naruto e sobre o que levariam. Era seguro? Ela é de confiança? Como poderiam saber se não seria perda de tempo?
Orochimaru.
Ele teria sido o tutor da mulher para quem recorreram ajuda. Ainda a vê, acredita Sasuke. Poderia dar uma esperança, já que a única mulher que poderia dar á luz a um filho Uchiha seria ela. Uma série de coisas atravessaram a mente de Sakura: decepção, esperança, tristeza, otimismo... Mas dentre elas, a infelicidade de não poder ser Uzumaki para conceder á uma criança Uchiha a vida. Isso foi apagado de sua memória com o tempo, mas ainda zumbia em seus ouvidos. Partiriam. Não diriam a ninguém que não fosse Naruto, mesmo que todos questionassem onde eles estavam. Não deviam a mínima explicação do que estava acontecendo naquele momento.
Sakura arrumou as malas naquela noite. Ajudou Sasuke a falar com Naruto e a pedirem silêncio absoluto. Voltaram exaustos depois de passarem o dia discutindo o que haveriam de fazer.
— Sakura? — A voz grossa e rouca atravessou os lençóis em que ela havia se escondido durante a noite. Ela murmurou alguma coisa incompreensível, mas pelo menos significava que ela estava viva. Vendo-a descansar, Sasuke levantou-se, tomou um banho rápido e quando saiu, vestiu-se rapidamente. Não imaginava o quão difícil era ver o seu sonho se tornando água e caindo cascata abaixo simplesmente por um clã, uma família. Pensava que a única maneira de ser feliz seria manter Sakura e ele no mesmo clã. E acertou, mas isso, depois de um tempo, trouxe problemas. Como seria criar alguém em sua barriga e na hora do nascimento, aquela pessoa morrer? Como ela estava passando por isso?
— Já amanheceu. — Ele cochichou no ouvido dela, deixando cair algumas gotas de água frescas. Assim que a primeira gota do cabelo caiu sobre o lençol, ela abaixou mais o pano e, sem ligar para as palavras de Sasuke, virou a cabeça e continuou dormindo.
Ele beijou sua testa e mais duas gotas caíam sobre o rosto. Ela esfregou, os olhos e abriu-os lentamente. Viu seu marido, parado, olhando-a dormir. Não se deu conta de que ele o chamou duas vezes. Falou um "bom dia" bem calmo e fraco e um sorriso terno. Sasuke foi a cozinha e deixou Sakura tomando banho, no quarto. Fez um café forte e sem açúcar, do jeito que ambos gostavam. Ela desceu com um roupão leve e relativamente denso. Acenou e ele brevemente olhou para a barriga saliente: o roupão estava quase estourando.
O cabelo rosa estava parcialmente molhado e as mãos dela, muito frias. Pegou o pão e cortou-o em fatias. Viu laranjas, no cesto de frutas, e fez um suco bem rápido. Costumava a tomar café com leite, então, foi na geladeira e além do leite, pegou uvas e margarina. Sakura acabou se acostumando com o jeito mais reservado de seu marido e percebeu que quando você é assim, muitas coisas mudam. Coisas boas acontecem, coisas ruins podem existir... E geralmente, quando alguém puxava conversa, era Sasuke, que ficava preocupado por ela não estar falando tanto quanto eram adolescentes.
— Você está bem? — Ele arriscou. Sabia que não, mas estava se referindo mais aos vômitos pela manhã. Ela assentiu e sorriu. Ela parecia bem. Sakura comeu quase tudo na mesa. A fome aumentou duas vezes desde que estava com a notícia da gravidez. Uma vez ou outra, tocava em sua barriga e pensava na criança que iria, com a graça de Kami, nascer. Era tudo muito conhecido: o parto, o enjoos, isso ela via muito no hospital e sabia como lidar com esse assunto. Só que na prática, tudo era tão complicado que coisas perdiam o sentido. Era doloroso não poder trabalhar, mas viu que ficar em casa com o Sasuke abriu mais conversas e projetos para o futuro.
The End.
Obrigada por ler até aqui! Agradeço em especial, uma pessoa chamada J. K. Rowling, por me fazer escrever mais decentemente, se comparado há três meses atrás.
Reviews?
