- Harry Potter não me pertence.
- As únicas coisas que são de total autoria minha são alguns personagens originais e o enredo.
- Esta história possui conteúdo homossexual, tanto entre homens quanto entre mulheres.
- Casal principal é HarryxDraco, se não gostar, por favor, não leia.
Sinopse: Nosso passado mostra uma parte do que somos, indica para onde iremos. Uma pessoa sem um passado não tem direção, foco; um caminho a seguir. Afinal, se nunca saímos, como poderemos chegar a algum lugar?
Por isso, esquecer-se de seu passado é fechar a trilha que se abre em sua vida. É ficar perdido e isso é estar aberto a loucura.
Então se lembre; Lembre-se de quem é, volte para a trilha... Antes que seja tarde.
Prólogo
Há muito o céu estava escuro, as ruas desertas e trovões retumbando no ar. A garoa se tornava tempestade enquanto o garoto permanecia deitado no asfalto, sem dar qualquer sinal de que logo acordaria. Sua pele pálida faria qualquer um pensar que o menino já estava morto e não havia nada que indicasse o contrário. Os curtos cabelos platinados estavam jogados para traz, pois o capuz da capa que usava caiu de sua cabeça, mas isso não importava.
A mente dele vagava por algum lugar desconhecido enquanto seu corpo continuava estirado no meio de uma rua qualquer. Ele não sabia que corria perigo por ficar naquele local, não tinha consciência que um carro poderia passar por cima dele; sequer sabia o que era um carro.
E foi exatamente isso que aconteceu, ou quase.
Há alguns quilômetros do local onde o jovem se encontrava, um grupo de amigos conversava animadamente – alguns com voz embargada e bafo de bebida – em um Pajero 96 preto O limpador de para-brisa não ajudava muito na visibilidade do condutor, que espremia os olhos por detrás dos óculos.
Apesar de não enxergar muito bem, ele era o único sóbrio ali e isso foi muita sorte, pois era o que estava com melhores reflexos. Por isso, quando o grito esganiçado da garota ao seu lado o alertou do corpo que estava a alguns metros, ele conseguiu desviar e somente dar uma leve batida em um poste que segurava uma placa alertando dos perigos de se dirigir embriagado.
Quando todos saíram do carro, um pouco mais sãos depois do susto, o condutor se dirigiu ao garoto estendido no chão enquanto o dono do carro praguejava ao ver o capo um pouco danificado.
— Ele está vivo? – indagou uma garota de revoltosos cabelos crespos. Segurou a jaqueta de couro com uma das mãos, tentado afastar o frio que a chuva trazia e ajoelhou-se ao lado do amigo.
— Eu não sei Nick – respondeu, olhou para a negra por detrás das lentes cheias de água. — Acho que devemos leva-lo ao hospital.
— Está louco, Dick? – a voz grossa do dono do automóvel soou alto, logo após um raio iluminar a todos. — Vão pensar que atropelamos o cara!
— Mesmo que tivéssemos, seria nosso dever acudi-lo! E não o chame assim! – Nick rebateu se pondo de pé, encarou Mike como se o desafiasse a afronta-la.
— É melhor explicarem isso direitinho para as autoridades, não quero mais problemas com a justiça – finalizou antes de voltar para o carro, onde o restante do grupo esperava.
Nicole e Richard pegaram o garoto pelos braços e o levaram até a picape, colocaram o mesmo no banco traseiro entre Mike e duas garotas, uma ruiva e outra asiática.
— Para onde estamos indo? Quem é esse cara? – uma delas perguntou olhando assustada para os amigos.
—Não sabemos quem ele é, mas o levaremos ao hospital, Chen – Nicole explicou olhando por cima do ombro, sorriu para a asiática tentando acalma-la.
— Você o atropelou, Rich? – a ruiva questionou, também ficando assustada.
— Claro que não, Michelle!
— Acho que ele está morto! – Chen exclamou, aterrorizada. — Está muito gelado.
— E você é especialista nisso desde quando?! – Michael olhou nervoso para a amiga. — Vamos logo com isso, quero voltar para a minha casa.
Com isso o silêncio se instalou entre eles. Nick tentava consolar Chen, segurando a mão da garota de forma desajeitada por cima do banco do passageiro; Rich dirigia o mais rápido que podia naquelas condições.
Quando finalmente chegaram ao hospital – que pareceu levar uma eternidade, mas não foram necessário mais do que dez minutos -, Richard e Nicole voltaram a segurar o desconhecido pelos braços e gritaram por ajuda ao adentrarem o local, com os outros os seguindo de perto.
Uma médica, que estava na recepção se despedindo de algumas funcionárias, correu para ajudar os garotos ao mesmo tempo em que pedia para que alguém levasse uma maca até eles.
— O que aconteceu? – a doutora perguntou enquanto examinava superficialmente o jovem desacordado.
— Não sabemos o que houve com ele — Richard respondeu, recebendo um olhar descrente por parte da mulher. – Estávamos voltando de uma festa, no meio do caminho topamos com esse cara caído no meio da rua e quase que eu o atropelo.
— Bom, parecem que não são os únicos a estarem voltando de uma festa – a mulher falou olhando para as roupas do loiro. — A fantasia, eu diria – franziu o cenho ao tirar algo que deveria ser uma varinha, da túnica dele.
Chen apertou o braço de Nicole, que se virou para a garota e abraçou dizendo que tudo ficaria bem. A chinesa deu sorriso forçado e voltou a olhar para o garoto que jazia na maca, mas logo um enfermeiro o levou para algum outro lugar.
A doutora, que se apresentou como Lilian Palmer, disse que faria alguns exames no garoto e que eles poderiam ir para suas casas, ela tentaria achar algum documento dele e entrar em contato com familiares.
Relutantes, uns mais que outros, o grupo saiu do hospital; Rich deixou as garotas em sua respectiva residência e seguiu junto com Mike para a casa desse último, quando estacionou na garagem de uma elegante e enorme mansão, o de óculos seguiu para os fundos onde morava junto à mãe – que era empregada dos pais do amigo – em uma casinha que ficava em uma parte do esplendoroso quintal.
Tirou as roupas molhadas, as jogando no chão perto da porta e se jogou no sofá sem se importar em estica-lo para que virasse uma cama. Cobriu-se até a cabeça e adormeceu pensando no garoto que havia socorrido.
Enquanto isso, Chen olhava para o céu da janela de seu quarto. Seus olhos esquadrinhavam cada ponto daquela imensidão coberta de nuvens e transbordavam preocupação, sem pressa saiu de onde estava e foi até o banheiro para tomar um banho. Quando voltou para o quarto, secando os longos cabelos negros, sentou-se de frente a penteadeira e encarou o espelho com pesar.
Levando a mão até uma gaveta, tirou de dentro um objeto alongado e fino; um pedaço de madeira enegrecido. Girou-o enquanto murmurava algo, segundos depois o pente que estava a sua frente começou a levitar.
— O que será que está acontecendo? – perguntou para si mesma antes de finalizar o feitiço e guardar novamente sua varinha, indo para a cama logo em seguida.
Já no hospital, Lilian olhava intrigada para a ficha do garoto que ainda era um desconhecido. Ele não levava nenhum tipo de documentação consigo e nem havia um aparelho celular para identificação de parentes. O garoto apresentava algumas lesões internas e externas que ela não soube identificar a origem, além de apresentar um quadro de broncoespasmo.
Seus orbes castanhos caíram sobre a figura fantasmagórica, a luz da lua entrava pela janela fechada do quarto em que o acomodara e seu estomago pareceu estar em queda livre. Eles eram tão parecidos, deveriam até mesmo ter a mesma idade.
Passando a mão pelo rosto gelado do loiro, ela sentiu como seus olhos começavam a pinicar o que fez com que saísse de lá antes que começasse a chorar. Quando fechou a porta atrás de si, suspirou e seguiu pelo corredor, deixando o quarto escuro para trás.
Naquele mesmo instante, uma leve névoa amarelada esgueirou-se pela janela, entrando por uma fina fresta e dançando suave pelo quarto até chegar ao garoto e envolve-lo. Uma luz fraca rodeou o corpo jovem, oscilando até desaparecer. Foi então que seu torso se ergueu e sua boca se abriu, sugando todo o ar como se não tivesse respirado por um longo período. Os olhos cinza arregalaram-se para logo fecharem, assim como o corpo despencou na cama.
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Próximo capítulo: 05/11/14
