Nenhum dos personagens me pertence, todos os direitos reservados à CBS.

Esta pequena história nasceu de uma reflexão pós 9x01, inspirado no que Warrick falou na gravação de vídeo, e no relacionamento dele com Grissom.

Os trechos são curtinhos, mas pretendo atualizá-los sem muita delongas. Serão seis partes no total.

Comentários e críticas são sempre bem-vindos. ;)

A VIDA DE ELI

1. GIL

Eu tinha 4 anos.

Há pouco tempo havia começado a sair com aquelas pessoas. Mamãe me levava para tomar sorvete, e lá estavam eles. Me chamavam pelo nome, bagunçavam meu cabelo, me faziam perguntas. Me lembro que depois do primeiro encontro, quando voltávamos para casa, perguntei à mamãe quem eram aquelas pessoas.

-São a família de seu pai.

Logo eu me acostumei. Greg costumava correr comigo, entrando em minhas brincadeiras de luta ou de nave espacial. Nick sabia as músicas que eu aprendia na escola, e sempre me trazia um brinquedo. Catherine gostava de passar a mão nos meus cabelos, de fazer perguntas sobre a escola, sobre os amigos. Sara e eu jogávamos muitos joguinhos, memória, quebra-cabeça. E Gil sempre tinha algo novo para me contar, me mostrar, me ensinar. Me lembro de esperar pelo fim de semana com ansiedade, só imaginando o que faríamos quando nos encontrássemos. Às vezes a gente saía, ás vezes ia até a casa de Gil e Sara, ou da Catherine. Mas sempre havia diversão garantida, e eu adorava a família de meu pai. Pelo que eu tenho de lembranças, mamãe não havia se excitado muito com a história no começo. Mas sei que depois de algum tempo, ela ficou bem amiga deles, principalmente de Gil e Sara. Melhor para mim, pois era mais tempo que passávamos juntos.

Naquele domingo, Gil havia me levado à locadora, para que eu escolhesse um filme. Depois de pensar muito entre 'Procurando Nemo' e 'A Era do Gelo' acabei me decidindo pelo primeiro, e Gil me pegou no colo para que eu pudesse entregar a fita à atendente, algo que eu adorava fazer.

-Só isso que vai levar hoje, rapazinho? Perguntou ao seu avô se ele não quer nada?

Eu olhei para a moça em dúvida.

-Não meu avô. Eu só tenho vó.

Eu era pequeno pra entender, mas provavelmente a moça ficou embaraçada. Mas me lembro de ter ficado encucado com aquilo. Quando saímos pra rua, Gil segurando minha mão, eu olhei para o braço dele e então para meu braço. As cores eram muito diferentes.

-Gil. Você e meu pai era irmão?

Gil parou de andar e me olhou. Ele sempre considerou que tudo que eu falava era importante, por isso parava pra prestar atenção.

-Não, Eli.

-Primo? Tio?

Ele fazia que não, e minha cabecinha trabalhava, procurando por mais parentes que eu me lembrava. Por fim cansei.

-O que então?

-Amigos. Não precisa ter o mesmo sangue para ser da família, Eli.

Eu não entendi a parte do sangue, mas entendi o sentido da frase, e concordei feliz. Gostava da minha família.