A noite estava incrivelmente quente, e naquela certa casa da cidade de Tokyo, em frente a um monitor estava L, em sua cadeira e sua posição habitual, curvado.

Tomando um pouco de chá e comendo um delicioso e sempre bem vindo donut de chocolate, ao seu lado e também algemado a L estava ninguém menos que Raito seu melhor amigo, e ocultamente seu maior inimigo, cochilando tranquilamente tão frágil e sereno. Já era tarde, mais ou menos por volta da 1 da manhã.

Raito acorda assustado acabará de ter um horrível pesadelo, não conseguia controlar sua respiração, estava ofegante e talvez, digamos que frágil, quem sabe vulnerável?

Ele olha em volta e vê apenas L, como sempre sentado e comendo, seria aquilo uma rotina interminável?

- O que foi Yagami?

- Nada Ryuuzaki, nada.

Apenas de ouvir a voz de L o corpo inteiro de Raito se estremeceu, não conseguia acreditar no que acabará de sonhar. Era horrível e nojento apenas de lembrar, e tão real, aquele pesadelo em que L descobria sua verdadeira identidade como Kira, e ao invés de prendê-lo e revelar seu segredo para todo o mundo, L apenas o seduzia e prometia que ninguém o descobriria, aquele maldito pesadelo que o perturbava noites a fio. Não saber o porquê de sonhar essa aberração corroia Raito por dentro, ele definitivamente não tinha sentimento algum por L, creia que nem amizade, mais alguma coisa aquele sonho deveria revelar.

O tempo parecia passar cada dia devagar, quase não acreditava que já fazia três meses que estavam acorrentados, não conseguia mais agüentar ter que dormir ao lado de alguém que nunca dorme, e tomar banho ao lado de um homem, que ainda por cima era seu maior rival, estava realmente impressionado consigo por ter agüentando tanto tempo, mas já sentia que não podia mais ou ficaria louco.

Para alguém que passou sua vida toda sozinho ser acompanhado por Raito para todos os lugares não parecia nada incômodo, para ele Raito era de longe seu primeiro, único e maior amigo depois de Watari.

Então subitamente Raito sente a necessidade de um bom e relaxante banho para esquecer todos aqueles pensamentos que o perturbava e conseguir dormir novamente.

- Ryuuzaki, eu realmente preciso de um banho é mesmo necessário sua presença? Eu gostaria muito de poder tomar banho sozinho para variar.

- Yagami, sabe que é estritamente proibido te soltar, estragaria toda a investigação feita até agora, aliás, tomar banho comigo é tão ruim assim? – L olhava comicamente para Raito que não havia gostado nada da pequena brincadeira.

- Não irei nem te responder Ryuuzaki.

Levantaram-se e seguiram em direção ao quarto, subindo as escadas, e ao chegar lá Raito se virou e começou a se despir, L então fez o mesmo. No banheiro, enrolados em uma toalha Raito mira L e o avisa.

- Ryuuzaki, eu sei que gosta de seus banhos incrivelmente quentes, mas a noite está quase insuportável, e eu quero um banho frio.

A cena chegava a ser cômica Raito pedindo a L para tomar um banho frio, e L não via razão para não poder ceder então acabou concordando.

- Já que seu argumento conseguiu me convencer, tudo bem, um banho frio não irá nos matar.

O banho já havia começado com um sorriso malicioso de L e Raito estava com os nervos à flor da pele. Assim que Raito está com a cabeça debaixo da água corrente, com os olhos fechados a sensação era incrivelmente boa, parecia que cada ponto de problema ia embora com a água que descia. Mas a perfeição daquela cena logo acabaria, e de repente ocorre um pani no disjuntor e a força cai.

- Yagami, nossa o que será que pode ter acontecido?

- Não sei Ryuuzaki, será que acabou a luz? Ainda estou me perguntando isso – indagou com uma grande ironia, Raito não podia agüentar tanta idiotice em uma só pessoa, como o odiava, e ao mesmo tempo sentia algo que não sabia como descrever.

Tateando o banheiro encontra as toalhas, dá uma para L, se enrola na outra, e ainda tateando tenta chegar ao quarto para procurar por uma lanterna. Desarrumando tudo nas gavetas sem parar procurando por ela enquanto L estava sentado na cama olhando para janela, perdido em seus pensamentos. Raito acaba achando a luz no fim do túnel, uma lanterna.

- Realmente Ryuuzaki, às vezes acho que você é tão inútil que não se meche nem para procurar uma simples lanterna.

L não havia gostado nada do comentário, mas tinha que admitir que não ajudou em nada também, tentando descer as escadas naquele breu, para procurar pelos disjuntores, com os pés molhados por um incrível acidente Raito escorrega e acaba rolando escadas abaixo, e como L estava acorrentado ao mesmo, sem escapatória acaba caindo também, depois de todo aquele estardalhaço, chegando ao final das escadas doloridos está Raito caído no chão imóvel e L em cima dele, com o rosto acima ao de Raito e o olhando, era um olhar que palavras não podiam descrevê-lo, seus corpos molhados, suas respirações se misturando com a proximidade e ofegantes, suas toalhas caídas, seus corpos colados e o desejo que agora estava crescendo neles, não importando a mínima, se eram amigos, rivais ou até do mesmo sexo, o que importava é que a hora em que L se rendeu e o beijou nada mais importava.