Lá estava ela, sentada, brincando com uma pulseira dourada, que parecia ser um tanto velha, pois tinha arranhões e partes quebradas.

A garota de olhos verdes estava profundamente entediada, até que decidiu descer para o térreo. Começou a brincar sozinha, fingindo ser caçada por monstros do mal. Quem poderia culpá-la? Ela somente tinha cinco anos.

Quando percebeu, já estava bem longe de seu bloco, até que viu um menino loiro de olhos azuis, pálido, sentado sozinho. Com um pouco de pena, foi conversar com ele.

- Oi, menino.

Os olhos do menino brilharam ao ver a garota, já que ninguém aparecia ali, nem mesmo para fazer cara feia pra ele.

- Oi! - disse todo animado.

- Você quer brincar comigo? - perguntou a criança de cabelos rosados.

A resposta veio seguida de horas e horas de diversão, ambos muito felizes com a companhia um do outro.

- Está escurecendo, - disse ele. - é melhor que você volte antes que anoiteça. Em qual bloco você mora?

- Lá no bloco R. - disse um tanto melancólica, pois teria de se separar do novo amigo.

Seguimos a história com o garoto indo deixá-la em casa, despedindo-se com um abraço.

Todos os dias, durante a tarde, o loirinho ia visitar a garota para brincarem, agora no bloco R, até que certo dia o garoto chegou perto dela e disse:

- Tenho uma surpresa pra você, mas antes feche os olhos.

Ela fechou, e definitivamente não se arrependeu. Ele deu-lhe um beijo na boca, um selinho. A garota se assustou um pouco.

- Agora abra os olhos.

O garoto mostrou-lhe uma pulseira.

De mulher.

- Essa pulseira é sua? - perguntou a garota.

- É sim. Minha avó me deu antes de morrer. Ela disse que eu deveria dar para alguém muito especial, que eu amasse muito, junto com uma mensagem.

- E qual é?

- "Nunca te esqueças de mim" - disse o garoto dando-lhe a pulseira.

A menina nunca se sentira tão feliz.

No dia seguinte, a garota estranhou o atraso do amigo, Então, decidiu ir visitá-lo para brincarem novamente.

Chegando no bloco A, ela subiu até o apartamento do amigo, tocando a campainha. Uma linda mulher, ruiva, abriu a porta. Tinha olhos tristes.

- Pois não, menininha?

- O Naruto ta aí? Ele pode "vim brincar?

- Olha... Ele... Estava muito doente. Quando estamos muito doentes, às vezes Deus prefere nos levar pra perto dele, do que nos deixar sofrer. Dessa ve-vez, - disse num soluço. - Deus preferiu levá-lo.

- Então ele nu-nunca mais vai voltar? - disse com os olhos cheios de lágrimas.

- Não. - disse com uma voz aguda, cheia de tristeza e dor.

A garota começou a chorar compulsivamente, soluçando sem parar. Foi correndo aos prantos para casa, e só parou de chorar pouco antes de chegar.

Todo aquele amor, toda a alegria, estariam afastados da menina por um tempo, mas, juntamente a uma pulseira, aquele sorriso bobo sempre a confortaria, pois jamais esqueceria daquela lembrança.

N/A: Se você ama alguém, voe longe, vá além.