Bom, era pra ser pro aniversário pro Aioros. Era. Eu não consegui acabar a tempo.
Espero que gostem.
Botafogo, és herói em cada jogo
O que Shura, botafoguense rachado, está fazendo no meio da torcida do Flamengo, ainda mais com uma camisa rubro-negra?
Eu gostaria de dizer que não sei e pular direto pro lemon, mas, como Autora, é o meu dever revelar.
Se eu dissesse que tudo começou com uma aposta, não estarei mentindo propriamente.
-Shura..
-mm?
-Será que conseguimos fazer mil pontos no truco, ainda hoje, se começarmos agora?
Eram dez da manhã e os dois estavam largados sobre uma mesa de sinuca, exaustos.
-Sei lá.
-Quer tentar?
-Pode ser.
Máscara da Morte levantou-se preguiçosamente, pegou o baralho espanhol e começaram a jogar.
Nenhum problema. Ou melhor, nenhum problema até aí. O pior vem agora: era aniversário do Aioros, namorado do Shura.
Mas nenhum dos dois se lembrou disso.
Enquanto isso, os outros Cavaleiros presenteavam Sagitário com uma festa, mas não foi suficiente para levantar-lhe o astral.
-Ahh... Não encana, Aioros – disse Milo. – Acontece.
-É – resmungou Camus. – Com você acontece todos os anos.
-Pô, amor! Eu sempre te dou um baita presente.
-No dia seguinte ele vale muito menos.
-Ano que vem eu lembro no dia!
-E eu lembro que você prometeu isso ano passado – disse Kanon.
-Vocês se atêm muito a detalhes!- reclamou o Escorpião.
-É frustrante – disse baixinho, Sagitário. – Saga e Kanon têm sorte. Isso nunca vai acontecer.
Os gêmeos trocaram um olhar cúmplice e o mais velho entregou um embrulho ao Sagitariano:
-Presente meu e do Kanon.
Aioros abriu sem muita vontade. Um CD.
-Da minha banda preferida. Obrigado. Mas como vocês sabiam?
-Intuição, meu caro. Intuição.
Afrodite olhou o título do disco:
-Mmm. U2? Será que não é porque ele ouve isso no último volume?
-Eu até já decorei "Vertigo" – disse Mu.
-Você escuta?
-Lá da minha casa.
Todos: Oo
-Não fique assim, Aioros – disse Saga, paternal. – ainda são dezoito horas. Não é amanhã.
-É. Ainda dá tempo de uma surpresa especial... – falou Milo, malicioso.
-Você só pensa nisso, seu pervertido – Camus o repreendeu.
Shaka não comparecera, pois fora, no meio da semana, à Alemanha. Fazer o que, não interessa agora.
O fato é que Shura não se lembrou. Ficou jogando truco até as 5 da manhã. Placar final: 239 a 225 pro Máscara da Morte.
X-x-x
Meio dia da manhã seguinte:
-Até que enfim achei vocês, seus gambás!
Shura e o Cavaleiro de Câncer abriram os olhos devagar:
-Milo?
-Jogando truco até tarde, pelo jeito.
-Ah, é. Qual foi mesmo o placar final?
-Sei lá. Devo ter feito uns setecentos pontos.
-Eu fiz setecentos! – berrou Shura. – 749 e meio!
-Então eu fiz mil e quinhentos!
-Chega! – exclamou o escorpião. – Shura, você não se esqueceu de nada?
-Eu? Eu não.
-E você, Máscara da Morte?
-Que dia é hoje?
-Domingo.
-Não é hoje que o Shaka volta da Alemanha?
-Ele volta semana que vem.
-Merda!
-Tá bem apaixonado, hein? – provocou Capricórnio.
Câncer corou instantaneamente.
-Shura, seu estúpido – tornou Milo. – Ontem era aniversário do Aioros.
-Ani... Caralho! Porra, eu esqueci completamente. E agora?
-Sei lá.
O escorpiano sacudiu a cabeça:
-Devia ter pensado nisso antes.
-Mas eu nunca me esqueço. Culpa desse animal. Só porque ele tá sozinho, quer levar todo mundo pro buraco também.
-Eu tenho culpa que Atena não me deixou viajar com o Shaka?
-E ela tem culpa que você não sabe alemão?
-Milo, o que eu faço? – Capricórnio ignorou a discussão dos dois, já era rotina, e perguntou. Afinal, o Escorpião era PhD em foras.
-Sei lá. Prepara um troço bem especial, sei lá. Massagem, um puta presente, sei lá. Você conhece seu namorado, sabe do que ele gosta.
-Você falou três "sei lá" em quatro frases – o canceriano provocou.
-Porra, tô tentando ajudar o Shura!
Capricórnio permanecia pensativo.
-Vem, Shura, vamos – chamou o Escorpião. O outro o seguiu.
-Milo... – era o Máscara da Morte.
-Uhn?
-Quando é o aniversário do Shaka?
-Em setembro, acho. Já passou.
-Sei – permanecendo sério no mesmo lugar.
Voltaram às doze casas.
-Vai pra Casa de Sagitário, vai.
-E você, tá passando de Escorpião pra quê?
-Você sabe – e correu pra décima primeira casa.
Entrou em Sagitário.
- Aioros, 'cê tá aí? Amor?
O Cavaleiro não estava sozinho.
-Seu merda! – gritou uma voz familiar, antes de um puta barulhão cortar o silêncio.
Shura correu para ver o que era. Sagitário e Gêmeos estavam treinando. Ou melhor, Saga estava massacrando Aioros. Abriu a boca e pulou pro lado, antes que fosse atingido por um golpe de Gêmeos. Só então foi notado:
-Shura?! – exclamou o sagitariano.
O geminiano continuou impassível:
-O que faz aqui?
-Não lhe interessa. O que você faz aqui?
-Não lhe devo resposta. A casa não é sua – replicou o irmão do Kanon.
-Digo o mesmo.
- Shura – Aioros interrompeu – vá embora.
-O quê?!
-Vai embora!
-Mas eu sou seu namorado!
-Não é mais! Vai embora!
-Co... Como disse?
-Não é mais! Evapora!
Shura, tristonho, obedeceu. De longe, ouviu Aioros chorar. Mais tarde, foi conversar com o Cavaleiro de Câncer:
-... E foi isso que aconteceu.
-Puxa. Acha que ele está envolvido com o Saga?
- Difícil dizer. Saga e Kanon se adoram.
-Se fosse você, ia dar um gelo nele.
-Bebeu?! – exclamou Aldebaran, metendo-se na conversa.
-O que faz na minha casa?! Áries é pro outro lado!
-Nada, só ouvi vocês conversando e... Bom, não interessa. Vai lá, se ajoelha aos pés dele e pede perdão.
-Tem certeza?
-Com o Mu sempre funciona. E leve flores.
-Aioros não gosta de flores.
- O Mu gosta?
-É... Bem, ele é meio sensível, sabe... Mas vai fazer isso ou não, Shura?!
-Bom, eu... Alexandre, você faria?
-Nunca – convicto.
-Nem pro Shaka?
Câncer hesitou levemente e reafirmou:
-Nunca.
-Sei.
-E você, Aldebaran?
-Eu sempre faço.
-Como o Mu reage?
-Depende do motivo de eu pedir perdão. Se é uma coisa à toa, ele me abraça, diz "deixe disso, não foi nada". Se ele tem algum peso na consciência, começa a pedir perdão, chora. E conta tudo.
-E se é uma coisa particularmente grave, como esquecer o aniversário dele?
-Não sei, nunca me esqueci disso.
-Tá, se é um troço grave, o que ele faz?
-Depende muito do humor dele. Tem vezes que ele chora, grita comigo, me ignora, me xinga, ri de mim... Um tem cara de anjo, mas é um demoniozinho.
-Tô fudido – reclamou Shura.
-Vai fundo – Milo aparecia correndo. – Diz que vai fazer o que ele quiser. É um santo remédio.
-Mas vai ter que arcar com as conseqüências depois – avisou Máscara da Morte.
Dito e feito.
x-x-x-x
Shura tentou aproximar-se a semana toda, mas foi expulso, chutado, ignorado por Sagitário.
Graças à intervenção de Camus, conseguiu finalmente falar com Aioros.
-Me perdoe!
Silêncio.
-Me perdoe!
Silêncio.
-Aioros, eu te amo!
Silêncio.
-Aioros, eu faria qualquer coisa para você me perdoar!
-Qualquer coisa mesmo?
Oh, não. Mas tinha que ir até o fim:
-Qualquer coisa – confirmou.
-Quero que vá ao jogo do Flamengo comigo.
-Ahn?
-Que sente ao meu lado na torcida do Mengão.
-!!
-Que grite quando o rubro-negro fizer gol.
-!!!
-E use essa camisa.
-!!!!!
Era a camisa do Flamengo.
-E pague as entradas.
-Só?
-Tá. A que horas é o jogo?
-Às quinze pras dez, no Maraca, contra o Botafogo.
-O meu time!
-Não vai cumprir com a sua palavra?
-Claro!
-Te vejo às oito e meia!
-Até!
Saiu.
-E aí? – indagou Máscara da Morte.
-Quer que eu vá torcer pro Flamengo. Que berre quando fizerem gol.
-Ih, pode preparar a goela. A defesa do Botafogo é a pior do campeonato.
-Obrigado – cínico.
-De nada.
-Máscara da Morte....
-O quê?
-Eu sou botafogo.
-E daí?
-¬¬
-x-x-x-
Shura, teimoso como era, cumpriu fielmente com a palavra: às 8horas, 29 minutos e 59 segundos, pôs os pés na casa de Sagitário. Chamou às 08h30min. Ouviu Aioros gritar "já vou!" e aparecer 15 minutos e 10 segundos depois. Estava lindo, mesmo com aquela horrorosa camisa rubro-negra.
-Caiu superbem em você – disse o sagitariano, referindo-se à camisa do Flamengo. – Vamos?
Capricórnio concordou. Foram ao estádio em silêncio, Shura rezando pra que nenhum amigo o visse despido vestido daquele jeito.
Aparentemente funcionou.
-x-x-x-
Deu pra responder?
Bom, Shura ficou ali, viu – e "comemorou" – os dois primeiros gols do Flamengo antes dos quinze do primeiro tempo.
Aos vinte e dois minutos saiu o primeiro gol do Bota. Impossível descrever a felicidade de capricórnio.
Não resistiu quando veio o empate, aos trinta. Aos 35 o Fogão virou e ele praticamente se esgoelou. Começou a cantar junto à torcida do seu time, mas percebeu Aioros, emburrado, ao seu lado. Parou, sentou-se e o abraçou:
-Desculpe.
Sagitário aceitou o abraço e os cafunés.
O primeiro tempo acabou em três a dois.
-x-x-x-
No segundo tempo, aos doze, o Botafogo fez o quarto gol. Shura berrou, cantou, até tomar um beliscão na perna:
-Ai! Aioros, o que foi?
-Para de cantar, já tão olhando feio pra gente.
-São uns invejosos.
Quando saiu o quinto, que Shura começou a berrar, a torcida do Flamengo se irritou e partiram pra cima dele, que puxou Aioros, saiu correndo, fugiram do estádio.
Foram parar num beco nas proximidades do Maraca, arfantes pela correria.
-Ufa, que aventura.
-É, seu doido. Podia ter matado a gente.
Ficaram um tempo em silêncio e Shura retomou a conversa depois:
-Desculpe. Se era ganhar o jogo que você queira, eu devia ter feito os gols, mesmo que...
-Shhh... – Interrompeu Aioros, pondo o indicador sobre os lábios do namorado. – Eu não queria isso. Eu só queria você.
-Sério?
O irmão do Aiolia bateu a cabeça afirmativamente. Foi beijado com carinho. Começou a acariciar os cabelos do outro, sentindo-o colar os corpos, as ereções despertando aos poucos, conforme o beijo evoluía, as mãos passeando, percorrendo caminhos já conhecidos, tão mais prazerosos agora, graças ao deleite da reconciliação.
Shura puxou o amante para o fundo do beco, deitou-o no chão, começando a beijar-lhe o pescoço.
-Ah... Shu... Shura... Ah... Nã... Não devíamos fazer.... Isso.... Ah... Aqui...
-Por quê?
-Va... Vamos pro santuário...
-Aqui tá bom. Relaxa. São onze da noite. Não tem ninguém na rua.
Aioros gemeu quando os dedos do capricorniano tiraram-lhe a camisa e os lábios correram para o peito, chupando, mordendo, lambendo, apertava os mamilos do homem sobre si, para retribuir o prazer que sentia.
-Mmm, Aioros... Que calça justinha... Você fica uma delícia com ela.
Sagitário gemeu alto.
-Vai dar um pouco de trabalho pra tirar. Acho que não vou tirar... – Afastando-se um pouco. Foi segurado pelo braço e fitado por olhos predadores:
-Você não ousaria...
-Ousaria não. Vou ousar – e levantou-se mesmo.
Aioros jogou o parceiro no chão e se sentou sobre o baixo-ventre dele. O sexo duro tocou suas nádegas cobertas. Gemeu.
Tirou a camisa do capricorniano e começou a chupar-lhe o peito com pressa, abaixou as calças de Shura, tirou as próprias. Abocanhou o membro, lambeu, chupou, mordeu, deixou deslizar até a goela, soltou, acariciou, voltou a lamber, molhou bem.
Shura gritava desesperadamente, pronto pra gozar, mas foi impedido.
-Ai... oros...
Sagitário o olhava maliciosamente.
Shura gemeu quando sentiu a entradinha de Aioros na ponta de seu pênis. Sagitário gemeu alto ao se empurrar com tudo para baixo, fazendo o amante entrar por completo.
Capricórnio mordeu os lábios para não fazer o mesmo, mas não conteve um som extasiado quando o amante começou a mover-se sobre ele, soltando exclamações de dor e deleite.
O mais fiel dos Cavaleiros acompanhava os movimentos do amante, tocando-o bem fundo, fazendo-o arquear as costas e gemer enlouquecidamente.
Aioros acelerou, gritando.
Shura parou de repente, saiu de dentro do amante. O irmão de Aiolia soltou um gemido de protesto. Odiava aquela sensação de vazio. Foi deitado no chão e estocado violentamente, sem parar.
Os gemidos escorriam pelos lábios entreabertos, o rosto vermelho foi atacado com beijos e aquelas mãos firmes começaram a acariciar-lhe o sexo da mesma maneira que o dono delas se enfiava dentro dele.
Só conseguiram gritar o nome do parceiro quando finalmente gozaram, quase ao mesmo tempo.
-Shura... – chamou Sagitário, aninhado entre os braços fortes, depois de muito tempo de beijos e carícias mudas.
-Que foi, amor?
-Estou ouvindo o hino do Botafogo aqui perto. Acho que o jogo já acabou.
Capricórnio olhou o relógio:
-Verdade. Temos que sair daqui antes que nos vejam.
-Mas eu não quero - falou Sagitário, manhoso.
-Vem, vamos continuar no Santuário – vestindo-se e ajudando o namorado a fazer o mesmo.
E aquilo era bem melhor que futebol.
-xx-x-x
Eli - Pronto, a sua recompensa. Que tal, Shura?
Shura - Mentirosa! Isso aqui já tava pronto há tempos!
Eli – Não entregue o ouro assim, seu baka!
Shura – (faz careta)
Eli – Pessoal, sejam bonzinhos e deixem reviews que eu vou fazer um esforcinho para digitar as outras, viram? S2
#recompensa: pra quem não leu Beach Love, o Shura encontrou minha pastinha de fics e eu prometi (ou melhor, o Saga me fez prometer) uma recompensa pra ele.
