Capítulo 1 –

O garoto da janela ao lado

You're on the phone with your girlfriend

She's upset, she's going off about

Something that you said

She doesn't get your humor

Like I do

(You belong with me, Taylor Swift)

Eu me aproximei da janela do meu quarto coberta pelas cortinas roxas.

Meu nome é Isabella Swan e eu me mudei há cerca de dois meses para Forks, uma cidadezinha – a mais tempestuosa da América do Norte – no estado de Washington, EUA, morar com meu pai, Charlie. Minha mãe, Renèe, se casou novamente com um jogador de baseball e, bem, digamos que eles viajam demais e eu estava apenas atrapalhando.

Naquele primeiro dia em Forks, há dois meses, eu subi ao meu novo quarto, no sótão da casa, e abri as cortinas distraidamente, depois as janelas. Virei-me para o resto do quarto e suspirei, cansada da viagem do Arizona até Forks, e voltei-me para a janela. Há cerca de três metros do parapeito da minha janela, na casa da esquerda, as janelas do vizinho estavam abertas, mostrando o garoto mais lindo que já pisou na Terra. Eu o via sorrindo, seminu, passando a mão pelos cabelos cor de bronze molhados, sedosos. O via abaixando-se para a cama, de costas para mim, e colocando sua camisa sobre a cabeça. Seu abdômen com os músculos definidos sendo coberto por uma camiseta de frio marrom. Eu ouvi uma voz feminina chamar seu nome e ele assentir e sair do quarto correndo, em direção onde deveriam estar as escadas. Inclinei-me sobre o parapeito da minha janela e vi Edward passar pela entrada da sua casa e entrar em uma BMW conversível vermelha estacionada no meio-fio, onde uma loura deslumbrante o aguardava com um sorriso e óculos de sol, sem dúvida, desnecessários.

Seu nome é Edward Cullen. Tem dois irmãos, Alice e Emmett Cullen, e vive com os pais, Carlisle e Esme. Rosalie Hale, sua namorada, é a garota mais bonita e popular da escola em que todos nós estudamos. Tem um irmão, Jasper Hale, também louro e bonito, namorado de Alice.

Todas as tardes, após voltar da escola, eu subo até o meu quarto e abro as cortinas, apoiando-me sobre o parapeito da janela. Edward está sempre do outro lado. Ouve músicas em seus fones de ouvido – músicas clássicas, como as músicas que eu também gosto. Ultimamente eu as tenho ouvido com mais freqüência, tenho as decorado uma por uma, por causa dele. Quando desço para esperar a carona de Angela, minha melhor amiga, para a escola, eu sento em um banco e começo a ler um livro ou a ouvir música, e o encontro logo ao meu lado, sorrindo para mim, um sorriso malicioso que me deixava sem ar. Ele começava um assunto sobre músicas e logo sua carona chegava – a BMW de Rosalie. Edward tem carro, é claro; um Volvo prateado última geração. Ele diz que prefere ir com Rosalie e economizar a gasolina do carro – só sai com o Volvo nos fins de semana.

Minha vida tem rodeado Edward desde que eu chegara em Forks, e eu não pensava em mudar tão cedo.

Naquela noite, uma noite de segunda-feira, eu me aproximei da minha janela e vi Edward em seu quarto, andando nervoso em círculos em frente à sua janela. No ouvido, estava seu celular prateado. Suas janelas estavam fechadas, portanto eu não podia ouvir o que ele dizia.

Em um momento ele parou de costas para mim e desligou o celular. Suspirou profundamente e jogou-se sobre a cama, deixando o celular sobre a mesa-de-cabeceira. Ele ficou parado, perfeitamente belo, como uma estátua de Adônis.

Eu mordi os lábios, chateada, e amassei uma folha de caderno para jogá-la em suas janelas. Ele olhou para mim e se levantou, forçando um sorriso. Eu sorri de volta e rabisquei com canetinha em uma folha de papel: VOCÊ ESTÁ BEM?

Ele leu e aproximou-se da escrivaninha em frente à janela. Rapidamente escreveu em sua caligrafia perfeita em uma folha de caderno: CANSADO DE DRAMA.

Mordi os lábios novamente. Eles haviam discutido no telefone, era óbvio – ele e Rosalie.

Rapidamente escrevi em outra folha e mostrei a ele: SINTO MUITO 

Ele deu de ombros e eu me virei novamente para a escrivaninha. Peguei coragem e escrevi: EU GOSTO DE VOCÊ. Mostrei a ele...

... mas ele havia fechado as cortinas.

Suspirei e amassei a folha de caderno. Eu nunca poderia mostrar a ele. Jamais.

Encostei-me no parapeito da janela e encarei a lua. Quem dera esta mesma lua pudesse falar sobre o que sinto.

"Você pertence ao meu lado".