Atenção: Essa fanfic contém cenas homossexuais e futuramente cenas de sexo gay e sádicas. Se você não gosta, não leia ou venha me encher o saco com comentários destrutivos.
Mas se você gosta, espero que tenha uma ótima leitura e que se divirta muito. Jared e Jensen não foram criados por mim, pois são pessoas reais (é óbvio)
01. O início
Há muitos anos, eu andei com mortais e imortais. Uma maldição me assola
desde o dia em que o meu criador, Misha Collins, me transformou no que eu sou, em 19 de dezembro de 1492. Desde aquele final de século até o início deste novo, vaguei por várias partes do mundo, exercendo várias profissões. Já fui médico, advogado, administrador, e amanhã, no dia 1° de setembro de 2011, começarei a trabalhar como professor de história na President Kennedy School. Darei aula para um bando de crianças (pelo menos no meu ponto de vista) e depois me saciarei do sangue de cada um. Eu sou o Conde Jensen Ackles, proveniente de uma das maiores famílias reais do passado. Eu sou o vampiro da noite, e ainda não sei o que procuro, mas tenho a sensação de que amanhã começará um grande evento que mudará toda a minha vida.
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- Jared, você vai se atrasar para chegar na escola! – bateu dona Sophie na porta de seu filho caçula. Como alguém poderia ser tão preguiçoso assim?
- Hmm... Já tô saindo, deixa só eu tomar um banho... – respondi, me espreguiçando na cama. Reprimindo um bocejo, peguei uma calça jeans e uma boxer e fui tomar banho. Não era que eu não gostasse de estudar, na verdade eu adorava, mas nada podia substituir um bom sono. É melhor eu não demorar, o Stefan (meu irmão mais velho) é muito impaciente. Com um leve sorriso no meu rosto refletido pelo espelho, enxuguei o meu cabelo, vesti uma camiseta preta e desci a escada.
Sempre fui de uma família humilde, mas nunca me importei com isso. Acabamos de nos mudar para Stick city, uma cidadezinha na Patagônia, e hoje é o meu primeiro dia de aula. Meu pai é dono de uma pequena loja esportiva e meu irmão trabalha com ele. Minha mãe trabalha como caixa de um supermercado e assim, conseguimos completar o pequeno orçamento da família e sobreviver.
- Bom dia mãe, pai, Stefan... – cumprimentei, quando cheguei na cozinha. Stefan me olhou e em seguida para o relógio.
- Está atrasado.
- Ninguém te perguntou. – respondi, e peguei uma maçã. – Vamos, então? Eu como no caminho. – Apesar de meu irmão mais velho ser um saco, hoje tinha que ser um dia feliz, ou pelo menos fácil. Por causa disso, resolvi facilitar a vida dele. Stefan deu de ombros.
- Tudo bem. Tchau mãe, até o trabalho pai. Vamos, Jared. – disse, pegando as chaves do carro e batendo no meu ombro para segui-lo. Fui andando e fiquei agachado enquanto o Stefan tirava o Chevy Impala 1984 da garagem. Logo, eu já estava entrando no carro e partindo para a President Kennedy School.
- Então... Está ansioso com o primeiro dia de aula? – perguntou Stefan. Às vezes eu não conseguia entender o meu irmão. Ele brigava comigo, mas logo depois me mostrava por meio dos gestos que se preocupava comigo, e era por isso que eu o amava.
- Não propriamente, acho que só com um pouco de expectativa. – disse, mexendo nos CDs. Stefan riu e pegou das minhas mãos um cd do AC/DC.
- Adoro quando você fala difícil. – comentou, e logo a música cheia de gritos e guitarras inundou o ambiente. Eu o fitei reprovadoramente até ele indagar com a testa o que estava acontecendo.
- Sabe que eu odeio rock. – resmunguei, olhando para a frente, enquanto a instituição na qual eu iria ficar aparecia.
- E daí? – retorquiu, parando o carro na frente da escola. – Você já vai sair mesmo!
- Ah, desculpa então. – disse com sarcasmo. Stefan fez um cafuné nos meus cabelos e abriu a porta do carro.
- Tenha uma boa aula, maninho. – falou. Eu o abracei, saindo do carro em seguida.
- Se cuida. – disse, e depois de um aceno de mão, me despedi, entrando nos portões da propriedade.
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Passei quase o dia inteiro dando aula para um bando de criancinhas. É quase insuportável dar aula para pessoas com um grau tão baixo de inteligência, mas isso é compensado pela abundância de sangue do lugar. Diferente do que os humanos imaginam, pelo sangue nós não só tiramos o que precisamos para viver, mas também sentimos a personalidade das pessoas. Na verdade, é isso que faz com que procuremos por específicos tipos de humanos, pois com toda a certeza, fortes personalidades têm sangue delicioso, ou foi pelo menos isso o que Misha disse.
Como sempre, não havia grandes personalidades nas escolas, os jovens de hoje só queriam saber de bebida e sexo sem amor, o que não tem nenhum sentimento nobre, pelo menos não para mim. Porém, hoje eu senti alguém diferente, no momento em que eu estava saindo do refeitório depois de eu ter fingido comer o meu almoço, percebi uma personalidade masculina muito forte, que irradiava conquista e objetivo, e pela sua singularidade, ainda não havia estado em nenhuma de minhas aulas. Não tive tempo de me virar direito para olhá-lo, pois o sinal tocou e logo o corredor estava cheio de alunos, mas eu vi uma costa larga, morena e cabelos na altura dos ombros, e pelo cheiro que exalava, era O negativo. O cheiro do sangue dele me enebriou, e as minhas veias arderam de cobiça daquele líquido. Com um suspiro, balancei a cabeça para tirar o desejo dela, depois eu o saciaria. Fui dar mais algumas aulas, e pela graça de Deus (ironia minha), fui para a última aula do dia, e de imediato senti aquela presença. Olhei diretamente para o fundo e vi um rosto e com um certo olhar de cachorrinho perdido. Ele me encarou e eu vi determinação naquele olhar. Desviei os olhos e comecei a explicar o assunto do dia, que era a diferença entre as colônias do sul e as colônias do norte, e já ia começar a escrever no quadro, quando uma voz se destacou entre as outras, e era dirigida a mim.
- Com licença professor, mas por que os colonizadores não tentaram negociar as suas diferenças em vez de entrar em uma guerra civil?
Eu me virei para ver quem havia feito a pergunta, e sabe com quem eu me deparei? Com O garoto. Ele havia se levantado e agora me olhava fixamente, esperando pela minha resposta com total interesse, assim como o resto da turma. Olhei um pouco para baixo, e comecei a dizer a minha opinião, pois aquilo não havia em nenhum livro, foi por isso que me pegou de surpresa.
- Bem, senhor...
- Meu nome é Jared Padalecki. – disse ele sem hesitar. Eu assenti com a cabeça e continuei.
- Jared. – minha boca saboreou aquele nome, como se já estivesse chupando o sangue dele. Com eu posso dizer... Naquela época, apesar dos pequenos avanços que a humanidade havia feito, eles ainda tinha um instinto muito bárbaro. Então, eu acho que eles não podiam evitar uma boa briga.
- Mas você ACHA? – indagou ele, deixando a decepção tingir a sua voz. – Desculpe se eu estiver errado, porém, você não estudou para isso?
- O meu currículo é de história, e não de sociologia ou filosofia Jared. – falei, já com certa irritação. Aquele menininho não tinha o direito de me desafiar daquele jeito. Eu vi a história passar, como ele poderia me questionar? Ele riu com humor negro e apontou para um detalhe.
- Você está fugindo da minha pergunta, professor Ackles. Talvez você esteja vendo a questão do jeito errado.
- Acha mesmo? – questionei, agora com raiva. A personalidade dele estava invadindo o meu sangue, e eu era muito territorialista. – O que você sabe da história? Você nasceu ontem, garoto! Talvez VOCÊ esteja vendo a questão do jeito errado! Está encerrado!
- Calma, eu só... – disse o garoto, levantando as mãos em gesto de desculpas, mas eu o interrompi.
- Eu já disse que está encerrado! Sente-se! – A fúria pulsava em meu ser, e eu senti a pupila do meu olho se contrair, como a de um predador concentrado em sua presa. Percebendo que toda a turma estava olhando para nós, balancei a cabeça um pouco e respirei fundo. – Turma, quero que me tragam na segunda-feira um trabalho sobre os motivos da guerra civil ter acontecido. Estão dispensados, exceto pelo senhor Padalecki. – completei, quando vi o garoto alto se levantando.
A classe inteira saiu, só ficando eu e o menino. Eu podia pular naquele pescoço belo e estraçalhá-lo com apenas uma mordida, mas havia o risco de alguém chegar, então eu teria que planejar tudo com muito cuidado.
- Sim...? – disse ele, colocando as mão na cintura e olhando para baixo. Eu cheguei mais perto, e com um toque leve em seu queixo, mas confiante, o fiz olhar para mim.
- Sei que amanhã é sexta, e que você com certeza deve estar querendo sair para se divertir. Mas você não vai. Amanhã, você vai para a sua casa, e depois de uma hora volte para cá. Eu o estarei esperando na sala dos professores, onde você cumprirá a sua pena pela sua petulância de hoje.
- Mas professor... – disse ele por entre meus dedos, olhando para mim com o seu melhor olhar de cachorrinho perdido. Eu tirei a mão de seu queixo e abri a porta da sala.
- Nem mais nem menos. Você já deve ter quase 18 anos, Jared. Aja como um homem e arque com as consequências. Agora vá para a sua aula de educação física.
- Tudo bem. – respondeu friamente, e passou por mim com a intenção de sair, mas eu coloquei o braço bem na sua frente.
- E Jared... Não pense que estou levando isso para o lado pessoal.
Nesse momento, ele se desvencilhou e passou por mim com passos fortes, mas não sem antes se virar e falar:
- Sim, você está. – e segundos depois eu estava só, mas isso não importava muito. Em quase todos esses séculos eu fiquei sozinho. A necessidade de companhia era dispensável. Havia porém outra necessidade já muito reconhecida. Guardei as minhas coisas e saí a largas passadas da sala. Era hora de caçar.
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A aula de educação física passou indefinidamente. Estávamos jogando vôlei, mas eu não estava nem aí. Aquele professor idiota. Por que ele havia implicado tanto comigo? Eu só havia feito uma pergunta e ele ficou todo irritado... Droga, eu queria sair para curtir uma balada amanhã, mas vou ter que ficar preso com ele cumprindo uma pena sem nenhum motivo. Tinha certeza de que ele iria caprichar só para eu demorar mais no castigo. Aquilo tirava qualquer vontade de jogar, e olha que eu adorava esportes.
Quando a aula terminou, fui andando devagar até o portão da escola, sem prestar atenção em nada, quando senti uma mão segurando o meu ombro. Instintivamente, pensei no professor e me desvencilhei com tudo, mas depois vi que era o meu irmão, que me olhava com um misto de humor e surpresa.
- Ei mano, o que foi que te deu? – perguntou, tentando não rir. EU me endireitei e balancei a cabeça.
- Você me assustou.
- Foi mal. E aí? Que tal se a gente for em uma pizzaria comer?
- Tudo bem. –respondi, olhando para baixo. A nuvem negra do meu dia ainda não havia passado. Stefan franziu a testa, mas não disse nada. Como eu o conhecia, sabia que ele só estava esperando uma oportunidade melhor, e ele teria várias essa noite. Fomos em silêncio até The Borderline's pizzaria, um lugar meio surrado, mas que em uma cidade pequena, deveria ser uma das atrações dali. Sentamo-nos em uma das mesas do fundo, na penumbra. O único motivo de ficar tão no escuro era que ali havia uma sessão para jogos, e Stefan adorava bilhar. Pedimos uma pizza de quatro queijos. Assim que o garçom saiu, meu maninho mais velho cruzou as mãos e me penetrou com o olhar, como se tentasse tirar da minha alma o motivo do meu estado de espírito. Desviei o meu olhar para um quadro atrás dele, me sentia desconfortado quando ele agia daquela forma. Como nada conseguiu, Stefan tentou ser mais direto comigo.
- Então, vai me contar o que aconteceu?
- Nada não. – menti. Nunca fui um bom mentiroso, mas não ia estragar a noite por causa dos meus problemas. – Só estou um pouco cansado.
- Vou fingir que acredito – devolveu Stefan, com aquele sorriso de triunfo que eu conhecia tão bem. – Sabe que pode desabafar comigo, sou seu irmão.
- O.k. – respondi, de repente sem vontade de esconder mais nada. – não vou mais poder ir para a festa amanhã. Terei que ficar na escola de castigo.
- Por quê? O que você fez? – indagou, agora bem mais preocupado do que já estava. Eu respirei fundo e lhe contei tudo. Quando terminei, suas mãos se contorciam em punhos.
- Amanhã mesmo eu vou na sua escola conversar com esse... – começou, mas eu balancei a cabeça e disse:
- Não, não. Calma, não vamos arranjar mais problemas. Eu vou cumprir o castigo e pronto. Prometa que você não vai fazer porcaria nenhuma.
- Mas, Jared... – disse ele, tentando argumentar, mas eu toquei em suas mãos e as apertei, tentando ganhar mais força com o contato físico.
- Por favor Stefan, me prometa.
Ele olhou diretamente nos meus olhos em total revolta, e depois para as nossas mãos entrelaçadas fraternalmente. Então. Relaxou e se endireitou na cadeira.
- Tudo bem, eu prometo, porém...
Nesse momento, a pizza chegou, e seja lá o que ele queria dizer, não pôde pela presença do garçom. Comemos em silêncio, e depois do jantar, insisti para jogarmos bilhar, com o intuito de tirá-lo de perto daquele assunto, com êxito, quando saímos, estávamos rindo e comentando as melhores jogadas. Quando estava entrando no Impala, parei para contemplar a lua cheia que pairava no céu. Curiosamente, ela me lembrou aquele jeito do professor Ackles, tão bonito, combinando perfeitamente com aqueles lábios cheios... Mas o que eu estou pensando? Eu não deveria dizer isso de um homem! O que estava acontecendo comigo? Talvez o estresse do dia esteja afetando o meu cérebro. É, deve ser isso. Entrei no carro e durante todo o trajeto, tentei deixar a minha mente vazia.
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No término da aula de educação física, eu estava no meio de uma árvore, olhando por entre as folhas os alunos saindo, mas nenhum era o que eu procurava. Por que ele estava demorando tanto? Já estava ficando ansioso, mas depois de alguns segundos, ele atravessava os muros da escola. Agora era só esperar ele ir para um lugar afastado e... Quem é aquele garoto perto dele? Com a minha audição apurada, rapidamente peguei a essência da conversa. O menino tinha assustado ele. Pelo jeito que o tratava, deveria ser o irmão mais velho ou algo do tipo. Tiveram uma conversa rápida e depois entraram em um Chevy Impala e foram para uma pizzaria. Eu poderia ter corrido um pouco, batido no carro, fazendo ele capotar com a minha força, e então secar o sangue das veias dos dois, mas por algum motivo que não entendi, não o fiz. Talvez ainda não fosse tempo.
Bem, pelo menos tinha um garoto do segundo ano que estava indo por uma rua cercada pelo bosque. Os garotos eram sempre mais fáceis do que as garotas. Elas sempre andavam em grupo ou os seus pais iam buscá-las.
Fui correndo por entre as árvores até está a uns dez metros a frente do garoto. Quando ele passou perto o bastante, saí do meio do bosque, segurei o seu braço e o joguei em uma árvore em uma floresta. Toda essa ação foi em duas oitavas de um segundo e pelo ruído de quebra, ele deve ter fraturado alguma perna.
Parei em frente a ele enquanto o mesmo tentava se levantar e o puxei de encontro a mim. Ele bateu na base do meu pescoço e eu o segurei contra o meu corpo. Ele conseguiu virar um pouco o rosto e deu para ouvir o assombro em sua voz quando perguntou:
- P- professor Ackles?
- Não mais para você – e logo depois, acariciei durante alguns segundos o seu pescoço com os meus lábios e perfurei com os meus dentes as suas peles.
O garoto deu um grito rouco de dor, mas eu continuei tateando com a mão em sua pele e mordendo seu pulso, sua coxa, seu peito, seu rosto, e a cada passagem, quebrando mais de seus ossos. Quando não havia mais sangue em suas veias, quebrei a base do seu pescoço e olhei para a lua cheia. Durante toda a minha alimentação eu só pensei em Jared. Eu o teria mesmo que isso me matasse. Mesmo que isso matasse nós dois, o sangue dele seria meu.
Agradeço a todos que gostaram, e se não for pedir muito, deixem o seu review, falando sobre a fanfic e deixando sugestões. Beijos.
Aviso: O segundo episódio sairá no sábado de noite.
