Titulo: Nas estradas da vida.
Autora: Ana Ackles
Fandom: Supernatural
Personagens Principais: Jensen e Jared
Gênero: Universo Alternativo.
Rating: M
Beta: Minha Anjinha: Angioletto
Resumo: Jensen e Jared são carreteiros, uma vida dura pelas estradas, onde há perigos, emoção, diversão, amores e preconceitos... Embarquem nessa boleia.
Essa história há muito era para ser postada, mas cada coisa tem o seu momento, é presente de aniversário da Michele, a minha joia das fanfics, mas está atrasada também, mas ela sabe do meu carinho e amizade, por isso sei que não tem problema, espero(cara de cachorro caído da mudança.) E ainda vou dividir a história com a Marina, ela não sabe matemática, mas adora um caminhoneiro, depois do Renato, é lógico.
Então minhas lindas essa fic é para vocês, lembrando-me das nossas conversas no twitter, sobre os motoristas do possante.
Eu sou filha de caminhoneiro com muito orgulho, e no meu sangue corre óleo diesel. Mas se papai lesse isso... Ia ganhar umas palmadas às mesmas que peguei quando ele me viu bebendo álcool puro.
Frases de para-choque de caminhão: Ainda sou criança só troquei o brinquedo.
"Roda, gira a roda, vai rodando
Mais um caminhão passando
Vai cortando o estradão."
Jared Pov
Vejo a estrada sumir por baixo do possante, os quilômetros vão sendo vencidos e estou cada vez mais perto de uma nova etapa na minha vida, e sinto que surpresas maravilhosas me aguardam. Acho engraçado dizer que é um novo começo, pois na verdade estou voltando para as minhas origens.
A estrada sempre fez parte da minha vida, literalmente, fui concebido em uma. Meu pai era carreteiro e carregou a minha mãe em uma longa viagem que já dura mais de trinta anos. E em uma dessas voltas eu nasci, na casa de uma parteira, na beira de uma rodovia federal.
Meu pai como qualquer profissional dessa área não quis que nenhuns de seus filhos seguissem essa vida árdua e solitária. Mas acho que filhos de carreteiros devem ter um pouco de óleo diesel nas veias... Meu irmão se tornou médico, a minha irmã é arquiteta e eu sou, ou melhor, era analista de sistemas.
A pergunta que não quer calar: o que estou fazendo aqui? Há quase dois anos tive uma grande crise de depressão, as paredes do meu belo escritório me sufocavam e viajar pela internet não me satisfazia mais, depois de um ano de tratamento, a minha cura foi uma loucura. Vendi meu carro, o meu apartamento duplex, a minha parte na empresa onde era sócio, e comprei uma casa simples e um cavalinho truckado Internacional azul anil e cromado, com cara de mal.
Me chamaram de louco, como deixar uma vida estável e de sucesso para se arriscar em uma vida sem descanso e paradeiro, mas mesmo esses que me condenaram já passearam na minha boleia. Os primeiros foram os meus pais, os olhos do velho brilhavam, já estava aposentado, depois de uma bela briga com a minha mãe, resolveu se manter aposentado e se contentar em viajar de vez em quando comigo.
Meu irmão já falou que metade de suas férias vai passar comigo, minha irmã também, resumindo acredito que sempre terei um carona curtindo as belezas, os riscos, as histórias felizes, tristezas e as aventuras que uma estrada pode trazer.
Falando assim parece que essa vida é uma beleza, perfeita, mas não a desejo para ninguém, pois ela é dura, muito dura.
Pensando na minha inexperiência meu pai me indicou para trabalhar com um antigo amigo de estrada, Alan Ackles, hoje dono de uma transportadora. Apesar de ter seus caminhões, também trabalha com motoristas autônomos que tem seus próprios cavalinhos, os contrata para puxar suas carretas.
A Transportadora Ackles tinha fama de ser uma das melhores em tratar bem seus empregados, os carreteiros sempre viajavam em comboio, de três para cima e uma vigilância via satélite era considerada a mais segura, por isso vinha crescendo muito no meio empresarial, no momento existiam em três estados: Michigan, Califórnia e Texas.
Estou indo me apresentar na filial de Michigan, Detroit, onde vivo, meus pais moram no Texas, onde nasci, e entraram em contato com Alan que me recomendou para o filho, Jensen Ackles, gerente geral da filial.
Conheci Jensen quando eu tinha dez anos e ele quatorze. Era época de férias e não tinha outra: meu pai nos colocava na boleia e junto com a nossa mãe percorríamos os Estados Unidos. Foi a primeira vez que meu irmão mais velho não veio, estava na universidade e não podia se afastar naquele momento.
A família Ackles também estava em uma situação parecida, o filho mais velho também não veio, Meg, minha irmã, fez logo amizade com a de Jensen e sobramos nós dois.
A amizade foi fácil apesar da diferença de idade, e os Ackles e Padalecki trocaram de filhos, Meg e Mack com os meus pais e Jensen e eu com os dele, e às vezes alternávamos.
Foram momentos inesquecíveis, passávamos o dia juntos, quando tínhamos oportunidades de parar em riachos ou hotéis com piscinas, Jensen me ensinava a nadar. Depois do almoço quando pegávamos a estrada, com o balanço no caminhão na parte de trás, que era uma cama, Jensen colocava um fone de ouvido e eu me recostava nele, e tirava a sesta da tarde, geralmente sentido às mãos dele no meu cabelo.
À noite dormíamos em motéis ou em posto de gasolinas cada um com seus pais, porém pela manhã já estávamos juntos novamente. Foram 20 dias nesse ritmo. Lágrimas e abraços na despedida, Meg e Mackenzie, trocaram um colar representando que seriam amigas para sempre. Nós dois um aperto de mão, afinal esse negócio de juras e presentes era coisa de mulherzinha, mas no final um abraço forte e demorado foi dado.
Nossos pais apesarem de ser texanos moravam em cidades distantes um do outro e não pudemos manter contatos, a internet não era uma realidade em nossas vidas. Todos têm amigos assim, especiais, mas que ficaram no passado e Jensen era um deles.
Quando liguei para empresa falei com a secretária, pela voz devia ser jovem e alegre, marcou a minha hora com o chefe, estava ansioso em rever aquele menino loiro, bonito e carinhoso, e quem sabe reatar a nossa amizade, apesar de algumas recomendações de meu pai. Se ele soubesse...
- Bom dia! Eu sou Jared Padalecki. – Me apresentei para a loirinha, pelo sorriso desconfiei que fosse a mesma com quem falei.
- Bom dia, sou a Alona de Tal, pode me chamar de Alona, Jensen está lhe esperando, pode entrar. – Disse a garota se levantando e abrindo a porta para mim, pelo jeito na empresa não existia tanta formalidade, apesar de aparentar ser bem organizada.
Quando entrei, não conseguir dizer mais nada diante daquela visão.
- Jared Padalecki, já sabe nadar? – Perguntou o homem mais perfeito se levantando de trás da mesa para me cumprimentar. – Quando você era criança falava bem mais.
- Desculpa. – Foi à única coisa que saiu da minha boca, mas como explicar que fiquei sem ação? Apenas apertei a mão que ele me estendia, e fiquei buscando nas feições másculas e belas, o rosto do garoto de 14 anos, que era bonito, mas meio andrógino. – Jensen, faz muito tempo.
- 18 anos. – Respondeu Jensen sorrindo, me olhando nos olhos e quase me afogo na intensidade daquele olhar. Suas mãos ainda seguravam a minha, esse toque demorou mais do que o necessário, porém muito menos do que eu gostaria. – Foi uma surpresa agradável quando recebi o telefonema de meu pai falando sobre você.
- Meu pai, desde que comprei o meu cavalinho, fala sobre as empresas Ackles, que seria o ideal, pois não tenho tanta experiência nas estradas. Na verdade fiz apenas cinco viagens, mas somente dentro do estado, e para sossegar o velho resolvi vir aqui e tentar, mas como já falei sou novo e...
- Hey! – Disse Jensen interrompendo – Já reconheci o garoto tagarela, que dei as primeiras aulas de natação.
- Desculpe. – Pedi novamente.
- Jared, você pede muita desculpa sem motivo. – A voz de Jensen me tirou de meus pensamentos, ainda bem, pois sentir um calor onde não deveria e seria muito constrangedor. – Você passa no RH, preenche os papéis necessários e temos de instalar alguns programas no computador de bordo e um pequeno aparelho. Tudo isso faz parte do sistema de segurança da empresa, e amanhã mesmo você parte junto com um comboio de 5 carretas, uma viagem curta em 10 dias estará de volta.
- Assim sem nenhuma entrevista ou teste? – Perguntei não achava isso certo, pois a empresa Ackles era muito procurada pelas vantagens que oferecia para os motoristas.
- Jared, nossas famílias se conhecem, então você é de confiança, o teste será na estrada. E além do mais, com uma Internacional Luxo que você dirige, se houvesse uma prova, metade já estaria na mão. – Respondeu Jensen sorrindo e olhando pela janela na direção onde tinha estacionado a minha máquina. – Agora vá resolver a parte burocrática e quero almoçar com o meu amiguinho de infância.
- Amiguinho de infância? – Perguntei rindo.
- Tudo bem o amiguinho está bem grandinho! Mas mesmo assim quero almoçar com ele. – Respondeu Jensen com um sorriso nos lábios perfeitos, fazendo me questionar se aquela boca sempre foi de pura perdição.
Isso me faz pensar que meu pai brigou por eu virar carreteiro, mas perdoou, porém acredito que não haveria perdão caso ele descobrisse que sou gay. Sei disso que apesar dele querer que eu trabalhasse para a Transportadora Ackles, não me queria na filial em que o Jensen administrava, pois todos sabiam de sua homossexualidade.
"- Eu sei que vocês ficaram próximo naquela viagem, por favor, sem muita conversa com o Ackles. – Disse seu pai. – Pobre Roger ter um filho desse jeito." Jared se lembrava das palavras de Gerald Padalecki, e agora estava indo almoçar com o loiro, e feliz pelo convite.
Jensen Pov.
Quando meu pai pediu que contratasse Jared Padalecki, realmente não pensei duas vezes, pois nunca me esqueci daquele garotinho que ensinei a nadar, e tinha a mesma paixão do que eu: caminhões.
E sabendo da pouca experiência em estrada, achei perfeito ele vir para a empresa. Tenho um lado protetor, mas eu não esperava que aquele menino desengonçado se transformasse nesse homem lindo de corpo perfeito, mas com um sorriso tão inocente que me fez lembrar a criança que muitas vezes dormiu no meu colo. Será que ele gostaria de dormir de novo recostado no meu ombro? Depois de uma noite...
Acorda Jensen! Meu pai disse para não dar em cima do filho do amigo dele! Meu pai... Ele... Posso dizer que foi difícil em aceitar a minha sexualidade, de certa forma sou uma vergonha para ele perante os amigos de estrada. Mas agora depois de muitos anos e briga com a minha mãe, já conversamos, porém ainda sou sinônimo de perversão, por isso a recomendação.
Perversão? Acredito que depois de ter assumido que sou gay minha vida sexual diminuiu bastante, imagine se no meio de um escritório ser homossexual é uma barra, em um bar repleto de caminhoneiros é suicídio, quando não são os machões aproveitadores, são os homofóbicos, os piores são os dois aproveitadores e homofóbicos.
Muitos até gostariam de me ter em suas camas, mas por debaixo da lona, porém não saí do armário para ficar escondido nas boleias pelas estradas. Então me mantenho afastado, e como o meu meio social é esse, estou virando monge.
Sei que terei que aguentar piadinha por causa desse almoço com Jared, acredito que deverei avisá-lo, pois com certeza pegarão mais no pé dele do que no meu, afinal sou o chefe.
No restaurante próprio da empresa esperei Jared em uma mesa onde estavam os outros quatro motoristas que viajariam com ele.
- Jared, quero te apresentar, Jim Beaver, Mark Pelegrino, Matt Cohen e Steven Willians, eles serão os teus companheiros de viagem amanhã. – Falei apresentando o grupo. – E esse é o filho do Gerald Padalecki, lembra-se dele Jim?
- Rapaz! Lembro que era um moleque magricela que chorou muito quando o joguei na piscina e lembro que alguém ficou de mal comigo por causa disso. – Entortei a boca em um sorriso, pois fui eu que fiquei com raiva do velho caminhoneiro. – Seja bem vindo, aqui somos uma grande família. – Jared sorriu e cumprimentou a todos, "que sorriso lindo", não pude deixar de pensar.
- Jensen senta aqui. – Pediu Matt apontando uma cadeira ao seu lado, sentei para não chamar atenção, porém não gostei. Cohen teve a sua vez comigo e por não ser homem suficiente para assumir, perdeu, mas sempre que tem oportunidade tenta aproximação ou me chamar atenção como agora, porém com Jared presente essa missão está impossível, claro que tento disfarçar, para evitar falatórios.
- Quem desenvolveu esse programa de rastreamento? – Jared estava visivelmente interessado no sistema de segurança da empresa.
- Fui eu, o meu único trabalho na minha área de formação. – Respondi orgulhoso. - Sou analista de sistema, programador e técnico. Os funcionários que cuidam dessa parte, mas um está de licença médica, e o outro saiu para resolver uma situação do seu filho na escola. E como sei fazer e é necessário...
Jared POV
- Minha formação também é essa. – Disse e feliz, não sei por que, talvez pela coincidência de termos algo a mais em comum e observando os braços fortes se movimentando, sinto a temperatura aumentando ao vê-lo deitado no banco do motorista apenas com uma camiseta verde. Não consigo deixar de pensar se isso seria provocação.
- Bom que o teu cavalinho já tem rádio, e fica bem mais fácil a implantação do sistema. E além disso, tem o telefone via satélite, todos da empresa tem um, o mantenha carregado. O número um na discagem rápida é a central de segurança, nem precisa falar vão te localizar, o dois é o meu número, pode ligar para resolver problemas da empresa, ou para bater um papo. – Seria isso uma cantada, melhor deixar quieto, acho que não. – E o três é de Misha Collins o subgerente, o segundo na empresa e amigo pessoal, no momento está na estrada.
- E você apenas administra a empresa, não tem vontade de sair pelas estradas? – Eu sabia que Jensen amava caminhões, pois quando crianças ele colecionava miniaturas e imagens dos mais diversos tipos, marcas e modelos, e agora não acreditava que se contentava em apenas observa-los.
- Na verdade Misha e eu reversamos, quando ele viaja eu fico e vice versa, não conseguiria viver sem pegar o possante. Eu dirijo a Rainha, uma Internacional Luxo, uma dama negra de 20 anos. – Jensen falou com orgulho, seus olhos brilhavam e eu entendia por quê. – Quando terminarmos, o levo para conhecê-la. – Agora me ajuda aqui, entra pelo outro lado.
Deitei no banco pelo lado do passageiro e fiquei segurando um localizador da empresa enquanto Jensen o parafusava.
- Está quente. – Comentou o loiro, demorei a perceber o que ele falou, pois estava concentrada e morrendo de inveja de uma língua atrevida que estava lambendo aqueles lábios, que na minha mente tinham uma única palavra para definir: pornográficos.
- Está mesmo, fecha a boleia e liga o ar. – Falei, acho que a minha voz saiu cheia de más intenções.
- Não precisa, estou terminando. – Achei uma pena.
- Jensen, ele é incrível! – Jared exclamou encantado ao ver o cavalo preto e com detalhes na frente, os canos duplos da descarga e os tanques cromados.
- Ele não! Ela! – Corrigir acariciando a lataria. – Era do meu pai, participei ativamente da reforma dela. Jared eu queria comentar algo, para não te deixar constrangido. – Eu tinha observado alguns olhares maliciosos em direção a nós dois e deveria alertar o moreno. – Os nossos colegas podem insinuar que temos... É...
- Que somos amantes, por que você é gay? – Disse Jared completando o meu pensamento.
- Eu sei que nesse meio não existe muito segredo, mas você é novato e já sabe? – Disse surpreso.
- Meu pai me contou e pediu para não ficar muito próximo de você, pois poderiam pensar mal de mim. – Contou Jared e desviei o olhar, fiquei um pouco triste, não queria que o moreno se afastasse de mim por causa da minha sexualidade. – Mas não me importa o que vão pensar, afinal, uma vez cair na piscina e apenas me salvei por que um garoto loiro me ensinou a nadar, te devo a minha vida. – Sorrir com o jeito travesso que comentou isso.
- Valeu. – Disse simplesmente. – Mas não quero causar problemas entre seu pai e você.
- Jensen, sempre tive amigos gay, alguns até levei em casa. Isso não é problema. – Jared mordeu os lábios como se estivesse em dúvida de alguma coisa. – Eu estou curioso, como você se assumiu assim perante todo mundo e seu pai como lidou com isso?
- Eu tive uma esposa, gostei muito dela, tanto que resolvi casar e me curar. – Sorri de maneira irônica, não vi mal algum em contar esse episódio da minha vida ao Jared. – Mas não deu certo, contei tudo a Danneel, ela entendeu até por que desconfiava, porém o pai dela descobriu o motivo da separação e no meio de uma festa de carreteiros, na presença da minha família, jogou tudo no ventilador. Lembro que meu pai ficou me olhando querendo que eu negasse, mas não neguei e ali mesmo peguei uma surra, não apanhei mais por que me tiraram da mão dele. – Respirei fundo, pois essas lembranças ainda doíam.
- Desculpa a curiosidade. – Senti que Jared percebeu a minha dor.
- Tudo bem, foi o pior e o melhor dia da minha vida. O pior por que briguei com meu pai e o melhor por que foi libertador poder ser eu mesmo. Você vai dormir aqui? Temos um alojamento. – Troquei de assunto.
- Vou ficar aqui, mas dormirei na minha boleia. – Jared me olhou, achei estranho, mas não pensei nisso. Apenas me deu uma vontade de experimentar essa boleia. Esquece isso, não pude deixar de me recriminar, porém sonhar é de graça. E esse moreno hoje fará partes do meu sonho molhado.
"Vivo a vida feito um passarinho
Só que levo o meu ninho para onde eu quiser."
Minha Paixão é a estrada, Fernando e Sorocaba.
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Cantinho da beta:
(Adorei a cara de mal..) em relação ao caminhão de Jred.
(que fofo!) Jared dormindo no colo e Jared.
(Almoçar COM ou almoçar O amiguinho? Hahhaha) Isso é para depois
(Sei, e eu acredito nesse loiro!) Sobre a vida de monge do loiro
(junto com o Impala viram um belo par!) A carreta do Jensen
(Clichê, mas gostei!) A descrição da Rainha!
