Disclaimer: Qualquer personagem, lugar, feitiço…ou qualquer outra palavra que reconheçam dos livros ou filmes aqui, não me pertence. É exclusivamente de J.K.Rowling e da Warner Bros. Não estou ganhando nada além de divertimento ao escrever esta fic.

Aviso: Fic classificada M por conteúdos sexuais e alguma violência.

Capítulo Um

Ginny Weasley, quero dizer, Molly Prewett, porque fazia seis anos que ela não usava o seu verdadeiro nome, nunca mais fora vista no mundo mágico. Na verdade ela simplesmente sumira da face da terra e escondera-se ali, naquela praia deserta, longe de tudo e de todos. Não usava magia, não falava com ninguém a não ser os muggles da aldeia e só vivia para uma única pessoa: a sua filha Josephine.

Ela acreditava que havia sido dada como morta. Custava-lhe ainda pensar em como estaria a sua família, sem saber o que acontecera com ela mas as coisas que haviam acontecido não lhe deram outra chance senão desaparecer.

Molly, como a vou chamar por enquanto visto ela querer esconder a sua verdadeira identidade, passou as mãos pelo cabelo ruivo e suspirou de alívio. Finalmente conseguira acabar de analisar o documento que lhe haviam enviado. Conseguira trabalhar como criptógrafa tanto para o museu da aldeia como para a polícia local. Era uma aldeia cheia de história aquela Crosshaven, embora as pessoas só a conhecessem pelo clube de iates ou pelos feitos da equipa de futebol. Era uma pequena, pitoresca, tradicional e histórica aldeia no sul da Irlanda. Ali, numa praia entre rochedos em que o acesso era difícil através de um trilho acidentado, a ruiva encontrara a paz.

Mas aquela noite não era pacífica. Uma das piores tempestades de sempre fora anunciada. Já se sentia o vento forte na janela e o mar, que habitualmente se enrolava na areia parecia estar zangado com a sua eterna amante.

Molly levantou-se e saiu da cave onde montara o seu pequeno escritório. Já na cozinha decidiu fazer um café pois ainda faltava ela dar uma olhada ao livro que o museu pedira para ela identificar. Julgavam ser de um escritor famoso que passara ali os últimos dias da sua vida e que codificara poemas.

Olhando pela janela, ela tomou a bebida quente, arrepiando-se só de pensar no frio que estaria lá fora e depois desceu novamente para o seu pequeno recanto na cave.

Abriu o livro e suspirou. O seu corpor estava cansado, o seu cérebro latejando, os seus olhos mal se abriam. Precisava encontrar determinação para voltar a trabalhar. Começou a ver os pequenos símbolos ali escritos e percebeu logo que já vira antes aqueles desenhos.

Uma única palavra veio á sua mente: Hogwarts!

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O caos rompera pelos corredores de Hogwarts. Parecia quase impossível distinguir o amigo do inimigo. Devoradores (Comensais) da Morte, Aurores e membros da Ordem da Fénix misturavam-se numa explosão de feitiços e maldições. Já vários corpos ensanguentados estavam espalhados pelo chão. O cheiro a morte penetrava nas narinas de todos fazendo os bons se sentirem mal por não os terem salvo e espicaçando os maus por conseguirem espalhar tanta destruição.

Ginny corria entre eles, com George e Fred atrás dela, a protegendo, para grande aborrecimento da ruiva. Todos ainda a tratavam como se ela fosse uma criança. Não precisava ser protegida, sabia muito bem se defender. Mas ninguém via isso. Nem mesmo o seu ex-namorado, Harry Potter parecia ter percebido que ela já era senhora do seu nariz.

-Esconde-te ali, Gin! – Gritou um dos gémeos, apontando para a entrada da Sala de Requerimento (Sala Precisa).

Ginny bufou indignada, mas fez o que lhe mandavam, esperando conseguir escapar dali o mais depressa possível e se juntar á batalha.

Fechou a porta atrás de si e encostou o ouvido nela. Só conseguia ouvir gritos, passos e explosões do outro lado. Suspirou furiosa. Queria lutar, queria defender os seus valores, a sua família. Queria estar do lado de Harry quando ele derrotasse Aquele-Cujo-Nome-Não-Deve-Ser-Pronunciado.

Virou-se e caminhou frustrada pela sala escura até que reparou numa sombra ao fundo, uma silhueta sentada no chão.

-Te escondendo, Weasley?

A voz não deixou qualquer sombra de dúvidas sobre quem era. Ginny agarrou a varinha e apontou na direcção da pessoa.

-Sim, mas contra a minha vontade, Malfoy. E tu o que fazes aqui?

-Estou tentando me manter á parte. Estou fora desta guerra. – Ele disse simplesmente.

-Não foste tu que libertaste os amigos do teu pai dentro da escola? Não foste tu que foste enviado para matar o Professor Dumbledore?

-Não podes provar isso e mesmo que pudesses, as pessoas fazem coisas extraordinárias quando o que é importante para nós está em risco. – Ele continuou na mesma voz indiferente.

-Quer dizer que não estás do lado de Vol…

-Não digas o nome dele! – Pela primeira vez a voz do louro mostrava-se afectada.

-De que lado estás?

-Estou do lado que me convém, que neste momento é nenhum pois estão todos lá fora se matando. Prefiro ficar aqui até que estejam todos mortos e eu possa viver em paz.

Ginny não conseguia acreditar. Como é que alguém podia ser tão indiferente a tudo aquilo.

-Então porque fizeste tudo aquilo o ano passado?

Viu-o levantar-se e caminhar na direcção dela calmamente. Não conseguia ver o rosto dele mas desejava fazê-lo.

-Tu farias o mesmo se a tua vida estivesse em jogo…

-Nã… – Ela tentou interrompê-lo mas ele continuou.

-E a dos teus pais também. Se Ele tivesse te olhado com aqueles olhos maquiavélicos apontado a varinha á garganta da tua mãe jurando matá-la se não fizesses o que ele mandava tu não terias coragem de dizer que não.

Ginny engoliu em seco. Sempre julgara que Draco fizera aquilo para seu belo prazer, para se mostrar capaz, para se impor perante Voldemort, para ver a destruição em Hogwarts e ver os traidores de sangue e os sangues de lama sofrerem. Nunca julgou que tivesse outra razão. Era mais fácil culpar Draco por crueldade do que por medo pela vida de outros que não a dele.

-Não dizes nada, Weasel?

-Eu não…sabia.

-Claro que não. Nem sei porque te estou contando. Se calhar pela certeza que um de nós irá morrer antes que esta guerra acabe.

-Não digas isso!

-É verdade! A batalha lá fora está longe de acabar e… bem, seja qual o lado que vença eu serei sempre culpado.

-O Harry não te condenará se souber porque o fizeste!

-Claro! O Santo Potter irá ser misericordioso com os que mostraram lealdade. Sabes que Voldemort disse o mesmo: "Eu serei misericordioso contigo, jovem Malfoy, se me mostrares genuína lealdade." – Draco disse imitando perfeitamente o sibilo que era a voz de Voldemort.

-Não é o mesmo. O Harry não está lutando por poder, o Harry só quer paz.

-E eu só quero que isto acabe. – Draco disse encolhendo os ombros e sentando-se novamente. Não sabia porque estava dizendo aquilo a uma pessoa que não era nada para ele. Alguém a quem sempre tivera aversão. Naquele momento ela pareceu-lhe a pessoa ideal para conversar. Impressionante como, quando confrontadas com a morte certa, as pessoas sentem as coisas mais extraordinárias. Porque ele tinha a certeza que não sairia vivo daquela sala.

Ginny olhou para ele durante alguns segundos, sem saber o que dizer. Não gostava de Draco, mas agora percebia porque ele cometera o crime do ano anterior. Ele tinha razão, talvez Ginny tivesse feito o mesmo se a vida da sua família estivesse em jogo.

Depois de alguns segundos, aproximou-se da porta. Não ouviu qualquer ruído no exterior. Estava na hora de escapar dali e se juntar á batalha.

-Onde vais?

-Lutar. Não consigo ficar aqui sem fazer nada.

-Estás louca? Vais morrer lá fora!

Ginny voltou-se para ele novamente.

-Lumos. – A sua varinha acendeu-se. A ruiva espantou-se por ver um Draco Malfoy tão degradado, tão fraco e derrotado. – Desde quando te preocupas comigo?

Draco soltou uma gargalhada sarcástica.

-Desde que sei que mal saia por aquela porta vou ser morto!

-Talvez consigas sair comigo e encontres uma saída… – mas as palavras dela foram interrompidas por um estrondo. Ginny voltou-se. Tinha vindo da porta. E novamente aquele barulho ensurdecedor.

-Afasta-te. – Draco puxou-a para longe da porta.

-Sabemos que estás aí, Malfoy e vamos entrar! Não tens saída!

Ginny olhou para o louro um pouco assustada e só então reparou que tinha os braços á volta do pescoço dele. Afastou-se imediatamente.

-Também sabemos que tens uma Traidora de Sangue contigo. Ou saem agora ou morrem os dois.

Os dois jovens continuaram em silêncio. O medo da única filha de Molly Weasley dissipou-se e ela ergueu o punho. Se eles iam entrar, ela ia lutar.

-Estás parva? Não consegues lutar contra todos eles. – Draco murmurou bem junto do ouvido dela. A rapariga sentiu um arrepio inexplicável.

-E vou fazer o quê? Ficar aqui parada enquanto eles me matam? – Ela disse no mesmo tom que ele.

-Eles não conseguem entrar, tenho a certeza, só que alguma vez teremos que sair. Estamos condenados! Mas eu quero prolongar a minha vida o máximo possível.

Ginny ficou olhando para ele. Ele era demasiado pessimista. Talvez os Devoradores da Morte se cansassem e eles conseguissem escapar.

-Podemos passar aqui dias, meses se quiserem…talvez quando consigamos entrar só encontremos os vossos ossos, mas de qualquer maneira vão morrer. Talvez fosse melhor saírem, quem sabe o Senhor das Trevas não esteja de bom humor logo que acabe com o pirralho do Potter. Aconselho-vos a sair!

Ginny abriu a boca para responder mas Draco tapou-a.

-Não tornes isto pior do que já está. Eles têm razão. Estamos condenados por isso não te armes em Gryffindor corajosa que não te vai valer de nada. Aceita o teu destino. Vamos morrer aqui os dois. – ele murmurou-lhe no ouvido.

NÃO! Ginny não podia aceitar isso. Ainda tinha tanto para viver. Ela nunca visitara as Cataratas do Niágara, ela queria ser uma Auror bem sucedida, ela queria ter três filhos, ela queria ter a sua casa… "Meu Merlin! Eu quero perder minha virgindade! É estúpido, eu sei mas… eu não quero morrer assim, sem saber o que é a vida!"

-Não! – Ela murmurou. – Não podemos morrer assim. Eu sou muito jovem, eu ainda não sou maior de idade, eu ainda sou virgem… eu não sei o que é a vida!

-A morte não escolhe idades, Ginevra! – Draco disse e depois reflectiu sobre o que ela disse e começou a rir.

-Estás louco? Isto não tem piada. Estamos aqui prestes a morrer e tu ris? – Ele forçou-se a manter a voz baixa apesar da sua indignação e raiva.

-Tu… tu ainda és virgem? O maravilhoso e perfeito Harry Potter ainda não…?

-O Harry é um cavalheiro!

-Ou talvez ele seja homossexual.

Ginny levantou a mão para esbofeteá-lo mas o louro foi mais rápido e agarrou-a pelos pulsos fortemente. A varinha de Ginny caiu ao chão. A ruiva amaldiçoou-se por não lhe ter lançado um feitiço em vez de tentar lhe bater.

-És um idiota, um cretino… - ela disse tentando se libertar.

-Desculpa. Não te queria chatear, mas não me controlei. Foi o hábito! – Ele disse e largou-a. Ela não podia ter ficado mais surpresa.

-Estás me pedindo desculpa?

-Não quero morrer chateado contigo, ruiva! – Draco sentou-se no chão. Ginny ficou em silêncio mas depois sentou-se ao lado dele.

-Porquê?

-Porquê o quê? – Ele inquiriu levantando a sobrancelha.

-Porque não queres morrer chateado comigo?

-Porque… acho que até nem te odeio tanto assim.

-Como? – Aquilo era tão surreal. Draco Malfoy dizendo que não odiava uma Weasley?

-Eu não te odeio de todo. Na verdade até de admiro. Acho-te bonita, inteligente e gosto da tua audácia e do teu espírito rebelde e arisco. É verdade que sempre te maltratei e sempre me convenci que te odiava, mas era porque era orgulhoso e sempre aprendi a ser assim. Agora acho que já não vale a pena.

-E porque me dizes isso agora?

-Porque vou morrer. Não tenho nada a perder em contar-te a verdade, ruiva.

-Quer dizer que até gostavas de mim mas me maltratavas porque ia contra os teus princípios.

-Acho que até era mais do que gostar mas seria demasiado humilhante admitir isso.

-Eu também gostava de ti, de uma certa maneira, achava-te o rapaz mais interessante e bonito de Hogwarts. Um idiota presunçoso, arrogante, preconceituoso e egoísta mas lindo de qualquer maneira.

Draco sorriu. Ginny viu pela primeira vez Draco rir genuinamente, iluminado com a pouca luz que provinha da varinha da rapariga.

-Tive inveja do Potter quando te vi com ele. Como é que alguém tão… perfeito como tu acabou com um rapaz tão…complicado?

-Eu gostava dele… quero dizer… gosto dele!

-Mas achavas-me bonito!

-E interessante.

O sorriso de Draco desapareceu enquanto ele a olhava profundamente nos olhos. Ginny sentiu um arrepio percorrê-la. Agora, que tinha a certeza que ia morrer, qualquer inibição parecia ter desaparecido. Todos aqueles mínimos desejos e fantasias afloravam a uma velocidade surpreendente, coisas, que já ela não se lembrava, voltavam á sua memória. Os seus instintos estavam á flor da pele.

E foi por instinto que ela rodeou o pescoço dele com os seus braços e beijou-o fogosamente. Draco correspondeu e rebolaram ambos no chão entre carícias urgentes e beijos sedentos.

Draco passou a mão pela coxa descoberta da ruiva e levemente foi levantado a saia. Ginny gemeu levemente. Era uma loucura o que faziam, mas o que importava? Iam os dois morrer ali.

A rapariga abriu a camisa branca dele violentamente fazendo voar botões para todas as direcções. Draco riu mas o riso perdeu-se nos lábios dela que cobriram os dele.

Rebolaram novamente, Draco acabou ficando em cima dela.

O barulho fora do quarto era pior que nunca. Os gritos, as explosões… a batalha estava no auge mas aqueles dois jovens estavam alheios a tudo isso. Só conseguiam ouvir a respiração ofegante do outro, o roçar dos seus corpos, os beijos apaixonantes, as carícias ousadas.

O louro estava inebriado pela sensualidade da ruiva.

Entre beijos, toques desesperados e até dentadas eróticas, viram-se livres da roupa.

Ela era linda, o corpo dela parecia quase irreal, iluminado pela pouca luz da varinha. Aquele momento era tão mágico que Draco julgou não ser verdade. Já sonhara com aquilo, depois sentia-se zangado por ter daqueles sentimentos em relação a uma Weasley. Mas naquele momento nada importava, só eles os dois e aquele sentimento avassalador que despertara dentro dos dois.

Draco cobriu os lábios da ruiva, agora com mais carinho e deslizou lentamente para o interior daquele corpo perfeito. Sentiu-a ficar tensa e as unhas dela cravarem nas suas costas. Ele moveu-se com cuidado. Sentia como se ela fosse uma pedra preciosa, que é necessário cuidar e tratar com a maior delicadeza. Até quase sentia a dor dela nele.

Mas aos poucos, Ginny foi relaxando e foi sendo assaltada por uma sensação de prazer.

Pouco tempo depois, estavam ambos deitados no chão frio, abraçados um ao outro.

-Que loucura foi esta, Malfoy?

-O que importa? Vamos morrer mesmo! – Ele disse acariciando os cabelos vermelho flamejante dela. – E chama-me Draco, por favor.

-Pelo menos não morro virgem. – Ela brincou.

Draco riu e Ginny ficou olhando para ele. Ficava muito mais bonito quando sorria.

Sem conseguir se conter, ela colocou-se em cima dele e beijou-o apaixonadamente. Não sabia porque sentia aquilo. Tinha a certeza que amava Harry, mas aquele estranho sentimento que despertara dentro dela era indomável. Talvez fosse a certeza que estava condenada que a desinibia e a fazia sentir aquelas coisas por um rapaz que sempre odiara ou… o ódio e o amor são duas faces da mesma moeda. Ela concluiu. Mas não era amor. Era desejo, paixão… não amor.

Ficaram se beijando durante vários segundos, até que uma explosão os afastou. Viram a porta vacilar.

-Julguei que tinhas dito que eles não conseguiam entrar! – Ela disse um pouco aflita.

-E não podem!

Mais um estrondo e a porta vacilou mais um pouco.

-Parece que te enganaste. – Ela disse com os olhos arregalados.

-Parece que sim. – Draco admitiu um pouco assustado. Então lembrou-se que estavam ambos nus. Rebolou sobre Ginny, deixando-a deitada no chão e levantou-se. – Melhor nos vestirmos.

Ginny assentiu com a cabeça e levantou-se também. Vestiram-se rapidamente e olharam para a porta. A porta vacilava repetidamente. Agarrou na sua varinha e apontou-a na direcção do barulho.

-Nox! – A luz apagou-se. – Não tens a tua varinha? – Ela perguntou no meio da escuridão.

-Perdi-a quando estava fugindo da minha tia! – Ela notou o embaraço na voz dele. Tinha a certeza que ele não gostava da ideia de morrer sem poder lutar pela sua vida. Sentiu a mão quente de Draco apertar a sua e sorriu.

Ouviram um grande estampido e a sala foi iluminada. A porta rebentara de vez e á frente deles pelo menos sete Devoradores da Morte lhes apontavam as varinhas.

Ginny respirou fundo e gritou, ao mesmo tempo que os homens á sua frente lhes lançavam feitiços:

-Protego! – Uma barreira foi criada entre eles e os seus atacantes. Viram os feitiços serem atirados noutra direcção mas sabiam que a protecção não ia durar para sempre. Entreolharam-se por um segundo apenas e um a ruiva sentiu um aperto no coração que não tinha nada a ver com medo de morrer. Era como se na sua morte ela fosse recordar aquele momento que partilhara com aquele rapaz que passara a gostar além de simples gostar, como se fosse ter saudades dele, mesmo estando morta.

-Temos que tentar chegar á porta. – Ele sussurrou, surpreendido com ele mesmo por dizer aquilo. Momentos antes ele tinha aceitado o seu triste destino mas agora queria lutar para viver. Era como se Ginny lhe tivesse dado a razão que precisava para lutar. Ela era a razão.

Viu-a assentir com a cabeça mas o olhar determinado da ruiva não se desviava mais dos Devoradores.

Precisavam de uma estratégia de fuga. A mente do Slytherin começou a trabalhar a uma velocidade estonteante. Viu uma brecha entre a muralha de Devoradores da Morte. Se pelo menos tivesse a sua varinha!

-Ginny, tenta desarmar um dele e tenta que a varinha venha na nossa direcção. – Draco murmurou.

-Mas vou ter que baixar a protecção. – Ela retrucou no mesmo tom de voz embora com aquela desordem toda os Devoradores não os pudessem ouvir.

-Eu sei. Mas baixas apenas quando eu disser. Vamos nos separar durante alguns segundos apenas. Eles não vão estar á espera e vão demorar a se organizar. Será pouco tempo por isso tens que fazer tudo muito rápido mas sei que consegues. – Ele disse. Ginny sorriu mas sem olhar para ele.

Draco respirou fundo e preparou-se.

-Já! – Gritou.

Ginny baixou a protecção e gritou:

-Expeliarmus! – O feitiço atingiu um dos atacantes. A varinha voou e Draco, que corria na direcção oposta apanhou-a no ar, dando um salto. Caiu no chão rebolou e logo de seguida levantou-se, com uma agilidade digna de um Seeker.

Gritaram ambos em conjunto:

-Protego!

Voltaram a ficar protegidos mas agora estavam separados. Sentiram ambos uma sensação de desamparo. Separados era como se a sua determinação e coragem falhasse.

Durante algum tempo foram alvo de maldições e os atacantes fechavam o espaço entre eles até que já não era apenas as suas barreiras que os separavam mas também várias pessoas vestidas de negro.

Draco viu que daquela maneira não iam a lado nenhum. Teria que baixar a protecção e lutar a valer, pelo menos para salvar a rapariga. Os seus olhares cruzaram-se.

Ginny percebeu o que ele ia fazer e abanou a cabeça. Draco apenas sorriu e baixou a sua protecção.

Vários feitiços foram lançados na direcção dele. Felizmente ele conseguiu escapar a todos, correndo, saltando, rebolando no chão. Alguns dos seguidores de Voldemort que se dedicavam a Ginny viraram-se para Draco, deixando-a apenas com dois.

Raios violeta saíram da varinha dele, atingindo dois Devoradores que foram projectados para trás. Ginny viu jorros de sangue. Draco usara o Sctumsempra. Percebeu que também não poderia ficar ali para sempre. Sem pensar duas vezes, também ela baixou a sua protecção.

-Stupefy! Stupefy! – Ela lançou, atingindo os seus únicos atacantes. Nunca julgou ter tanta sorte. Ficou sem saber o que fazer por poucos milésimos de segundo.

"Corre, sai daqui. Salva a tua vida, Ginny!" a voz de Draco disse dentro da cabeça dela. Ela olhou para ele surpreendida mas ele já havia desviado o olhar. Um Devorador da Morte virou-se para ela.

-Crucius! – Ele gritou mas a ruiva conseguiu se desviar.

-Stupefy! – Ela lançou mas também ele conseguiu se esquivar. A ruiva então correu para a porta, agora livre. Mas não conseguiu sair. Olhou para trás e viu Draco rodeado de Devoradores da Morte. Podia ela abandoná-lo ali depois do que haviam passado?

-Crucius!

A ruiva foi atingida em cheio. Draco gritou e viu-se invadido pela fúria e determinação. Lançou maldição a vários Devoradores até conseguir uma brecha entre eles suficiente para atingir o homem que torturava a rapariga.

-Avada Kedavra! – Draco gritou. Um raio de luz verde saiu da varinha que tinha na mão e atingiu o Devorador da Morte em cheio. Ginny deixou de se contorcer. Draco nem teve tempo de se certificar que ela estava bem e foi atingindo por uma maldição no braço esquerdo. Sentiu uma dor agonizante pelo braço todo e depois perdeu a sensibilidade naquela zona, mas não podia descansar.

Viu a ruiva olhar para ele uma última vez, incerta do que fazer.

-FOGE! – Ele gritou, já ofegante. Viu-a vacilar por uns segundos mas depois a rapariga saiu a correr. Draco viu os cabelos vermelhos virarem no corredor e perdeu-a de vista.

Acordou sobressaltada. Demorou a se lembrar onde estava, sonhara de novo com aquilo. O Pior é que não eram sonhos, eram memórias que ela gostaria de deixar para trás.

Percebeu logo depois que alguma coisa estava mal. Ouvia pancadas fortes na porta da rua. A tempestade era audível mas nem o vento, nem a chuva nem mesmo o granizo e os trovões fariam aquele barulho.

-Está alguém em casa? - a voz de um homem surgiu da rua.

Molly petrificou. Nunca, naqueles anos todos alguém conseguira dar com a sua casa. Era o seu segredo, o seu refúgio, o seu esconderijo. Agora, de repente sentia-se exposta. Ainda por cima um homem.

Que havia ela de fazer?

N/A: Fic sem spoilers de Deathly Hallows. Qualquer semelhança que encontrem com o livro é pura coincidência pois já tinha escrito o prólogo desta fic antes de DH sair logo não conto com os eventos do livro aqui. Vou escrever mais algumas fics sem ter em conta o livro final por respeito a quem ainda não o leu. Depois verei o que farei dados os eventos finais. Espero que gostem desta fic. O Sonho de Ginny/Molly era inicialmente o prólogo da fic mas achei que ficava melhor assim. Dá algum mistério ao enredo. Ainda está um pouco confuso mas iram perceber a história com o desenrolar dos capítulos. Coloquei o primeiro capítulo já porque talvez não posso aceder á Internet durante algumas semanas visto que vou para a faculdade e ainda não é certo onde eu vá ficar. Beijos e Comentem!