Disclaimer: Death Note pertence à Tsugumi Ohba e Takeshi Obata. Utilizo seus personagens apenas por diversão. A fic não tem fins lucrativos, logo, não lucro nada com isso.

CASTELO DE CARTAS DESPEDAÇADAS
Arashi Kaminari

O caso Kira estava oficialmente terminado. E eu, despedaçado.

Eu deveria estar feliz; não houve baixas em minha equipe e nenhuma em qualquer lugar por minha causa. O mundo voltaria a ser o palco de carnificina e sordidez esperançosa que sempre foi, graças... a nós.

Sim, nós. Não conseguiria esclarecer o caso, que nem mesmo L pôde, sem sua ajuda. Se eu me arrisquei como Halle disse; você mergulhou no caso como um verdadeiro kamizake.

Mello... Nem seu nome verdadeiro eu sabia. É uma das regras para sobreviver no campo em que atuamos. Creio que nem se eu procurar por dados seus, obterei sucesso. Assim como eu, deve ter destruído todo seu passado documentado.

Antes de partir, uma prova me deixou e admito que se não fosse por ela, eu teria levado um pouco mais de tempo para matar a charada. Porém, o preço foi muito alto. Devido a sua impetuosidade, não deve ter achado nada demais, mas será que não pensou no quanto me destroçaria sua morte?

Talvez você tenha pensado que eu não me abalaria por me mostrar calmo e frio nas mais adversas situações, até mesmo quando soubemos da morte de L, porém ele não era você. Sei que havia percebido meus olhares hesitantes e a ausência de vontade de discutir contigo, por mais que me provocasse de forma quase que doentia. Nós éramos rivais, eu gostava da definição, admito. Mas sempre esperei algo mais no campo sentimental.

E essa carta, hein? É um teste para com a minha curiosidade? Você sempre soube que sou melhor em cumprir ordens, até mesmo meros pedidos. Abri-la seria o comum, mas por que me deixar uma carta com a instrução de não abri-la, dizendo não ser relacionada ao caso Kira? Essa é a curiosidade que me consome noite e dia e não o que de fato nela está escrito.

A canção alemã toca incessantemente em meu Ipod. Não sei exatamente o porquê, mas me lembra de você. O engraçado é que nunca o ouvi cantá-la, muito menos ouvi-la. Sou estranho? Eu sei. Mas você já estava acostumado com isso também, não?

Acho que me apeguei à canção, tentando inutilmente te trazer de volta através dela, enquanto os dias passam, tão arrastados quanto móveis mudando de lugar.

Quando será que meus sentimentos por você irão mudar?

Isso eu não quero saber...

Arashi Kaminari, 18 de julho de 2007.

Nota da autora:

Para quem não sabe (o que duvido muito), o nome verdadeiro do Mello é Mihael Keehl, por isso música alemã.

Halle é a mulher da equipe do Near.