Mãos frias, tão pequenas. Inquietas, procurando desesperadamente algo para segurar. Algo para se apoiar. Eu as observo, repousando minhas próprias mãos no meu colo, tentando disfarçar minha vontade quase irresistível de envolver aquelas mãos tão desprotegidas. Fico vermelha ao perceber meu pensamento. Olho de relance para ela. Percebo seus olhos me observando. Enrubesço-me um pouco mais. Mordia seu lábio inferior, como sempre fazia quando estava nervosa. Fecho os olhos. Respiro fundo. Não, isso não poderia acontecer. Coloco minhas mãos em cima da mesa, quase sem perceber. Ela mecanicamente desliza as suas para perto. Em um impulso, as seguro firmemente. Ela sorri. Eu tento negar com todas as minhas forças. Ela se levanta, com aquele olhar brilhante, um pouco vacilante. Aproxima-se de mim, e eu não consigo me mover. Como poderia? Podia ver o medo, a ansiedade e a excitação dela por debaixo daqueles olhos cor-de-mel. Ela se abaixou, cada vez mais perto do meu rosto... Até que seus lábios tocaram os meus. E foi como provar algo doce. Mas, não durou muito tempo. Logo, o doce se tornou amargo, mas um amargo tão maravilhoso que só me fez querer mais e mais. Levantei-me. Minhas mãos percorriam aqueles longos cabelos negros, e aquelas mãos frias no meu pescoço me provocavam calafrios. Mordi seu lábio, como ela mesma fazia, só para conferir se era realmente bom. E era. Dei um sorriso de lado, enquanto ela passava a língua pelo meu colo, descendo até alcançar meus seios. Eu puxava seu cabelo enquanto ela mordiscava o bico de meu peito. Tombei minha cabeça para trás, reprimindo um gemido. Minhas mãos desceram quase magneticamente até seu quadril, percorrendo toda sua extensão e procurando uma brecha na calça jeans extremamente apertada. Ela, percebendo meu desespero, solta um risinho abafado, se afasta de mim levemente e solta os botões sem nenhuma cerimônia. Olha pra mim, aquele olhar doce de menininha havia sumido completamente. Dei um sorriso sacana. Por que raios eu nunca havia experimentado isso antes? Deixei minhas mãos serem guiadas pelas dela. Sorri discretamente. Aquelas mãos tão inocentes... Tão subestimadas.