N/A: Fic para o II Challenge de Solidão do MM ^^ Espero que gostem ^^
Eu não sou dona de Twilight: felizmente, não sou Stephenie Meyer nem fui eu que criei os vampiros purpurinados e a Bella sonsa e sem sal.
Fear
Soluços sem lágrimas sacolejavam-lhe os ombros cobertos pelo fino tecido do vestido de noiva roubado e manchado de sangue humano. Ela fugira após matar os seus assassinos, com medo.
Medo dela própria. Do que se tornara. Do que haveria de se tornar, um dia. Mas também com medo da solidão que se arrastava até ela, que a fazia verter lágrimas secas. Medo de perceber que estava sozinha. Mais sozinha do que alguma vez tivera na vida. E que os braços transparentes da solidão sufocavam-lhe cada vez mais.
Parou de soluçar por um minuto, os olhos vermelhos como sangue atentos, após ouvir o som de passos leves e graciosos e sentir um cheiro doce, conhecido. Será que aquele estúpido vampiro não me pode deixar em paz um minuto que seja? Maldito sejas, Edward Cullen!
Rosnou com veemência para o homem com cara e corpo de adolescente que se aproximava. A sua aparência bela destacava-se no prédio sujo e desabitado, principalmente na sala destruída onde Rosalie se encontrava.
- Sai daqui. – Rosnou ela. – Quero ficar sozinha.
E, com essas palavras, novos soluços sem lágrimas vieram, os olhos dilatados e secos pregados nos dele, à espera que ele voltasse costas e fosse embora da mesma maneira que viera. Mas ele não o fez. Em vez disso, sentou-se ao lado dela, sobre uma pilha de tábuas de madeira e matérias de construção, e abraçou-a, um afago terno que ela nunca esperara que viesse dele.
Ele passou o resto da noite com ela, preso naquele abraço interminável. Ela não dizia nada, só pensava. Pensava no que fizera antes de chegar ali àquele prédio abandonado, na sua vida passada e na dor no peito que sentia cada vez que pensava nos seus pais. Pensava no medo que sentia em ficar sozinha, do fantasma permanente da solidão atrás de si. Pensava na tristeza inabalável sobre si e na vontade que tinha de verter algumas lágrimas, embora soubesse ser impossível.
Amanheceu. Os raios de sol a iluminarem os destroços poeirentos daquele quarto e as peles marmóreas dos dois vampiros. Nenhum deles se mexeu. Rosalie continuava a pensar.
Anoiteceu. Um dia passara e eles ali, sem sequer respirar. Edward mexeu-se levemente e desfez o abraço, largando o corpo de pedra da vampira. Ela olhou para ele, sabendo que ele estava para se ir embora. Nenhum deles dois podia ficar ali, eternamente. Ele inclinou-se e juntou os lábios aos dela, suavemente, para logo depois os retirar e ir embora tão rápido como tinha entrado.
Ela suspirou. Estava sozinha, de novo. E a solidão abraçara-a num aperto morto. E as lágrimas secas de medo, de dor, recomeçaram a escorrer.
