Até os mais fortes, às vezes caem.

Autor: Karla Malfoy

Beta: Nenhuma, pois estavam todas ocupadas trabalhando... todos os erros são meus... \o/

Par/Personagem: Sherlock Holmes & John Watson

Classificação: M 13+

Nº. Palavras: Segundo o Word sem o cabeçalho: 3911 . - \o/ - *Morta e com os dedos sangrando*

Resumo: John é forçado a ver algo que está debaixo de seu nariz e que não queria ver. Às vezes as pessoas que estão do nosso lado são aquelas que são destinadas a ser nossa fortaleza. E quando essa fortaleza cai nos vemos perdidos. Será John capaz de aceitar o inevitável? Será ele capaz de fazer com que sua fortaleza volte a ser forte e indestrutível, sem que isso o destrua por dentro, mesmo que isso signifique abandonar o que lhe é mais precioso?

Disclaimer: Sherlock Holmes, suas histórias e seus personagens foram criados por Sir Arthur Conan Doyle, a serie televisionada foi criada por Steven Moffate e Mark Gatisse e são de propriedade da BBC. E eu sou só uma fã ardorosa de seus personagens, quer dizer de alguns, pois têm outros que dá vontade de matar... (cara de brava) e só para lembrar... Eu não quero e nem pretendo ganhar dinheiro com eles. Seria felicidade demais para uma pessoa só, deixo isso com o povo da BBC...

Até os mais fortes, às vezes caem.

John desceu do taxi, a madrugada estava chuvosa, ele puxou a gola do casaco para se proteger, a chuva não estava forte, mas lhe renderia uma boa gripe se ele não tomasse cuidado. Pegou as chaves no bolso do casaco e abriu a porta. John olhou para as escadas e suspirou, subiu as escadas devagar para não fazer barulho e acordar os outros inquilinos da senhora Hudson.

Ele sentiu que mancava, isso sempre acontecia quando ele estava nervoso ou muito cansado, e naquele dia ele sentia ambos, nervoso e cansado. Tinha três dias que ele trabalhava em dois turnos na clínica, pois o médico do outro período estava doente e não pode ir trabalhar. E como precisava de dinheiro para poder pagar o aluguel ele aceitou dobrar o turno.

Algumas pessoas queriam pagar pelos serviços de consultoria de Sherlock, mas o moreno sempre recusava, pois não queria saber do dinheiro e sim da excitação que as situações davam. Mas dependendo do cliente John aceitava o pagamento, mas esse dinheiro era do seu amigo, e John administrava, pagando a parte de Sherlock do aluguel, comprando os mantimentos para o apartamento e algumas despesas pessoais do amigo.

Ele não sabia como Sherlock sobreviveu tanto tempo sozinho, John tinha certeza que era para seu amigo ter morrido há muito tempo, por falta de comida, Sherlock só comia quando era obrigado, ele achava um desperdício de tempo parar para fazer algo tão trivial quanto comer. Por não dormir, nem mesmo nos seus piores dias de tédio deitado no sofá com seu roupão, ou só enrolado em seu lençol, Sherlock sequer fechava os olhos, ou por tantos outros exageros.

Sherlock tinha seu próprio dinheiro e John precisava ganhar o seu, suas roupas estavam em estado periclitante, Sherlock outro dia chamou sua atenção por causa disso. Ele ainda sentia o rosto queimar toda vez que se lembrava do acontecido.

Quatro dias atrás.

- John? – Uma voz arrastada e monótona se fez ouvir na sala, John tinha pegado sua pasta para ir trabalhar, ele parou com a mão na maçaneta da porta, se virou e olhou para Sherlock que estava sentado em sua poltrona preferida, com o rosto enfiado no jornal.

- Que foi Sherlock?

John estava nervoso, recebera no dia anterior uma visita de Mycroft, irmão de Sherlock em seu trabalho, as coisas que o irmão mais velho de seu colega de apartamento lhe disse, tirou-lhe o sono e a paz de espírito. Toda vez que olhava para seu amigo lembrava-se da conversa e seu peito doía.

Ele estava zangado, uma raiva imensa queimava no fundo do seu peito, a raiva que sentia não era de Sherlock ou de Mycroft, se fosse honesto, veria que tinha raiva de si mesmo, mas não estava com cabeça para lidar com aquilo naquele momento.

- Estou em cima da hora Sherlock, não tenho tempo de pegar nada para você na geladeira, ou em qualquer outro canto do apartamento, e hoje é seu dia de comprar o leite no

mercado, e não compre daquela marca que você comprou da última vez, eu fiquei passando mal por dias. Diga o que quer para eu poder ir embora.

- Você está estressado e nervoso, deu para perceber assim que colocou o pé para fora do seu quarto.

- O qu.. – John parou, respirou e pigarreou. – O que quer dizer?

- Ora, John o seu rosto está oscilando entre expressões de desconfiança, cautela e receio, seu olhar está sem foco, sua respiração está superficial e rápida, seu diafragma está levemente contraído, sua postura rígida está aumentando a pressão em seu pescoço e peito. – Sherlock disse isso sem se dar ao trabalho de abaixar o jornal do rosto para responder, e sua voz era rápida e metódica. E ele continuou sem esperar uma resposta do loiro.

- A calça John.

- Calça? Que calça Sherlock? Você mandou sua roupa para a lavanderia e quer que eu pegue? – John colocou os dedos sobre os olhos, aquele dia ia ser longo. - Sherlock pelo amor de Deus, você tem que pelo menos ir buscar suas roupas, já que sou eu que as levo.

Sherlock fez um som de insatisfação, e disse: - John apesar de você ser um médico formidável é incrivelmente obtuso às vezes! - ele suspirou e abaixou o jornal e olhou para seu amigo médico. John viu Sherlock inclinar levemente a cabeça para lado, relaxar de encontro ao encosto do sofá, deixar o jornal em seu colo, ele juntou suas mãos fazendo com que seus dedos se tocassem e encostou os dedos nos lábios.

- John... – A voz de Sherlock era única, tudo em seu amigo detetive era único, sua mente brilhante, sua pele sempre tão branca e pálida, seus lábios vermelhos e tão bem desenhados, seus olhos incrivelmente azuis que dependendo da luz hora eram verdes. Mas sua voz era algo que sempre mexia com John, toda vez que ele escutava Sherlock falar seu nome, ele sentia um arrepio na espinha, devia ser proibido alguém ter uma voz como aquela. E mais uma vez lembrou-se da conversa que teve com Mycroft.

- A calça John! – ele repetiu, agora com um leve brilho de diversão em seus olhos.

- Sherlock... – John disse já sem paciência. – Não estou com tempo para suas deduções, fala logo.

Seu amigo se levantou e foi em sua direção, com passos lentos, como um felino se aproximando de sua presa, ele parou bem a sua frente. John se sentiu incomodado com a proximidade de Sherlock, seu amigo estava de roupão e a frente estava meio aberta deixando a mostra seu tórax branco. Ele deu um passo pra trás ficando quase colado a porta, ele pode sentir diversas fragrâncias vindas dele, pode identificar sândalo e almíscar, sua mente estava um turbilhão, mas seu sangue quase congelou nas veias quando sentiu as mãos de Sherlock de encontro aos seus ombros e o virando de costas para ele, de forma quase bruta, o prendendo a porta.

- Sher..lock... – John gaguejou. – O qu..e... você está fazendo? – John tentou se livrar da pressão de seu amigo, mas apesar de ser magro, Sherlock sabia onde fazer pressão para segurar quem quer que fosse.

- Se acalme John, só vou lhe mostrar o óbvio.

John sentiu seu amigo tirar uma das mãos de seu ombro, e viu pela sua visão periférica que o moreno movia a mão pela lateral de seu corpo sem tocá-lo, John deu um grito sufocado quando sentiu Sherlock colocar a mão sobre sua bunda. Seus olhos se arregalaram e seu coração com certeza falhou uma batida quando sentiu dedos frios tocando suas nádegas.

- SHERLOCK! – John gritou a plenos pulmões e no segundo seguinte estava do outro lado da sala. Sherlock o olhava como uma criança que não tinha entendido o que tinha feito de errado. John estava encostado, ou melhor, praticamente grudado na parede oposta a Sherlock. – Você ficou doido?

Sherlock não respondeu, se afastou da porta e voltou para sua poltrona, sentou-se e voltou a ler seu jornal.

- Não vai... – John respirou. – Dizer nada? – John piscou sem entender o que tinha acontecido, sentia seu rosto queimar, ainda sentia os dedos frios de Sherlock em sua pele, estava acontecendo algo muito errado. Olhou para sua calça, ele estava com ela abotoada e com o cinto no lugar, como Sherlock conseguiu lhe tocar sem lhe tirar o cinto, ou desabotoar a calça?... John tentou apagar a sensação dos dedos de Sherlock em sua pele da mente... Ele arregalou os olhos, passou a mão pelas suas nádegas e reparou que tinha um rasgo considerável ali.

- OH MEU DEUS! MINHA CALÇA! – John voltou correndo para seu quarto, e antes de sumir porta adentro, pode ouvir Sherlock dizendo:

- Acho que agora entendeu o que eu queria dizer. – Sherlock deu um pequeno sorriso.

Momento presente

John parou no meio da escada, encostou a testa na parede, e ficou assim por alguns segundos.

- Eu sou patético! Quem eu penso que estou enganado? – Tinha três dias que estava chegando ao apartamento de madrugada, ele dizia para si mesmo que era porque estava trabalhando até tarde esses dias, mas no fundo ele sabia que estava se escondendo de Sherlock. Ainda não conseguia classificar o que sentiu naquele dia, ou não queria ver seus sentimentos sendo despidos a sua frente pela mente brilhante de Sherlock, ele conhecia bem seu amigo, com certeza o detetive já tinha percebido o que ele, John não tinha percebido até então.

John colocou a chave na fechadura da porta e girou lentamente tentando não fazer barulho, rezando silenciosamente para que Sherlock não estivesse na sala. John entrou e encontrou a sala vazia. Aquilo de alguma forma incomodava John, Sherlock estava sempre acordado quando ele chegava, mas como já estava muito tarde, era provável que ele estivesse em seu quarto.

O loiro foi em direção à cozinha, e a encontrou da mesma forma que a sala, vazia. Ele olhou para as coisas de Sherlock em cima da mesa, elas pareciam intocadas, aquilo parecia tão errado, John sentia uma mão invisível apertando seu coração. Então criou coragem e foi em direção ao quarto de Sherlock, quando levantou a mão para bater na porta, sentiu uma mão em seu ombro.

- JESUS! – John gritou de susto.

- Oh John me desculpa. – a senhora Hudson, tinha um ar de preocupação. – Tentei entrar em contato com você o dia inteiro. - John sentiu uma pontada de culpa, pois tinha deixado o celular de proposito no apartamento para não ter como Sherlock entrar em contato com ele.

- Desculpe Sra. Hudson, deixei meu celular aqui no apartamento. Mas o que faz aqui tão tarde?

- Oh Deus... – Ela agarrou o braço de John e o afastou da porta, falando baixo. – Outro dia vim aqui e o apartamento estava todo molhado, ai fui reclamar com Sherlock, e ele estava no quarto deitado na cama e com as roupas molhadas, eu acho que ele estava resolvendo algum caso para a policia e se molhou na chuva e não trocou de roupa. Mas ai, hoje eu voltei e ele continuava na cama, com as mesmas roupas e ardiam em febre, eu ia ligar para ambulância, mas ele não deixou, eu te liguei e você não atendia. Não sei o que fazer, ele não me deixa toca-lo. Há uns minutos atrás eu acho que ele chamou seu nome.

A Sra. Hudson tinha um olhar sofrido. – Vocês brigaram? Foi isso? Vocês formam um casal tão bonito, eu sei que Sherlock é difícil, mas todo mundo vê que ele gosta muito de você, mas isso não importa agora, por favor, John converse com Sherlock e...

John não escutava a Sra. Hudson, ele parou de escutar quando sua senhoria disse que Sherlock ardia em febre, ele a deixou falando sozinha e entrou no quarto do seu amigo. Era a segunda vez que entrava ali, e a primeira coisa que viu foi o corpo de Sherlock jogado na cama, ele estava encolhido em posição fetal. John se aproximou sentou na beirada da cama, e esticou seu braço até sua mão chegar à testa de Sherlock. Ele sentia a pele de seu amigo arder, podia ver várias gotículas de suor brotando de sua testa, o corpo de Sherlock tremia.

John se levantou e foi em direção à sala onde tinha deixado sua pasta, ele abriu e pegou seu estetoscópio e o termômetro e voltou ao quarto de Sherlock. Ele sentou na cama. – Sherlock? Está me ouvindo? – Seu amigo não respondeu, ele colocou o termômetro em Sherlock para verificar sua temperatura, levantou um pouco a camisa de Sherlock que estava ensopada de suor para colocar o estetoscópio a suas costas para ver como estava o pulmão.

De acordo com o termômetro, Sherlock estava com quase 40 graus de febre, e pelo estetoscópio pôde ouvir chiados vindo do pulmão de Sherlock, John sentiu o pânico crescer dentro dele, seu amigo estava muito mal ele precisa de cuidados, ele passava a mão pelo rosto do moreno, ele tinha que baixar aquela febre.

- John... – O loiro escutou Sherlock chamar seu nome quase num sussurro, algo dentro de John quebrou. – John... – Ouviu seu nome de novo, ele prendeu a respiração, fechou os olhos por um momento, como pode deixar Sherlock ficar assim tão mal? Sherlock era sua responsabilidade, ele era seu amigo, ele era...

Sem pestanejar, começou a despir seu amigo, aquelas roupas inicialmente molhadas de chuva, agora estavam ensopadas de suor, ele tirou toda a roupa, inclusive a roupa de baixo, e o vestiu com um roupão que tinha pegado no guarda-roupa. Ele cobriu seu amigo com alguns cobertores, deixou o moreno na cama e foi em direção ao banheiro, ele encheu a banheira com água morna, aquela seria uma forma mais rápida de diminuir a temperatura de Sherlock. Com muito esforço, John o arrastou para o banheiro, e o colocou dentro da banheira, quando o corpo do seu amigo entrou em contato com a água, John pode ouvir um som vindo de seus lábios.

John ficou na cabeceira da banheira com o pescoço de Sherlock apoiado em seu braço para evitar que ele afundasse, enquanto o corpo do seu amigo estava submerso na água, John passava uma toalha molhada em sua testa, ele ficou assim por vários minutos, seu amigo não esboçava nenhuma reação, aquilo não era um bom sinal, John viu pelo canto dos olhos a Sra. Hudson parada na porta do banheiro.

– Tem como a senhora trocar os lençóis da cama de Sherlock, Sra. Hudson? E fazer algo para ele comer? Ele parece que não come há dias. – A sua senhoria só balançou a cabeça e saiu para dentro do quarto de Sherlock, ele podia ouvir barulho de panos e moveis sendo arrastados. – Já volto meu garoto! – John ouviu o barulho da porta da sala se fechando.

John voltou sua atenção para Sherlock, o ar febril já começava a deixar o rosto de seu companheiro de quarto, ele decidiu tirar Sherlock da água antes que ela esfriasse e fizesse mais mal do que bem. John sabia que tirar seu amigo da banheira ia ser mais difícil do que tinha sido colocar, ele sabia que ia se molhar, então resolveu tirar o casaco que estava vestido e as duas camisas de baixo, e ficou só com uma camiseta branca, ele sentia frio, mas seria mais fácil fazer força sem ter tanto pano para atrapalhar.

Depois de um longo tempo e várias tentativas, John tinha conseguido tirar Sherlock da banheira e levá-lo para cama. Depois de mais alguns minutos e depois de secá-lo, John vestiu um roupão em Sherlock, colocou meias em seus pés e o cobriu com os cobertores. Os tremores no corpo de Sherlock continuavam, mas não eram tão intensos de antes do banho na banheira. Ele foi até a sala e pegou em sua pasta alguns antitérmicos, com sorte Sherlock só tinha pegado alguma gripe forte, e não era nada demais. Como Sherlock não tinha acordado, ele resolveu aplicar o remédio de forma intravenosa.

Sherlock ainda continuava inconsciente e com tremores pelo corpo, John suspirou e pensou um pouco, o rubor da febre começava a voltar ao rosto pálido de seu amigo, John olhou para a porta.

- Se alguém vir isso ai é que vão falar mesmo. – Ele tirou os sapatos e entrou debaixo dos cobertores e se aproximou do corpo trêmulo do amigo. Apesar da febre alta, o corpo de Sherlock estava frio, ele chegou mais perto e com cuidado passou o braço pelo pescoço do moreno e apoiou a cabeça dele em seu ombro, e o abraçou.

John pôde sentir os tremores do corpo de Sherlock diminuir com o passar dos minutos. Ele tentou se manter acordado o maior tempo que conseguiu, pois seu amigo necessitava de cuidados, mas estava muito cansado, ele sentia as pálpebras pesarem cada vez mais. O corpo de Sherlock estava aconchegado ao seu, e agora emanava calor ao invés de frio, e os tremores tinham diminuído, então sem nem perceber John caiu no sono.

John lutava para se manter dormindo, o sono estava muito bom, as outras noites tinham sido muito frias, mas ele se sentia quente e confortável como nunca tinha sentido em toda sua vida, mas algo estava diferente, ele podia sentir. Tinha algo pesado em volta da sua cintura, ele podia sentir um perfume suave próximo ao seu nariz, até que algo o apertou e lhe tirou o ar dos pulmões, aquilo foi suficiente para lhe fazer acordar de vez.

Ele fez um movimento para se levantar, mas algo o prendia a cama, ele abriu os olhos e não identificou o teto do quarto em que estava, o que tinha acontecido? Onde estava? Tinha algo pesado em seu ombro, seu braço estava um pouco dormente, John olhou para o lado e viu uma cabeleira negra em seu ombro, e um braço possessivo estava em volta da sua cintura. Ele arregalou os olhos quando viu quem era, e então se lembrou do que tinha acontecido no dia anterior.

- Meu Deus, eu acabei dormindo? – Ele olhou para Sherlock e seu companheiro de apartamento ressonava tranquilamente, o ar febril tinha sumido de seu rosto. John saiu da cama com todo cuidado para não acordar Sherlock, ele ainda precisava descansar e muito.

Ao levantar da cama, ele viu uma bandeja na cômoda do quarto de Sherlock, e sobre ela tinha dois pratos cobertos e tinha um bilhete. John se aproximou e abriu o bilhete e o leu.

- Oh meu Deus... – John gemeu.

" Dr Watson,

Quando cheguei ao quarto, vi vocês dois dormindo, e não quis incomodar, pois estavam tão lindos dormindo juntos. Quando acordar favor esquentar a comida e comer.

Abraços

Sra. Hudson".

Se John conhecia bem sua senhoria, aquilo não terminaria ali, suspirou e quando voltou a olhar para a cama onde Sherlock estava deitado, viu seu amigo se mexendo.

- Sherlock? – John se aproximou da cama e sentou.

- Hummm...

- Sherlock? Como se sente? – Sherlock abriu seus olhos lentamente, ele olhou para John e tinha o olhar um pouco confuso e sonolento.

- O que aconteceu, John? – Sherlock tentou se levantar, mas foi impedido pela mão de John em seu peito.

- Sherlock Você precisa descansar! – Sherlock olhou para seu amigo e quando ia abrir a boca para falar começou a tossir. John o ajudou a sentar quando ele tinha parado de tossir. A voz de Sherlock estava rouca.

– Vou esquentar a sopa que a Sra. Hudson trouxe para você comer, deve ter dias que não se alimenta, não é a toa que ficou doente após pegar chuva. Sherlock, pelo amor de Deus, se você pegar chuva em um futuro próximo, troque de roupa quando chegar em casa.

- Hum, então foi isso que aconteceu? Depois que voltei me sentia estranho...

- Assim que eu esquentar a sua comida eu te conto o que aconteceu.

- Não precisa. – Sherlock fechou os olhos.

- Perdão... como? Não precisa? Não quer saber o que aconteceu?

- Eu disse John, não precisa, eu sei. – Sherlock ainda tinha os olhos fechados.

- Ah é? – John sentia a indignação lhe queimar por dentro. – Eu salvo sua vida e você nem se dá ao trabalho de ouvir como cuidei de você?

Sherlock abriu os olhos. – Eu sei o que aconteceu John, não precisa me contar.

- Se sabe, vá em frente, me conte? – John cruzou os braços sobre o peito e esperou que Sherlock contasse o que quer que ele dizia saber. Sherlock com algum esforço e ajuda de John se sentou melhor na cama e disse:

- Vou começar do início para que você possa entender. – John fez que ia abrir a boca para reclamar, mas foi impedido por Sherlock. – Não me interrompa, John.

- Lestrade me procurou para ajudar em um caso que ele não conseguia resolver, óbvio, ele não consegue nem amarrar o cadarço dos sapatos sem ajuda, eu fiquei de vigila por dois dias, que por sinal estava chovendo muito. Descobri quem era o culpado e voltei para casa para tirar mais algumas dúvidas, mas ao subir as escadas já não me sentia bem, e quando cheguei ao meu quarto senti uma vertigem e devo ter desmaiado.

- E o resto? De quando você estava desmaiado? Quer que eu conte agora?

- Não, John! Já disse que sei, é fácil de deduzir pelas coisas que estão fora do lugar no meu quarto e ... – Sherlock olhou para seu banheiro. – E banheiro.

Sherlock contou tudo que John vez por ele com uma riqueza de detalhes impressionantes, era como se ele estivesse consciente todo o tempo que ele tinha cuidado de Sherlock. Desde o termômetro, do banho para diminuir a febre, de John o secando e ele deitando na cama para fazer com que os tremores da febre sessassem.

- Só tem uma coisa que não entendo. – Sherlock disse pensativo. – Por que tirou minha roupa de baixo também. - John sentia seu rosto queimar.

- Eu... eu... – John gaguejava, ele não sabia onde enfiar a cara de tanta vergonha, claro que ele tinha feito isso porque ele ia colocar Sherlock na banheira e ninguém vai para a banheira com roupa de baixo.

- Ah claro, agora entendi, John.

- Mas eu não disse nada Sherlock. – John sentia que às vezes seu amigo podia ler sua mente. E se ele tivesse pensando mal de John? Se ele tivesse pensando que tinha aproveitado da situação de Sherlock e o tocado? Claro que ele tinha olhado para certas partes do corpo do amigo... Sherlock virou a cabeça em direção a John e abriu a boca para dizer algo.

- Mas eu não te toquei eu juro! – John tinha os olhos arregalados.

- Como? – Sherlock parecia confuso.

- Não era isso que ia perguntar? Se eu tinha te tocado de forma... for... – John estava gaguejando de novo, aquilo estava se tornando um hábito ruim, e seu rosto estava vermelho, ele tinha certeza, ele se sentia como aquelas adolescentes que ficavam vermelhas só com o olhar do rapaz mais bonito da escola.

- Não, John! Não ia perguntar isso, mas obrigado pela informação. – John queria morrer, um buraco poderia abrir no chão e lhe sugar dali.

- John... eu disse seu nome enquanto estava febril? – John piscou, e sentiu algo mexendo em seu estômago.

- Sim, você me chamou umas duas vezes enquanto eu estava cuidando de você, por quê?

- Eu disse algo? – John podia sentir uma leve urgência na voz de Sherlock.

- Não, por quê? Você queria me dizer algo? – John sentia um calor se espalhar pelo seu corpo.

- Droga! – Sherlock xingou. - John se assustou com a reação de Sherlock.

- O que foi? – John se aproximou mais da cama.

- Eu devia ter dito, lhe falado isso antes...

- O que Sherlock? – John sentia a ansiedade lhe consumir.

- O assassino...

- Perdão, o quê?

- Eu queria lhe dizer quem era o assassino para você avisar ao Lestrade.

- O que? Você queria me falar... do... assa...ssi...no... Sher..lock... – John levantou da cama furioso. Sherlock o olhou sem entender... – Eu achando que era outr... im...portante.. e você vem com isso? – John levantou e saiu do quarto batendo a porta.

Sherlock ficou alguns segundo olhando para a porta e depois deu um pequeno sorriso e se deitou melhor na cama, aquilo tinha sido interessante, iria pensar sobre aquilo depois. Mas antes de dormir, pegou seu celular que estava na cabeceira da cama e mandou uma mensagem para Lestrade.

" Davis é seu homem.

S.H"

Ele jogou seu celular de qualquer jeito no chão e se cobriu melhor e voltou a dormir.

Continua...

Nota da autora: Oie pessoal! \o\... essa é minha primeira fic de Sherlock, espero que tenham gostado, pois amei escrever, essa ideia já estava na minha cabeça a bastante tempo e não saia... então resolvi escrever... era para ser uma fic pequena, mas pelo que ando vendo e pensando, deve ter mais alguns capítulos xD

Reviews são sempre bem vindas \o/

Próximo capitulo:

Se John achou que cuidar de um Sherlock doente era difícil, ele vai ver que cuidar de um Sherlock convalescente é ainda pior.

- John? – Sherlock gemeu.

- O que foi Sherlock? Precisa de algo? – John sentia muito sono, Sherlock não conseguia dormir por causa da tosse e não parava de falar, estava deixando John louco.

- Estou morrendo... – Sherlock gemeu e virou pro outro lado na cama, e tossiu mais um pouco.

John colocou as mãos na cabeça... aquilo estava sendo bem pior do que tinha imaginado...